segunda-feira, 28 de julho de 2014

A História de Adele H. (L'Histoire D'Adèle)

País: França
Ano: 1975
Gênero: Drama
Duração: 97 min
Direção: François Truffaut
Elenco: Isabelle Adjani, Bruce Robinson e Sylvia Marriot.

Sinopse: Adèle Hugo (Isabelle Adjani), filha do escritor Victor Hugo, é abandonada pelo tenente Pinson (Bruce Robinson), por quem estava perdidamente apaixonada. Em 1861, ele deixa o país para servir na base de Halifax, no Canadá, e já não se lembra mais de Adèle. Ela o atormenta a ponto de anunciar o casamento dos dois num jornal local, provocando o rompimento da união dele com a filha de um juiz. Doente, sem recursos, ela empreende uma perseguição implacável que resulta em sua própria loucura.

Crítica: o que é o amor, afinal? Diversas formas já foram contempladas no cinema: sentimento mútuo entre duas pessoas, platônico, edipiano, triângulo amoroso, irracional, passional, incondicional. Em “A História de Adele H., D, há obsessão egocêntrica e possessiva de Adèle H. por algo que ela acredita ser o amor.
Sonha com situações que não existem, cria diálogos que não acontecem, escreve inúmeras cartas em nome do seu pretendente (Tenente Pinson) mentindo para todos e para ela mesma.
Faz sua família acreditar que é correspondida, quando o procura em Halifax, e que irão se casar. No entanto, a única reação de Pinson é a indiferença e até o desprezo. Vive num universo fantasioso, concebido em sua imaginação, quando nitidamente o mais acertado seria partir e dar um rumo à sua vida. Mas ela mergulha cada vez no caos ao ponto de manipular e inventar coisas que impeçam Pinson de viver sua vida ao lado de outra mulher.          
Talvez a explicação para o comportamento de Adèle esteja em sua história familiar. Os pais pareciam preferir a irmã Leopoldine, a irmã mais velha que morrera afogada; e suas aspirações não ganham espaço – durante o filme ela pergunta diversas vezes nas cartas sobre a publicação de uma música que nunca será feita). Tanta negação e limitação a faz construir uma vida de mentira. Ao se hospedar em uma pensão na cidade, ele diz se chamar “miss Lewly” e que Pinson é um primo distante, ao iniciar sua investigação sobre ele, afinal há muito tempo não se viam. Todos também desconhecem que ela é filha do famoso poeta Victor Hugo.
Tal mergulho a impede de vislumbrar uma real chance de amor e felicidade. O rapaz da livraria onde ela comprava rolos e rolos de folhas para escrever era jovem e fazia de tudo para agradá-la, porém tudo em vão. Ignora, também, os conselhos do pai e os pedidos para ver sua mãe que está muito doente e acaba falecendo.
Quando enfim ela desiste de lutar por algo que nunca pertenceu ou pertencerá a ela, passa a vagar pelas ruas, virando até chacota para as crianças, sem reconhecer sequer o próprio Pinson quando este passa por ela, uma vez que o Pinson real já não mais importa. Ela amava uma outra pessoa, alguém que ela idealizou.
Truffaut faz, sem dúvida, um belo retrato do comportamento feminino. Isabelle Adjani tem uma atuação surpreendente, tendo sido indicada para o Oscar de Melhor Atriz.

Avaliação: ***

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