Woody Allen
Zelig
País: EUA
Ano: 1983
Gênero: Comédia
Duração: 79 min
Direção: Woody Allen
Elenco: Woody Allen, Mia Farrow, Patrick Horgan,
John Buckwalter, Marvin Chatinover, Stanley Swerdlow, Paul Nevens, Howard
Erskine, George Hamlin e Ralph Bell.
Sinopse: Zelig é um
"mocumentário" sobre a vida de Leonard Zelig (Woody Allen), um homem
que chama a atenção do mundo por possuir uma característica extremamente
peculiar: sempre que cercado por pessoas diferentes, adquire as características
delas, física e psicologicamente. Por este motivo, ganha o apelido de
"Homem-Camaleão" e chega até a inspirar filmes em Hollywood. Enquanto
muitos o tratam como atração de circo, a Dra. Eudora Fletcher (Mia Farrow)
tenta investigar a mente deste complicado paciente.
Crítica: Zelig é, afinal de contas, o
nome do personagem principal, apresentado a todos como o verdadeiro
camaleão-humano, capaz de alternar sua personalidade e sua aparência de acordo
com o ambiente em que está inserido. Trata-se, de acordo com o diagnóstico da
dra. Eudora Fletcher, de um caso muito especial de pessoa que tem múltiplas
personalidades.
É óbvio que o filme extrapola a noção de múltiplas
personalidades a ponto de fazer com que o personagem de Allen seja capaz de se
transformar em um chinês, em um negro ou mesmo numa pessoa obesa ao mesmo tempo
em que incorpora características culturais próprias de pessoas que apresentem
esses tipos étnicos ou físicos. Se não fosse dessa forma, certamente não
estaríamos diante de uma comédia de Woody Allen.
Um tema diferenciado, explorado de forma cômica,
apresentado ao público dentro de padrões cinematográficos pouco convencionais e
que leva, necessariamente as pessoas a refletir e a rir. Woody Allen revela
toda a sua criatividade ao filmar a história de Zelig como um
"pseudo-documentário" (o que pode não agradar a muitos espectadores),
além disso, para firmar o conceito de época, apresenta o decorrer da história em
preto e branco e com cortes feitos nos moldes dos filmes antigos, alternadas
por depoimentos de pessoas notórias (como os escritores Saul Bellow e Susan
Sontag ou o psicólogo Bruno Bettelheim).
Para que tudo tenha um aspecto de maior fidedignidade,
Zelig é apresentado em vários momentos ao lado de figuras destacadas da
sociedade norte-americana dos anos 1920, como o presidente Woodrow Wilson, o
jogador de baseball Babe Ruth, o ator Charles Chaplin ou o escritor F. Scott
Fitzgerald.
Uma obra crítica, sobretudo. O que fazemos para nos
adaptar às mais diferentes situações, ambientes e pessoas? Não temos um pouco
de Zelig dentro de nós? Assista-o e encontre a resposta.
Avaliação: ***
Poucas e Boas (Sweet and Lowdown)
País: EUA
Ano: 1999
Gênero: Comédia dramática
Duração: 94 min
Direção: Woody Allen
Elenco: Sean Penn, Anthony LaPaglia, Samantha Morton, Uma Thurman, Brian Markinson, Gretchen Mol, Vicent Guastaferro, John Waters e Woody Allen.
Sinopse: em sua casa, o guitarrista Emmet Ray gasta seu tempo com atitudes extravagantes: adora ver os trens passarem, atirar nos ratos e se embebedar. Acredita que é o melhor guitarrista do mundo, até que entra em cena o cigano Django Reinhardt. Mesmo vivendo em um outro mundo, Ray não pode fugir dessa realidade e perde o controle. Entre uma apresentação e outra, ele se envolve com uma garota surda, a única capaz de entender seus anseios e inseguranças, mas sua arrogância irá prejudicar o relacionamento.
Crítica: diálogos inteligentes, situações cínicas e sarcásticas, humor na medida certa e excelentes interpretações são características marcantes nas obras de Woody Allen e ‘Poucas e Boas’ não foge à regra.
Principalmente de Sean Penn e Samantha Morton, ambos indicados ao Oscar e ao Globo de Ouro do ano.
A partir de depoimentos de quem conheceu Emmet Ray (Sean Penn), exímio guitarrista de jazz e blues na época da Grande Depressão, as cenas fictícias ou não (não se sabe o que é verdade ou mito) são mostradas, com muita criatividade e com uma excelente atuação de Sean Penn que incorpora o personagem com extrema convicção. Sem medo de ser cafajeste, Ray é cafetão, cleptomaníaco, machista, cruel e, mesmo assim, as mulheres o adoram. Emmet, por outro lado, não ama as mulheres. Os melhores momentos de sua vida são dedicados à sua música, a observar trens passando e a atirar em ratos no lixão. No fundo, ele tem mesmo é pavor de se apaixonar. Outra ótima atuação é a de Samantha Morton, como Hattie, uma simplória lavadeira por quem Emmet se apaixona mas não admite.
Sem dúvida, um belo trabalho. Simples, mas extremamente profundo e sentimental, com um humor típico de Woody Allen, uma trilha sonora divina e uma notória reconstituição de época. Deve ser conferido.
