quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Sr. Kaplan (Mr. Kaplan)

País: Uruguai
Ano: 2012
Gênero: Comédia
Duração: 98 min
Direção: Álvaro Brechner
Elenco: Héctor Noguera, Néstor Guzzini, Rolf Becker e Nidia Telles.

Sinopse: irritado com a ociosidade da velhice, Jacobo Kaplan decide investir em uma "missão" que poderá transformá-lo em herói: desmascarar um e ex-nazista que vive tranquilamente em uma pequena praia uruguaia.

Crítica: envelhecer é difícil para todos, mas especialmente para Jacobo Kaplan (Héctor Noguera), que começa a se fazer perguntas do tipo: ‘Que sentido tem a minha vida?’, ‘O mundo é melhor graças a mim?’, 'Eu fiz algo de memorável?'.
Sr. Kaplan, de 76 anos e agora aposentado, faz um balanço de sua vida desde quando teve que abandonar seu país – ele é um refugiado que escapou da Segunda Guerra Mundial – e se virar sozinho em outro continente, constituindo no Uruguai sua família. Hoje vive entediado e decepcionado com o interesse escasso de seus familiares e amigos em mostrar suas origens judaicas.
Porém, a gota d’água foi a não renovação de sua carteira de motorista. Então, ele se inspira em um monólogo casual com sua neta adolescente e em um noticiário para ocupar seu tempo. Junto a um ex-policial, Wilson Contreras (o excelente Néstor Guzzini), amigo da família e alcóolatra, contratado pela mesma para ser seu motorista, ambos tomam como projeto de vida uma missão que os tiram da insatisfação com o momento em que viviam: por um lado, Kaplan, vivenciando os efeitos do envelhecimento impondo algumas limitações ao modo em que sempre viveu e, por outro, Contreras, um homem bom, desempregado, e afastado de sua mulher e filhos, por causa de um cunhado corrupto.
Como missão decidem desmascarar um ex-nazista que vive em uma pequena praia vizinha, começando uma jornada de situações cômicas em meio a insolações e muito calor, perseguições e vilões. A situação evolui para uma amizade entre os dois personagens, deixando menos sombrias as limitações de cada um e o tema que estão investigando.
Os personagens do filme mostram contradições e fragilidades, além de reflexões existenciais muito sérias e pertinentes a uma sociedade que envelhece rapidamente como a nossa, mas com leveza e graça, levando-nos a dar boas risadas.
O objetivo é retratar com humor ácido e sarcástico a história de alguém que teme a morte, aquilo no que ele acredita e quer acreditar, seus valores e os seus receios de perda de identidade, e o desejo inato de deixar uma marca de sua passagem pelo mundo. Nesse sentido, se discute o sentido da vida.
Coproduzido por Uruguai, Alemanha e Espanha, o filme é baseado no livro “El Salmo de Kaplan”, do colombiano Marco Schwartz, e foi o escolhido do Uruguai para representar o país no Oscar.

Avaliação: ***

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Matar ou Morrer (High Noon)

País: EUA
Ano: 1952
Gênero: Faroeste
Duração: 85 min
Direção: Fred Zinnemann
Elenco: Gary Cooper, Grace Kelly, Thomas Mitchell, Lloyd Bridges, Ian MacDonald, Otto Kruger, Katy Jurado, Lon Chaney Jr. e Harry Morgan.

Sinopse: Will Kane (Gary Cooper) é um xerife que fica sabendo na hora de seu casamento que ao meio-dia chegará um trem trazendo Frank Miller (Ian MacDonald), um criminoso que mandou para a cadeia e planeja se vingar. Apesar de Amy (Grace Kelly), sua noiva quaker, argumentar que devem ir embora, ele acha que fugirá para sempre se não enfrentar a situação. A população (com raras exceções) se refugia sem ajudá-lo, apesar dele pedir aos cidadãos para enfrentarem o pistoleiro e seus cúmplices.

Crítica: não é uma grande história, mas um dos faroestes mais tensos do cinema e este é seu grande mérito. Prende a atenção do espectador do início ao fim, com muito suspense (que ganha muito aqui com a trilha sonora adequada) e boas atuações, principalmente de Gary Cooper que, apesar de seu personagem ser um homem resoluto, que não pretende abrir mão de seu orgulho frente aos foras-da-lei, ele se destaca por mostrar-se humano, alguém com medo, que hesita e que precisa de ajuda.
Vale também lembrar que não é dado nenhum tiro até a sequência final, comprovando a competência do diretor em envolver o público mesmo assim. 
Quando o filme tem início, Kane está se casando com a bela Amy (Grace Kelly) e se preparando para deixar a cidade e o cargo de delegado. Ele já serviu aquela comunidade com extrema competência, tendo sido o `melhor delegado que eles tiveram ou que terão`, como diz um dos proeminentes membros da sociedade local. No entanto, neste dia chegam ao lugarejo três famosos foras-da-lei, que se dirigem diretamente à estação de trem. Um deles é irmão de um terrível assassino que foi preso por Kane cinco anos antes. Quando o delegado recebe um telegrama informando que o bandido foi libertado, já não restam dúvidas: ele vai chegar no trem do meio-dia, o que explica a presença dos outros três sujeitos na estação (e o título original do filme).
Imediatamente todos insistem para que Kane deixe logo a cidade, afinal já são 10h40 e em uma hora e vinte minutos o trem que traz o assassino chegará à estação. Impulsivamente, o delegado parte com sua esposa, porém retorna- logo depois, pois não consegue fugir.
O tempo é outro aspecto fundamental para este faroeste. Os minutos transcorrem, na tela, quase em tempo real. Constantemente um relógio surge a fim de lembrar a Kane e ao espectador a urgência da situação. O minuto final, antes da chegada do trem é uma pequena obra-de-arte que deve ser lembrada na história do cinema.
A atuação de Cooper nesse longa rendeu-lhe seu segundo Oscar de Melhor Ator. O primeiro foi em Sergeant York (Sargento York), de 1941.

