terça-feira, 21 de dezembro de 2004

Dois Anjos

Título original: Deux Fereshté
País: França/Irã
Ano: 2003
Gênero: Drama
Duração: 80 min
Direção: Mamad Haghighat
Elenco: Siavash Lashkari, Mehran Rajabi, Sharareh Dolat Abadi, Golshifte Farahani, Hassan Nahidi e Fahimeh Rahimnia.

Sinopse: o menino Ali (Siavash Lashkari) entra em conflito com o pai que o quer trabalhando ao seu lado, ao invés de estudar flauta, sua grande paixão.

Crítica: o longa é bem filmado, tem uma bela fotografia e uma história simples e sensível com uma importante mensagem.
Mas uma direção mais elaborada daria mais fluidez e consistência à trama. Entre tantos filmes iranianos de boa safra, esse não é o melhor.

Avaliação: ***

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sábado, 13 de novembro de 2004

Má Educação

Título original: La Mala Educación
Ano: 2004
País: Espanha
Gênero: Drama
Duração: 105 min
Direção: Pedro Almodóvar
Elenco: Fele Martínez, Gael Garcia Bernal, Daniel Giménez Cacho, Lluís Homar, Javier Cámara, Petra Martínez, Juan Fernandez, Alberto Ferreiro, Francisco Maestre, Leonor Watling, Nacho Pérez e Raul Garcia Forneiro.

Sinopse: Madri, 1980. Enrique Goded (Fele Martínez) é um cineasta que passa por um bloqueio criativo e está tendo problemas em elaborar um novo projeto. É quando se aproxima dele um ator que procura trabalho, se identificando como Ignacio Rodriguez (Gael García Bernal), que foi o amigo mais íntimo de Enrique e também o primeiro amor da sua vida, quando ainda eram garotos e estudavam no mesmo colégio. Goded recebe do antigo amigo um roteiro entitulado "A Visita", que parcialmente foi elaborado com experiências de vida que ambos tiveram. Goded lê o roteiro com profundo interesse.
Crítica: mais uma clamorosa película de Almodóvar, tanto em aspectos técnicos como artísticos. Com uma mistura de homenagem ao cinema noir e outra homenagem a si mesmo, retorna às raízes: piadas infames, sórdidas cenas de sexo, o realismo das relações humanas. Má Educação é uma história de idas e vindas no tempo, confunde o espectador e confunde o que é realidade de ficção (há um filme sendo rodado dentro do filme). O roteiro é propositalmente confuso, os personagens (atores excelentes) se misturam e mostram-se diferentes do que pareciam. Mesmo assim, Almodóvar faz um ótimo trabalho de direção e todos esses recortes no roteiro apenas servem para criar um clima maior de suspense – o que funciona muito bem, pois cada revelação é surpreendente. Tudo é sólido e bem estruturado. Difícil encontrar falhas. Com certeza, um dos seus melhores filmes.
Avaliação: *****

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segunda-feira, 1 de novembro de 2004

O Abraço Partido

Título original: El Abrazo Partido
País: Argentina/França/Itália/Espanha
Ano: 2004
Gênero: Drama
Duração: 97 min
Direção: Daniel Burman
Elenco: Daniel Hendler, Adriana Aizemberg, Jorge D'Elia, Sergio Boris e Diego Korol.

Sinopse: Ariel (Daniel Hendler) é um jovem de vinte e poucos anos, que largou a faculdade e ainda vive às custas da mãe (Adriana Aizemberg). Sua vida gira basicamente em torno de dois locais: a loja de lingeries de sua mãe e o cybercafe local, onde costuma encontrar sua namorada. Ariel sempre estranhou o fato de nem sua mãe nem seu irmão falarem sobre seu pai, que nos anos 70 partiu para lutar na Guerra do Yom Kippur, em Israel, e nunca mais retornou. Com a crise econômica instalada na Argentina, que força o fechamento de várias lojas tradicionais no bairro onde está a loja de sua mãe, os amigos de Ariel sonham em conseguir a cidadania européia e partir do país em busca de emprego. Ariel também tem este sonho, mas cada vez mais alimenta o desejo de conhecer seu pai e também a verdade sobre seu afastamento da família.

Crítica: o filme poderia se passar em qualquer lugar, mas a história é chata, sem emoção e, com o ritmo lento e sem grandes acontecimentos, tornou-se bastante monótono, mesmo com a boa interpretação de seu elenco.
Dessa vez, o diretor não acertou.

Avaliação: **

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domingo, 17 de outubro de 2004

A Voz do Coração

Título original: Les Choristes
País: França
Ano: 2004
Gênero: Drama
Duração: 95 min
Direção: Christophe Barratier
Elenco: Gérard Jugnot, François Berléand, Kad Merad, Jean-Paul Bonnaire, Jacques Perrin, Marie Bunel, Philippe Du Janerand, Maxence Perrin, Didier Flamand, Grégory Gatignol, Jean-Baptiste Maunier e Carole Weiss.

Sinopse: na década de 1940, Clément Mathieu (Gérard Jugnot) vai trabalhar em um internato chamado O Fundo do Poço, dirigido pelo não muito honesto Rachin (François Berléand). Quem mora nessa escola são crianças consideradas delinquentes ou aquelas que perderam os pais na guerra, como é o caso do pequeno Pépinot. Mesmo cercado por crianças desordeiras, Clément deixa aflorar a sua grande paixão: a música. No início, aluno e professor têm uma relação tensa e complicada, mas as aulas de canto do novo mestre poderão transformar a vida daqueles meninos. Quem será mais influenciado é Pierre Morhange (Jean-Baptiste Maunier), um rapaz de voz angelical, mandado para o internato pela mãe solteira que perdeu o controle sobre ele.
Crítica: apesar da temática já ter sido explorada pelo cinema uma dezena de vezes, é um filme interessante e com uma história bem conduzida, principalmente por conta do trabalho de um competente elenco mirim que consegue emocionar.
Avaliação: ***

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terça-feira, 7 de setembro de 2004

A Pequena Lili

Título original: La Petite Lili
País: França/Canadá
Ano: 2003
Gênero: Drama
Duração: 104 min
Direção: Claude Miller
Elenco: Nicole Garcia, Bernard Giraudeau, Jean-Pierre Marielle, Ludivine Sagnier, Robinson Stévenin, Julie Depardieu, Yves Jacques, Anne Le Ny, Marc Betton e Michel Piccoli.

Sinopse: atriz famosa (Nicole Garcia) passa as férias na casa da família. Seu filho, que quer ser cineasta, despreza o namorado da mãe, um importante diretor. Ainda mais quando perde para ele o amor de Lili, uma garota que sonha em ser atriz. Adaptação livre da peça ''A Gaivota'', de Anton Tchekov.

Crítica: tem gosto do cinema francês antigo, na acepção negativa do termo: excessivamente falado, usando e abusando de conflitos psicológicos exacerbados. Ao priorizar o verbal em detrimento do cinematográfico, a direção de Claude Miller perde força e esvazia as emoções que o roteiro poderia trazer. Enfim, a trama não consegue empolgar quem o assiste.

Avaliação: **

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sábado, 28 de agosto de 2004

Colateral

Título original: Collateral
País: EUA
Ano: 2003
Gênero: Suspense
Duração: 100 min
Direção: Michael Mann
Elenco: Tom Cruise, Jamie Foxx, Jada Pinkett Smith, Irma Hall, Dennis Farina, Mark Ruffalo, Javier Bardem e Peter Berg.

Sinopse: Max (Jamie Foxx) trabalha como motorista de táxi há 12 anos, já tendo levado os mais diversos passageiros a todos os locais de Los Angeles. Porém, em uma noite aparentemente tranquila, ele encontra Vincent (Tom Cruise), um homem que pega o táxi como se fosse um passageiro qualquer. Porém Vincent é um assassino de aluguel, que está na cidade para completar o plano de um cartel do narcotráfico, que está prestes a ser condenado por um júri federal. Vincent precisa matar 5 testemunhas-chave do processo e conta com Max para fugir da polícia local e do FBI, logo após cometer os assassinatos. Obrigado a seguir as ordens de Vincent, Max precisa ainda lidar com a possibilidade de ser morto por seu passageiro a qualquer momento, já que Vincent pode usá-lo para proteção pessoal.
Crítica: uma trama coerente, com sequências de diálogos inteligentes, casando perfeitamente com as situações. Tem muita ação e um elenco convincente, mas sobretudo, uma história criativa. Pena que do meio para o final, torne-se previsível com um desfecho comum de qualquer suspense policial. De qualquer maneira, a direção merece elogios. A fotografia exibe ótimas tomadas de Los Angeles. Tom Cruise surpreende nesse filme com sua atuação e Jamie Foxx desponta como um ator promissor. Um bom filme para assistir.
Avaliação: ***

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Encontros e Desencontros

Título original: Lost in Translation
País: EUA/Japão
Ano: 2003
Gênero: Comédia, drama, romance
Duração: 102 min
Direção: Sofia Coppola
Elenco: Bill Murray, Scarlett Johansson, Anna Faris, Giovanni Ribisi, Kazuko Shibata, Akiko Takeshita e Kazuyoshi Minamimagoe.