Avaliação: ****
Poderosa Afrodite
Título original: Mighty Aphrodite
País: EUA
Ano: 1995
Gênero: Comédia
Duração: 95 min
Direção: Woody Allen
Elenco: Woody Allen, Helena Bonham Carter, Mira Sorvino, Michael Rapaport, F. Murray Abraham, Claire Bloom, Olympia Dukakis, David Ogden Stiers, Jack Warden, James Woods e Dan Moran.
Sinopse: o casal Lenny (Woody Allen) e Amanda (Helena Bonham Carter) é surpreendido ao descobrir que seu filho adotado é, na verdade, um gênio. Lenny então fica obcecado em conhecer a mãe biológica do garoto, já que esta também deve compartilhar do brilhantismo da criança. No entanto, ele tem um inusitada surpresa ao descobrir que a mulher que deu a luz ao brilhante jovem não é nada do que ele imaginava.
Crítica: uma brilhante comédia, com tiradas surpreendentes e um texto requintado.
O roteiro conduz bem a história, repleta de tragédia e comédia, e bastante envolvente. Woody Allen utiliza-se de mitos e personagens gregos para compor o cenário. Muito interessante.
A atuação de Mira Sorvino (como Linda) é excelente.
Curiosidade: vencedor do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante (Mira Sorvino), em 1996.
Avaliação: ****
A outra
Título original: Another Woman
País: EUA
Ano: 1988
Gênero: Drama
Duração: 84 min
Direção: Woody Allen
Elenco: Gena Rowlands, Mia Farrow, Gene Hackman, Betty Buckley, Martha Plimpton, John Houseman, Ian Holm, Sandy Dennis, Blythe Danner e David Ogden.
Sinopse: mostra a história de uma mulher que, ao se mudar para um apartamento ao lado de um escritório de psicanalise, passa a ouvir as confissões das pacientes e refletir sobre sua própria vida.
Crítica: um filme amargo e intimista sobre uma mulher que chega a um ponto determinante da vida: percebe que tudo a sua volta não é como pensava, nem ela mesma. É preciso acordar e tentar mudar algo antes que seja tarde.
É doloroso e angustiante a maneira como a verdade vem à tona. A interpretação de Gena Rowlands (como Marion) é exemplar.
Ao menos, o final é otimista e mostra que ainda pode haver esperança.
Avaliação: ***
A Última Noite de Boris Grushenko
Título original: Love and Death
País: EUA
Ano: 1975
Gênero: Comédia
Duração: 82 min
Direção: Woody Allen
Elenco: Woody Allen, Diane Keaton, Georges Adet, Frank Adu, Féodor Atkine, Edward Ardisson, Yves Barsacq, Lloyd Battista e Jack Berard.
Sinopse: um russo (Woody Allen), na véspera de ser executado pelo franceses por um assassinato que não cometeu, recorda toda a sua vida desde criança até ser forçado a se alistar e defender seu país da invasão napoleonica, que ironicamente lhe propiciou condecorações quando se tornou acidentalmente um herói. No entanto sua situação se complica, pois se casa com a mulher que sempre amou, mas esta planeja matar Napoleão.
Crítica: uma sátira da literatura russa (Allen fez o longa depois de ter lido ‘Guerra e Paz’, de Tolstói), com cenas memoráveis e diálogos engraçados. Grande parte da comédia lembra os filmes de Chaplin, sobretudo nas sequências com Woody Allen.
Mas do meio para o final, perde um pouco da graça. Mesmo assim, os personagens são ótimos.
O desfecho não é o que esperamos. Sendo Woody Allen, vale a pena conferir.
Avaliação: ***
Crimes e Pecados
Título original: Crimes and Misdemeanors
País: EUA
Ano: 1989
Gênero: Drama
Duração: 107 min
Direção: Woody Allen
Elenco: Woody Allen, Martin Landau, Claire Bloom, Stephanie Roth, Greg Edelman
George Mason, Anjelica Huston, Jenny Nichols e Joanna Gleason.
Sinopse: o diretor Woody Allen trata duas histórias de adultério em um mesmo filme. Um médico de Nova York (Martin Landau) tenta encobrir de sua esposa sua vida de traições desesperadamente. Um documentarista (o próprio Woody Allen) luta contra a tentação enquanto está produzindo seu novo filme.
Crítica: um filme inteligente, maduro, complexo, e com uma temática sempre atual. Um dos melhores trabalhos de Woody Allen, altamente reflexivo sobre a consciência humana, com elenco afiadíssimo (destaques para Landau, indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante e, Mia Farrow, bastante à vontade no papel) e diálogos muito bem elaborados. Afinal, aí reside a eficácia do cinema de Allen, um mestre quando se fala de sentimentos e da alma.
Avaliação: ****
Interiores
Título original: Interiors
País: EUA
Ano: 1978
Gênero: Drama
Duração: 92 min
Direção: Woody Allen
Elenco: Geraldine Page, Diane Keaton, Mary Beth Hurt, E.G. Marshall, Kristin Griffiths, Maureen Stapleton, Sam Waterston e Richard Jordan.
