segunda-feira, 28 de julho de 2014

O Homem Elefante (The Elephant Man)

País: EUA
Ano:1980
Gênero: Drama
Duração: 124 min
Direção: David Lynch
Elenco: John Hurt, Anthony Hopkins, Freddie Jones, Anne Bancroft e John Gielgud.

Sinopse: uma assustadora aberração de circo, John Merrick (John Hurt) é rotineiramente humilhado por seu mestre Bytes (Freddie Jones). Mas Frederick Treeves, um famoso cirurgião (Anthony Hopkins), fica fascinado por aquele personagem grotesco e o leva para o hospital em que trabalha. Fora daquele ambiente hostil, o médico vai descobrir que, a despeito de sua aparência incomum, Merrick é um ser humano sensível, inteligente e gentil.

Crítica: com oito indicações ao Oscar (em 1981) e tendo conquistado, em 1982, o César de Melhor Filme Estrangeiro, ‘The Elephant Man’ foi o primeiro filme reconhecido do diretor David Lynch. Em preto-e-branco e baseado numa história real de um órfão “ganha-pão” de Mr. Bytes (Freddie Jones), o longa conta a vida de Joseph Merrick, nascido em Leicester, Inglaterra em 1862.
Mas muito mais do que isso, o roteiro preciso e a direção segura de Lynch provam como a sociedade pode ser hipócrita e desprezível.
Joseph tinha dois anos quando sua mãe notou que o filho tinha algo estranho. O moço deixou a casa cedo e foi vendedor de rua, operário, mas só conseguiu ser reconhecido como um freak-show (espetáculo de aberrações). Serviu como “ganha-pão” de um homem que o apresentava num circo, vivia em numa espécie de cativeiro e ainda era açoitado por seu ‘dono’ como ele costumava se apresentar.
Seu destino só muda ao ser encontrado pelo Dr. Treves, futuro médico da Família Real Britânica, quando é levado para morar no Hospital de Londres onde trabalhava (depois de convencer o diretor) e ter uma qualidade de vida melhor. Ali é estudado, nascendo um vínculo de amizade entre os dois, porém, a princípio, o médico queria apenas se vangloriar de sua descoberta. Os questionamentos vêm em seguida, quando ele se pergunta qual a diferença dele para Bytes; ele é um homem bom ou mau. Merrick teria somente mudado de palco, já que agora era visitado no hospital por gente de toda a sociedade londrina.    
É interessante ver como essa criatura de aparência anormal consegue aproximar-se do espectador. Quando nos demos conta, estamos completamente envolvidos com sua dor e sofrimento.
Mesmo com uma medicina pouco evoluída na época, o médico Treeves foi perspicaz ao perceber que ele entendia tudo o que lhe era dito, ele sabia ler e escrever e tinha sentimentos como qualquer ser humano, digno de carinho e atenção. Outra pessoa que o ajuda a se aceitar é a senhora Kendall, uma atriz famosa. Posteriormente, ele inclusive vai ao teatro e assiste, de camarote, à sua apresentação, ao lado do seu médico e da corte londrina.
Contudo, ele passou por diversas humilhações. Infelizmente, à época, as pessoas pagavam para assistir ao circo de horrores.
O cineasta é fiel à grande maioria dos fatos (os extras ao final comprovam isso e deve ser assistido) e faz uma excelente crítica aos valores e à ética.
Joseph (na verdade, esse era seu nome) morreu de asfixia em 1890, quando foi deitar para dormir, o peso da cabeça esmagou a traqueia. Seu corpo está conservado no Hospital Real Londres. Lá também está a maquete de uma catedral que ele construiu no tempo em que residiu no hospital.
Depois de vários estudos do seu esqueleto, suspeita-se que ele sofria de uma anomalia rara (um para cada quatro mil nascimentos): neurofibromatose múltipla – a doença congênita que apresenta neurofibromas (tumores) e deformações esqueléticas, envolvendo também o sistema nervoso central. No entanto, tal diagnóstico não tem 100% de aprovação.
Sua irmã também teria o mesmo problema, só que em um grau menor. A mãe morrera quando ele tinha sete anos. O pai casou-se novamente e a madrasta não o aceitava. Ele, por conta própria, procura o reformatório e, também, é ele que busca o freak-show para ganhar dinheiro (isso não é revelado no filme). Todavia, os planos de se sustentar não saíram como ele tinha planejado. Em mãos erradas, ele foi escravizado e sofreu muito até encontrar a solidariedade de alguém.

Avaliação: ****

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A História de Adele H. (L'Histoire D'Adèle)

País: França
Ano: 1975
Gênero: Drama
Duração: 97 min
Direção: François Truffaut
Elenco: Isabelle Adjani, Bruce Robinson e Sylvia Marriot.

Sinopse: Adèle Hugo (Isabelle Adjani), filha do escritor Victor Hugo, é abandonada pelo tenente Pinson (Bruce Robinson), por quem estava perdidamente apaixonada. Em 1861, ele deixa o país para servir na base de Halifax, no Canadá, e já não se lembra mais de Adèle. Ela o atormenta a ponto de anunciar o casamento dos dois num jornal local, provocando o rompimento da união dele com a filha de um juiz. Doente, sem recursos, ela empreende uma perseguição implacável que resulta em sua própria loucura.