Sinopse: Bob Harris (Bill Murray) é uma estrela de cinema, que está em Tóquio para fazer um comercial de uísque. Charlotte (Scarlett Johansson), por sua vez, está na cidade acompanhando seu marido, um fotógrafo workaholic (Giovanni Ribisi) que a deixa sozinha o tempo todo. Sofrendo com o horário, Bob e Charlotte não conseguem dormir. Eles se encontram, por acaso, no bar de um hotel de luxo, e em pouco tempo tornam-se grandes amigos. Resolvem, então, partir pela cidade juntos. A eles junta-se uma jovem atriz chamada Kelly (Anna Faris), com quem vão viver algumas aventuras pela cidade de Tóquio.
Crítica: a bonita trilha sonora e a fotografia de tons escuros, que proporcionam o clima intimista exigido pela história, é o que há de melhor no longa, já que exibe pessoas largadas num quarto de hotel com suas vidas "estagnadas", sem nada a fazer além de encarar o vazio.
O problema é que o filme, com o passar do tempo, torna-se lento e tedioso. Há certa delicadeza ao narrar a história de solidão que atinge e aproxima gerações diferentes, mas a história só ganha mais ritmo do meio para o final.
Enquanto isso, apresenta-se, de maneira muitas vezes caricata, uma sociedade danificada pela divisão entre as facilidades ocidentais e a tradição oriental. Algumas cenas são exageradas e outras, completamente dispensáveis.
Então, sem muitas pretensões, a película é sustentada mais pelas interpretações do que pelo roteiro em si.
Curiosidade: ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Original em 2004.
Avaliação: **

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sexta-feira, 6 de agosto de 2004

44 Minutos

Título original: 44 Minutes: The North Hollywood Shoot-Out
País: EUA
Ano: 2003
Gênero: Ação
Duração: 95 min
Direção: Yves Somoneau
Elenco: Michael Madsen, Mario Van Peebles, Ron Livingston, Ray Baker, Douglas Spain, Andrew Bryniarski, Oleg Taktarov, Clare Carey, Alex Meneses, Dale Dye, Katrina Law, Jullian Dulce Vida, Gail Monian, JoNell Kennedy, Christopher Jacobs, Francis Capra e Jerry Lambert.

Sinopse: baseado no mais longo tiroteio da história policial de Los Angeles, em 1997, quando dois assaltantes a banco, armados com rifles AK-47 e vestidos com uniforme militar à prova de balas, abriram fogo contra mais de 200 policiais e civis inocentes. O fim do massacre se deu somente com a extrema coragem, bravura e treinamento dos policiais, inspirando um novo lema para o LAPD (Departamento de Polícia de Los Angeles): “The Day WiIll Power Beat Firepower” – O dia em que a vontade venceu o poder de fogo.

Crítica: a reconstituição dos fatos verídicos é muito bem feita e atuação do elenco, convincente. Para quem gosta de ação policial, o longa é um prato cheio.

Avaliação: ***

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quinta-feira, 29 de julho de 2004

No Limite das Emoções

Título original: Recordati di Me
País: França/Itália/Reino Unido
Ano: 2003
Gênero: Comédia, drama, romance
Duração: 125 min
Direção: Gabriele Muccino
Elenco: Fabrizio Bentivoglio, Laura Morante, Nicoletta Romanoff, Monica Bellucci, Silvio Muccino, Gabriele Lavia, Enrico Silvestrin Silvia Cohen e Alberto Gimignani.

Sinopse: Carlo Ristuccia (Fabrizio Bentivoglio) se vê dividido entre seu casamento com Giulia (Laura Morante) e seu tórrido caso de amor com Alessia (Monica Bellucci). Ao mesmo tempo Giulia enfrenta problemas para enfrentar seus desejos reprimidos. Valentina (Nicoletta Romanoff), filha de Carlo e Giulia, está disposta a tudo para trabalhar na televisão, enquanto que seu irmão, Paolo (Silvio Muccino), sonha em conquistar uma colega. Enfim, a vida e amores de uma família italiana moderna, cujas aspirações estão em constante conflito com seus frágeis limites morais.
Crítica: o filme fala sobre a vida de uma família de classe média alta, com um jeito simples e bem italiano. Um pai que se sente um fracassado e reencontra o grande amor da vida dele; uma mãe que ainda tenta ser uma grande atriz de teatro, sonho abandonado para cuidar da família; uma filha que quer ser famosa a qualquer custo, não importando os meios utilizados para tal; e um filho, aparentemente virgem, que faz de tudo para impressionar uma colega.
Fraquezas, aspirações, desejos, frustrações, decepções, angústias, medos, todos os sentimentos inerentes ao ser humano são abordados na fita.
As atuações de Laura Morante e de Monica Bellucci são as melhores.
Pode não ser uma obra-prima, mas é um filme bastante sensível por permitir que o espectador se identifique com um desses personagens em suas situações de vida.
Avaliação: ***

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quarta-feira, 28 de julho de 2004

Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças

Título original: Eternal Sunshine of the Spotless Mind
País: EUA
Ano: 2004
Gênero: Drama, ficção científica, romance
Duração: 108 min
Direção: Michel Gondry
Elenco: Jim Carrey, Kate Winslet, Kirsten Dunst, Tom Wilkinson, Elijah Wood, Mark Ruffalo, David Cross, Gerry Robert Byrne, Thomas Jay Ryan, Jane Adams, Ryan Whitney, Debbon Ayer e Deirdre O'Connell.

Sinopse: ao descobrir que Clementine, sua ex-mulher (Kate Winslet), se submeteu a um tratamento experimental para apagá-lo de suas lembranças, Joel (Jim Carrey) decide passar pelo mesmo processo. Porém, durante a experiência, ele percebe que não quer esquecê-la, e sim mantê-la bem viva em sua memória, principalmente os momentos felizes. A partir de então, ele enfrenta uma incrível luta para permanecer com as lembranças desse passado.
Crítica: o filme retrata, com muita genialidade e inteligência, a concepção humana de esquecer algo que nos magoa. A ideia do “tratamento” é bem criativa. Apesar de a história não ser contada linearmente, é extremamente clara e compreensível. A atuação de Jim Carrey é excelente, o que só enriquece o longa com um roteiro e um desfecho surpreendentes.
Avaliação: ***

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domingo, 25 de julho de 2004

Matadores de Velhinha

Título original: The Ladykillers
País: EUA
Ano: 2004
Gênero: Comédia
Duração: 104 min
Direção: Joel Coen e Ethan Coen
Elenco: Tom Hanks, Marlon Wayans, Greg Gunberg; Ryan Hurst, George Wallace, J.K. Simmons e Irma P. Hall.

Sinopse: o professor G.H. Dorr (Tom Hanks) tem um grande plano para assaltar um cassino. Ele aluga um quarto na casa de uma senhora (Irma P. Hall), onde convoca seus comparsas para discutir o plano de ação. A situação se complica quando a senhora descobre o plano, o que faz com que os ladrões tenham que eliminá-la de qualquer maneira.
Crítica: esse talvez tenha sido o filme dos irmãos Coen que menos agradou ao público. A história, baseada no roteiro de William Rose e no filme homônimo de 1955, dirigido por Alexander Mackendrick, retrata a difícil missão do professor G.H. Dorr – e de sua gangue de “especialistas” – de se infiltrar no porão de uma típica senhora evangélica de uma cidade interiorana dos Estados Unidos. A coisa toda passa a se complicar à medida que os problemas vão surgindo e que a bondosa senhora Marva Munson vai se intrometendo nos afazeres da banda. Sim, os brilhantes cafajestes apresentam-se como músicos.
O longa peca ao não apresentar os coadjuvantes que fazem parte da gangue. Simplesmente surgem na tela já preparando-se para o roubo. E as interpretações, com exceção de Tom Hanks, Irma P. Hall (a velhinha) e Marlom Wayans (Gawain MacSam), são pouco eficientes.
Mas com um roteiro fraco, que não se defeniu como comédia realmente, os que se saíram bem foram prejudicados. Os artifícios usados (repleto de clichês e diálogos bobos) para causar risos não funcionou. Uma ou outra cena é engraçada, geralmente entre Hanks e Hall.
‘Matadores de Velhinha’ não chega a ser tão ruim assim a ponto de receber uma nota baixa: sua fotografia é boa, bem como os cenários, que dão um visual legal ao longa. Entretanto, não deixa de ser uma decepção pelos nomes envolvidos com o projeto, pelo deficiente roteiro adaptado e pela má escolha dos atores coadjuvantes. Um melhor empenho na direção o tornaria melhor e mais agradável.
Avaliação: ***

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segunda-feira, 19 de julho de 2004

As Invasões Bárbaras

Título original: Les Invasions Barbares
País: Canadá
Ano: 2003
Gênero: Drama
Duração: 99 min
Direção: Denys Arcand
Elenco: Rémy Girard, Stéphane Rousseau, Marie-Josée Croze, Dorothée Berryman, Yves Jacques, Dominique Michel e Pierre Curzi.

Sinopse: à beira da morte e com dificuldades em aceitar seu passado, Rémy (Rémy Girard) busca encontrar a paz. Para tanto recebe a ajuda de Sébastien (Stéphane Rousseau), seu filho ausente, sua ex-mulher e velhos amigos.
Crítica: em “As Invasões Bárbaras” o diretor faz uma relação com a queda do Império Romano. Para quem não sabe, Roma ruiu por ter sofrido invasões pelos povos bárbaros, que na época eram todos aqueles que não eram romanos ou gregos. Pois bem, neste longa o diretor canadense dá como exemplo a tragédia de 11 de setembro como o primeiro ataque bárbaro a atingir o império americano.
Apesar dessa reflexão poder ser extraída do filme, este conta uma história independente, um drama simples e nem um pouco crítico. A trama gira em torno de Rémy (Rémy Girard, estupendo), um professor de história que descobre estar com câncer. Após ser internado, sua ex-mulher liga para o filho para pedir que este venha visitá-lo em Montreal, Canadá. Mesmo sem vontade, o filho, Sébastien (Stéphane Rousseau), atende ao pedido da mãe e vai visitar o pai. O problema é que o jovem representa tudo aquilo que o pai mais repudia: “ele é um capitalista puritano e eu sou um comunista voluptuoso”, afirma Rémy em determinada parte do longa. Mesmo com ideologias opostas vemos que ao passar do tempo o sentimento de pai e filho vai predominando, e Sébastien passa a fazer de tudo para ajudar seu pai. Ele tenta inclusive transferi-lo para um grande hospital nos Estados Unidos, porém Rémy recusa subitamente. Na verdade, Rémy acha que não faria sentido sair do país que ama justamente na hora de sua morte, assim ele prefere continuar no Canadá onde pode ficar com seus amigos (personagens do primeiro filme) que, após avisados por Sébastien, vão visitá-lo. Uma das principais virtudes do filme é o fato do diretor ter conseguido, 15 anos depois, reunir basicamente todo o elenco do original, “O Declínio do Império Americano”, também recomendável. Os diáologos e as interpretações são ótimas. É um filme ímpar, imperdível e emocionante.
Curiosidade: conquistou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, em 2004.
Avaliação: ****

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quarta-feira, 14 de julho de 2004

Cold Mountain

Título original: Cold Moutain
País: EUA
Ano: 2003
Gênero: Drama, guerra, romance
Duração: 152 min
Direção: Anthony Minghella
Elenco: Jude Law, Nicole Kidman, Renée Zellweger, Natalie Portman, Philip Seymour Hoffman, Donald Sutherland, Brendan Gleeson e Giovanni Ribisi.