Sinopse: a trama se concentra em torno de uma família burguesa de Manhattan onde aparentemente tudo está em ordem. Porém, esta estrutura se desmorona a partir do momento em que o pai anuncia que vai abandonar sua esposa para viver com outra mulher. E agora, depois de tantos anos de convivência, esta família vai revelar seus anseios.
Crítica: Woody Allen muda radicalmente de gênero com esse filme. Denso e dramático, expõe personagens sofridos, complexos, incapazes de expressar suas emoções.
A fotografia em tom pastel – assim como os figurinos e os cenários – apenas reitera a total falta de passionalidade de suas personagens, trancadas em uma redoma de inseguranças e inaptidão em lidar com suas vidas. Nem mesmo as cenas de maior emoção são exageradas, sendo apresentadas sempre em um tom médio, e com pouquíssima luz.
Os diálogos são poucos. O silêncio ali parece falar mais. O final não poderia ser outro: melodramático.
A interpretação de Geraldine Page (como Eve) é perfeita, na medida certa, e um dos grandes méritos da obra. A cena em que ela tem um ataque de choro por achar que sua vida não tem nada de interessante é incrível.
Não é para qualquer público, mas aqueles que se arriscam a assisti-lo têm chances de não se arrepender.
Avaliação: ***
Setembro
Título original: September
País: EUA
Ano: 1987
Gênero: Drama
Duração: 82 min
Direção: Woody Allen
Elenco: Denholm Elliott, Dianne Wiest, Mia Farrow e Eliane Stritch.
Sinopse: Agosto. Em uma casa de campo em Vermont, a dona de casa Lane (Mia Farrow), o publicitário Peter (Sam Waterston), Stephanie (Dianne Wiest), Diane (Eliane Stritch), Lloyd (Jack Warden) e Howard (Denholm Elliott) passam, juntos, o último dia do verão. Lane alugou sua casa de hóspedes para Peter e nutre por ele uma forte paixão. Ele, por sua vez, ama Stephanie, que se sente vazia no casamento. Já Howard também nutre uma paixão, por Lane.
Crítica: aqui Woody Allen errou feio. Sua ideia de fazer algo mais teatral não deu certo. Em parte pela própria dificuldade que é de transportar esse formato para o cinema, outra pela péssima atuação dos atores, que não se encaixaram em seus personagens em momento algum e, também, pela direção falha do cineasta. Nem os diálogos, sempre tão humanos carregados de críticas e sátiras, convencem o espectador.
E, para piorar, as tomadas são longas, feitas quase sempre na penumbra. Resultado: uma obra cansativa
Curiosidade: Woody Allen queria que Setembro fosse como uma peça teatral capturada em película. Dessa forma, optou por cenas longas e pouquíssimos closes.
Woody Allen rodou duas ou três vezes cada cena do filme. Após levar o material para edição, ele não gostou do que foi gravado e resolveu fazer tudo de novo. Reescreveu o roteiro, demitiu boa parte do elenco e refilmou todo o longa-metragem. Este processo fez com que o diretor dobrasse o orçamento e estourasse a agenda prevista para as filmagens.
Mesmo após a conclusão da segunda versão do filme, Woody Allen permanecia insatisfeito e chegou a pensar em fazer tudo de novo pela terceira vez.
Avaliação: **
Trapaceiros
Título original: Small Time Crooks
País: EUA
Ano: 2000
Gênero: Comédia
Duração: 94 min
Direção: Woody Allen
Elenco: Woody Allen, Tracey Ullman, Hugh Grant, Elaine May, Tony Darrow, Jon Lovitz, Brian Markison, Elaine May, Michael Rapaport, Elaine Stritch, Brian McConnachie, Kristine Nielsen e Larry Pine.
Sinopse: Woody Allen é Ray Winkler, um homem casado com a stripper Frenchy (Tracy Ullman). Ray e seus amigos planejam roubar um banco fazendo um túnel a partir de uma loja vizinha. Como "fachada", sua esposa abre uma loja de cookies em frente, enquanto Ray cava o túnel atrás da loja. Só que, ao contrário do plano, a loja faz muito sucesso e eles ganham muito dinheiro abrindo franquias por todo mundo. E enquanto Ray quer ficar tranquilo em Miami, Frenchy quer entrar para a alta sociedade com a ajuda de David (Hugh Grant), homem de alta classe que ensina ao casal os modos e a etiqueta dos milionários.
Crítica: uma película à altura de Woody Allen: engraçado, simples, cínico, sutil, urbano, rápido, sem devaneios psicológicos. O personagem Ray Winkler, vivido por Woody, é uma espécie de reencarnação de Virgil Starkwell, que ele próprio representou no antigo ‘Um Assaltante Bem Trapalhão’, comédia que alavancou sua carreira.
O filme segue como uma comédia de erros (e de acertos inesperados) que aproveita o humor para criticar as diferenças de estilos entre as classes sociais. A riqueza traz mesmo a felicidade? O charme e a elegância podem ser comprados? Sem nenhuma pretensão intelectual, estas são algumas questões propostas. Um trabalho divertido e muito inspirador, repleto de personagens bem construídos e um humor refinado, comprovado com excelentes diálogos, que sempre caracterizam as obras do cineasta.