Crítica: o que é o amor, afinal? Diversas formas já foram contempladas no cinema: sentimento mútuo entre duas pessoas, platônico, edipiano, triângulo amoroso, irracional, passional, incondicional. Em “A História de Adele H., D, há obsessão egocêntrica e possessiva de Adèle H. por algo que ela acredita ser o amor.
Sonha com situações que não existem, cria diálogos que não acontecem, escreve inúmeras cartas em nome do seu pretendente (Tenente Pinson) mentindo para todos e para ela mesma.
Faz sua família acreditar que é correspondida, quando o procura em Halifax, e que irão se casar. No entanto, a única reação de Pinson é a indiferença e até o desprezo. Vive num universo fantasioso, concebido em sua imaginação, quando nitidamente o mais acertado seria partir e dar um rumo à sua vida. Mas ela mergulha cada vez no caos ao ponto de manipular e inventar coisas que impeçam Pinson de viver sua vida ao lado de outra mulher.          
Talvez a explicação para o comportamento de Adèle esteja em sua história familiar. Os pais pareciam preferir a irmã Leopoldine, a irmã mais velha que morrera afogada; e suas aspirações não ganham espaço – durante o filme ela pergunta diversas vezes nas cartas sobre a publicação de uma música que nunca será feita). Tanta negação e limitação a faz construir uma vida de mentira. Ao se hospedar em uma pensão na cidade, ele diz se chamar “miss Lewly” e que Pinson é um primo distante, ao iniciar sua investigação sobre ele, afinal há muito tempo não se viam. Todos também desconhecem que ela é filha do famoso poeta Victor Hugo.
Tal mergulho a impede de vislumbrar uma real chance de amor e felicidade. O rapaz da livraria onde ela comprava rolos e rolos de folhas para escrever era jovem e fazia de tudo para agradá-la, porém tudo em vão. Ignora, também, os conselhos do pai e os pedidos para ver sua mãe que está muito doente e acaba falecendo.
Quando enfim ela desiste de lutar por algo que nunca pertenceu ou pertencerá a ela, passa a vagar pelas ruas, virando até chacota para as crianças, sem reconhecer sequer o próprio Pinson quando este passa por ela, uma vez que o Pinson real já não mais importa. Ela amava uma outra pessoa, alguém que ela idealizou.
Truffaut faz, sem dúvida, um belo retrato do comportamento feminino. Isabelle Adjani tem uma atuação surpreendente, tendo sido indicada para o Oscar de Melhor Atriz.

Avaliação: ***

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O Homem das Multidões

País: Brasil
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 95 min
Direção: Cão Guimarães e Marcelo Gomes
Elenco: Sílvia Lourenço, Paulo André e Jean-Claude Bernardet.

Sinopse: Juvenal é um maquinista de metrô em Belo Horizonte. Margô controla o fluxo dos trens. Ambos vivem em um estado de profunda solidão, cada um à sua maneira. O filme é uma reflexão sobre diferentes formas de solidão e amizade no universo urbano brasileiro.

Crítica: ambientado em Belo Horizonte (MG), o longa poderia se passar em qualquer outra cidade brasileira que atualmente vive um processo de desenvolvimento atrelado ao crescimento populacional e de certa desorganização social excludente. É nessa situação que conhecemos Juvenal, o tal homem das multidões que prefere caminhar ao redor de milhares de pessoas sem interagir com nenhuma, numa tentativa de sentir-se parte do meio que o circunda. Sem família, amigos ou vizinhos, Juvenal passa os dias a conversar consigo mesmo num apartamento adaptado de uma sala comercial quase sem móveis e paredes. O exercício físico diário na varanda do prédio e a limpeza do ambiente são refúgios que Juvenal encontra para fugir da sua realidade vazia e solitária, tal qual seu apartamento.
O filme que encerra a trilogia da solidão proposta por Cão Guimarães, iniciada com a Alma do Osso (2004) e Andarilho (2006), juntamente com o pernambucano Marcelo Gomes (Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo, 2009), faz um retrato sobre as amizades, as pessoas solitárias e as cidades contemporâneas.
O cotidiano apático de Juvenal só é quebrado quando Margô, supervisora de tráfego do metrô e claramente agorafóbica, decide ir além da cordialidade convidando-o para ser padrinho do seu casamento com um noivo que conheceu através da internet. Ambos vivem na tentativa de construir subterfúgios para suas realidades – uma vida inventada que imerge num mundo próprio de amizades e encontros silenciosos.
Em meio a tantas comédias ‘globais’, uma trama mais humana e que requer reflexão e atenção.

Avaliação: ***

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terça-feira, 22 de julho de 2014

Apenas uma Chance (One Chance)

País: Reino Unido/EUA
Ano: 2013
Gênero: Drama
Duração: 103 min
Direção: David Frankel
Elenco: James Corden, Alexandra Roach, Julie Walters, Colm Meaney e Mackenzie Crook.

Sinopse: a história do cantor lírico Paul Potts. No “Britain’s Got Talent”, o vendedor de celulares foi o grande vencedor e consagrou-se como o mais novo talento da música lírica internacional, e o vídeo de sua audição para participar do programa soma mais de 118,5 milhões de acessos no YouTube. O primeiro trabalho de Potts ganhou as paradas de sucesso e já vendeu mais de 3 milhões de cópias.