Avaliação: ****

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O Rei da Comédia (The King of Comedy)

País: EUA
Ano: 1983
Gênero: Comédia
Duração: 109 min
Direção: Martin Scorcese
Elenco: Jerry Lewis, Robert De Niro, Sandra Bernhard, Liza Minelli e Tony Randall.

Sinopse: Jerry Langford (Jerry Lewis) é um consagrado apresentador de TV. Um dia, ao se encaminhar para o trabalho, ele é sequestrado pelo aspirante a comediante Rupert Pumpkin (Robert De Niro) e sua amiga Masha (Sandra Bernhard). Para escapar da situação, Jerry concede a Rupert espaço em seu programa de TV, de forma que ele possa apresentar seu número.

Crítica: admirar ou invejar as celebridades é o tema principal do longa. Lançado em menos de dez anos após dois dos maiores clássicos do diretor (Taxi Driver e Touro Indomável), o filme satiriza o culto à celebridade, o sentimento de rejeição e a incapacidade das pessoas de seguirem o seu próprio caminho. Reféns da sua mediocridade, o outro (celebridade) serve como uma fuga do seu mundo em direção ao suposto paraíso do qual elas não pertencem.
Ambientado em uma Manhattan dos anos 80, Robert De Niro interpreta um aspirante a comediante chamado Rupert Pumpkin, cuja obsessão (sem limites) é se tornar, ou mais, é ser, o enfadado apresentador do talk show onde a estrela é Jerry Langford (Jerry Lewis em excelente performance).
Para conhecer seu ídolo, Pumpkin arquiteta um plano mirabolante com Masha (Sandra Bernhard) na saída de um dos seus programas. Enquanto ela invade a limusine do apresentador com os hormônios a flor da pele, Pumpkin o resgata e se apresenta como a nova estrela da comédia de Nova York. Cinco minutos de conversa entre um artista que quer se livrar do seu fã é o bastante para Pumpkin começar a ter delírios de intimidade com Langford, a ponto de imaginar que o apresentador lhe implore que assuma o seu programa por seis semanas.
No porão da sua casa, onde os delírios são mais constantes, Pumpkin realiza uma entrevista com Langford e Liza Minelli feitos de papelão em tamanho real, interrompida aos gritos pela sua mãe. A alucinação é tanta que Pumpkin, que conhece todos os detalhes da vida de Langford, viaja acompanhado de uma amiga de tempos de escola para passar um fim de semana na casa de campo do ídolo. Quando tocado para fora da mansão, ele atribui o ato de Langford ao cansaço. E quando sai para jantar com Rita, para impressioná-la, mostra o seu caderno de autógrafos. Ao chegar ao limite, Pumpkin e Masha sequestram o ídolo para conseguirem o que querem: aparição no programa de Langford para Pumpkin, e uma noite de sexo com ele para Masha.
“O Rei da Comédia” não é um filme muito engraçado, na verdade é um filme feito mais para refletir e à frente de sua época. Talvez por essas razões não tenha sido bem recebido por grande parte do público.

Avaliação: ***

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Sem Direito a Resgate (Life of Crime)

País: EUA
Ano: 2014
Gênero: Comédia
Duração:98 min
Direção: Daniel Schechter
Elenco: Jennifer Aniston, Yasiin Bey, Isla Fisher, Will Forte, Mark Boone Junior, Tim Robbins, John Hawkes e Charlie Tahan.

Sinopse: Mickey Dawson (Jennifer Aniston) é sequestrada e seu rico marido se recusa a pagar o resgate exigido pelos criminosos.


Crítica:
Avaliação: a conferir

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Tinker Bell e a Lenda do Monstro da Terra do Nunca (Legend of the Neverbeast)

País: EUA
Ano: 2014
Gênero: Fantasia
Duração: 76 min
Direção: Steve Loter
Elenco: Mae Whitman, Lucy Liu, Raven-Symoné, Thomas Lennon, Anjelica Huston, Jesse McCartney, Timothy Dalton e Pamela Adlon.

Sinopse: A fada Fawn sempre teve um bom coração e se recusou a ver maldade nas pessoas. Por isso, ela torna-se amiga de um gigantesco monstro.Tinker Bell e suas amigas temem que essa relação possa ser nociva para todas as moradoras da cidade, e decide combater o vilão antes que seja tarde.

Crítica
Avaliação: a conferir

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Superpai

País: Brasil
Ano: 2014
Gênero: Comédia
Duração: 86 min
Direção: Pedro Amorim
Elenco: Danton Mello, Dani Calabresa, Giselle Itié, Thogun Teixeira, Danilo Gentili, Monica Iozzi, Antonio Tabet e Rafinha Bastos.

Sinopse: Diogo (Danton Mello) era o garoto mais popular da escola, rei das festas e da bagunça. As meninas queriam estar com ele e os meninos queriam sê-lo. Agora, vinte anos mais tarde, é apenas um homem comum, pai, marido, trabalhador. Uma reunião da turma de colégio é sua chance de sair da rotina e a festa acaba levando a rumos inesperados.

Crítica:

Avaliação: a conferir

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domingo, 22 de fevereiro de 2015

Nostalgia da Luz (Nostalgia de La Luz)

País: França/Chile/Espanha/Alemanha/EUA
Ano: 2014
Gênero: Documentário
Duração: 90 min
Direção: Patricio Guzmán
Elenco: Patricio Guzmán, Gaspar Galaz e Lautaro Núñez.

Sinopse: no deserto de Atacama, astrônomos de todo o mundo se reúnem para observar as estrelas. Nessa região do Chile, a três mil metros de altitude, o calor do sol mantém intactos restos humanos. Ao mesmo tempo em que os astrônomos pesquisam as galáxias em busca de vida extraterrestre, mulheres procuram seus parentes na terra do deserto.

