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quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Cafarnaum (Capharnaüm)




País: Líbano
Ano: 2018
Gênero: Drama
Duração: 123 min
Direção: Nadine Labaki
Elenco: Zain Al Rafeea, Nadine Labaki e Yordanos Shifera.

Sinopse: aos doze anos, Zain (Zain Al Rafeea) carrega uma série de responsabilidades: é ele quem cuida de seus irmãos no cortiço em que vive junto com os pais, que estão sempre ausentes. Quando sua irmã de onze anos é forçada a se casar com um homem mais velho, o menino fica extremamente revoltado e decide deixar a família. Ele passa a viver nas ruas junto aos refugiados e outras crianças que, diferentemente dele, não chegaram lá por conta própria.

Crítica: havia tempo que um filme não impactava tanto com críticas sociais duras e reais à pobreza, à desigualdade social, à ignorância, à infância sem educação e sem amor, à natalidade desenfreada, à falta de consciência de pais que colocam filhos no mundo sem a condição mínima para tal.
O conteúdo de “Cafarnaum” é riquíssimo, a atuação do ator mirim (Zain Al Rafeea) é tão real que é impossível não se comover. O mesmo nível de comoção (pelo que me recordo), mostrando a injustiça do mundo, foi causado em “Tartarugas Também Voam” (do diretor iraniano, Bahman Ghobadi, 2004).
A edição das cenas, as circunstâncias, os diálogos, tudo é extraordinário. O longa expõe as cruezas de quem vive à margem da sociedade, englobando ainda a situação dos imigrantes, sobretudo de mulheres usadas para a prostituição.
Zain é um menino bom que trabalha (não pede esmola) para ajudar no sustento da família – que o explora –, ajuda a cuidar dos irmãos menores e faz tudo para defender sua irmã da sociedade machista.
No intuito de vingar sua irmã que morre após um casamento forçado, ele comete um crime. Mas, no tribunal, as coisas se invertem. Com apenas 11 anos, ele quer processar os pais “por terem colocado ele no mundo”. A afirmação é feita com tanta eloquência que nos faz chorar. Ele diz ao juiz que a mãe (grávida de novo) precisa ser impedida de ter mais filhos.
Amontoados em um cômodo sujo e minúsculo, nem Zair nem os irmãos estudam. Mal têm o que comer. Acordam cedo, vão às ruas revender produtos, carregam peso, não tomam banho, não tem qualquer assistência médica E a irmã a quem ele é mais apegado é “vendida” como gado para um casamento. Significa menos “uma boca” para comer em casa.
A pobreza já foi retratada muitas vezes no cinema. O diferencial aqui é questionar a responsabilidade dos adultos como pais, como provedores de vidas. Uma criança sem infância é um crime. É deste crime que Zain acusa seus pais.
Um filme excepcional, daqueles que marcam tanto que você fica pensando nele por dias. E o destaque maior está na performance do ator mirim que nos cativa com os seus olhos que expressam dor, desânimo e descrença.
O filme foi selecionado para competir pela Palma de Ouro no Festival de Cannes de 2018, onde ganhou o Prêmio do Júri. Nessa estreia, recebeu uma ovação de 15 minutos.
É um dos 87 títulos que concorrerão aos que serão selecionados para concorrer ao Oscar de Filme Estrangeiro.

Avaliação: *****

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Bohemian Rhapsody



País: EUA
Ano: 2018
Gênero: Biografia
Duração: 133 min
Direção: Brian Singer
Elenco: Rami Malek, Lucy Boynton, Aaron McCusker e Joseph Mazzello.

Sinopse: “Bohemian Rhapsody” conta a história de Freddie Mercury e se concentra desde a formação da banda Queen até seis anos antes da morte do cantor. Freddie Mercury (Rami Malek) e seus companheiros, Brian May, Roger Taylor e John Deacon mudam o mundo da música para sempre ao formar a banda Queen durante a década de 1970. Porém, quando o estilo de vida extravagante de Mercury começa a sair do controle, a banda tem que enfrentar o desafio de conciliar a fama e o sucesso com suas vidas pessoais cada vez mais complicadas.