Crítica: como diz o protagonista (vivido por James Corden), sua vida é uma ópera, em virtude do número de tragédias que a cercam. Logo, conter as lágrimas no cinema é difícil. Mesmo porque os acontecimentos são mesmo dramáticos.
Durante toda sua infância e adolescência, sofreu bullying. Sua paixão por ópera não era respeitada nem pelo seu pai Roland (Colm Meaney). O pouco apoio que tinha para seguir cantando vinha de sua mãe Yvonne (Julie Walters) e de seu chefe Braddon (Mackenzie Crook), da loja de celulares. Uma terceira mão veio quando conheceu Julz (Alexandra Roach). Conheceram-se pela internet (o encontro foi marcado pelo chefe dele) e acabaram casando-se.
Incentivado por ela, vai para Veneza (Itália) estudar música e fazer um teste com Pavarotti. Mas o nervosismo e a insegurança, sequelas das humilhações sofridas durante toda a vida, o impedem de prosseguir e demonstrar seu talento.
Volta arrasado para sua cidade no País de Gales e para o emprego comum. Depois é convidado a cantar e encenar em uma ópera amadora, no entanto, descobre uma apendicite às vésperas de uma apresentação. Depois, quando pedalava, é atropelado e fica sem andar por um bom tempo.
Mas o pior ainda estaria por vir: descobre que está com um tumor na tireoide. Passam-se aí mais alguns anos até que consegue cantar novamente. Toda essa etapa é intercalada ainda por momentos de depressão.
A chance da virada surge quando lê na internet sobre uma competição de música. Na sorte (cara ou coroa) decide sua participação. Vai e vence, afinal. Um reconhecimento merecido.
Apesar de todas as adversidades, ele supera seus medos e consegue fazer o que mais gosta: cantar.  
O filme intercala drama e humor na medida certa e passa a mensagem perfeitamente: sonhe e lute para realizar tudo o que pretende, mesmo que pareça impossível.
Em 2007, Paul Potts participou do Britain's Got Talent da ITV, cantou uma ária de Giacomo Puccini (o "Nessun dorma" da ópera Turandot, de 1926) e foi eleito o melhor, entre vários concorrentes. O vídeo do espetáculo foi disponibilizado no YouTube e em sites similares atingindo rapidamente mais de 7 milhões de visualizações nos primeiros dias.

Avaliação: ****

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Edwin Boyd – A Lenda do Crime (Citizen Gângster)

País: Canadá
Ano: 2011
Gênero: Policial
Duração: 105 min
Direção: Nathan Morlando
Elenco: Scott Speedman, Kelly Reilly, Kevin Durand, Joseph Cross, William Mapother, Brendan Fletcher, Brian Cox, Charlotte Sullivan e Joris Jarsky.

Sinopse: baseado em fatos reais, está é a história de Edwin Boyd (Scott Speedman), um ladrão de bancos que virou lenda nos Estados Unidos, depois de uma sequência de assaltos, prisões e fugas da cadeia. Mas Edwin, não era um ladrão qualquer. Charmoso, ele ganhou fama ao destacar-se no mundo do crime por escolher uma vida cheia de perigos.

Crítica: o filme em estilo Bonnie e Clyde (com Faye Dunaway e Warren Beatty, de 1967) ou de Inimigos Públicos (com Johnny Deep, de 2009) é bem produzido e tem boas atuações, tendo recebido cinco indicações no Genie Awards: Direção de arte, Efeitos visuais, ator (Scott Speedman) e Atriz coadjuvante (Charlotte Sullivan).
Mas o destaque mesmo é Scott Speedman que convence como o ex-veterano de guerra e motorista de ônibus que um dia joga tudo para o ar e resolve roubar bancos.
É certo que, naquela época, era tudo mais fácil. Mesmo assim, sua ousadia de ir roubar a pé, sem um carro, e ainda bater um papo rápido com as funcionárias que enchiam as sacolas de dinheiro enquanto ele aguardava impressiona.
Como sempre, depois do primeiro, vieram vários. A maquiagem nos olhos e no rosto e um chapéu eram seu disfarce. Bastante exibicionista, não conseguia parar. Prometeu à esposa (que o flagra um dia em casa anda usando a maquiagem e assim descobre que é ele o ladrão misterioso que é citado nos jornais) que logo que conseguisse um valor maior, eles se mudariam para outro lugar para reconstruir a vida.
Mas as coisas se complicam. Ele vai preso. Foge e volta a roubar agora com mais 3 homens, formando a gangue de Boyd. É preso novamente e também foge.
Sua relação com o pai, por ironia do destino um policial, é péssima. Orgulhoso, nega sua ajuda em uma das vezes que é preso, pegando a prisão perpétua. Um final feliz, tendo em vista a de dois dos seus colegas que assassinam um policial e são condenados à forca.
O cenário é de um Canadá pós-Segunda Guerra, com desemprego, incertezas, militares mutilados ou traumatizados que tentam refazer a vida.
Ainda que o filme glorifique um pouco a trajetória de Boyd, vale a pena conferir. Após cumprir pena de 14 anos, é solto sob condicional por bom comportamento e volta a ser motorista de ônibus. Transferido para o lado oeste do país com uma nova identidade, ganha até um título de ‘Cidadão do Ano’ por ajudar pessoas com deficiências físicas.
No entanto, perde sua esposa e dois filhos que formaram uma nova família. Logo, a vida de risco valeu a pena?
Assista ao filme e conclua. 

Avaliação: ***

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domingo, 20 de julho de 2014

O Melhor Lance (La Migliore Offerta)

País: Itália
Ano: 2013
Gênero: Suspense
Duração: 131 min
Direção: Giuseppe Tornatore
Elenco: Geoffrey Rush, Jim Sturgess, Sylvia Hoeks e Donald Sutherland.

Sinopse: no mundo dos leilões de arte e antiguidades de alta qualidade, Virgil Oldman (Geoffrey Rush) é um conhecido e apreciado especialista em arte. Ele é contratado por uma jovem herdeira, Claire Ibbetson (Sylvia Hoeks), para leiloar a grande coleção de obras de arte deixada por seus pais. Mas, por alguma razão, Claire sempre se recusa a ser vista pessoalmente. Robert (Jim Sturgess), que ajuda Virgil a restaurar e montar algumas peças mecânicas antigas que encontra na casa da moça, também lhe dá conselhos sobre como ganhar sua confiança e lidar com os sentimentos que tem em relação a ela.