Crítica: o documentário traz imagens impressionantes do deserto do Atacama, território que é uma verdadeira porta para o passado. O ar transparente, a altitude da região e a ausência total de umidade atraem astrônomos de todo o mundo. Telescópios gigantes estão ali instalados para estudar as estrelas, a via láctea, outros planetas e outras vidas.
Ao mesmo tempo, mulheres (mães e esposas) fazem outra busca, mas no solo do deserto. Ali teriam sido enterrados milhares de pessoas presas, durante a ditadura de Pinochet, que durou 17 anos. Neste período, os registros oficiais apontam 30.000 desaparecidos. Contudo, os chilenos garantem que o número é ainda maior.
Uma mina virou um campo de concentração e foi cercado com arame farpado para ali colocar os presos políticos (qualquer um que desafiava o regime da época).
Um cemitério no meio do deserto guarda corpos de escravos mineiros do século XIX. Um museu abriga ossos humanos e também corpos encontrados por arqueólogos que seriam dos antepassados – nômades que passavam pela região.   
Um lugar cheio de mistério, onde as perguntas ultrapassam as respostas. Muita gente ainda está desaparecida e é comovente ver que pessoas ainda procuram seus parentes ali. Durante a filmagem, uma dessas pessoas encontrou o pé e parte da face do lado esquerdo estilhaçada por 2 balas, uma das vítimas da ditadura.
Os depoimentos são bastante marcantes: astrônomos, ex-presos (que foram exilados para o exterior e depois voltaram), parentes das vítimas. Um dos presos era um arquiteto que, posteriormente, à queda do regime, pôs no papel tudo o que viu e viveu no campo. Um registro valioso para termos conhecimento do que houve no Chile.
O texto que narra grande parte da história do documentário é bastante poético, sensível e envolvente, bem trabalhado mesmo.
Tudo isso aliado às imagens incríveis de um lugar único como o Atacama faz de “Nostalgia da Luz” um documentário inesquecível, mais um para o currículo do experiente Patrício Guzmán, autor da obra-prima "Batalha do Chile", produzida em três partes, sem imagens de arquivo e totalmente filmado no momento do golpe chileno.
O nome do filme é inspirado em uma das obras do astrônomo e poeta Michel Cassé e foi apresentado pela primeira vez ao público no Festival de Cannes.

Avaliação: ****

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Bem Perto de Buenos Aires (Historia del Miedo)

País: Argentina
Ano: 2014
Gênero: Suspense
Duração: 80 min
Direção: Benjamin Naishtat
Elenco: Jonathan Da Rosa, Tatiana Giménez e Mirella Pascual.

Sinopse: num dia de verão, cresce o medo entre os habitantes de um condomínio fechado nos arredores de Buenos Aires. O lugar sempre muito tranquilo e pacato tem, de repente, a tranquilidade dos moradores abalada com o surgimento de fatos estranhos que provocam pânico na região.

Crítica: o primeiro longa do cineasta capricha nos efeitos de som e trilha sonora, criando o suspense adequado nos momentos oportunos; no entanto, o clima de mistério é superficial e não traz resultado nenhum.
Tem-se a impressão de que nada tem razão para ser. Cria-se um clima de medo num condomínio fechado na Região Metropolitana de Buenos Aires. Um helicóptero da polícia sobrevoa a região onde foi encontrado um buraco na cerca que isola as casas. A pequena comunidade se vê ameaçada por um submundo social onde pessoas estão à espreita, observando seu conforto material.
A crítica às classes média e alta (em seu mundo sitiado) é clara, mas não tem um rumo que a trabalhe devidamente.
Rostos assustados e momentos de silêncio não são suficientes para dar sustento ao clima de tensão social que se esperaria de um longa com a premissa de protestar.

Avaliação: **

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Se Meu Apartamento Falasse (The Apartment)

País: EUA
Ano: 1960
Gênero: Comédia
Duração: 125 min
Direção: Billy Wilder
Elenco: Jack Lemmon, Shirley MacLaine, Fred MacMurray, David Lewis, David White, Edie Adams, Hope Holiday, Jack Kruschen, Joan Shawlee, Johnny Seven, Joyce Jameson, Naomi Stevens, Ray Walston e Willard Waterman.

Sinopse: Jack Lemmon é um escriturário solteiro que empresta seu apartamento para as aventuras do chefe que se apaixona pela amante do presidente da empresa. Ganhador de seis Oscars, incluindo Filme, Diretor (Billy Wilder) e Roteiro Original.

Crítica: o filme levou seis Oscars e realmente mereceu, ainda mais levando-se em conta a época em que foi realizado.
Uma história criativa, dinâmica, bem costurada, moderna e que critica a sociedade machista. Um texto inteligente, cenas cuidadosamente editadas e atuações louváveis, sobretudo de Jack Lemmon (como Baxter). Em nenhum momento, se torna cansativo ou repetitivo. Pelo contrário, mal se vê passar os 125 minutos da trama.
E o mais surpreendente é o desfecho: que deixa o futuro em aberto. Nada de finais felizes e certinhos como Hollywood gosta.
Um clássico, de fato. 

Avaliação: ****

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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Grace de Mônaco (Grace)

País: França/EUA/Bélgica/Itália
Ano: 2014
Gênero: Drama
Duração: 103 min
Direção: Olivier Dahan
Elenco: Nicole Kidman, Tim Roth, Frank Langella, Paz Vega, Derek Jacobi, Robert Lindsay e Roger Ashton-Griffiths.