Sinopse: após o término da Guerra Civil Americana, o soldado Inman Balis inicia o percurso para retornar à sua casa, na vila de Cold Mountain. Lá está à sua espera Ada, sua namorada, que luta para administrar uma grande fazenda após a morte de seu pai. Para ajudá-la na tarefa chega Ruby, enviada por sua vizinha Sally, que cria uma grande amizade com Ada. No caminho de volta Inman encontra diversos outros soldados, feridos como ele, com quem divide suas experiências de guerra.
Crítica: ótima direção, fotografia e trilha belíssimas e um elenco em sintonia o salvam de ser mais uma fita qualquer de guerra. Destaque para a atuação de Jude Law e Renée Zellweger. Nesse longa, Nicole Kidman deixou a desejar.
Curiosidade: Renée Zellweger conquistou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante em 2004.
Avaliação: ***

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terça-feira, 6 de julho de 2004

Lei da Atração

Título original: Laws of Attraction
País: EUA
Ano: 2004
Gênero: Comédia, romance
Duração: 90 min
Direção: Peter Howitt
Elenco: Julianne Moore, Pierce Brosnan, Parker Posey, Michael Sheen, Mina Badie, Mike Doyle, Elva Crowley, Nora Dunn, Frances Fisher, Adam Goodwin e Peter Ballance.

Sinopse: Audrey Woods (Julianne Moore) é uma bem-sucedida advogada especialista em divórcios, famosa por nunca ter perdido um caso. Ela só pensa em negócios e está sempre à frente do júri. Mas agora Audrey tem um novo oponente, o advogado Daniel Rafferty, que acaba de chegar à cidade e parece ser uma presa fácil para Audrey. Mas as aparências enganam, especialmente quando os dois se enfrentam no tribunal. Daniel se revela um oponente formidável, quebrando a invencibilidade de Audrey.
Crítica: mais uma comédia romântica de Hollywood. A história é boa, sofisticada e engraçada em algumas partes. A melhor atuação é a da Julianne Moore. O filme cumpre o que promete na medida certa: entretenimento.
Avaliação: ***

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quinta-feira, 1 de julho de 2004

No Limite das Emoções

Título original: Recordati di Me
País: França/Itália/Reino Unido
Ano: 2003
Gênero: Comédia, drama, romance
Duração: 125 min
Direção: Gabriele Muccino
Elenco: Fabrizio Bentivoglio, Laura Morante, Nicoletta Romanoff, Monica Bellucci, Silvio Muccino, Gabriele Lavia, Enrico Silvestrin Silvia Cohen e Alberto Gimignani.

Sinopse: Carlo Ristuccia (Fabrizio Bentivoglio) se vê dividido entre seu casamento com Giulia (Laura Morante) e seu tórrido caso de amor com Alessia (Monica Bellucci). Ao mesmo tempo Giulia enfrenta problemas para enfrentar seus desejos reprimidos. Valentina (Nicoletta Romanoff), filha de Carlo e Giulia, está disposta a tudo para trabalhar na televisão, enquanto que seu irmão, Paolo (Silvio Muccino), sonha em conquistar uma colega. Enfim, a vida e amores de uma família italiana moderna, cujas aspirações estão em constante conflito com seus frágeis limites morais.

Crítica: o filme fala sobre a vida de uma família de classe média alta, com um jeito simples e bem italiano. Um pai que se sente um fracassado e reencontra o grande amor da vida dele; uma mãe que ainda tenta ser uma grande atriz de teatro, sonho abandonado para cuidar da família; uma filha que quer ser famosa a qualquer custo, não importando os meios utilizados para tal; e um filho, aparentemente virgem, que faz de tudo para impressionar uma colega.
Fraquezas, aspirações, desejos, frustrações, decepções, angústias, medos, todos os sentimentos inerentes ao ser humano são abordados na fita.
As atuações de Laura Morante e de Monica Bellucci são as melhores.
Pode não ser uma obra-prima, mas é um filme bastante sensível por permitir que o espectador se identifique com um desses personagens em suas situações de vida.

Avaliação: ***

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domingo, 20 de junho de 2004

Minha Vida Sem Mim

Título original: My Life Without Me
País: Espanha/Canadá
Ano: 2003
Gênero: Drama
Duração: 111 min
Direção: Isabel Coixet
Elenco: Sarah Polley, Amanda Plummer, Scott Speedman, Leonor Watling, Deborah Harry, Maria de Medeiros, Mark Ruffalo, Julian Richings e Jessica Amlee.

Sinopse: Ann é uma jovem mãe. Tem um marido que passa mais tempo procurando emprego do que trabalhando, uma mãe amargurada e um pai criminoso e preso. Enquanto qualquer garota de sua idade está se divertido, Ann está trabalhando. Ela limpa uma universidade à noite, um lugar onde nunca terá condições de estudar. Depois de passar mal, ela descobre uma grave doença e que tem apenas 3 meses de vida. Sem contar nada a ninguém, prepara uma lista de tudo que sempre quis fazer, começando uma trajetória em busca de todos os seus sonhos, desejos e fantasias. É então que sente que está vivendo e intensamente, mas sempre imaginando como será a vida sem ela.
Crítica: o drama bem dirigido comove, mas sem sentimentalismo barato. A composição das imagens, que não segue o padrão hollywoodiano, passa a sensação de estarmos acompanhando, lado a lado, em tempo real, a vida de Ann. A história sem grandes sobressaltos, mas muito forte e impactante, faz-nos pensar. Ann não se pode dar ao luxo de perder tempo com futilidades. Ela dedica toda a energia que lhe resta para resolver as questões de sua vida e para deixar preparada a própria ausência. Os atores são ótimos, assim como os diálogos.
Avaliação: ****

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Monster- Desejo Assassino

Título original: Monster
País: EUA
Ano: 2003
Gênero: Drama, biografia
Duração: 109 min
Direção: Patty Jenkins
Elenco: Charlize Theron, Christina Ricci, Bruce Dern, Scott Wilson, Lee Tergesen, Annie Corley, Pruitt Taylor Vince, Marco St. John, Marc Macaulay, Rus Blackwell, Tim Ware, Brett Rice, Kaitlin Riley e Cree Ivey.

Sinopse: baseado na história real de Aileen Wuornos, uma prostituta lésbica e serial killer. Em Michigan, a infância de Wournos foi marcada pelo abuso sexual e uso de drogas. Mais tarde, aos 13 anos, iniciou-se na prostituição e logo ficou grávida. Em seguida, mudou-se para a Flórida, onde seguiu na prostituição, trabalhando nas estradas. Entre 1989 e 1990, no mesmo período em que cometeu os assassinatos, conhece Selby Wall (Christina Ricci), com quem vive um tórrido romance. A assassina é presa e executada em outubro de 2002.
Crítica: um excelente filme, e isso se deve às performances de Theron e Ricci que tiveram que engordar 14 e 4 quilos respectivamente para os papéis de Aileen e Selby. A diretora humanizou um pouco a psicopata, o que não diminui o brilho do trabalho. É um longa de cenas fortes. Prepare-se!
Curiosidade: Charlize Theron recebeu o Globo de Ouro e o Oscar de Melhor Atriz, em 2004.
Avaliação: ****

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O Último Samurai

Título original: The Last Samurai
País: EUA
Ano: 2003
Gênero: Aventura
Duração: 154 min

Direção
: Edward Zwick
Elenco: Tom Cruise, Billy Connolly, Tony Goldwyn, Timothy Spall , Ken Watanabe e Hiroyuki Sanada.