Crítica: o filme acompanha um recorte da vida de um notável leiloeiro, Virgil Oldman, cujos profundos conhecimentos no campo da arte permitem que o mesmo possa usar de artimanhas para enganar clientes e tomar para si, ajudado pelo comparsa Billy (Donald Sutherland), as obras que considera mais valiosas. Entra em cena então a misteriosa Claire Ibbetson que contrata seus serviços para inventariar e leiloar os objetos da velha casa de seus falecidos pais. Movido pela ganância, ao encontrar e apoderar-se de uma peça que pode fazer parte de uma valiosíssima obra do invento francês Vaucanson, Oldman tenta lidar com o estranho comportamento de Claire, enquanto tenta remontar a objeto com a ajuda do habilidoso Robert, mas acaba envolvendo-se emocionalmente com a moça.
O Sr. Oldman é uma figura controversa, um notável solitário, que trata todos, sem exceção, com arrogância e desprezo. Parece importar-se unicamente com a arte, e por essa razão não mede esforços para conseguir as obras que lhes são mais preciosas, inclusive chegando ao ponto de roubar obras da casa de seus clientes. No entanto, o ar arrogante é deixado de lado quando ele sente-se atraído pela personalidade da moça, revelando ali suas fraquezas e tornando-se, sem saber, uma possível vítima de uma cilada.
O roteiro misterioso prende a atenção (ainda que se estenda demais) e explora assuntos curiosos.

Avaliação: ***

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Kes

País: Reino Unido
Ano: 1969
Gênero: Drama
Duração: 110 min
Direção: Ken Loach
Elenco: David Bradley, Freddie Fletcher, Lynne Perrie, Colin Welland, Brian Glover, Bob Bowes, Bernard Atha, Laurence Bould, Joey Kaye, Ted Carroll e Robert Naylor.

Sinopse: um dos primeiros filmes da carreira do consagrado diretor Ken Loach, Kes conta a história de um menino que vive em bairro pobre da cidade que, violentado em casa e ridicularizado na escola, acha uma forma de abstrair de sua dura realidade treinando um falcão.

Crítica: Ken Loach tem uma longa lista de filmes, sobretudo a partir do ano 2000, e todos excelentes. Só para citar alguns: Ladybird Ladybird(1994), Terra e Liberdade (1995), Pão e Rosas (2000), Ventos da Liberdade (2005), Procurando por Eric (2009), Cada um com seu Cinema (2007).
Todos têm uma crítica forte e personagens profundos. Apesar de ‘Kes’ ser seu primeiro trabalho, ele já consegue aqui deixar uma forte impressão do que estaria por vir.
O protagonista Billy (interpretado por David Bradley) é um achado. Ele consegue ser natural e fluir muito bem em seu papel, apesar da pouca idade. Tanto que recebeu o prêmio de Melhor Ator no Bafta. Hoje, Bradley está com 72 anos e, mesmo sendo famoso na Grã-Bretanha por suas atuações em teatro e musicais, ganhou notoriedade mundial fazendo o mal-encarado zelador Argus Filch na série de filmes Harry Potter.
‘Kes’ mostra o retrato de um menino pobre, vivendo em uma família desestruturada e sem perspectivas na vida. Sofre bullying na escola, a frieza e o desinteresse dos professores com uma educação rígida aumentam mais ainda a sensação de não pertencer àquele lugar. O irmão é violento, a mãe não o compreende e sua única forma de se sentir útil e quando treina um falcão que encontrou. Um dos poucos momentos de felicidade é quando o professor pede que ele relate como ele cuida e treina sua ave.
Os diálogos são bons e algumas falas de Billy realmente chamam a atenção pela seriedade. Ele não tem uma infância normal e ele sabe que isso está sendo tirado dele. Ele sonha em estudar, não quer terminar trabalhando nas minas de carvão como seu irmão, mas o futuro parece nada promissor.
Um filme com muito significado e um final realista.

Avaliação: ***

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Infância Roubada (Der Verdingbub)

País: Suíça
Ano: 2011
Gênero: Drama
Duração: 103 min
Direção: Markus Imboden
Elenco: Andreas Matti, Katja Riemann, Stefan Kurt, Hanspeter Müller, Heidy Forster e Miriam Stein.

Sinopse: Max (Andreas Matti) é um garoto órfão que vive em uma família e precisa trabalhar duro e suportar maus tratos. Mas as notas do acordeom e seu desejo de fugir para a Argentina com sua amiga Bertelli o incentivam a sonhar com uma vida melhor.

Crítica: vivendo em orfanato, o maior sonho de Max é fazer parte duma "família normal". Um dia, o reverendo vai até o local e a responsável pelo local o escolhe para que ele seja levado para um casal de camponeses em sua pequena fazenda. Em troca de abrigo e comida, ele terá que arar a terra, colher batatas, tirar leite, entre outras tarefas.
Max não se importa de trabalhar. A questão é que com o tempo ele percebe que os camponeses são tiranos e começam a maltratá-lo: trabalho sem alimentação às vezes, chicotadas, castigos completamente estúpidos e injustos. Tudo piora com a chegada do filho que volta da frente de batalha. O pai bêbado parece odiá-lo e a mãe defende, absurdamente, todos os seus atos.
A matriarca pede ao reverendo também uma menina para ajudá-la a cuidar da sogra enferma e nos serviços domésticos. A escolhida é Bertelli, separada da mãe viúva e desempregada e das duas irmãs menores.
O que se espera é que o lado materno falasse mais alto e Bertelli fosse melhor recebida.
No entanto, tudo fica bem mais pesado para ela.
Max tem no acordeão que era de sua mãe o seu refúgio e Bertelli busca sua salvação na amizade com Max. Juntos eles passam a sonhar em partir para a Argentina, país que desconhecem inclusive a localização. A ideia surgiu quando ouviu um tango no rádio da professora da escola. Ele gostou da música e perguntou que ritmo era e de onde ele provinha.
A urgência de ir embora cresce ainda mais quando descobre que o filho dos camponeses invade todas as noites o quarto de Bertelli para violentá-la.
Nem tudo sai como ele planeja, mas a importância de sonhar é a mensagem do longa, bem produzido e com atuações bastante convincentes.