Sinopse: casamento de Grace Kelly (Nicole Kidman) e o príncipe Rainier III (Tim Roth) foi considerado um conto de fadas na vida real quando aconteceu, em 1956. Entretanto, cinco anos mais tarde e com dois filhos, a verdade é que Grace está insatisfeita com a vida no palácio e o distanciamento do marido. A chance de novamente sentir-se útil surge quando seu velho amigo, o diretor Alfred Hitchcock (Roger Ashton-Griffiths), a convida para retornar ao cinema como protagonista de seu próximo filme: "Marnie - Confissões de uma Ladra". O problema é que Rainier é terminantemente contra e, ainda por cima, está envolvido com uma ameaça vinda do presidente francês Charles de Gaule: caso Mônaco não pague impostos à França e acabe com o paraíso fiscal existente, o principado será invadido em seis meses. Em meio às inevitáveis tensões, Grace e Rainier buscam resolver seus problemas tentando evitar que eles causem o divórcio.

Crítica: mais um filme baseado num momento peculiar de uma das mais populares estrelas de Hollywood, endeusada pelos fãs e dona de um Oscar, que vê sua vida se transformar num conto de fadas ao se casar com o príncipe Rainier III (Tim Roth), de Mônaco, reconhecido mundialmente como ícone do luxo e da riqueza.
Mas o filme não se aprofunda no relacionamento de Grace Kelly (Nicole Kidman) com Rainier. Ele apenas explora personagens famosos em uma trama maniqueísta com um fundo de vida real, para dar credibilidade ao que é exibido.
Diante de um mundo de príncipes e princesas, o diretor retrata visualmente a opulência típica da nobreza, as paisagens paradisíacas de Mônaco e os figurinos requintados em cenários suntuosos. A escolha de Nicole Kidman como protagonista, ajuda neste sentido.
Atrás do deslumbramento e aparente conto de fadas, estão as questões diplomáticas e políticas. Charles de Gaule, o presidente francês, deseja invadir Mônaco e é o inimigo de então. Trabalho de homem, especialmente naquela época. Grace não tinha voz e estava infeliz sem ter o que fazer além de cuidar dos filhos. Até que surge uma esperança: um convite para o papel de protagonista no próximo filme de Alfred Hitchcock. Ele próprio vai visitá-la em seu castelo deixando com ela o script do longa-metragem.
No entanto, o convite gera polêmica. O marido não apoia completamente, a sociedade a condena (como se fosse impossível conciliar a vida de princesa, mãe e atriz) e Grace só tem um amigo com quem desabafar: o padre da família, Francis Tucker (Frank Langella).
O casal terá que se unir para enfrentar a crise e evitar o divórcio e que o ‘conto de fadas’ se desfaça.
A trama é chata, arrastada e tem um ar meio novelesco, razões que devem explicar porque a obra sequer levou qualquer indicação ou premiação em Cannes – a prévia para o Oscar.

Avaliação: **

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Filhos da Noruega (Sons of Norway)

País: Noruega
Ano: 2011
Gênero: Drama
Duração: 88 min
Direção: Jens Lien
Elenco: Asmund Hoeg, Sven Nordin e Sonja Richter.

Sinopse: após um acidente, Magnus (Sven Nordin) e seu filho Nikolaj se mudam para um pequeno povoado na Noruega, onde a regra é a conformidade. Magnus tem a mente aberta, enquanto Nikolaj só quer ser rebelde. Eles conseguirão um equilíbrio?

Crítica: ambientada no final da década de 1970, a casa de Nikolaj é mostrada como a de uma família feliz e sem recalques, afinal seus pais não ficam constrangidos nem quando são surpreendidos fazendo sexo. Tudo poderia ser mais feliz na vida de Nikolaj (Åsmund Høeg) se ele não começasse a ter que enfrentar alguns valentões da escola, principalmente pelo seu corte de cabelo que aumenta os problemas do período pré-adolescente.
Mas o pior ainda estava por vir: a morte repentina da mãe Lone (Sonja Richter) após ser atropelada enquanto pedalava em uma rodovia. Surge, então, a rebeldia de Nikolaj, traço bastante comum no comportamento dos adolescentes, e o foco da trama que é como os pais devem lidar com ela. Aliás, neste caso, o pai é que terá um grande desafio pela frente, tendo em vista que a mãe não está mais presente.
O dócil Nikolaj se transforma, sobretudo devido à ausência do pai logo depois do falecimento da mãe. Absorto em seu sofrimento, esquece-se da responsabilidade de criar, educar, ensinar, amar. Nikolaj perde ainda mais quando seu irmão menor é levado por uma tia para melhor cuidar dele.
Sendo assim, ficam somente ele e o pai que, depois de não voltar ao local de trabalho, acaba sendo demitido.
Magnus (Sven Nordin) tenta não se chocar com as mudanças físicas e de comportamento do filho. E até o acompanha ele aos ensaios de um grupo funk, sua mais nova ocupação. No entanto, a estratégia de apoiar e nunca recriminar parece não estar funcionando.
Nikolaj fica mais agressivo, deixa de frequentar à escola, passa a fumar e a usar drogas, sem o menor sentido do que é certo ou errado.
Falta, portanto, o meio-termo, a balança para equilibrar a ação de pai e decidir quando é necessário ter uma conversa de verdade.
O afastamento provocado pela ausência da mãe foi imenso e recuperar a aproximação é a grande tarefa de um pai que ficou perdido diante de uma tragédia.  
Para aliviar um pouco o ar pesado do filme, a relação entre as diferentes ideologias/gerações aparece de forma bastante bem humorada quando, por exemplo, Magnus leva o filho para uma comunidade naturista. O diretor abusa, também, de cenas surreais com algumas alucinações que Nikolaj costuma ter quando pensa na vida, na mãe ou na sua onda punk.
Após um novo grande susto, Magnus precisa ter seu filho de volta para não perdê-lo também. O sentido de família que existia precisa renascer.
Destaque para a atuações dos atores que fazem pai e filho, principalmente a do menino com um olhar bastante expressivo, que diz mais do que as palavras. 

Avaliação: ***

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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Sniper Americano (American Sniper)

País: EUA
Ano: 2015
Gênero: Biografia
Duração: 134 min
Direção: Clint Eastwood
Elenco: Bradley Cooper, Sienna Miller e Kyle Gallner.