Sinopse: em 1870 é enviado ao Japão o capitão Nathan Algren (Tom Cruise), um conceituado militar norte-americano. A missão de Algren é treinar as tropas do imperador Meiji (Shichinosuke Nakamura) para que elas possam eliminar os últimos samurais que ainda vivem na região. Porém, após ser capturado pelo inimigo, Algren aprende com Katsumoto (Ken Watanabe) o código de honra dos samurais e passa a ficar em dúvida sobre que lado apoiar.
Crítica: um longa-metragem esplendoroso em nível artístico e visual, mas superficial em conteúdo, história e valores.
Com diversos momentos pretensiosos, o diretor tentou criar um épico de larga escala, cheio de lições de moral e significado. O problema é que tudo que ele conseguiu, e isso pode ser facilmente sentido já lá pela metade da história, foi criar um filme que encante um público menos exigente, que se satisfaz somente com grandes momentos visuais e filosofia rasa.
Nathan é contratado pelos japoneses para derrotar um grupo de samurais rebeldes no país, e terá que lidar e ensinar um exército despreparado enfrentando experientes guerreiros, cheios de virtudes e coragem. Essa parte é mostrada muito rapidamente, pois logo Nathan é capturado pelos samurais e é onde a parte filosófica do filme começa (e mesmo ela sendo piegas, ainda assim é a parte mais interessante do filme).
Nathan aprende sobre os verdadeiros valores dos guerreiros, choca-se com uma cultura milenar muito diferente da norte-americana e ainda tem que resolver diversos conflitos internos. Aí o filme começa a falar de honra, coragem, vergonha, entre outros tópicos que poderiam enriquecer muito qualquer filme. Mas todos são tratados bem superficialmente, e mesmo a boa interpretação de Tom Cruise não motiva a nos encantar com as idéias que são passadas.
Novamente, a produção hollywoodiana preocupa-se mais em mostrar o romance do personagem com a esposa do homem que ele matou (que sempre soa muito forçada) e também uma tentativa de redenção do personagem, bêbado e humilhado, que tenta aprender os preciosos valores samurais, do que realmente encarar tais valores com amor e ousadia.
Creio que o melhor elemento não-técnico de todo o filme seja a interpretação de Ken Watanabe, mesmo que perto do final seu personagem seja ridicularizado com situações risíveis de roteiro, deixando-se submeter a falas e a atos que realmente não condizem com o que se espera de um samurai tão sábio quanto foi dado a aparentar que ele era. Ainda assim, o ator nos oferece uma dose de lições muito boas, e é o que mais se aproxima de realmente nos dizer algo que tenha significado e conteúdo.
As recriações de época são fantásticas (inclusive de cidades japonesas, com composições que mostram toda uma cidade em uma só tomada – belíssimo!). A fotografia, principalmente na parte em que Nathan está com os samurais, é também muito graciosa, com muito verde, casas rústicas, flores e horizontes coloridos que parecem uma obra-prima da pintura.
A batalha, filmada em campo aberto na Nova Zelândia, final tem tamanho quase épico, com centenas de figurantes. Fora uma tomada de muito longe dos combatentes, o filme não utiliza computação gráfica nas cenas de batalha para aumentar os exércitos, o que torna tudo mais real e crível. Não há excesso de sangue no longa, embora ele seja razoavelmente violento.
Sem muitos valores sólidos ou com mensagens profundas, é um filme para entreter.
Avaliação: ***

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sexta-feira, 18 de junho de 2004

Nicotina

Título original: Nicotina
País: México/Argentina/Espanha
Ano: 2003
Gênero: Comédia
Duração: 93 min
Direção: Hugo Rodríguez
Elenco: Diego Luna, Marta Belaustegui, Lucas Crespi, Jesús Ochoa, Rafael Inclán, Daniel Giménez Cacho, Norman Sotolongo, Carmen Madrid, Rosa Maria Bianchi, Eugenio Montessoro, José Maria Yazpik, Jorge Zárate e Enoc Leaño.

Sinopse: Lolo (Diego Luna) é um hacker que tem um caso com sua vizinha e inquilina, a violoncelista Andrea (Marta Belaustegui). Lolo é especialista em tecnologia de ponta e, usando seu talento, grava todas as ligações telefônicas de Andrea e a espiona através de câmeras escondidas. Paralelamente ele consegue acessar dados de contas suíças através do computador, os quais usa, juntamente com dois criminosos, como trunfo para negociar com um mafioso russo por 20 diamantes. Quando Andrea descobre que está sendo espionada e que Lolo é o culpado, ela invade o apartamento dele e quebra tudo o que vê, arremessando o CD com os dados das contas suíças pela janela. Sem saber, Lolo pega o CD e o entrega aos mafiosos. Com o fracasso da troca, todos partem pelas ruas da Cidade do México para encontrar o CD perdido.
Crítica: criativo e com um humor sarcástico, o enredo é brilhante. Foge da narrativa comum e prende a atenção do espectador do começo ao fim.
Com sequências e cenas rápidas, seu ritmo é intenso e empolgante. Já nos primeiros quinze minutos de filme, muita coisa acontece.
O próprio título da película já atrai a curiosidade. Deve-se ao fato de todos os personagens estarem envolvidos com o cigarro. Não que influencie alguém a fumar; ao contrário, a nicotina aqui parece ser a precursora de acontecimentos trágicos e de atitudes brutais.
Técnica com desenvoltura, boas atuações e diálogos divertidíssimos. É uma produção de sucesso, cumpre o que promete e tem um diferencial que é tudo no cinema: roteiro. Um filme para não se perder!!!
Curiosidade: a trama de Nicotina acontece em tempo real, iniciando às 21h17 e terminando, exatamente, às 22h50 – a mesma duração da fita.
Avaliação: ****

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quarta-feira, 16 de junho de 2004

Cazuza – O tempo não para

Título original: Cazuza – O tempo não para
Ano: 2004
País: Brasil
Gênero: Drama
Duração: 98 min
Direção: Walter Carvalho e Sandra Werneck
Elenco: Daniel de Oliveira, Marieta Severo, Reginaldo Faria, Andréa Beltrão, Leandra Leal, André Gonçalves, Arlindo Lopes Dudu Azevedo, André Pfefer, Eduardo Pires, Pierre Santos, Victor Hugo, Maria Mariana, Débora Falabella, Maria Flor e Fernanda Boechat.

Sinopse: retrata a trajetória do Cazuza e os principais momentos de sua vida. Desde o início do seu percurso profissional e criação artística em 1981 até a morte em 1990, aos 32 anos. As relações afetivas, as novas experiências, o temperamento instável e desafiador, sempre em busca de mais, o sucesso com a banda Barão Vermelho, a carreira solo, as músicas que falavam dos anseios de uma geração e a coragem de continuar a carreira, criando e se apresentando, mesmo debilitado pela Aids.
Curiosidade: para a escolha do ator para o papel de Cazuza, Sandra Werneck, desde o início, queria um desconhecido. Foram mais de 60 testes. Daniel de Oliveira usou lente de contato e teve que emagrecer 11 quilos.
Crítica: o filme aborda bem a vida de Cazuza, sem ocultar fatos, e, por isso mesmo, emociona. À admirável interpretação de Daniel de Oliveira, que vive Cazuza na fita, somam-se um roteiro de ótima qualidade e uma trilha sonora selecionadíssima.
Avaliação: ****

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segunda-feira, 14 de junho de 2004

Sob a Névoa da Guerra

Título original: The Fog of War
País: EUA
Ano: 2003
Gênero: Documentário
Duração: 95 min
Direção: Errol Morris
Elenco: -

Sinopse: documentário sobre Robert McNamara, secretário de Defesa dos Estados Unidos durante os governos Kennedy e Lyndon Johnson. Algum tempo depois, passou à presidência do Banco Mundial. McNamara testemunhou muitos dos acontecimentos cruciais do século XX: a arrasadora Depressão dos anos 30; a industrialização dos anos de guerra; a construção do B-29, a mais complexa máquina de guerra da história; seu envolvimento com a nova idéia de gerenciamento corporativo; e uma nova meritocracia americana. Ele foi também um idealista que viu seus sonhos e ideais terrivelmente arruinados pelo papel que desempenhou na história.

Crítica: McNamara, apesar das suas origens modestas, ocupou um dos mais altos cargos do poder público estadunidense e esteve no centro das mais profundas crises bélicas dos últimos anos, da Segunda Guerra Mundial à Guerra do Vietnã, passando pelas crises da Guerra Fria. No filme, além das revelações dos bastidores do poder, o que se vê é um perfil mais humilde e humano de McNamara, bem diferente da imagem de metódico e durão difundida pela imprensa ao longo dos anos.
Com uma montagem tradicional, intercalando imagens com depoimentos, o que chama a atenção no documentário é o seu conteúdo histórico de extrema importância e a constatação a que o espectador chega, perplexo, de quão perto o mundo esteve de uma guerra nuclear. O próprio McNamara revela que o que evitou a 3ª Guerra Mundial foi a sorte simplesmente: "A racionalidade não nos salva", diz.
Entre as imagens de arquivo, há trechos de gravações de reuniões secretas que aconteciam no Salão Oval da Casa Branca. Nelas, é possível ter uma idéia do clima de tensão em torno do mais dramático momento da Guerra Fria, a crise dos mísseis de Cuba, em 1962. Mas, no filme, o episódio ganha uma nova interpretação. Sai a versão em que John Kennedy e seu irmão Bob salvam o planeta de uma guerra nuclear com perícia política e entra em cena uma nova história envolvendo despreparo e falta de bom senso. Para embasar as declarações de McNamara, o filme traz inéditos fragmentos de conversas telefônicas gravadas entre o ex-secretário de Defesa e seus superiores na Casa Branca. Algumas das gravações utilizadas foram liberadas meses antes do longa entrar em fase de montagem.
McNamara fala também dos cinco meses que antecederam o lançamento das bombas atômicas que impuseram o fim à Segunda Guerra. Levanta profundos questionamentos sobre a participação moral dos Aliados na Segunda Guerra. ''O objetivo de ganhar uma guerra justifica uma nação ter ordenado o massacre de 100 mil civis em apenas uma noite?''
‘Sob a Névoa da Guerra’ é um importante e inquietante relato que nos leva à reflexão sobre a fragilidade das estruturas do poder e as incongruências da guerra.