Avaliação: ****
Memórias
Título original: Stardust Memories
País: EUA
Ano: 1980
Gênero: Comédia
Duração: 81 min
Direção: Woody Allen
Elenco: Woody Allen, Jessica Harper, Charlotte Rampling, Marie-Christine Barrault, Tony Roberts, Daniel Stern, Amy Wright, Helen Hanft e John Rothman.
Sinopse: um conhecido diretor e roteirista de comédias (Woody Allen) vai meio a contragosto a um seminário no Hotel Stardust. Enquanto os fãs desejam que ele continue fazendo comédias (apesar dele não se sentir engraçado), enfrenta uma platéia adversa a ele.
Crítica: a abertura do filme é curiosa e criativa: Allen e os personagens à sua volta demonstram suas emoções através de gestos. Aqui, ele interpreta Sandy Bates, um famoso cineasta cercado pela mídia, mas cansado das suas comédias.
Alucinações o perturbam, imagens e pessoas do passado parecem não deixá-lo em paz. Em meio a tudo isso, cenas de seus filmes intercalam com os acontecimentos do cotidiano.
Dessa forma, revela um pouco como é a vida de um astro hollywoodiano, ao mesmo que a satiriza mostrando também as atitudes das pessoas que se veem perto de um grande astro.
Uma obra bastante intelectual e, talvez, um pouco autobiográfica.
Avaliação: ***
A Era do Rádio
Título original: Radio Days
País: EUA
Ano: 1987
Gênero: Comédia
Duração: 85 min
Direção: Woody Allen
Elenco: Martin Rosenblatt, Helen Miller, Julie Kavner, Julie Kurnitz, Mia Farrow, David Warrilow, Seth Green, Michael Tucker,Josh Mostel, Renée Lippin, Mike Starr, Dianne Wiest e Paul Herman.
Sinopse: no início da Segunda Guerra Mundial em Nova York, uma simples família judia tem seus sonhos inspirados nos programas de rádio da época. Em virtude de ainda não existir televisão, as famílias se reuniam ao redor do rádio e cada membro da família tinha seu programa preferido.
Crítica: Woody Allen retrata, com maestria, uma era brilhante: a do rádio. As pessoas tinham suas vidas guiadas pelos programas dos rádios.
Com humor, criatividade e muita nostalgia, faz uma grande homenagem a um tempo que não volta mais, mas as lembranças são para sempre.
Os diálogos são inteligentes e críticos, como de praxe, carregados de muita intelectualidade.
Com certeza, um dos melhores trabalhos de Allen. Recomendo!
Avaliação: ****
Noivo Neurótico, Noiva Nervosa
Título original: Annie Hall
País: EUA
Ano: 1977
Gênero: Comédia
Duração: 93 min
Direção: Woody Allen
Elenco: Woody Allen, Diane Keaton, Tony Roberts, Carol Kane, Paul Simon, Shelley Duvall, Janet Margolin, Colleen Dewhurst, Donald Symington, Helen Ludlam, Christopher Walken, Mordecai Lawner e Joan Newman.
Sinopse: Alvy Singer (Woody Allen), um humorista judeu e divorciado que faz análise há quinze anos, acaba se apaixonando por Annie Hall (Diane Keaton), uma cantora em início de carreira com uma cabeça um pouco complicada. Em um curto espaço de tempo eles passam a morar juntos, mas depois de um certo período crises conjugais começam a surgir.
Curiosidade: vencedor do Oscar de Melhor Atriz para Diane Keaton, em 1978.
A atriz e Woody Allen fizeram 8 filmes juntos.
Crítica: Woody Allen é sempre garantia de bom filme. Aqui, ele está brilhante, com suas piadas sarcásticas, críticas aguçadas e diálogos interessantíssimos. Além, é claro, da sua ótima atuação junto a Diane Keaton.
Profundo como sempre, instiga o espectador a refletir sobre sua existência, relacionamentos e sentimentos, de uma forma que só ele, Woody Allen, sabe fazer.
Seus filmes são, ainda, uma aula de cultura literária, com inúmeras citações valiosas.
‘Noivo Neurótico, Noiva Nervosa’ é um daqueles clássicos, imperdíveis. Para se ter em casa, ver e rever, saboreando um bom vinho e ao lado de uma excelente companhia.
Avaliação: ****
A Rosa Púrpura do Cairo
Título original: The Purple Rose of Cairo
País: EUA
Ano: 1984
Gênero: Comédia romântica
Duração: 84 min
Direção: Woody Allen
Elenco: Jeff Daniels, Mia Farrow, Danny Aiello, Irving Metzman, Stephanie Farrow, Dianne Wiest, Edward Herrmann, John Wood e Van Johnson.
Sinopse: durante os anos da Grande Depressão nos Estados Unidos, Cecília (Mia Farrow) é uma garçonete que, depois de despedida do emprego, passa a se distrair vendo sucessivamente o filme "A Rosa Púrpura do Cairo", até que presencia o dia em que seu ator principal (Gil Sheperd) literalmente sai da tela do cinema para viver a vida real. Os executivos de Hollywood ficam loucos com o ator, querendo impedir que ele continue saindo de outras salas de projeção, enquanto ele passa a ter um caso com Cecília.