Avaliação: ***

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domingo, 13 de julho de 2014

Para Sempre Lilya (Lilya 4-Ever)

País: Suécia
Ano: 2002
Gênero: Drama
Duração: 109 min
Direção: Lukas Moodysson
Elenco: Oksana Akinshina, Artyom Bogucharsky e Pavel Ponomaryov.

Sinopse: Lilya (Oksana Akinshina) tem 16 anos e vive em um subúrbio pobre, em algum lugar da antiga União Soviética. Sua mãe mudou-se para os Estados Unidos, com seu novo marido, e Lilya espera que ela lhe envie algum dinheiro. Após algum tempo sem receber notícias nem qualquer quantia dela, Lilya é obrigada a se mudar para um pequeno apartamento, que não possui luz nem aquecimento. Desesperada, ela recebe o apoio de Volodya (Artyom Bogucharsky), um garoto de apenas 11 anos que de vez em quando dorme no sofá de Lilya. A situação muda quando Lilya se apaixona por Andrei (Pavel Ponomaryov), que a convida para iniciar uma nova vida na Suécia. Apesar da desconfiança de Volodya, Lilya aceita o convite e viaja com Andrei.

Crítica: o longa mostra a dura e cruel trajetória da jovem Lilya, que intitula o filme. O abandono total de sua mãe, que parte para os EUA com o amante, a deixa à deriva de toda maldade que há no mundo.
Numa Rússia pobre e decadente, a tia que supostamente viria para criá-la a expulsa de casa; Lilya não tem o que comer, nem onde viver; não consegue nenhum emprego e para de frequentar a escola; é traída pela melhor amiga; é violentada pelos vizinhos devido à mentira inventada por sua ‘amiga’; e, maquiavelicamente, seduzida pelo ‘suposto’ namorado Andrei.
Sua única esperança é o pequeno Volodya, que nutre por ela um amor platônico e que também foi abandonado pela família. Mas até essa amizade sofrerá um duro golpe e as forças de Lilya começam a se esvair. É sua total ruína e o espectador sofre com cada sequência. Durante a trama, imaginamos quantas perspectivas poderiam surgir para salvá-la. 
O longa concorreu ao Oscar de Filme Estrangeiro, mas perdeu para o também excelente “Terra de Ninguém”, de Danis Tanović.

Avaliação: ****

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O Amor é um Crime Perfeito (L'Amour est un Crime Parfait)

País: França/Suíça
Ano: 2014
Gênero: Drama
Duração: 110 min
Direção: Jean-Marie Larrieu e Arnaud Larrieu
Elenco: Mathieu Amalric, Karin Viard, Maïwenn, Marion Duval, Sara Forestier e Denis Podalydès.

Sinopse: professor de literatura tem a fama de colecionar aventuras amorosas com suas alunas. Alguns dias após o desaparecimento daquela que fora sua última conquista, ele encontra Anna que busca informações sobre a nora desaparecida.

Crítica: como o ser humano interage com o desejo da novidade pode ser visto como o foco desse filme que entretém por ter um bom clímax, atuações competentes e uma direção que mantém o ritmo seguro.
A história não é nenhuma novidade e, do meio para o final, a previsibilidade é notável. Mas, ainda assim, traz um leque de opções para entender os destinos dos personagens. São muitas mentiras sendo desmascaradas a cada sequência. Em uma região gelada da França, Marc (Mathieu Amalric) um professor universitário de literatura, metido a Don Juan, adora paquerar suas alunas. Até que ele se vê envolvido no desaparecimento de sua mais brilhante aluna, Barbara (Marion Duval). Quando tudo caminha para o caos na vida de Marc, ele encontra o amor e o desejo de revigorar-se na madrasta dessa aluna desaparecida, Anna (Maïwenn).
O universo do personagem principal é muito bem detalhado. Prestes a perder o emprego na Universidade que leciona, não para de se relacionar com diferentes mulheres, cada uma mais misteriosa que a outra. Além disso, possui um eterno sonambulismo inexplicável, fato que o faz não ter certeza de alguns de seus atos.
Alguns coadjuvantes complementam a trama: sua irmã Marienne (Karin Viard), com que parece manter uma relação incestuosa; e outro professor (Denis Podalydès), com quem pouco simpatiza.
Enfim, o mistério é bem conduzido, assim como a retratação do comportamento humano em diferentes ambientes e situações.

Avaliação: ***

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Amor Fora da Lei (Ain't Them Bodies Saints)

País: EUA
Ano: 2013
Gênero: Drama
Duração: 96 min
Direção: David Lowery
Elenco: Rooney Mara, Casey Affleck, Ben Foster e Keith Carradine.

Sinopse: quando um prisioneiro consegue escapar da prisão, ele inicia uma viagem pelo Texas (EUA) para encontrar a esposa e a filha que ele nunca conheceu.

Crítica: história de um casal de jovens apaixonados nos anos 70 que vive perigosamente – um misto de faroeste e filme de gângsteres. Sangue, violência, silêncios, personagens misteriosos e cenas obscuras só fazem aumentar a atmosfera pesada e melancólica.
O filme de produção independente não conduz bem a trama – ora atropelada demais, ora previsível em excesso e repleta de clichês.
Bob Muldoon (Casey Affleck) foge mais uma vez da prisão. Mas quem na verdade atirou no policial, razão pela qual ele cumpre a pena, foi sua garota, Ruth (Rooney Mara). Eles têm uma filha e, em meio, à vida turbulenta, buscam viver uma história de amor.

Avaliação: **

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Tess – Uma Lição de Vida (Tess)

País: Reino Unido/França
Ano: 1979
Gênero: Drama
Duração: 172 min
Direção: Roman Polanski
Elenco: Nastassja Kinski, Peter Firth, Leigh Lawson, Richard Pearson e John Collin.