Curiosidade: vencedor do Oscar de Melhor Documentário, em 2003.
Avaliação: ****

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quarta-feira, 9 de junho de 2004

Como se fosse a primeira vez

Título original: 50 First Dates
País: EUA
Ano: 2004
Gênero: Comédia, romance
Duração: 99 min
Elenco: Adam Sandler, Drew Barrymore, Rob Schneider, Sean Astin, Lusia Strus, Dan Aykroyd e Maya Rudolph.
Direção: Peter Segal

Sinopse: o simpático Henry Roth é um veterinário que mora do Havaí e que adora a companhia de mulheres solteiras em passeio à ilha. Entretanto, ele deixa sua vida de playboy de lado quando se apaixona por Lucy, que sofre de uma estranha doença: sofre de falta de memória de curto prazo, o que faz com que rapidamente se esqueça dele e de tudo o que ele faz com ela e por ela. Com isso Henry é obrigado a conquistá-la, dia após dia, para ficar ao seu lado.
Crítica: o filme é engraçadinho, com piadas boas, e serve como diversão num final de tarde. A melhor atuação é a Drew Barrymore. Só não se pode chamá-lo de criativo, já que é impossível não compará-lo ao longa “Feitiço do Tempo” (Groundhog Day, de Harold Ramis, 1993), estrelado por Bill Murray, em que a trama é praticamente a mesma.
Avaliação: **

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quarta-feira, 2 de junho de 2004

De Corpo e Alma

Título original: The Company
País: EUA
Ano: 2003
Gênero: Drama
Duração: 102 min
Elenco: Neve Campbell, Malcolm McDowell, James Franco, Barbara E. Robertson e William Dick.
Direção: Robert Altman

Sinopse: a história mostra as dúvidas e os problemas na vida de uma talentosa bailarina (Neve Campbell), após se tornar a estrela de uma companhia de balé, como também dos demais membros da companhia, cujas vidas profissional e pessoal estão muito ligadas. Um relato de como enfrentam as necessidades criadas pela entrega quase exclusiva ao balé.
Crítica: o filme, por ser voltado ao mundo da dança, pode agradar a um público menor, mais específico. No entanto, pode ser visto por todos. Não há uma grande trama. O longa transcorre naturalmente, mostrando o lado duro da vida profissional de bailarinos, a dedicação extrema levando o corpo ao limite, a negação de alguns prazeres em prol do trabalho e que o sucesso de cada um não depende tão somente do talento, mas do momento e do lugar que ocupam e de um “empurrãozinho” do diretor da companhia em que estão.
Curiosidade: Neve Campbell estudou com o Balé Nacional do Canadá, antes de embarcar na carreira de atriz. É a única intérprete a participar, no filme, ao lado da companhia Joffrey Ballet, de Chicago.
Avaliação: **

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quinta-feira, 27 de maio de 2004

Sobre Meninos e Lobos

Título original: Mystic River
País: EUA
Ano: 2003
Gênero: Drama
Duração: 137
min
Direção: Clint Eastwood
Elenco: Sean Penn, Tim Robbins, Kevin Bacon, Laurence Fishburne e Marcia Gay Harden.

Sinopse: três amigos de infância se reencontram 25 anos depois da juventude para desvendar o mistério da morte da irmã mais velha de um deles. Jimmy (Sean Penn), Sean (Kevin Bacon) e Dave (Tim Robbins) eram grandes amigos, até que o destino os separou. Sean, um policial, fica encarregado do caso juntamente com seu parceiro, Whitey (Laurence Fishburne). Eles têm de estar sempre um passo à frente de Jimmy, que, consumido pelo ódio, é capaz de qualquer coisa para encontrar o assassino da irmã. Dave é obrigado a enfrentar fantasmas do passado, enquanto histórias sinistras são reveladas, transformando a amizade dos três.
Crítica: a trama possui duas linhas de tempo e os três amigos e suas respectivas esposas são o centro da história. A direção, o roteiro e o elenco são impecáveis. Sean Penn vive um personagem repleto de emoções, desde o comum desejo de vingança até a desconfiança com relação a seus amigos. Todas elas vividas intensamente e com maestria pelo ator. Tim Robbins, como Dave, é também um dos grandes destaques no longa. Todos os demais atuam maravilhosamente bem, expressando seus medos, suas dores, suas dúvidas e angústias de maneira muito realista. As cenas são marcantes. Um filme nota 10!
Curiosidade: vencedor de 2 Oscars em 2004: Melhor Ator para Sean Penn e Melhor Ator Coadjuvante para Tim Robbins.
Avaliação: *****

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quarta-feira, 26 de maio de 2004

Passaporte para a Vida

Título original: Laissez-passer
País: França
Ano: 2002
Gênero: Drama, guerra
Duração: 170 min
Elenco: Jacques Gamblin, Denis Podalydès, Charlotte Kady, Marie Desgranges, Ged Marlon, Philippe Morier-Genoud, Laurent Schilling, Maria Pitarresi, Christian Berkel, Richard Sammel, Marie Gillain, Olivier Gourmet, Philippe Saïd, Liliane Rovère e Götz Burger.
Direção: Bertrand Tavernier

Sinopse: Durante a ocupação alemã, em 1942, na Segunda Guerra Mundial, os caminhos de dois homens estão interligados. O primeiro, Jean-Devaivre (Jacques Gamblin), assistente de direção, entra para a Continental – uma empresa alemã de cinema dirigida pelo Dr. Greven, que produz filmes franceses desde 1940 – com o propósito de camuflar sua atividade clandestina na Resistência Francesa. O outro, Jean Aurenche (Denis Podalydès), roteirista e poeta, luta para recusar qualquer oferta de trabalho vinda dos alemães, fazendo da escrita a sua arma contra o cerco nazista. Mais dez personagens são retratados, alguns aderindo aos nazistas e outros se rebelando, mas todos engajados na luta pela sobrevivência.
Crítica: baseados em histórias verídicas, o filme é o retrato claro de uma época brutal e intensa da história francesa, repleta de ambiguidade moral e incertezas profundas. Com esse trabalho, o cineasta homenageia o cinema de seu país realizado durante a ocupação nazista. Alguns diretores continuaram a trabalhar, criando fantasias com as quais os espectadores podiam distanciar-se brevemente da realidade; outros se perguntavam se trabalhar era a coisa certa a fazer.
É importante ressaltar que o diretor não faz julgamentos sobre as decisões das pessoas; o que ele quer é explorar discussões nas mentes humanos.
Apesar de às vezes tornar-se um pouco cansativo, devido a tantos incidentes, o longa deixa uma impressão forte e merece ser assistido.
Avaliação: ***

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domingo, 23 de maio de 2004

Tróia

Título original: Troy
País: EUA
Ano: 2004
Gênero: Aventura
Duração: 163 min
Direção: Wolfgang Petersen
Elenco: Brad Pitt, Eric Bana, Orlando Bloom, Diane Kruger, Sean Bean, Brian Cox, Peter O'Toole, Brendan Gleeson, Saffron Burrows, Rose Byrne, Julie Christie,Garrett Hedlund, Vincent Regan, Adoni Maropis, James Cosmo, Julian Glover, Louis Hilyer, Alex King, Tyler Mane, Trevor Eve e Owain Yeoman.

Sinopse: Menelau, rei de Esparta e irmão de Agamemnon, organiza um banquete amigável e convida o seu inimigo, o príncipe Heitor, de Tóia. Helena, rainha de Esparta e a mulher mais bonita do mundo, apaixona-se por Páris, o impulsivo irmão de Heitor. Páris rouba Helena de seu marido, o rei Menelau, e a leva para Tróia, uma cidade cercada de muralhas. Em defesa da honra da família, Agamemnon convoca todas as tribos da Grécia para trazer Helena de volta. Na verdade, ele também aproveita a situação para garantir a sua supremacia sobre o Império, já que Tróia é uma fortaleza que jamais foi invadida. Aquiles, rebelde e aparentemente invencível, junta-se a Agamemnon para atacar Tróia. Tudo isso acontece em 1193 a.C.
Curiosidade: a produção ergueu, na ilha de Malta (a 93 km ao sul da ilha da Sicília, a sudoeste da Itália), os exteriores da cidade de Tróia numa área de 40.500 m², no interior de um complexo militar do século XVII, o Forte Ricasoli. Malta é um pequeno país, composto por 5 ilhas, rico em ruínas arqueológicas, algumas anteriores aos acontecimentos de Tróia, datando de 2.000 anos. A equipe decidiu que nenhuma das estruturas existentes parecia ter existido em 1.200 a.C. Por isso, a cidade inteira teve de ser construída do zero. Mais de 500 operários malteses foram contratados e cerca de 200 artesãos do Reino Unido foram levados até a ilha para iniciarem a construção.
Tróia trouxe a estréia de dublês virtuais, criados pelas produtoras de efeitos The Moving Picture Company e Framestore CFC. O engenhoso software cria personagens virtuais cujos corpos reagem a qualquer força que lhes seja aplicada, exatamente como humanos.
Crítica: o filme é baseado na Ilíada de Homero, o que significa que o diretor não é obrigado a seguir a obra, podendo mudar versões e adaptá-las. Mas o erro está na falta de veracidade da história, talvez pela língua falada ser o inglês e não o grego e pela distorção de alguns acontecimentos, que acabam por afastar o telespectador mais atento e exigente. A fita acaba privilegiando a aventura e a ação para agradar a maioria do público. “Tróia” merecia mais que um belo figurino.
Avaliação: **

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sexta-feira, 14 de maio de 2004

21 Gramas

Título original: 21 Grams
País: EUA
Ano: 2003
Gênero: Drama
Duração: 125 min
Direção: Alejandro González Iñárritu
Elenco: Sean Penn, Benicio Del Toro, Naomi Watts, Melissa Leo, Charlotte Gainsbourg, Annie Corley e Eddie Marsan.