Crítica: Woody Allen, definitivamente, é um cineasta sempre capaz de surpreender o público. “A Rosa Púrpura do Cairo” é mais um exemplo de sua extensa obra cinematográfica. Com muita criatividade e sutileza, constrói uma homenagem ao cinema e aos cinéfilos, compartilhando, por meio da estória de Cecília (Mia Farrow), os sonhos mais profundos de um amante dessa arte.
A trama se situa na década de 30, nos anos da Grande Depressão. Cecília, uma sonhadora garçonete utiliza o cinema como refúgio, para esquecer-se de seus problemas e de suas mágoas, e apenas distrair-se em sua paixão pelos filmes. É então que despedida de seu emprego e desolada, passa a frequentar sucessivamente as sessões da mesma película, A Rosa Púrpura do Cairo. Eis que inesperadamente o personagem sai da tela para declarar seu amor por ela. Sim, ele foge da projeção para viver uma aventura romântica com seu amor na vida real. Porém, o ator que o interpreta passa a intervir na situação, quando começa a se aproximar da jovem.
Com uma narrativa sensível e doce retratam-se as dificuldades enfrentadas pela ingênua protagonista que sofre, também, com os maus tratos de seu marido violento. O cineasta trata, sobre a ótica de uma única personagem, toda a importância que um filme tem para aqueles que amam verdadeiramente o cinema. A trama de protagonista serve como referência à própria vida dos cinéfilos, servindo para mostrar que, tanto para a jovem quanto para esse público, o cinema significa muito mais do que mera diversão.
A cenografia é outro ponto de destaque na produção, pois Allen remonta uma estética caótica à década de 30, onde as ruas são pouco movimentadas e escuras (observe a cena do parque, não há absolutamente ninguém lá), e o bairro onde reside Cecília é pobre e carente de cuidados; toda a técnica é feita e pensada de forma para ilustrar como era a situação norte-americana durante um período denso onde o país se encontrava numa terrível crise econômica.
Embora seja um enredo totalmente surreal, Allen soube na medida certa e com um humor elegante mesclar realidade e ficção, contando, é claro, com a boa interpretação de Mia Farrow.
A obra é obrigatória para todos aqueles que admiram o cinema como arte.
Avaliação: ****
Cenas em um Shopping
Título original: Scenes From a Mall
País: EUA
Ano: 1991
Gênero: Comédia
Duração: 87 min
Direção: Paul Mazursky
Elenco: Woody Allen, Bette Midler, Bill Irwin, Daren Firestone, Rebecca Nickels, Paul Mazursky.
Sinopse: inicialmente, o casal formado por Woody Allen e Bette Midler resolve comemorar seu 16º aniversário de casamento num shopping center. É época de Natal e eles aproveitam para fazer compras. Porém, as coisas não saem como o planejado e acabam desandando para uma lavação de roupa suja em público.
Crítica: a trama conta com momentos curiosos e divertidos, poucos coadjuvantes, sendo que o principal deles é o mímico, interpretado por Bill Irwin, que fica circulando pelo shopping e, em diversos momentos, se encontra com o casal.
A atuação dos atores é boa e os diálogos são afiados, mostrando como o comportamento humano é vulnerável. Um filme mediano; para descontrair.
Avaliação: ***
Dirigindo no Escuro
Título original: Hollywood Ending
País: EUA
Ano: 2002
Gênero: Comédia
Duração: 112 min
Direção: Woody Allen
Elenco: Woody Allen, Erica Leerhsen, Téa Leoni, Debra Messing, Mark Rydell, Tiffani-Amber Thiessen, Mark Webber, Treat Williams e Scott Wolf.
Sinopse: Val Waxman (Woody Allen) é um diretor que fez muito sucesso nos anos 70 e 80, mas que agora só é chamado para dirigir comerciais de TV. Isso tudo tende a mudar quando, finalmente, um grande estúdio o convida para filmar um candidato a blockbuster. Porém, como desgraça pouca é bobagem, Waxman é subitamente acometido por uma cegueira misteriosa. Como não pode perder essa chance de voltar a ser famoso, o cineasta passa a tentar esconder de todos que não consegue ver absolutamente nada.
Crítica: uma história simples, direta e divertida, apesar de não ser a obra-prima do cineasta. Ele está ótimo no papel dessa cômica e surrealista trama.
Como de costume nos longas de Woody Allen, não faltam muitos diálogos ágeis, sarcásticos e ferinos e citações cults.
Um filme que diverte e agrada.
Avaliação: ***
Igual a Tudo na Vida
Título original: Anything Else
País: EUA/França/Holanda/Inglaterra
Ano: 2003
Gênero: Comédia, romance
Duração: 108 min
Direção: Woody Allen
Elenco: Woody Allen, Jason Biggs, Fisher Stevens, Anthony Arkin, Danny DeVito, Christina Ricci, Kadee Strickland, Jimmy Fallon, Diana Krall, William Hill e Stockard Channing.
Sinopse: o aspirante a roteirista Jerry Falk (Jason Biggs) apaixona-se pela volúvel Amanda (Christina Ricci) e juntos vivem uma relação amorosa complicada e hilariante. Com os conselhos de um experiente roteirista, David Dobel (Woody Allen), Jerry tenta solucionar seus problemas amorosos com Amanda.