Sinopse: em 1880, na Inglaterra, a jovem Tess Durbeyfield (Nastassja Kinski) é filha de um trabalhador rural que vive modestamente no condado de Wessex. Após descobrirem que são parentes de uma família nobre, Tess, a filha primogênita, é enviada para visitar o primo, Alec d'Urberville (Leigh Lawson). A jovem é seduzida e abandonada por Alec, e acaba voltando para a fazenda do pai. Um tempo depois, ela conhece Angel Clare (Peter Firth), o filho de um vigário, e reúne muita coragem para enfrentar os julgamentos da sociedade inglesa e revelar um segredo para essa nova paixão.

Crítica: baseado em uma obra do escritor inglês Thomas Hardy, de 1891, foi uma feliz adaptação para o cinema, tendo ganhado três premiações no Oscar: Melhor figurino, Melhor Direção de Arte e Melhor Fotografia (essa realmente espetacular).
A trama acompanha Tess, uma jovem de família pobre, que passará por todo tipo de dificuldade financeira, sempre tendo ao seu lado tristeza e humilhação.
A crítica à sociedade machista e hipócrita de então é pungente. A eficiente edição traz dinâmica à história repleta de acontecimentos e nos faz pensar como tudo poderia ter sido diferente se as pessoas do século XIX (quando se passa a narrativa) não fossem tão ignorantes e presas a crendices e ao poder da Igreja.
Uma história de amor, marcada pela tragédia e intolerância. Sem dúvida, uma visão pessimista da humanidade.
É interessante como Polanski conduz a trama despertando sempre o interesse do espectador e surpreendendo. O final é impossível de se prever.

Avaliação: ***

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Aviões 2: Heróis do Fogo ao Resgate (Planes: Fire & Rescue)

País: EUA
Ano: 2014
Gênero: Animação
Duração: 83 min
Direção: Roberts Gannaway
Elenco:

Sinopse: desta vez, Dusty e sua turma vão lutae contra um enorme incêndio, e ele aprenderá o que é necessário para se tornar um verdadeiro herói.

Crítica:

Avaliação: a conferir

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A Marca do Medo (The Quiet Ones)

País: EUA/Reino Unido
Ano: 2014
Gênero: Terror
Duração: 98 min
Direção: John Pogue
Elenco: Jared Harris, Sam Claflin e Olivia Cooke.

Sinopse: o professor de uma universidade decide reunir uma equipe de alunos para investigar o estranho caso de uma garota que, aparentemente, é possuída por demônios. O experimento consiste em isolar ela dentro de um casarão, fazendo uma série de testes para que os poderes paranormais na garota se manifestem diante das câmeras.

Crítica:

Avaliação: a conferir

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Rollerball

País: EUA/Alemanha/Japão
Ano: 2002
Gênero: Ação
Duração: 98 min
Direção: John McTiernan
Elenco: Chris Klein, Jean Reno, LL Cool J, Naveen Andrews, Andrew Bryniarski, BT, Kata Dobó e Rebecca Romijn, Janet Wright e Oleg Taktarov.

Sinopse: num futuro próximo, em 2005, o esporte mais popular é o rollerball, um esporte violento que envolve patins, skates e motos. Nele, destacam-se os jogadores Jonathan Cross (Chris Klein), Marcus Ridley (LL Cool J) e Aurora (Rebecca Romijn). O jogo é perigoso e volta e meia alguém morre, mas o pior está fora da arena. O dono do maior time, Petrovich (Jean Reno), é capaz de qualquer coisa para garantir que o placar final esteja a seu gosto. Jonathan e seus colegas tentam revelar a corrupção que existe por trás do jogo, o que pode ser mais perigoso do que imaginam.

Crítica: esse remake do filme de 1975 custou bem mais caro que o original (orçamento de 70 milhões de dólares) e, no entanto, agradou menos. Nos Estados Unidos, a bilheteria foi um fracasso.
Aliás, dizer que é uma refilmagem é uma ofensa, já que da primeira versão mesmo ficou só a competição violenta em si: uma mistura de basquete e hóquei sobre patins, onde há poucas regras e os lances violentos – mais do que tolerados – são incentivados. O inescrupuloso Petrovich (o ótimo Jean Reno desperdiçado num papel caricato e burlesco), dono de uma das equipes competidoras, logo percebe que quanto maior o grau de pancadaria durante o jogo, maiores são os índices de audiência. Consequentemente, ele faz todo o tipo de sujeira nos bastidores para que o sangue corra solto durante as partidas.
O problema é que nada mais acontece no filme, não se propõe nenhuma filosofia ou reflexão, os personagens são fracos e sem profundidade alguma, a história não envolve e a trama ainda apela para cenas de nudez que nada tem a ver com a história. No final, resta apenas violência por violência.

Avaliação: **

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Juntos e Misturados (Blended)

País: EUA
Ano: 2014
Gênero: Comédia
Duração: 117 min
Direção: Frank Coraci
Elenco: Adam Sandler, Drew Barrymore e Bella Thorne.

Sinopse: após um primeiro encontro desastroso, Jim e Lauren viajam, por coincidência, para o mesmo resort familiar durante as férias, junto com seus filhos de casamentos anteriores. Sendo obrigados a conviver, uma atração começa a surgir entre os dois.

Crítica:

Avaliação: a conferir

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quarta-feira, 9 de julho de 2014

22 Balas (L’immortel/22 Bullets)

País: França
Ano: 2010
Gênero: Policial
Duração: 117 min
Direção: Richard Berry
Elenco: Jean Reno, Kad Merad, Richard Berry, Gabriella Wright, Marina Foïs, Claude Gensac, Jean-Pierre Darroussin, Venantino Venantini e Fani Kolarova.