Sinopse: mescla três histórias diferentes. A de Paul Rivers (Sean Penn), um professor universitário que sofre de uma doença terminal e acaba traindo a esposa. A de Cristina Pecks (Naomi Watts), uma mãe solteira e ex-viciada em drogas que perde toda a família. E Jack Jordan (Benico del Toro), um ex-presidiário que se torna religioso, mas continua sem sorte na vida. Os caminhos dos três se cruzam após um acidente de carro fatal. A partir daí serão testados os limites do amor e da vingança, assim como a promessa da redenção. Vinte e um gramas é o peso que uma pessoa perde no momento da morte. É o peso carregado pelos que sobrevivem; daí o nome do longa.
Crítica: é o melhor filme de Alejandro González Iñárritu e traz atuações brilhantes, como as de Sean Penn e Benicio Del Toro.
São retratadas consequências de uma tragédia (no caso, um atropelamento) para vários personagens. Naomi Watts perde o marido e as filhas, Del Toro é o culpado pela tragédia, enquanto Penn vive um homem doente que recebe o coração da vítima do acidente.
A trajetória dos três é mostrada numa montagem completamente aleatória, mas que dá ênfase extraordinária a principal mensagem do filme: como tantas coisas precisam acontecer para que duas pessoas se conheçam, e até mesmo como as tragédias presentes em nossa vida parecem inevitáveis quando revistas.
A montagem de 21 Gramas pode tropeçar em um momento ou outro (algumas previsibilidades ou com a história mal resolvida da mulher de Penn, vivida por Charlotte Gainsbourg, que fica parecendo uma vilã no final da fita), mas a estrutura como um todo funciona bem.
Fora isso, 21 Gramas é uma obra emocionante, imperdível e inesquecível. Prende a atenção e é contada de uma maneira diferente, onde os fatos vão se encaixando pouco a pouco.
Avaliação: ****

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Adeus, Lênin!

Título original: Good Bye, Lenin!
País: Alemanha
Ano: 2003
Gênero: Comédia
Duração: 121 min
Direção: Wolf Gang Becker
Elenco: Daniel Brühl, Katrin Sab, Maria Simon, Chulpan Khamatova, Florian Lukas, Alexander Beyer, Burghart Klaubner e Michael Gwisdek.

Sinopse: em 1989, pouco antes da queda do muro de Berlim, a Sra. Kerner (Katrin Sab) passa mal, entra em coma e fica desacordada durante os dias que marcaram o triunfo do regime capitalista. Quando ela desperta, em meados de 1990, sua cidade, Berlim Oriental, está sensivelmente modificada. Seu filho Alexander (Daniel Brühl), temendo que a excitação causada pelas drásticas mudanças possa lhe prejudicar a saúde, decide esconder-lhe os acontecimentos, transformando o apartamento da família numa ilha do passado, um tipo de museu socialista, onde sua mãe é carinhosamente levada a acreditar que nada mudou. O que começa como uma simples mentirinha, transforma-se numa enorme farsa, enquanto a irmã de Alex e alguns vizinhos são recrutados para manter a pretensa situação e fazem-na acreditar que, no fim, Lênin realmente venceu!
Crítica: uma das mais felizardas produções do cinema alemão, abordando a entrada do capitalismo no antigo Bloco Vermelho e opiniões divergentes quanto a essa nova realidades. E tudo isso de forma bem descontraída. Ao mesmo tempo, diverte e informa sobre as ideologias políticas e as estratégias de tomada do poder. Longe de ser um filme doutrinário, mostra sempre os dois lados da moeda. Daniel Brühl está brilhante no papel. Imperdível!!!
Avaliação: ****

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domingo, 9 de maio de 2004

Diários de Motocicleta

Título original: The Motorcycle Diaries
País: EUA
Ano: 2004
Gênero: Drama
Duração: 128 min
Elenco: Gael García Bernal, Susana Lanteri, Mía Maestro, Mercedes Morán e Jean Pierre Nohen
Direção: Walter Salles

Sinopse: baseado nos livros de Che Guevara e seu companheiro de viagem, Alberto Granado. Che Guevara (Gael García Bernal) é mostrado neste filme como uma figura sensível, humana e confusa com relação ao futuro. Em 1952, era um jovem estudante de medicana e, de repente, decide deixar a faculdade e viajar pela América do Sul com seu amigo bioquímico, Alberto Granado (Rodrigo de la Serna). A viagem é feita em uma moto, que acaba quebrando. Então passam a seguir viagem através de caronas e caminhadas, sempre conhecendo novos lugares e duras realidades. No Chile, por exemplo, vivenciaram a exploração de mineradores por uma multinacional. A revolta ganha maior força na Amazônia peruana, depois de passarem por Machu Picchu, quando entram em contato com uma isolada colônia de leprosos. Ali, passam a avaliar valores, como amizade e solidariedade, e escolhas emocionais e políticas e como estas podem interferir em suas vidas.
Curiosidade: o filme é o primeiro de Walter Salles em ambiente internacional e falado em língua não-portuguesa. A trilha sonora, de Jorge Drexler e Gustavo Santaolalla, é destaque, e a música-tema, gravada por Drexler (uruguaio), ganhou o Oscar. Rodrigo de la Serna, que interpreta Alberto Granado, é primo em segundo grau de Che Guevara na vida real.
Crítica: não trata-se de um filme histórico. Com uma sintonia perfeita entre atuação dos atores, trilha sonora e fotografia, narra a aventura de dois amigos jovens, que acarretou na descoberta do que cada uma faria no futuro. No caso do Che, vieram à tona, após ver a opressão de povos sendo explorados na América Latina, os ideais de justiça que culminaram no surgimento do guerrilheiro e revolucionário. A película emociona e faz-nos refletir sobre o que mudou e o que ainda precisa mudar, sobre o que podemos fazer para fazermos “diferença”.
Avaliação: *****

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sexta-feira, 7 de maio de 2004

Anti-Herói Americano

Título original: American Splendor
País: EUA
Ano: 2003
Gênero: Comédia, drama
Duração: 102 min
Direção: Shari Springer Berman e Robert Pulcini
Elenco: Paul Giamatti, Harvey Pekar, Hope Davis, Madylin Sweeten, Chris Ambrose, Joey Krajcar, Josh Hutcherson e Cameron Carter.

Sinopse: o balconista de hospital Harvey Pekar (Paul Giamatti) deixa cair no chão alguns arquivos de óbito e encontra a ficha de um homem que trabalhou a vida inteira como balconista em Cleveland – um emprego burocrático, exatamente como o dele. Esse episódio, combinado com o fato de ter visto o seu amigo Robert Crumb (James Urbaniak) se tornar uma pequena celebridade em São Francisco como cartunista, o inspiram a criar a sua própria revista em quadrinhos, chamada American Splendor. A revista, publicada em 1976 com grande sucesso, retratava com realismo o cotidiano do próprio Harvey, um amante compulsivo de jazz e livros.
Crítica: o longa, baseado nos livros de quadrinhos autobiográficos do mais famoso arquivista de Cleveland, Harvey Pekar, consegue tanto captar os ritmos e a beleza do cotidiano que a maioria das pessoas vive sem mesmo se dar conta do que faz como retratar o seu ambiente, dominado pelo pessimismo que corrói a alma.
Pautando-se pelo lema de Pekar segundo o qual "a vida comum é uma coisa complexa", os dois documentaristas, em seu primeiro longa, encontram drama, humor, amor, esquisitices, turbilhões psicológicos, problemas comuns, traumas reais e triunfo artístico.
Os admiradores de Harvey Pekar são poucos, mas depois desta obra sobre o quadrinista e sua série impressionante de livros, eles certamente irão aumentar.
O filme traz imagens do Harvey Pekar real, que faz a narração em voz rouca, e as mistura com o Harvey Pekar fictício, sua mulher e sua filha adotiva, representados respectivamente por Paul Giamatti, Hope Davis e Madylin Sweeten.
Também há imagens de arquivo das participações de Harvey no programa de ‘TV Late Night With David Letterman’ e uma versão de Anti-Herói Americano para o palco.
Deslocando-se a todo momento entre o visual neo-realista de American Splendor e os segmentos mais artificiais, quase documentais, os cineastas recriam em tom de brincadeira o ponto de vista dos quadrinhos sobre a trajetória de Harvey e o bairro operário onde vive.
Baseado na ideia de que a vida se observa melhor nos detalhes, a trama analisa de perto coisas pequenas que revelam mentalidades e atitudes inteiras.
O pessimismo de Harvey e suas obsessões e frustrações, que o deixam doente e o ajudaram a quase perder a voz, acabam por enriquecer sua arte narrativa.
Se eu contar mais, estrago a surpresa do filme que é extraordinariamente revelador, criativo e atraente.
Avaliação: ****

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sexta-feira, 30 de abril de 2004

Beije quem você quiser

Título original: Embrassez Qui Vous Voudrez
País: França
Ano: 2002
Gênero: Romance
Duração: 103 min
Elenco: arlotte Rampling, Jacques Dutronc, Carole Bouquet, Michel Blanc, Karin Viard, Denis Podalydès, Clotilde Courau, Vincent Elbaz, Lou Doillon, Sami Bouajila, Gaspard Ulliel e Mélanie Laurent.
Direção: Michel Blanc

Sinopse: dez dias na vida de cinco casais, seus amigos, filhos e amantes, durante as férias na praia. O próspero casal Elizabeth (Charlotte Rampling) e Bertrand (Jacques Dutronc) fica sabendo que seus vizinhos Veronique (Karin Viard) e Jerome (Denis Podalydes), que tinham posses mas agora escondem suas dificuldades financeiras, estarão no mesmo resort que eles e no mesmo período. Impulsivamente, Elizabeth convida uma amiga, Julie (Clotilde Courau), para viajar com eles. Durante esses dias, os pares poderão se separar, trair, brigar e amar, em meio a revelações e pequenos deslizes. Segredos e desejos virão à tona. Baseado no livro Summer Things, do inglês Joseph Connolly.
Crítica: o filme aposta no vale-tudo, onde compromisso e casamento não são prioridades.
Avaliação: **

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terça-feira, 27 de abril de 2004

Longe do Paraíso

Título original: Far from Heaven
País: EUA
Ano: 2002
Gênero: Drama
Duração: 106 min
Direção: Todd Haynes
Elenco: Julianne Moore, Dennis Quaid, Dennis Haysbert, Patricia Clarkso, Viola Davis, James Rebhorn, Bette Henritze, Michael Gaston, Ryan Ward, Lindsay Andretta, Jordan Puryear, Kyle Timothy Smith e Celia Weston.

