domingo, 8 de novembro de 2015

45 Anos (45 Years)

País: Reino Unido
Ano: 2015
Gênero: Drama
Duração: 95 min
Direção: Andrew Haigh
Elenco: Charlotte Rampling, Tom Courtenay, Geraldine James e Dolly Wells.

Sinopse: Kate Mercer (Charlotte Rampling) está planejando a festa de comemoração dos 45 anos de casada. Porém, cinco dias antes do evento, o marido recebe uma carta: o corpo de seu primeiro amor foi encontrado congelado no meio dos Alpes Suíços. A estrutura emocional dele é seriamente abalada e Kate já não sabe se vai ter o que comemorar durante a festa.

Crítica: o longa narra os 6 dias que antecedem a festa dos 45 anos de casamento de Kate (Charlotte Rampling) e Geoff (Tom Courtenay), um casal que vive tranquilamente a maturidade. A chegada de uma carta que relata a descoberta do cadáver de uma jovem desaparecida há muito tempo introduz a crise na união estável.
A morta havia sido o primeiro amor de Geoff. A reaparição desse fantasma coloca Kate em estado de dúvida, desconfiança e insegurança, e o ciúme entra em cena para envenenar o período de renovação de felicidades.
A direção é primorosa ao questionar a ilusão do amor eterno ou a estabilidade conferida pelos 45 anos sem maiores turbulências, com uma rotina estável: compras no dia a dia, almoços compartilhados, uma taça de vinho, cuidados com a saúde, falta de sexo, a companhia do cachorro Max e o tédio. O fato inesperado cria um mal-estar entre o casal. A indisposição de Kate aumenta à medida que se aproxima o dia da festa, e o comportamento oscilante de Geoff em relação ao assunto intensifica seu desconforto.
O cineasta prioriza o lugar da mulher, que tem que lidar com a aparição de um fantasma, uma ex-namorada do marido, que morreu em um acidente nos alpes suíços décadas atrás, e teve o seu corpo encontrado no fundo de um vale nevado. O gelo conservou sua aparência jovem, enquanto ela e o esposo são sexagenários.
Tudo parece agora girar em torno dela. Decisões e escolhas tomadas pelo marido anteriormente. Uma avalanche de sentimentos parece impedir que Kate prossiga com a ideia da festa, mas ela segue em frente, mesmo diante de outras descobertas que vão sacudir o longo casamento.
Aliás, a edição é perfeita ao criar um suspense de como as coisas serão no dia da festa, o que cada um deles vai fazer para superar uma crise sem precedentes e se vão superar.
A cena final é grandiosa. Todo o filme é sublime, que se dá pela competente atuação dos protagonistas, premiados com o Urso de Ouro no Festival de Berlim.
Muito é dito pelas expressões dos dois, de coisas não expostas abertamente, de sentimentos retraídos. O diálogo econômico é nitidamente uma opção do diretor para passar o impacto que um segredo pode trazer à vida de duas pessoas que convivem juntas há tanto tempo.
Outro excelente trabalho do diretor é o drama gay "Weekend" (2011), no qual ele explora a desordem dos afetos e com atores também extremamente competentes. Vale conferir.

Avaliação: ****

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