Sinopse: depois de anos vivendo fora da lei, Charly Mattei (Jean Reno) resolveu nos últimos três anos se dedicar a família e viver harmoniosamente com sua esposa e seus dois filhos. No entanto, em uma manhã de inverno ele é encontrado em um estacionamento com 22 balas no corpo e, apesar de muitos acreditarem que ele está morto, Charly misteriosamente sobrevive. Agora ele sai à caça de Tony Zacchia (Kad Merad), o único homem que se atreveria a tentar matá-lo. Zacchia cometeu apenas um erro: ele falhou.

Crítica: um ótimo filme de ação que nada deixa a dever aos longas hollywoodianos e ainda traz uma mensagem positiva subliminar.
O enredo é bem costurado, a história tem sustentação, sem reviravoltas ou cenas de ação surreais, e o elenco cumpre a tarefa. A melhor atuação é, sem dúvida, do protagonista Jean Reno, que interpreta (talvez em seu melhor papel), o ex-mafioso Charly.
Vale a pena conferir esse empolgante thriller policial.

Avaliação: ***

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Eu, Anna (I, Anna)

País: Alemanha/França/Reino Unido
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 93 min
Direção: Barnaby Southcombe
Elenco: Charlotte Rampling, Gabriel Byrne, Jodhi May, Eddie Marsan, Caroline Catz, Hayley Atwell, Honor Blackman, Joey Ansah, Leandra Ashton, Max Deacon e Perry Benson.

Sinopse: depois de passar por um doloroso divórcio, Anna Welles (Charlotte Rampling), uma mulher de meia-idade, envolve-se com comissário de polícia que investiga um caso de assassinato.

Crítica: o longa de estreia do inglês Barnaby Southcombe é ousado ao trazer a experiente Charlotte Rampling no elenco, mas nem ela é capaz de fazer milagres com um roteiro fraco e uma trama já quase esgotada desde o início.
A história envolve o inspetor de polícia Bernie Reid (Gabriel Byrne) e sua relação com a misteriosa Anna (Charlotte Rampling). Suas vidas amarguradas se cruzam quando Reid atende a um chamado de assassinato na madrugada e, deixando a cena do crime, encontra Anna na saída do edifício onde ocorreu a morte.
O cineasta aposta, erroneamente, em muitas idas e vindas para fechar a trama, o que se torna exagerado e desnecessário, visto que o suspense é interrompido no meio da trama quando se desvenda o que de fato ocorreu.
Mesmo com as cartas na mesa e com o mistério resolvido, o diretor ainda tenta manter um clima de tensão e levantar dilemas como o do policial Bernie, dividido entre seu interesse por Anna e o trabalho. Aliás, a investigação não se mostra instigante nem convincente.
Como os segredos já estão revelados, tem-se a impressão de que a história se arrasta como que para preencher tempo. Um artifício usado é o da trama paralela do filho da vítima, envolvido com bandidos, que surge para parecer suspeito pelo assassinato.
Fora as boas atuações de Rampling e Byrne, o filme não é suficientemente empolgante para ser visto.

Avaliação: **

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Impacto Fulminante (Sudden Impact)

País: EUA
Ano: 1983
Gênero: Policial
Duração: 117 min
Direção: Clint Eastwood
Elenco: Clint Eastwood, Sondra Locke, Pat Hingle, Bradford Dillman, Jack Thibeau, Albert Popwell, Audrie Neenan, Bette Ford, Joe Bellan, Kevyn Major Howard, Mark Keyloun, Michael Currie, Nancy Parsons, Paul Drake e Wendell Wellman.

Sinopse: Harry Callahan (Clint Eastwood) é um policial de São Francisco que é criticado por seu método, no qual mata diversos criminosos em seu trabalho. Assim é mandado em uma missão na Califórnia, enquanto a situação se acalma. Entretanto lá uma artista, Jennifer Spencer (Sondra Locke) foi atacada sexualmente juntamente com a irmã, que enloqueceu. Assim ela jura vingança e começa a eliminar os homens que a violentaram, fazendo com que Callahan tenha que evitar que ela continue matando.

Crítica: uma boa história policial, devendo-se levar em conta, claro, que o filme foi produzido nos anos 80, quando as atuações tinham uma performance diferente.
A trama prende a atenção do início ao final e tem ótimas sequências de ação (e violência). A edição é caprichada, a trilha sonora é apropriadíssima e os diálogos são à la Eastwood.
A mensagem aqui é dura: a falta de justiça faz com que as pessoas tomem outros caminhos para julgar o que deve ser julgado. 

Avaliação: ***

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segunda-feira, 7 de julho de 2014

O Grande Hotel Budapeste (The Grand Budapest Hotel)

País: Reino Unido/Alemanha
Ano: 2014
Gênero: Comédia, drama
Duração: 100 min
Direção: Wes Anderson
Elenco: Ralph Fiennes, Tony Revolori, F. Murray Abraham, Jude Law, Mathieu Amalric, Adrien Brody, Willem Dafoe, Jeff Goldblum, Harvey Keitel, Bill Murray, Edward Norton, Saoirse Ronan, Jason Schwartzman, Tilda Swinton, Tom Wilkinson e Owen Wilson.

Sinopse: no período entre as duas guerras mundiais, o famoso gerente de um hotel europeu conhece um jovem empregado e os dois tornam-se melhores amigos. Entre as aventuras vividas pelos dois, constam o roubo de um famoso quadro do Renascimento, a batalha pela grande fortuna de uma família e as transformações históricas durante a primeira metade do século XX.