Sinopse: Hartford, Connecticut, 1957. Cathy Whitaker (Julianne Moore) é uma dona de casa que leva uma vida aparentemente perfeita, com filhos e um dedicado e bem-sucedido marido, Frank (Dennis Quaid). Mas um dia tudo isso muda, quando Cathy decide ir ao escritório de Frank fazer uma surpresa e o vê, chocada, beijando outro homem. Abalada com o acontecimento, Cathy busca conforto junto a Raymond Deagan (Dennis Haysbert), um jardineiro negro. A aproximação dos dois causa desconfiança junto à vizinhança, que não vê com bons olhos o relacionamento entre uma mulher branca e um homem negro. Paralelamente, Cathy e Frank decidem manter o casamento, para não sofrerem pressões da comunidade, enquanto procuram um médico, Bowman (James Rebhorn), para tentar curar a "doença" de Frank, pois é cada vez mais difícil ele reprimir sua tendência ao homossexualismo.
Crítica: o filme merece o mérito por tratar de temas polêmicos (racismo, homossexualismo e estrutura familiar), ainda mais na década de 50, porém com muita sutileza. A história evolui bem (talvez um pouco lenta para alguns), com a tensão agravando-se aos poucos e os sentimentos explodindo e, ao mesmo tempo, sendo reprimidos, não se sabendo ao certo o que fazer. Tal situação de dor, decepção e aflição contagia o espectador. O figurino é impecável e a atuação de Juliane, como uma típica dona-de-casa americana, esposa perfeita, mãe ideal, socialite respeitada, que de repente vê seu mundo desabar ao descobrir a verdade sobre o marido, é convincente. Uma trama que mostra como, às vezes, se sustenta uma mentira para satisfazer à hipocrisia de toda uma sociedade.
Avaliação: ***

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sexta-feira, 23 de abril de 2004

Duplex

Título original: Duplex
País: EUA
Ano: 2003
Gênero: Comédia
Duração: 97 min
Elenco: Ben Stiller, Drew Barrymore, Eileen Essel, Harvey Fierstein, Justin Theroux, James Remar, Robert Wisdom, Swoosie Kurtz, Wallace Shawn, Maya Rudolph, Amber Valletta, Cheryl Klein, Tim Maculan, Yevgeni Lazarev e
Danny deVito (narrador - voz).
Direção: Danny DeVito

Sinopse: Alex Rose (Ben Stiller) e Nancy Kendricks (Drew Barrymore) formam um jovem casal que tem um sonho de consumo: ter um belo duplex, na cidade de Nova York. Quando eles enfim encontram o apartamento dos seus sonhos, precisam enfrentar um problema: a antiga moradora, uma velhinha simpática, se recusa a deixar o local. Para conseguir o apartamento, Alex e Nancy tomam uma decisão radical e decidem matá-la.
Curiosidade: a história de Duplex surgiu na mente do roteirista Larry Doyle inspirada em um evento real que aconteceu na França. Em 1965, um advogado de 47 anos concordou em pagar o aluguel de um lindo apartamento ocupado por uma senhora de 90 anos, Jeanne Calment, até que ela morresse. Após sua morte, o advogado herdaria sua casa. Para o infortúnio do advogado, Calment se tornou a mulher mais velha do mundo, vivendo até os 122 anos. Ela morreu em 1997 – um ano após a morte do advogado, aos 77 anos.
Crítica: a história é boa e engraçada, com um final que surpreende. Vale para dar boas risadas, garantidas pela atuação dos protagonistas.
Avaliação: ***

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domingo, 18 de abril de 2004

Roubando Vidas

Título original: Taking lives
País: EUA
Ano: 2004
Gênero: Suspense
Duração: 103 min
Direção: D. J. Caruso
Elenco: Angelina Jolie, Ethan Hawke, Kiefer Sutherland, Gena Rowlands, Olivier Martinez, Tchéky Karyo, Jean-Hughes Anglade, Paul Dano, Justin Chatwin e André Lacoste.

Sinopse: A agente especial do FBI, Illeana Scott (Angelina Jolie), é perita em perfil criminal e não crê nas técnicas tradicionais para decifrar uma mente assassina. Sua abordagem não-convencional é muitas vezes o único meio de descobrir a identidade dos assassinos, para que a polícia os capture. Paquette (Olivier Martinez) e Duval (Jean-Hughes Anglade) são detetives de Montreal que investigam uma morte e se vêem obrigados em aceitá-la para entrar na mente de um assassino. Scott entra no caso e pressupõe que criminoso é um "rouba-vidas", isto é, assume a identidade das vítimas. À medida que aumenta a pressão para a captura do assassino, os métodos nada ortodoxos de Scott a distanciam de Paquette e Duval. Seu comportamento aparentemente frio esconde uma intensa paixão pelo trabalho, mas quando uma atração inesperada a lança num envolvimento amoroso a renomada especialista começa a duvidar de seus instintos.
Crítica: filme policial básico, com uma série de reviravoltas sem muito sentido e sequências totalmente previsíveis. O único momento não previsível é o final, o que não chega a ser um mérito do filme, pois é impossível prever o fim absurdo. No geral, "Roubando Vidas" é um filme assistível, onde, apesar de não ver nada de novo, pode acabar divertindo.
Avaliação: **

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quarta-feira, 14 de abril de 2004

As Bicicletas de Belleville

Título original: Les Triplettes de Belleville
País: Canadá/França/Inglaterra
Ano: 2003
Gênero: Animação
Duração: 80 min
Direção: Sylvain Chomet
Elenco: -

Sinopse: é a história de um garotinho triste, chamado Champion, que é adotado por sua avó, madame Souza. Na tentativa de fazer a vida do garoto mais feliz, a velhinha o presenteia com um cachorro, que logo é esquecido pelo menino. Ainda na esperança de motivar o neto, ela descobre por acaso que a o garoto tem um grande interesse por bicicletas, e lhe dá uma de presente. A partir de então, o rapaz passa a treinar rigorosamente e torna-se aficionado por ciclismo, uma paixão amplamente estimulada pela avó. Quando surgem notícias de que haverá a competição "Tour de France", a maior prova de ciclismo do país, o jovem começa a se preparar. Porém, durante a corrida, o rapaz e outros ciclistas são seqüestrados por dois misteriosos homens de preto, levando Madame Souza e seu fiel cão Bruno, a entrarem numa grande aventura à procura de Champion. A aventura surreal dá referências ao nosso mundo atual.
Curiosidade: concorreu ao Oscar de melhor animação em 2004.
Crítica: Com inovação visual e conteúdo crítico, envolve o espectador. A animação abusa de expressões caricatas, que praticamente contam toda a história, visto que não há quase diálogos. Apesar de classificado como animação, é filme para adulto assistir também.
Avaliação: ****

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quarta-feira, 24 de março de 2004

Mestre dos Mares: O Lado Mais Distante do Mundo

Título original: Master and Commander: The Far Side of the World
País: EUA
Ano: 2003
Gênero: Aventura
Duração: 138 min
Direção: Peter Weir
Elenco: Russell Crowe, Paul Bettany, Billy Boyd, James D'Arcy, Max Pirkis, Max Benitz, Lee Ingleby, George Innes e Mark Lewis Jones.

Sinopse: durante as Guerras Napoleônicas, Jack Aubrey (Russel Crowe) é o capitão de guerra da Marinha Britânica e Stephen Maturin (Paul Bettany), o médico de bordo do navio H.M.S. Surprise. Em alto mar, eles são atacados por uma embarcação inimiga bem mais poderosa. Com o navio danificado e a maior parte da tripulação ferida, Aubrey encontra-se dividido entre o dever e a amizade quando decide interceptar e capturar o inimigo, em uma arriscada perseguição que atravessará dois oceanos. A missão pode fazer sua reputação ou destruir Lucky Jack e seus marinheiros. O filme corre o mundo atrás da épica jornada desses personagens, da costa do Brasil às águas tempestuosas do Cabo Horn, sempre para sul, atravessando gelo e neve, levando-nos ao ponto mais longínquo do mundo: as costas das Ilhas Galápagos.
Crítica: a história não tem profundidade e nem ação suficiente. São apenas 3 batalhas em duas horas e meia de duração. Talvez a culpa seja da simplicidade em sua construção: o navio comandado pelo experiente Capitão Jack Aubrey (Russell Crowe) é caçado por um novo e feroz navio francês, com o único intuito de eliminar a embarcação do consagrado Capitão. Com o orgulho ferido após uma batalha bem emocionante, logo no início do filme, o resto é somente a grande e orgulhosa caçada de Jack pelo navio claramente superior. O foco não são os combates, e sim demonstrar como era o modo de vida de quase 200 pessoas no mesmo barco por meses.
O problema é concentrar todo o longa apenas nisso, não aprofundando-se em nenhum comportamento psicológico dos personagens, não criando um ernedo mais interessante. Sabemos que Jack está com o orgulho ferido e que fará tudo para conseguir seu objetivo, sabemos tudo o que irá acontecer, só que tudo isso é percebido de maneira extremamente superficial. O filme acaba ficando sem graça, repetitivo e entediante. As cenas mais dramáticas não pertencem ao personagem principal, e quando isso acontece, é porque há algo errado. A operação do corajoso jovem e o homem ao mar, por exemplo, é muito mais forte do que qualquer outra protagonizada por Russell Crowe.
Ao mesmo tempo que as cenas são maravilhosamente bem feitas e somos inseridos na batalha, temos a estranha sensação de desordem, de não saber quem é quem ali dentro. Ou seja, não identificamos ninguém em meio a tanta confusão.
Tecnicamente, ‘Mestre dos Mares’ é um espetáculo: desde os efeitos especiais até a linda fotografia. Os efeitos são excelentes, contudo pessoas sem braços e pernas, operações a sangue frio, machucados, mares furiosos, tudo isso já foi visto e mostrado em produções até mais simples.
O longa acaba por ser simplesmente um quadro fiel e realístico de como era viver em um navio daqueles. Nada mais.
Avaliação: ***

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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2004

Piratas do Caribe – A Maldição do Pérola Negra

Título original: Pirates of the Caribbean: The Curse of the Black Pearl
País: EUA
Ano: 2003
Gênero: Aventura
Duração: 143 min
Direção: Gore Verbinski
Elenco: Johnny Depp, Keira Knightley, Geoffrey Rush, Orlando Bloom, Jonathan Pryce, Brye Cooper, Lee Arenberg, Jack Davenport, Lucinda Dryzek,
Finneus Egan e Greg Ellis.