Crítica: mesmo não estando entre os melhores filmes de Woody Allen, é uma bela comédia romântica com piadas leves e humor refinado, em cenário nova-iorquino. Com a direção primorosa do cineasta, os jovens atores Jason Biggs e Christina Ricci dão um show de interpretação.
Jerry Falk (Biggs) é um escritor de comédia de Nova York, que se apaixona pela namorada do amigo (Jimmy Fallon). A jovem é Amanda (Ricci), com quem logo começa a se relacionar. O romance dos dois, entretanto, esbarra em alguns problemas, como o insaciável apetite sexual da jovem, que busca prazer fora do relacionamento; e a mãe instável da mesma. No meio disso tudo ainda tem o problema de que Jerry não é psicologicamente capaz de terminar relações, por medo de ficar sozinho. E isso não acontece somente nos relacionamentos amorosos, mas também nos de trabalho. Jerry mantém contrato com um empresário picareta (Danny DeVito) e com seu psicólogo incompetente (William Hill) só pelo medo de se desligar.
No meio de todos estes conflitos surge David Dobel (Woody Allen), um colega de profissão de Jerry, que logo passa a dar conselhos ‘nada convencionais’ em sua vida.
Com muito estilo ‘woodyano’ e sua neurose intimista, o longa diverte e faz refletir. As melhores cenas, claro, são quando Allen toma à frente e descarrega seus diálogos freneticamente.
Avaliação: ***
Melinda e Melinda
Título original: Melinda and Melinda
País: EUA
Ano: 2004
Gênero: Comédia
Duração: 100 min
Direção: Woody Allen
Elenco: Radha Mitchell, Will Ferrell, Chlöe Sevigny, Chiwetel Ejiofor, Larry Pine e Wallace Shaw.
Sinopse: quatro sofisticados nova-iorquinos se encontram para jantar em uma noite chuvosa. Uma história contada durante o jantar dá início a uma conversa entre Max (Larry Pine) e Sy (Wallace Shaw), dois escritores, que passam a discutir a dualidade do drama humano através das máscaras da tragédia e da comédia. Os dois escritores passam então a desenvolver duas histórias, uma cômica e outra trágica, protagonizadas por uma mulher chamada Melinda (Radha Mitchell).
Crítica: o longa-metragem conta duas histórias em paralelo, mesclando drama e comédia. Infelizmente, o humor aqui é bem contido.
Mas o filme é coeso, eficiente e inteligente. Não é a melhor obra de Woody Allen. É apenas o estilo já conhecido do diretor, com trama ambientada nos cenários chiques e românticos de Nova York, personagens pertencentes à fauna artístico-intelectual da cidade e trilha sonora pontuada por canções de jazz. A diferença é que, dessa vez, Woody conseguiu comprimir duas tramas dentro de um único filme.
Um bom elenco!
Avaliação: ***
Match Point
Título original: Ponto Final
País: Reino Unido/EUA/Luxemburgo
Ano: 2005
Gênero: Drama
Duração: 124 min
Direção: Woody Allen
Elenco: Scarlett Johansson, Jonathan Rhys-Meyers, Emily Mortimer, Matthew Goode, Brian Cox e Penelope Wilton.
Sinopse: aborda a divisão entre a boa e a má sorte na vida. Chris Wilton (Jonathan Rhys Meyers), um tenista profissional irlandês é acolhido no seio de uma família de alta sociedade inglesa, recebe um cargo em sua empresa e se casa com sua filha Chloe (Emily Mortimer). Sua relação com a família é afetada quando vive uma aventura amorosa com a ex-noiva de seu cunhado, Nola Rice (Scarlett Johansson), uma jovem sedutora norte-americana que procura inutilmente espaço em Londres como atriz.
Crítica: um roteiro envolvente e inteligente, que mantém o suspense do início ao fim, sem previsibilidades. O personagem principal arrisca com a sorte, que está sempre do seu lado, mesmo quando a situação parece insolúvel. Scarlett Johansonn e Jonathan Rhys-Meyers formam uma boa dupla, estão bem sintonizados. A trilha sonora é ótima e um toque de humor, característico dos filmes de Woody Allen. Muito bom!
Avaliação: ****
Scoop – o Grande Furo
Título original: Scoop
País: EUA
Ano: 2006
Gênero: Comédia, romance
Duração: 96 min
Direção: Woody Allen
Elenco: Hugh Jackman, Scarlett Johansson, Ian McShane, Fenella Woolgar, Kevin McNally, Romola Garai, Carolyn Blackhouse, Sam Friend, Mark Heap e Woody Allen.
Sinopse: Sondra Pransky (Scarlett Johansson) é uma estudante de jornalismo que está visitando alguns amigos em Londres. Ela vai ao show de mágica de Sidney Waterman (Woody Allen), que a chama ao palco para fazer o truque de desmaterialização. Sondra entra em uma caixa, mas, enquanto o truque acontece, surge para ela o espírito do repórter Joe Strombel (Ian McShane), morto recentemente, que lhe oferece um grande furo: a identidade do assassino do tarô. Ele diz a Sondra que o assassino é Peter Lyman (Hugh Jackman), um aristocrata inglês. Sondra e Sid decidem investigar Lyman, e ela acaba se apaixonando por ele.