Sinopse: adaptado do livro American Sniper: The Autobiography of the Most Lethal Sniper in U.S. Militar History, o filme conta a história real de Chris Kyle (Bradley Cooper), um atirador de elite das forças especiais da marinha americana. Durante cerca de dez anos, ele matou 160 pessoas, tendo recebido diversas condecorações por sua atuação.

Crítica: ao contrário de “Corações de Ferro”, aqui o soldado é glorificado e o patriotismo é elevado à máxima importância.
Sniper Americano acompanha a mudança na vida de Chris Kyle, de caubói do Texas a militar da elite da Marinha (SEAL). As primeiras cenas mostram rapidamente sua infância e a de seu irmão, com um pai rígido e uma mãe submissa. Como lazer, o pai os ensinava a caçar e, aos domingos, iam à igreja.
Depois do 11 de setembro, Chris decide se alistar. Passa pelo treinamento e parte em missão ao Iraque, em seis turnos, o que totalizam quase 1000 dias. Antes da partida, conhece Taya (Sienna Miller), com quem se casa. Depois de três dias de lua-de-mel, ele é convocado.
No ambiente de trabalho, logo ganha o título de mito, de lenda, devido ao seu tiro certeiro e à quantidade de inimigos que consegue aniquilar. Seu sucesso é tanto que sua cabeça passa a valer uma recompensa (80 mil dólares) para o iraquiano que o assassinar.
Entre idas e vindas, corre riscos e, a cada vez que retorna para casa, nunca está em casa de fato. Mesmo estando já com dois filhos, ele não consegue ser o mesmo homem que era antes de ir para a zona de conflito.
Na sua última ida, enfim, atinge o que seria seu maior objetivo: matar Mustafa, o atirador número 1 do Iraque (alvo que estava a incrivelmente 1.900 m de distância). Mas até isso ocorrer, perdeu amigos, viu muitas mortes e teve que matar crianças e mulheres também.
Sua recuperação mental se dá quando, por sugestão médica, passa a ajudar veteranos que tiveram membros mutilados quando estavam em guerra. Isso o ajuda, pois sua maior dor era não ter salvado mais gente, sobretudo, os amigos que estavam em perigo.
Aliás, este lado da história poderia ter sido mais explorado, tendo em vista que 90% do filme se passa em meio à guerra.
Kyle faleceu em 11 de fevereiro de 2013 e recebeu todas as honras militares em seu enterro. Estranhamente, não morreu onde seria mais provável (no Iraque), mas assassinado em um campo de tiro por um dos veteranos que ele ajudava na reabilitação, um rapaz de 25 anos diagnosticado com esquizofrenia e transtorno de estresse pós-traumático.
Filme bem dirigido, com uma ótima edição, atuações convincentes e cenários de guerra perfeitos. E, sobretudo, uma história americana para agradar aos americanos. Chris Kyle é considerado o atirador militar mais eficaz dos Estados Unidos.

Avaliação: ***

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Corações de Ferro (Fury)

País: EUA
Ano: 2014
Gênero: Guerra
Duração: 134 min
Direção: David Ayer
Elenco: Brad Pitt, Shia LeBeouf e Logan Lerman.

Sinopse: abril de 1945: um sargento do exército chamado Wardaddy comanda um tanque Sherman e leva 5 homens em uma missão mortal atrás de linhas inimigas.

Crítica: o filme poderia ser descrito como uma história de como a guerra transforma homens em monstros, mas é bem mais do que isso. Uma das ótimas falas de “Corações de Ferro” que, aliás, são muitas, mesclando sarcasmo e humor negro, é: “Ideais são pacifistas. A história é violência." Ela é dita pelo veterano Wardaddy (Brad Pitt, lembrando um pouco sua atuação em “Bastardos Inglórios”), quando da chegada de um jovem recruta e completamente inexperiente e que ainda não havia matado ninguém, Norman (Logan Lerman). Ingênuo, a zona de guerra o deixará aterrorizado.
E ele vai combater justamente com o grupo dos cinco combatentes liderados por "Wardaddy", considerado uma máquina de matar, principalmente, os homens da SS que matavam, inclusive, alemães que se recusavam a ajudar ou a lutar. Apelidado de Fury (fúria, nome original do filme), o tanque no qual se movem os soldados funciona como o lugar onde foram abolidas as razões humanas admitidas para derrotar o inimigo.
Ambientado durante a invasão das tropas aliadas ao território alemão na fase final da Segunda Guerra, o longa pertence à linhagem dos filmes de guerra que não acreditam em seus heróis. São homens que se esqueceram de como eram antes de estarem ali. Homens que não veem nenhuma esperança depois de tudo que já viram.
Aqui, o ponto de vista é negativo mesmo, sem heroísmo, gratificações, medalhas ou elogios à bravura. Afasta-se a ideia de que os americanos são protetores da humanidade. A barbárie deixa de ser a característica exclusiva dos nazistas que justifica sua destruição.
O perfeccionismo visual e o ritmo das cenas de ação são impressionantes, mas é a talentosa performance dos militares do Fury que criam a tensão e a expectativa esperada para um longa desse gênero, onde a escolha está entre Matar ou Morrer.
As melhores sequências são quando eles chegam a uma cidadezinha alemã, destruída pela guerra e entram em uma casa onde há 2 mulheres escondidas, e uma dentro do tanque, ao final da trama. Fazem o público se remexer em suas poltronas.  

Avaliação: ***

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Selma – Uma Luta pela Igualdade (Selma)

País: EUA
Ano: 2014
Gênero: Drama
Duração: 127 min
Direção: Ava DuVernay
Elenco: David Oyelowo, Tom Wilkinson, Tim Roth, Carmen Ejogo, Common, Giovanni Ribisi, Cuba Gooding Jr., e Oprah Winfrey.