Sinopse: em pleno século XVII, o pirata Jack Sparrow (Johnny Depp) tem seu navio saqueado e roubado pelo capitão Barbossa (Geoffrey Rush) e sua tripulação. Com o navio de Sparrow, Barbossa invade e saqueia a cidade de Port Royal, levando consigo Elizabeth Swann (Keira Knightley), a filha do governador (Jonathan Pryce). Decidido a recuperar sua embarcação, Sparrow recebe a ajuda de Will Turner (Orlando Bloom), um grande amigo de Elizabeth que parte em seu encalço. Porém, o que ambos não sabem é que o Pérola Negra, navio de Barbossa, foi atingido por uma terrível maldição que faz com que eles naveguem eternamente pelos oceanos e se transformem em esqueletos à noite.
Crítica: a super produção não tem uma história profunda, mas é bastante criativa e vem atender o que propõe: divertir.
Os efeitos especiais e os cenários são incríveis e Jonnhy Depp dá um show de interpretação como o escrachado Capitão Jack Sparrow, que passa por inúmeras reviravoltas na trama. Digamos que ele seja 50% do filme.
Ação, romance, humor, fantasia, suspense, aventura, Piratas do Caribe tem de tudo um pouco.
É entretenimento garantido.
Avaliação: ****

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terça-feira, 17 de fevereiro de 2004

Igual a Tudo na Vida

Título original: Anything Else
País: EUA/França/Holanda/Inglaterra
Ano: 2003
Gênero: Comédia, romance
Duração: 108 min
Direção: Woody Allen
Elenco: Woody Allen, Jason Biggs, Fisher Stevens, Anthony Arkin, Danny DeVito, Christina Ricci, Kadee Strickland, Jimmy Fallon, Diana Krall, William Hill e Stockard Channing.

Sinopse: o aspirante a roteirista Jerry Falk (Jason Biggs) apaixona-se pela volúvel Amanda (Christina Ricci) e juntos vivem uma relação amorosa complicada e hilariante. Com os conselhos de um experiente roteirista, David Dobel (Woody Allen), Jerry tenta solucionar seus problemas amorosos com Amanda.

Crítica: mesmo não estando entre os melhores filmes de Woody Allen, é uma bela comédia romântica com piadas leves e humor refinado, em cenário nova-iorquino. Com a direção primorosa do cineasta, os jovens atores Jason Biggs e Christina Ricci dão um show de interpretação.
Jerry Falk (Biggs) é um escritor de comédia de Nova York, que se apaixona pela namorada do amigo (Jimmy Fallon). A jovem é Amanda (Ricci), com quem logo começa a se relacionar. O romance dos dois, entretanto, esbarra em alguns problemas, como o insaciável apetite sexual da jovem, que busca prazer fora do relacionamento; e a mãe instável da mesma. No meio disso tudo ainda tem o problema de que Jerry não é psicologicamente capaz de terminar relações, por medo de ficar sozinho. E isso não acontece somente nos relacionamentos amorosos, mas também nos de trabalho. Jerry mantém contrato com um empresário picareta (Danny DeVito) e com seu psicólogo incompetente (William Hill) só pelo medo de se desligar.
No meio de todos estes conflitos surge David Dobel (Woody Allen), um colega de profissão de Jerry, que logo passa a dar conselhos 'nada convencionais' em sua vida.
Com muito estilo ‘woodyano’ e sua neurose intimista, o longa diverte e faz refletir. As melhores cenas, claro, são quando Allen toma à frente e descarrega seus diálogos freneticamente.

Avaliação: ***

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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2004

Elefante

Título original: Elephant
País: EUA
Ano: 2003
Gênero: Drama
Duração: 81 min
Direção: Gus Van Sant
Elenco: Alex Frost, Eric Deulen, John Robinson, Jordan Taylor e Carrie Finklea.

Sinopse: mostra um grupo de adolescentes em um dia comum numa escola de Portland, nos Estados Unidos: trabalhos de classe, educação física, fofocas e encontros de amigos. Para cada um dos estudantes que conhecemos, a escola secundária tem significados diferentes: estimulante, agradável, solitária, difícil. Até que um fato extremamente violento acontece, semelhante ao ocorrido em Columbine.

Crítica: várias histórias. Personagens que se encontram sem que se conheçam ou mesmo que venham a se conhecer. Que habitam diariamente um mesmo local sem que saibam da existência de uma boa parcela de pessoas que naquele mesmo espaço transitam, estudam, se relacionam, projetam seus futuros. São alunos de uma escola de ensino médio nos Estados Unidos.
Apos poucos, o diretor vai nos apresentando, um a um. Jovens com um furturo pela frente, mas que terão suas vidas roubadas em questão de segundos.
Editado de maneira inteligente, tendo como base uma história real que abalou o mundo inteiro, “Elefante” não é simplesmente um documentário como “Tiros em Columbine”, de Michael Moore. A película de Gus Van Sant concentra suas energias no exame do cotidiano de uma juventude sem brilho e desprovida de perspectivas.
Nesse contexto o ambiente escolar parece colaborar para a perpetuação da futilidade com a formação de “panelinhas”, onde se reúnem estudantes que possuam status semelhante (há o grupo dos atletas, o das “patricinhas”, o dos “nerds” ou “cdfs”). Além da evidente segregação evidenciada pelo surgimento desses grupos, a escola parece promover os aspectos sociais em detrimento do conhecimento, da ciência, da sabedoria, do estudo e da pesquisa que podem dar a cada um a oportunidade de revelar suas habilidades.
Desprovido de efeitos especiais, sem contar com nomes famosos no elenco, tendo como locação básica o interior de uma escola e contando com orçamento reduzido para os padrões de Hollywood, “Elefante” é um fenômeno. Instigante, crítico, inovador na dinâmica utilizada para contar uma grande tragédia americana, a obra venceu a Palma de Ouro em Cannes em 2003 como Melhor Filme.
Avaliação: ***

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sexta-feira, 2 de janeiro de 2004

Os Deuses Devem Estar Loucos

Título original: The Gods Must Be Crazy
Ano: 1980
País: Botsuana/África do Sul
Gênero: Comédia
Duração: 108 min
Direção: Jamie Uys
Elenco: Marius Weyers, Sandra Prinsloo, N!xau, Louw Verwey, Michael Thys, Nic De Jager, Brian O'Shaughnessy, Vera Blacker, Ken Gampu, Paddy O'Byrne (narrador) e Jamie Uys.

Sinopse: um dia, de um avião de passagem, o piloto joga fora uma garrafa de vidro de Coca-Cola, no deserto de Kalahari (junto à Àfrica do Sul). Os nativos (bosquímanos) acreditam que o artefato é um presente dos deuses, com muitos usos a serem descobertos. Mas isso gera uma série de brigas e eles decidem devolvê-la aos deuses, escolhendo um dos seus para fazer a devolução. Então, decide-se que o frasco deve ser jogado fora do planeta. Xi é o nomeado para a tarefa e, enquanto viaja para cumprir a sua tarefa, encontra membros da civilização ocidental pela primeira vez. O filme apresenta uma visão diferente da civilização vista por Xi.
Crítica: não é nenhum clássico detentor de recordes de bilheteira, mas, nem por isso, menos fascinante. A história, que narra a viagem de Xi e suas inúmeras descobertas, leva-nos a um contexto espaço-tempo completamente distinto do nosso e faz-nos refletir sobre como lidamos com as diferenças e situações novas. Além de crítico, o filme é sinal de entretenimento na certa, pelo comportamento ingênuo do personagem, pelo próprio enredo, pelas situações caricatas, pela linguagem que utiliza, caracterizada pela emissão de de sons semelhantes a “cliques”, pela forma que ele vê. Imperdível!!!
Curiosidade: foi filmado o “Deuses Devem Estar Loucos 2”, onde os dois filhos de um nativo caem dentro de um caminhão-tanque cheio de água, que pertence a caçadores ilegais que matam elefantes para ficarem com o marfim. Assim, seu pai vai procurá-los e acaba encontrado uma advogada de Nova York e um zoólogo, que ficaram perdidos quando o pequeno avião no qual estavam sofreu uma pane sobre a selva africana. Além disto, dois soldados que lutam o tempo todo para capturar um ao outro surgem no caminho deles. No meio desta confusão, o choque cultural entre os "civilizados" e os "selvagens" se faz presente. Também vale a pena assisti-lo.
Avaliação: ****

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