Crítica: ótimas piadas, personagens cativantes, romance encantador, diálogos divertidos, um pouco de suspense e diversão descompromissada – é o que oferece ‘Scoop’, um dos filmes menores de Allen, mas nem por isso menos encantador.
Tudo é exageradamente caricato: personagens, situações surreais, diálogos, roteiro, e isso é o melhor na obra. A proposta é exceder mesmo nos clichês, sentimentalismo e romance.
Scarlett Johansson encara com muita dedicação a personagem, uma jornalista quatro-olhos, esquisita, uma mistura de inocência com determinação. O personagem de Woody Allen também é encantador, mas perde seu brilho ao ser vivido pelo próprio cineasta, que errou ao "se escalar" para o papel. Allen é um bom diretor, mas parece nunca achar um ator que consiga viver seus personagens da forma que lhe agrade, mas também não prejudica a trama, pois Sid Waterman, seu personagem, não é o mais importante. Hugh Jackman vive o personagem mais enigmático da trama, de forma que nunca conseguimos decifrar suas verdadeiras intenções.
Há também um ar sobrenatural no filme, temperado por um leve humor negro. A Morte, uma personagem concreta nesse filme, é caracterizada da forma mais caricata possível: silenciosa e mórbida, coberta por um volumoso capuz preto que lhe cobre toda (seja lá o que ela tiver para cobrir). O melhor é que tudo acaba sendo abordado de forma cômica, e não horrenda. As cenas nessa sequência são hilárias.
Pode não ser uma obra-prima, porém ainda conserva a originalidade e frescor de Allen. Divertido o suficiente para entreter com qualidade os 96 minutos da película.
Avaliação: ***
O Sonho de Cassandra
Título original: Cassandra’s Dream
País: EUA / França / Reino Unido
Ano: 2007
Gênero: Drama, suspense
Duração: 108 min
Direção: Woody Allen
Elenco: Colin Farrell, Ewan McGregor, Tim Wilkinson, Sally Hawkins, Hayley Atwell, Ashley Madekwe, Andrew Howard, Stephen Noonan, Jennifer Higham e Lee Whitlock.
Sinopse: dois irmãos estão ávidos para melhorar suas vidas. Terry (Colin Farrell) é um jogador compulsivo afogado em dividas e Ian (Ewan McGregor) é o jovem sonhador que se apaixona pela bela atriz Angela Stark. Seu tio milionário (Tim Wilkinson) torna suas vidas, pouco a pouco, em um emaranhando de intrigas e interesses com resultados desastrosos.
Crítica: diferente das comédias ambientadas em Nova York, aqui Woody Allen conta uma história dramática em Londres.
O foco – a culpa diante de uma atitude que não pode ser revertida – é vivida pelos dois irmãos (Farrell e McGregor) que são muito bem dirigidos no filme, personificando respectivamente, Terry e Ian, de comportamentos e perspectivas opostas e, mesmo assim, amigos e cúmplices incondicionais.
Aliás, a conjuntura em que os irmãos se encontrem é decisiva para que uma atitude drástica seja tomada por eles. Por conta das dificuldades financeiras, eles recebem uma oferta tão interessante quanto temível de seu tio Howard (Tom Wilkinson, sempre excelente em suas performances). Depois de cometido o mal, suas vidas nunca mais serão as mesmas.
O roteiro bem escrito assinala, durante toda a trama, as diferenças de personalidade entre os irmãos.
Não é uma grande obra, mas Woody Allen sempre consegue com histórias simples levantar debates sobre o comportamento humano.
Confira!
Avaliação: ***
Vicky Cristina Barcelona
Título original: Vicky Cristina Barcelona
País: Espanha/EUA
Ano: 2008
Gênero: Comédia, romance
Duração: 96 min
Direção: Woody Allen
Elenco: Javier Bardem, Rebecca Hall, Scarlett Johansson, Penélope Cruz, Patricia Clarkson, Chris Messina e Christopher Evan Welch.
Sinopse: duas jovens americanas, Vicky (Rebecca Hall) e Cristina (Scarlett Johansson) viajam para Barcelona para passar as férias de verão. Vicky é sensível e está com casamento marcado, já Cristina é uma aventureira tanto emocionalmente como sexualmente. Durante uma exposição de arte, ambas se encantam pelo pintor Juan Antonio (Javier Bardem), que as convida mais tarde, durante um jantar, para uma viagem. O que elas não sabiam é que o galante sedutor mantém um relacionamento problemático com sua ex-esposa Maria Elena (Penélope Cruz). E as coisas ainda ficam piores porque as duas, cada uma de sua forma, se interessam por ele, dando início a um complicado "quadrado" amoroso.
Crítica: uma comédia cheia de vida, divertida e uma liberal celebração ao amor e a todas as suas configurações. E o visual do Mediterrâneo, garantido pela excelente fotografia, é mais um atrativo para assistir ao longa.
Curiosidade: Penélope Cruz ganhou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, em 2009.
Avaliação: ***
Tudo Pode Dar Certo
Título original: Whatever Works
País: EUA
Ano: 2009
Gênero: Comédia
Duração: 90 min
Direção: Woody Allen
Elenco: Larry David, Evan Rachel Wood, Patricia Clarkson, Henry Cavill, Ed Begley Jr., Willa Cuthrell-Tuttleman, Jessica Hecht, John Gallagher Jr., Lyle Kanouse, Oleg Krupa, Carolyn McCormick, Michael McKean e Christopher Evan Welch.