Crítica: comédia, drama e muita ousadia no filme cheio de efeitos e características bem peculiares ao cineasta (“Os Excêntricos Tenenbaums”, de 2001 e “O Fantástico Sr. Raposo”, de 2009). Complexo e leve ao mesmo tempo, ele cria um mundo imaginário para falar do real, de guerra, do fascismo, da presença do comunismo, de uma Europa decadente, no ano de 1932.
Nessa imaginação, não poderiam faltar personagens caricatos e marcantes como Gustave (Ralph Fiennes) e seu jovem protegido, o mensageiro Zero (Tony Revolori), ambos sublimes em suas atuações. Mas todo o elenco (bastante caro, por sinal) tem traços fortes e deixa sua marca.
'Grande Hotel Budapeste' começa sua narrativa a partir do presente, desencadeando as memórias de um escritor e sua maior obra. O Sr. Moustafa (F. Murray Abraham) conta a um escritor (Jude Law) as aventuras vividas ali pelo concierge Monseiur Gustave H e o mensageiro Zero. Os dois vivem momentos de intensa aventura ao descobrirem que Madame D. (Tilda Swinton – irreconhecível no papel) deixou toda sua herança para o seu amante Gustave.
A trama é burlesca, engraçada, criativa e muito dinâmica, repleta de acontecimentos atrapalhados, perseguições policiais, prisões e fugas, tudo para Gustave e Moustafa enfim ficarem com o quadro valioso deixado como herança pela Madame D e tornarem-se ricos. Para isso, terão que enfrentar também o vilão nazista Dmitri (Adrien Brody) e seu capanga Jopling (Willem Dafoe).
Trata, com leveza e graciosidade, assuntos como a homossexualidade e a questão da imigração e revela certo desprezo pelo nazismo, totalitarismos e comunistas.
Apesar de idas e vindas, intercaladas pela narração de Jude Law em conversa com Moustafa, a narrativa é organizada e não deixa nada em branco, guiando perfeitamente o espectador nessa deliciosa história, inspirada nas obras do escritor austríaco Stefan Zweig (1881-1942), e com um enredo bem estruturado e marcado por significados.
Imperdível e para assistir mais de uma vez.

Avaliação: ****

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Bernardes

País: Brasil
Ano: 2013
Gênero: Documentário
Duração: 100 min
Direção: Gustavo Gama Rodrigues e Paulo de Barros
Elenco: -

Sinopse: o arquiteto Thiago Bernardes revisita a vida e carreira do avô, Sergio Bernardes (1919 - 2002). Através de cartas, projetos, plantas e encontros ele refaz a trajetória o visionário arquiteto carioca, que caiu em desgraça ao aceitar trabalhar para os militares.

Crítica: conhecer quem realmente foi Sergio Bernardes e tudo o que ele fez é uma missão impossível em um só filme, mas tenta-se nos 100 minutos do longa dar-se uma dimensão do inovador mestre da arquitetura e o que ele representou para o Brasil.
Mais novo que Niemeyer e Lúcio Costa, ele foi tão genial quanto ou mais. Suas obras vão além de construções futuristas e prédios para moradias. Projetava móveis, conceitos que trariam ao usuário um conforto de verdade, com por exemplo paredes que poderiam ser removidas para poder-se remanejar novos espaços em um apartamento. Nas inúmeras casas que projetou, costumava usar ferro como sustentação e não pilares de alvenaria.
Sérgio Bernardes via tão adiante que chegou a projetar monotrilhos para melhorar o transporte, mapeou rios a fim de estimular a navegação fluvial que ligasse todos os estados do país e facilitasse, claro, o transporte. Sua preocupação maior estava no bem-estar social, no tornar possível para todos, unindo, ligando e não excluindo.
Tinha tantos planos e sonhos que não conseguia parar. E não se gabava dos seus feitos. Ao contrário; como afirmaram as testemunhas: colegas, parentes e pessoas que com ele trabalharam são unânimes em afirmar que ele nunca falava do passado, só do futuro. “O hoje é o futuro”. Acordar era para ele o melhor a fazer. Assim, iria recomeçar e tentar colocar em prática um novo projeto.
Infelizmente, durante a ditadura no Brasil, aceitou algumas encomendas feitas pelos militares e isso o deixou em maus lençóis. Mas, na verdade, ele não abraçava nenhuma corrente política, nenhum partido, não era de direita nem de esquerda. Só o que tinha em mente era poder fazer mais, construir mais. Não queria parar nunca, porém foi incompreendido e colocado de lado.
O excelente documentário mostra suas obras, sua conturbada vida pessoal, sua excentricidade em ousar e buscar a qualquer custo o que queria. Bernardes chegou até a se candidatar a prefeito do Rio de Janeiro com o propósito de ver suas ideias concretizadas, o que acabou não ocorrendo.
Muitos dos seus desenhos ainda estão sendo pesquisados e ainda há muito por vir sobre o arquiteto além do seu tempo, do arquiteto que precisaria de mais algumas vidas para projetar tudo o que pretendia.
E, ao final do filme, ainda há um caso curioso sobre um ladrão que invadiu sua casa. Não perca!

Avaliação: ****

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Amazônia

País: Brasil/França
Ano: 2013
Gênero: Aventura
Duração: 76 min
Direção: Thierry Ragobert
Elenco: Lúcio Mauro Filho, Isabelle Drummond e Pietra Reis.

Sinopse: um macaco prego – o castanha –, criado em cativeiro, é solto na Floresta Amazônica. A história segue o ponto de vista do animal revelando os mistérios da fauna e da flora da região.

Crítica: a história é bonitinha, mas não chega a empolgar. Com as imagens em mãos que são maravilhosas, o cineasta poderia ter caprichado mais no texto, com falas mais convincentes e que prendessem mais a atenção do espectador, a exemplo do espetacular “A Marcha dos Pinguins” (2004).
Lúcio Mauro, que dá voz ao macaquinho, consegue dentro do possível, transmitir bem suas emoções diante do perigo, ao sentir medo, ao descobri algo novo, ao tentar juntar-se a um bando e fazer o que os outros fazem para sobreviver, ao conhecer a macaca gaia.
A mensagem final é sublime e não poderia ser outra. Vale a pena levar as crianças par assistir.

Avaliação: **

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