Crítica: enfim, a cinebiografia tão esperada de uma das bandas mais marcantes da história do rock – são mais de 150 milhões discos vendidos quando da existência do grupo.
Uma obra feita para os fãs, que conta a trajetória de Queen, e, claro, faz uma homenagem à figura tão carismática e espirituosa como o vocalista Freddie Mercury, nascido Farrokh Bulsara, descendente de persas, com seu jeito afeminado e dentes proeminentes. Nasceu numa colônia chamada Zanzibar, no país da Tanzânia, tendo se mudado com a família para Londres aos 17 anos.
Freddie (Rami Malek, numa atuação impressionante) é, sem dúvida, o centro da atenções. Talentoso, enigmático, complexo, hipnotizador, dono de uma voz surpreendente.
Nas primeiras cenas, ele aparece trabalhando como carregador de malas no aeroporto Heathrow, em Londres. Fã de rock, acompanha a banda Smile da qual gosta muito. Ao término de um desses shows, ele vai falar com os membros do grupo que acaba de perder seu vocalista. É a sua vez de brilhar, ao lado do guitarrista Brian May (Gwilym Lee) e do estudante de odontologia e baterista Roger Taylor (Ben Hardy). Logo depois, insere-se na banda o baixista John Deacon (Joseph Mazzello).
Criativo, inovador e ousado, logo chama a atenção de um produtor que os conduz às gravadoras. O primeiro álbum é lançado e iniciam-se as turnês e as participações na TV. De Londres para o resto da Europa e, posteriormente, para a Ásia, a Oceania e a América. Queen ganha o mundo.
A edição de imagens e de som é bastante atrativa, dando ritmo ao roteiro e atraindo o expectador.
Conhecemos detalhes da vida de Mercury: a família conservadora; o casamento com Mary Austin, interpretada por Lucy Boynton; o jeito tímido quando não estava no palco; a sua difícil aceitação como homossexual; as suas relações; e a solidão.
Acompanhamos percalços no relacionamento conturbado que tem com Paul (Allen Leech); o excesso de álcool, drogas e festas, o afastamento da banda; a descoberta de ter sido contaminado com a AIDS; e o início do romance que terá com o cabeleireiro Jim Hutton, que viverá com ele até o fim.
Finalmente, a banda se une novamente para uma apresentação de 20 minutos no evento  filantrópico Live Aid, de 1985, no London’s Wembley Stadium, considerado por muitos uma das melhores performances da história do rock. O mar de gente cantando em coro com a banda é de arrepiar. Essa interação com a plateia em cada show foi muito bem captada pelo diretor.
Impossível não se emocionar cada vez que uma canção começa. A dedicação de Malek convence, ainda que não seja tão parecido com Mercury (o primeiro nome pensado foi Sacha Baron Cohen, que recusou o papel). Na irreverência sua performance é fidedigna: em cada passo, em cada gesto, em cada pose, em cada olhar.
A criação de “Bohemian Rhapsody” (em1975), canção de “longos” seis minutos que mistura gêneros como rock e opera, é um dos pontos mais divertidos do filme, quando a EMI Records não acredita no sucesso da música pelo fato de ser tão longa. Freddie, então, cede a música ao DJ Kenny Everett, da Capital Radio, que a estreia na rádio.
Quando foi lançada como single, "Bohemian Rhapsody" se tornou um sucesso comercial, ficando no topo da UK Singles Chart por nove semanas e vendendo mais de um milhão de cópias até o fim de janeiro de 1976. Ela alcançou o topo das listas em diversos outros mercados, incluindo Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Irlanda e Holanda. E continua sendo uma das músicas mais populares da banda.
O single foi acompanhado de um vídeo promocional, inovador para a época, e popularizou o uso de videoclipes para lançamento de singles, além de ter sido considerado o marco inicial da “era da MTV”.
Freddie Mercury faleceu em 1991, onde ele infelizmente veio a falecer por conta da AIDS, porém “Bohemian Rhapsody” e todos os seus outros sucessos – We Are the Champions’, ‘Love of my Life’, ‘Killer Queen’, ‘Somebody to Love’ e ‘Don’t Stop Me Now’ – continuam eternos e conquistando mais fãs.

Avaliação: *****

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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Três Anúncios para um Crime (Three Billboards Outside Ebbing, Missouri)



País: Reino Unido/EUA
Ano: 2017
Gênero: Drama
Duração: 115 min
Direção: Martin McDonagh
Elenco: Frances McDormand, Woody Harrelson, Sam Rockwell, Peter Dinklage, Lucas Hedges e John Hawkes.

Sinopse: inconformada com a ineficácia da polícia em encontrar o culpado pelo brutal assassinato de sua filha, Mildred Hayes decide chamar atenção para o caso não solucionado alugando três outdoors em uma estrada raramente usada. A inesperada atitude repercute em toda a cidade e suas consequências afetam várias pessoas, especialmente a própria Mildred e o Delegado Willoughby, responsável pela investigação.

Crítica: “Três Anúncios Para um Crime” tem um início interessantíssimo. Uma mulher dirige seu carro e para numa estrada deserta, onde vê 3 outdoors vazios. Para, pensa e toma uma decisão.
Logo, a vemos numa agência de publicidade para locar por um ano os três espaços e nele publicar frases provocativas que questionam o desempenho da polícia e a agilidade da justiça. Afinal, já são 7 meses sem achar o culpado ou sequer ter uma pista para o criminoso que sequestrou, estuprou e assassinou sua filha de 17 anos.
A partir desse início bombástico, acompanhamos um roteiro com muita carga dramática, mas também com muito humor negro. O equilíbrio entre os dois é sempre mantido. Ainda que demos gargalhadas com o personagem de Mildred Hayes (Frances McDormand), a mãe lutadora, nunca nos esquecemos do sofrimento que é perder alguém e da dor irremediável.
Os personagens do filme são ótimos e revelam o quão racista pode ser uma comunidade.
A história se passa numa cidadezinha americana do estado de Missouri, que tem Willoughby (Woody Harrelson) como o chefe de polícia, uma personalidade amada por todos e que está com uma doença terminal. Esse detalhe faz com que as pessoas mudem de lado. Mesmo comovidos com a perda de Mildred, acham injusta a sua cobrança nos outdoors.
Mas os ataques e as ameaças (até do ex-marido que a trocou por uma garota de 19 anos) não a intimidarão.
“O Olho por Olho e Dente por Dente” é gritante. Mildred cansou da impunidade. A reviravolta na história se dá quando o policial Dixon (Sam Rockwell), racista “de carteirinha”), é expulso da corporação.
O filme tem muito para contar. É mesmo uma história memorável. Talvez o melhor trabalho de Martin McDonagh, vencedor do Oscar de Melhor Curta-Metragem (Six Shooter) em 2006.
Frances McDormand é excepcional, a alma dessa trama notável, que, em vez de centrar-se no mistério da morte e nas motivações do assassino, destaca as consequências desse crime e como ele transformou cada pessoa da cidade. O resultado é vermos as motivações dos personagens por trás de cada ação.

Avaliação: *****

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