Sinopse: cinebiografia do pastor protestante e ativista social Martin Luther King, Jr (David Oyelowo), que acompanha as históricas marchas realizadas por ele e manifestantes pacifistas em 1965, entre a cidade de Selma, no interior do Alabama, até a capital do estado, Montgomery, em busca de direitos eleitorais iguais para a comunidade afro-americana.

Crítica: “Selma” parte do acontecimento histórico para comentar sobre os problemas estadounidenses do hoje. O que difere esta cinebiografia das demais sobre Martin Luther King é a forma de enxergar a sua figura e influência no povo e na história. O filme retrata, tanto de forma abrangente quanto particular, os dilemas do negro no país, as intrigas políticas e seus efeitos na sociedade. À época, o presidente é Lyndon Johnson, propenso a ceder ao pedido de Luther King de direito ao voto para os negros, mas indeciso por medo de perder apoio político em meio a uma população racista em sua grande maioria.
No cenário de fundo, surgem o descontentamento com os gastos dos Estados Unidos com guerras em terras estrangeiras enquanto há americanos necessitados de ajuda no próprio solo nativo.
As manifestações públicas, sejam de ataque ou defesa dos direitos dos negros, pontuam os debates do campo político – e isolar King como principal orador da causa é uma ótima opção que o roteiro faz para mantê-lo como voz absoluta. David Oyelowo, que vive o importante líder do movimento dos direitos civis dos negros, está sublime no papel. A segurança ao falar nos discursos, o uso das palavras certas e a presença como homem influente são perfeitamente convincentes.
Malcolm X, porta-voz da filosofia Black Power, e o Partido dos Panteras Negras, também movimentos influentes naquele período em prol dos direitos dos negros, ainda que através de outros meios, são bem pontuados para dar embasamento à história.
As passeatas pacíficas sempre rebatidas pela violência policial chocam e provocam reações e ganham adeptos que se mostram contrários às injustiças. Telefones grampeados pelo FBI tentavam desmantelar qualquer sinal ou iniciativa de protesto, sendo forte aí a presença de John Edgar Hoover, chefe da agência federal de investigação.  
Desde que havia sido agraciado com o Prêmio Nobel da Paz em 1964, Luther King podia votar, mas o que ele queria era estender esse direito a todos os seus companheiros também.
É uma luta difícil, pessoas pagam com a vida até que, enfim, o direito ao voto é concedido (em 1965), até que negros possam representar o povo no Congresso Nacional Americano.
Sem dúvida, o longa emociona e comove. Não é todo dia que temos um líder de massas como Luther King, sábio, sereno e defensor da não violência, sendo que seu povo era exatamente sempre tratado de forma violenta e preconceituosa. Ele soube conduzir massas em momentos de calamidade e impulsionar a mudança.
Uma vitória lenta, pedra sobre pedra, como diz um de seus seguidores, quando juntos foram presos em uma cela por, simplesmente, tentarem protestar.
As três marchas de Selma a Montgomery (85 km) de 1965 são retratadas no filme, sendo a primeira conhecida como “Domingo Sangrento” (“Bloody Sunday”, em inglês), onde a violência das tropas militares do Alabama é brutal e divulgada por toda a mídia.

Avaliação: ****

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Jimmy's Hall

País: Reino Unido
Ano: 2014
Gênero: Drama
Duração: 109 min
Direção: Ken Loach
Elenco: Barry Ward, Simone Kirby, Andrew Scott, Jim Norton, Francis Magee e Brían F. O'Byrne.

Sinopse: conta a história de Jimmy Gralton (Barry Ward), líder comunista irlandês, que desafiou a Igreja Católica questionando sua censura à liberdade de expressão. Gralton gerou discórdia ao inaugurar um espaço para as pessoas debaterem, aprenderem e, sobretudo, dançarem. A trama retoma o período em que o rapaz volta a seu país natal, após ter passado dez anos em Nova York.

Crítica: Jimmy’s Hall, mais recente trabalho de Ken Loach, mostra uma Irlanda na busca pelo processo de liberdade. É início do século XX, e o país luta para se tornar independente da coroa inglesa. A divergência resulta na guerra civil. Neste clima, a primeira cena nos apresenta a Jimmy Gralton (Barry Ward), quando o protagonista retorna à cidade natal (Leitrim), no interior do país, depois de 10 anos em Nova York.
Interpretado por Barry Ward e inspirado em uma história real, Gralton é o estereótipo do homem a enfrentar a sociedade, na luta do bem contra o mal. É recebido de forma calorosa por amigos e vizinhos e, por sua mãe, claro, que vive numa pequena casa de poucos hectares de terra.
Cobrado por todos para reabrir o salão onde desenvolviam-se atividades de arte (pintura, leitura e música), lazer (aulas de jazz, que aprendeu na América) e esporte (box), gratuitamente e com a colaboração de voluntários, ele acaba cedendo, porém terá que enfrentar a ignorância do padre Sheridam (Jim Norton), aliado a elite fascista e anticomunista.
Gralton tinha ideais comunistas, acreditava na distribuição de terras, era ateu, mas, sobretudo, defendia a liberdade individual.
As ameaças então começam, pessoas são presas e interrogadas e o salão, depois de reconstruído, é incendiado. A polícia decide perseguir Gralton, que para eles seria a razão de todos os problemas, o prende e o deporta para os Estados Unidos, impedido de retornar ao seu país, o que de fato ocorre.
Apesar de a história ser baseada em fatos reais, faltou mais conteúdo e emoção à trama que fosse capaz de envolver totalmente o espectador. Ken Loach, o diretor sempre crítico, aqui “pega leve” e faz uma abrangência mais superficial do momento difícil que as pessoas enfrentam quando a liberdade é impedida de existir por ações de ditadores que usam como artifícios motivações religiosas ou políticas.
A interpretação de Barry Ward é satisfatória, contudo faltou dar mais espaço para os coadjuvantes que tinham papel relevante na trajetória do protagonista. O maior destaque fica com Oonah (Simone Kirby), por quem alimenta uma antiga paixão.

