domingo, 20 de junho de 2004

O Último Samurai

Título original: The Last Samurai
País: EUA
Ano: 2003
Gênero: Aventura
Duração: 154 min

Direção
: Edward Zwick
Elenco: Tom Cruise, Billy Connolly, Tony Goldwyn, Timothy Spall , Ken Watanabe e Hiroyuki Sanada.

Sinopse: em 1870 é enviado ao Japão o capitão Nathan Algren (Tom Cruise), um conceituado militar norte-americano. A missão de Algren é treinar as tropas do imperador Meiji (Shichinosuke Nakamura) para que elas possam eliminar os últimos samurais que ainda vivem na região. Porém, após ser capturado pelo inimigo, Algren aprende com Katsumoto (Ken Watanabe) o código de honra dos samurais e passa a ficar em dúvida sobre que lado apoiar.
Crítica: um longa-metragem esplendoroso em nível artístico e visual, mas superficial em conteúdo, história e valores.
Com diversos momentos pretensiosos, o diretor tentou criar um épico de larga escala, cheio de lições de moral e significado. O problema é que tudo que ele conseguiu, e isso pode ser facilmente sentido já lá pela metade da história, foi criar um filme que encante um público menos exigente, que se satisfaz somente com grandes momentos visuais e filosofia rasa.
Nathan é contratado pelos japoneses para derrotar um grupo de samurais rebeldes no país, e terá que lidar e ensinar um exército despreparado enfrentando experientes guerreiros, cheios de virtudes e coragem. Essa parte é mostrada muito rapidamente, pois logo Nathan é capturado pelos samurais e é onde a parte filosófica do filme começa (e mesmo ela sendo piegas, ainda assim é a parte mais interessante do filme).
Nathan aprende sobre os verdadeiros valores dos guerreiros, choca-se com uma cultura milenar muito diferente da norte-americana e ainda tem que resolver diversos conflitos internos. Aí o filme começa a falar de honra, coragem, vergonha, entre outros tópicos que poderiam enriquecer muito qualquer filme. Mas todos são tratados bem superficialmente, e mesmo a boa interpretação de Tom Cruise não motiva a nos encantar com as idéias que são passadas.
Novamente, a produção hollywoodiana preocupa-se mais em mostrar o romance do personagem com a esposa do homem que ele matou (que sempre soa muito forçada) e também uma tentativa de redenção do personagem, bêbado e humilhado, que tenta aprender os preciosos valores samurais, do que realmente encarar tais valores com amor e ousadia.
Creio que o melhor elemento não-técnico de todo o filme seja a interpretação de Ken Watanabe, mesmo que perto do final seu personagem seja ridicularizado com situações risíveis de roteiro, deixando-se submeter a falas e a atos que realmente não condizem com o que se espera de um samurai tão sábio quanto foi dado a aparentar que ele era. Ainda assim, o ator nos oferece uma dose de lições muito boas, e é o que mais se aproxima de realmente nos dizer algo que tenha significado e conteúdo.
As recriações de época são fantásticas (inclusive de cidades japonesas, com composições que mostram toda uma cidade em uma só tomada – belíssimo!). A fotografia, principalmente na parte em que Nathan está com os samurais, é também muito graciosa, com muito verde, casas rústicas, flores e horizontes coloridos que parecem uma obra-prima da pintura.
A batalha, filmada em campo aberto na Nova Zelândia, final tem tamanho quase épico, com centenas de figurantes. Fora uma tomada de muito longe dos combatentes, o filme não utiliza computação gráfica nas cenas de batalha para aumentar os exércitos, o que torna tudo mais real e crível. Não há excesso de sangue no longa, embora ele seja razoavelmente violento.
Sem muitos valores sólidos ou com mensagens profundas, é um filme para entreter.
Avaliação: ***

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