Sinopse: Boris Yellnikoff (Larry David) é um velho rabugento que tem o hábito de insultar seus alunos de xadrez. Ex-professor da Universidade de Columbia, ele considera ser o único capaz de compreender a insignificância das aspirações humanas e o caos do universo. Um dia, prestes a entrar em seu apartamento, Boris é abordado por Melodie St. Ann Celestine (Evan Rachel Wood), que lhe implora para entrar. Ele atende ao pedido, a contragosto. Percebendo sua fragilidade, Boris permite que ela fique no apartamento por alguns dias. Ela se instala e, com o passar do tempo, não aparenta ter planos de deixar o local. Até que um dia diz estar interessada nele.
Crítica: um longa-metragem muito espirituoso, sem dúvida. No início, o protagonista vivido por Larry David conversa com o público dando uma ideia do que será o filme. Por meio de um personagem sarcástico, rabugento, mal humorado e sem “papas na língua”, ele critica a sociedade hipócrita e seus falsos moralismos. Nada escapa: negros, judeus, imigrantes, homossexualismo, religião, família, educação. Os diálogos são afiadíssimos e muito inteligentes. Tudo ali parece chocar. Amores improváveis e relações impossíveis, mas essa é a intenção: romper paradigmas criados pelos 'supostos humanos normais'. Além do personagem principal, Patricia Clarkson destaca-se como a mãe de Melody. Uma comédia repleta de mensagens sérias e fortes. Um filme para se indicar aos amigos. Mesmo para os que não são fãs de sua obra, vale a pena assisti-la. Woody Allen está em um bom momento cinematográfico.
Avaliação: ***
Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos
Título original: You Will Meet a Tall Dark Stranger
País: EUA/Espanha
Ano: 2010
Gênero: Comédia romântica
Duração: 98 min
Direção: Woody Allen
Elenco: Anthony Hopkins, Naomi Watts, Antonio Banderas, Josh Brolin, Gemma Jones e Freida Pinto.
Sinopse: a história se passa em Londres e narra a vida de personagens interrelacionados, mostrando como pessoas podem precisar de ilusões ou fantasias para seguir adiante com sua existência.
Seus personagens estão em uma trama que é apresentada por um narrador citando Shakespeare. Vão então surgindo os pobres sofredores, com destaque para a dor da senhora abandonada pelo marido depois de 40 anos de casamento. Para encontrar um rumo, ela procura uma vidente, que a enche de esperança com clichês como o usado como título do filme.
Crítica: apesar de não ser uma comédia brilhante ou memorável como o seu trabalho anterior – Tudo pode Dar Certo –, o filme traz cenas, situações e diálogos inteligentes, engraçados e carregados mensagens.
Repleto de personagens que discutem e reveem a relação a dois, previsível em algumas partes e em outras não, a trama ainda consegue surpreender e agradar os fãs do cineasta.
Com um elenco excelente (destaque para Gemma Jones, que vive Helena, e também para Josh Brolin como Roy), tiradas típicas e uma trama criativa, prende a atenção mais uma vez.
Afinal, Woody Allen sabe, como poucos, explorar sentimentos e todas suas nuances e contradições.
Avaliação: ***
Meia-Noite em Paris
Título original: Midnight in Paris
País: EUA/Espanha
Ano: 2011
Gênero: Comédia, romance
Duração: 100 min
Direção: Woody Allen
Elenco: Michael Sheen, Rachel McAdams, Adrien Brody, Owen Wilson, Carla Bruni, Tom Hiddleston, Alison Pill, Kathy Bates, Léa Seydoux, Corey Stoll e Kurt Fuller.
Sinopse: uma família vai a capital da França a negócios, onde um jovem casal de noivos é forçado a confrontar a ilusão de que uma vida diferente do seu estilo de viver é melhor.
Crítica: um filme de Woody Allen é sempre inspirador. Instiga o raciocínio, desperta fortes emoções e aflora sentimentos. Nessa obra, é clara a declaração de amor por Paris com cenários deslumbrantes, com um texto rico em citações literárias e artísticas em geral, e com uma idolatria ao romantismo. A criatividade é o ponto alto da trama, onde seus personagens transportam-se para tempos passados onde gostariam de ter vivido.
Porém, o filme é menos espirituoso e profundo do que estamos acostumados a ver. Bastante enxuta, a história parece terminar repentinamente como se tivesse faltado algo para acrescentar. Talvez a escolha dos protagonistas não tenha sido tão feliz, assim como a de alguns coadjuvantes, enfraquecendo um pouco o que se pretendia passar ao espectador.
A impressão que fica é de que ele mesmo não gostou do resultado final. Frustrado, teria optado por reduzir as sequências? Não haveria outras cenas ou diálogos que valessem a pena?
De qualquer forma, a película merece ser vista e, mais uma vez, ao sairmos da sala de cinema, ficamos com vontade de ver mais Woody Allen. Quando será a próxima película? Esperamos que seja logo.
Avaliação: ***
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