Avaliação: ***

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domingo, 15 de fevereiro de 2015

Birdman (A Inesperada Virtude da Ignorância)

País: EUA
Ano: 2014
Gênero: Comédia
Duração: 118 min
Direção: Alejandro González Iñárritu
Elenco: Michael Keaton, Zach Galifianakis, Edward Norton, Emma Stone, Naomi Watts, Andrea Riseborough, Amy Ryan e Lindsay Duncan.

Sinopse: no passado, Riggan Thomson (Michael Keaton) fez muito sucesso interpretando o Birdman, um super-herói que se tornou um ícone cultural. Entretanto, desde que se recusou a estrelar o quarto filme com o personagem sua carreira começou a decair. Em busca da fama perdida e também do reconhecimento como ator, ele decide dirigir, roteirizar e estrelar a adaptação de um texto consagrado para a Broadway. Entretanto, em meio aos ensaios com o elenco formado por Mike Shiner (Edward Norton), Lesley (Naomi Watts) e Laura (Andrea Riseborough), Riggan precisa lidar com seu agente Brandon (Zach Galifianakis) e ainda uma estranha voz que insiste em permanecer em sua mente.

Crítica: diretor de sucessos, como 21 Gramas (2003) e Babel (2006), Alejandro González Iñárritu acerta e, principalmente, surpreende mais uma vez.
Mesmo usando artifícios e truques técnicos pouco convencionais e estranhos para a maioria dos espectadores, a forma como os usa em volta dos personagens e para narrar sua trama é extraordinária, precisa e marcante. Tão impressionante que, às vezes, diz mais do que as próprias falas de seus personagens.
A câmera está sempre bem próxima deles, como que flutuando, e também registrando tudo o que acontece nos corredores do teatro onde a maior parte da história acontece. Michael Keaton (realiza o melhor trabalho de sua carreira), o Batman de Tim Burton, é o protagonista Riggan Thomson, ator que viveu o super-herói alado Birdman no cinema em uma trilogia de sucesso e agora tenta provar nos palcos sua capacidade para atuação. A fusão do que está dentro e fora das telas, o conhecimento prévio do público do passado de Keaton, outrora o "astro da vez" – aqui em busca de seu primeiro Oscar – é imprescindível para o funcionamento da trama.
Apesar dos recursos estilosos, o filme é todo baseado no mundo real, no mundo em que as pessoas querem ser reconhecidas e aplaudidas, querem a celebridade a qualquer custo. Daí, abusando do humor negro e diálogos cínicos e sarcásticos, surgem críticas para todo lado: atores, críticos de arte, jornalistas, público e sociedade consumidoras, enfim, de valores que supostamente são considerados como que importantes para a vida.
O elenco de apoio é extraordinário, com Edward Norton, Emma Stone, Zach Galifianakis, Andrea Louise Riseborough e Naomi Watts, cada um na medida certa.
Um filme que leva a profundas reflexões, mas que também diverte. Um filme difícil de esquecer.

Avaliação: *****

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Grandes Olhos (Big Eyes)

País: EUA
Ano: 2014
Gênero: Drama, biografia
Duração: 106 min
Direção: Tim Burton
Elenco: Amy Adams, Christoph Waltz e Krysten Ritter.

Sinopse: o drama apresenta a história real da pintora Margaret Keane, uma das artistas mais comercialmente rentáveis dos anos 1950 graças aos seus retratos de crianças com olhos grandes e assustadores. Defensora das causas feministas, ela teve que lutar contra o próprio marido no tribunal, já que o também pintor Walter Keane afirmava ser o verdadeiro autor de suas obras.

Crítica: Tim Burton sempre atrai muita gente ao cinema, mas aqui ele foge do estilo extravagante e faz algo mais convencional. Aposta na biografia de Margaret Keane, a artista plástica responsável por uma série de pinturas que foi uma das maiores sensações no mundo da arte durante os anos 50 e 60. Inegável não notar os olhos grandes nas suas figuras representadas de forma forte, gritante e impactante. No entanto, durante muito tempo a autoria dos quadros foi creditada a seu esposo – que também cuidava da divulgação e distribuição da obra. Anos depois, já separada de Walter, Margaret resolve processar o antigo companheiro e dar um fim às mentiras que carregou durante mais de uma década.
O filme tem um ótimo ritmo, a interpretação de Amy Adama é convincente, mas Burton errou na escolha do ator austríaco Christoph Waltz (famoso por sua atuação em “Bastardos Inglórios”) para viver o esposo Walter Keane que se aproveitou da timidez e insegurança de Margaret para se apropriar de seu talento. Numa época em que mulher não tinha vez nem voz, foi fácil para se passar como o grande artista (que se quer pintava), afinal obra de “mulher” não vendia.
Chistoph Waltz exagera no cinismo, carrega nas mesmas feições de personagens de outros filmes, confunde sarcasmo com excesso de caretas e, decididamente, não convence. E também não há qualquer química aparente que fizesse com que a pintora se apaixonasse por ele. Um erro que pesou na história já que é o par o fio condutor de toda a narrativa.
O que ainda salva o filme de um fiasco total é a história em si e o talento de Burton como diretor.

Avaliação: ***

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A Teoria de Tudo (The Theory of Everything)

País: Reino Unido
Ano: 2015
Gênero: Biografia, drama
Duração: 123 min
Direção: James Marsh
Elenco: Eddie Redmayne, Felicity Jones, Tom Prior, Harry Lloyd, David Thewlis, Thomas Morrison, Emily Watson e Simon McBurney.

Sinopse: baseado na biografia de Stephen Hawking, o filme mostra como o jovem astrofísico (Eddie Redmayne) fez descobertas importantes sobre o tempo, além de retratar o seu romance com a aluna de Cambridge Jane Wide (Felicity Jones) e a descoberta de uma doença motora degenerativa quando tinha apenas 21 anos.

Crítica: retrata a história do astrofísico Stephen Hawking, diante de suas descobertas no mundo cientifico e da evolução de sua doença, esclerose lateral amiotrófica, ao longo de sua vida. O filme tem roteiro baseado no livro autobiográfico da sua ex-esposa, Jane Hawking.
A atuação do britânico Eddie Redmayne no papel do físico é impecável, ele consegue captar e reproduzir perfeitamente cada traço da doença assoladora tomando cada vez mais forma, nos dando a impressão de assistir ao próprio Hawking na tela. Claro que os truques de câmera, como ângulos específicos e movimentação alinhada, enaltecem a ainda mais sua performance. O desempenho já lhe rendeu o Globo de Ouro de melhor ator. A interpretação de Felicity Jones também é exemplar no papel da esposa (Jane Wide), que o acompanhou e o apoiou em tudo até a separação.
A fotografia é outro ponto forte no longa, com tons pastéis e suaves, remetendo o espectador ao passado com bastante eficiência. As sequências das cenas são usadas perfeitamente pelo diretor, mantendo um bom ritmo ao longa e está longe de cansar ou entediar a quem assiste.
Um fato interessante é que Stephen Hawking emprestou sua própria cadeira para a gravação do filme e ainda visitou o set do filme, mostrando apoio e aprovação. Apesar de o astrofísico ter se declarado ateu em inúmeras ocasiões, o longa não faz abordagens ao ponto de discutir religião ou ciências; está mais propriamente voltado a mostrar a grande luta de Stephen Hawking e de todos que o cercam (sobretudo a esposa, os amigos e os professores), se tornando um emocionante drama.
Aliás, não haveria como não ser dramático e comovente. Não é todo dia que nasce um brilhante e incansável Stephen Hawking.

Avaliação: ****

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Cássia Eller

País: Brasil
Ano: 2014
Gênero: Biografia
Duração: 120 min
Direção: Paulo Henrique Fontenelle
Elenco: Cássia Eller, Nando Reis e Oswaldo Montenegro.

Sinopse: Cássia Rejane Eller. Cássia Eller. Uma poderosa força inquieta no palco, a timidez em pessoa fora dele. Um dos grandes nomes da música brasileira, Cássia Eller marcou a década de 1990 e chocou o país com sua morte precoce, em 2001. Um filme sobre a cantora, a mãe, a mulher que expôs sua vida pessoal e rompeu barreiras, deixando um belo legado social e artístico.

Crítica: os documentários brasileiros, em geral, são excelentes. Bem dirigidos, documentados, com uma edição perfeita, e repleto de imagens, fotos, depoimentos que os enriquecem de forma satisfatória para quem os assiste.
Com Cássia Eller, não é diferente. Um filme tão belo que, ao terminar, deixa um desejo de “quero mais”.
Quem não era fã até agora da cantora, ficará depois de assistir ao documentário que dá uma pequena amostra do furacão que descobriu a música quase aos 18 anos e não parou mais. Deixou-nos, é verdade, aos 39 anos (1962-2001), contudo sua voz continua ecoando por todos os cantos e nos impressionando com sua força avassaladora.
Presença marcante no palco, a menina tímida nascida no estado de Minas Gerais, ali se encontrava, extravasava e fazia o que queria, sem pudores, receios ou censuras. Não gostava de dar entrevistas, nem de glamour, gostava de cantar.  
No filme, tomamos conhecimento dos seus amigos, parentes, amores, uso do álcool e das drogas, da sua gravidez surpreendente, do nascimento do Chico, da sua relação com ele, das suas turnês, dos seus showzinhos pequenos no interior do país, sem o consentimento do seu empresário e tio, de sua participação no Rock in Rio (um dos seus grandes sonhos), das idas e vindas, do sucesso de seus CD’s.
Mas, sobretudo, vimos uma Cássia dócil, mais calma e introspectiva. Ela não deixa de surpreender nunca, seja pelo seu repertório cada vez mais amplo, pelas suas atitudes, pela sua originalidade, honestidade e simplicidade.
Apesar do jeito explosivo, tinha dificuldade de se aceitar. Amada por todos, ainda não entendia isso direito. Mas sabia ela que se tornaria eterna e única. Afinal, não haverá outra Cássia Eller.

Avaliação: ****

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A Mulher de Preto 2: O Anjo da Morte

País: EUA
Ano: 2014
Gênero: Terror
Duração: 98 min
Direção: Tom Harper
Elenco: Helen McCrory, Jeremy Irvine, Adrian Rawlins, Oaklee Pendergast, Leanne Best, Shane Salter e Jude Wright.

Sinopse: quarenta anos após os eventos do filme original, um casal encontra o cenário assombrado da Eel Marsh House, lar da mulher de preto.

Crítica:

Avaliação: a conferir

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Bob Sponja – Um Herói Fora D’Agua

País: EUA
Ano: 2014
Gênero: Animação
Duração: 92 min
Direção: Paul Tibbitt
Elenco: Antonio Banderas, Thomas F. Wilson, Tom Kenny, Clancy Brown, Bill Fagerbakke e Rodger Bumpass.

Sinopse: o pirata Alameda Jack (Antonio Banderas) enfim conseguiu encontrar um livro mágico onde todos os planos malignos que escreve se tornam realidade. Entretanto, ele precisa da última página do livro, que está de posse de Bob Esponja, no fundo do mar. Para recuperá-la, Alameda elabora um plano onde o habitat de Bob é destruído. Precisando salvá-lo a todo custo, ele e os amigos Patrick, Sirigueijo, Lula Molusco e Plâncton decidem buscar ajuda na superfície.

Crítica:

Avaliação: a conferir

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