sábado, 27 de setembro de 2003

Um Beijo na Bochecha

Título original: Kannathil Muthamuttal
País: Índia
Ano: 2002
Gênero: Drama
Duração: 130 min
Direção: Mani Ratnan
Elenco: R. Madhavan, Simran Bagga, J.D. Chakravarthy, Nandita Das, P. S. Keerthana e Prakash Raj.

Sinopse: narra a história da pequena Amudha, uma menina adotada pelo casal Thiru e Indira, e criada com dois irmãos pequenos. Ela é uma criança feliz e não sabe a verdade sobre sua origem, até que o casal decide contar sobre a sua adoção no dia de seu aniversário de nove anos. Ela convencerá seus pais adotivos a ajudarem-na a encontrar sua mãe biológica.

Crítica: através do olhar de Amudha, o diretor apresenta um sensível retrato da ilha de Sri Lanka na época da Guerra Civil e as culturas de diferentes etnias.
Mas a história declina um pouco com o excesso de musicais e com o melodrama em excesso.
Na medida certa, com um enredo mais enxuto e objetivo, o resultado teria sido melhor.

Avaliação: **

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sábado, 20 de setembro de 2003

Ser e Ter

Título original: Être et avoir
País: França
Ano: 2002
Gênero: Documentário
Duração: 104 min
Direção: Nicholas Philibert
Elenco: George Lopez

Sinopse: o documentário acompanha os estudantes de uma escola rural da França, do jardim da infância até o último ano do primário, dos quatro aos 11 anos. O período mostra as crianças em pleno processo de formação do conhecimento e da identidade pessoal, acompanhando-as em sua transição do universo familiar para um ambiente no qual é levado em conta sua individualidade sem pressupostos.

Crítica: o filme se passa em uma daquelas escolas que ainda existem na França, de uma única turma, na qual todas as crianças de uma mesma localidade, desde o infantil até ao final da escola primária, se concentram em torno de apenas um mestre. Ele as acompanha desde o jardim da infância até o último ano do primário, transpondo-as do universo familiar para um ambiente onde o que é levado em conta é sua individualidade, sem generalizações. Enfim, a construção da personalidade.
O elemento central da história é o professor Georges Lopez, um extraordinário exemplo de dedicação total à sua atividade de mentor e professor. Através de sua participação, o filme mostra a influência positiva do educador na formação do caráter de seres humanos desde a mais tenra idade.
Cada criança constrói seu próprio conhecimento frente às atividades curriculares que extrapolam os limites da sala de aula. São registrados, ainda, momentos dos alunos junto à família.
O documentário foi rodado numa dessas escolas, mostrando a vida de uma pequena turma da aldeia ao longo de todo um ano.

Curiosidade: antes de se decidir por essa escola, Philibert pesquisou mais de 300 estabelecimentos em toda a França, optando pela instituição na pequena comunidade de Aubergne.
O longa foi um dos selecionados oficiais do Festival de Cannes 2004 e, de lá para cá, tem sido mostrado não apenas no circuito, mas em inúmeras escolas e universidades, sempre com sessões seguidas de debates.
O trabalho é de uma simplicidade encantadora. Os rostos das crianças, seus gestos genuínos e inocentes, seus olhares significativos e também a sensibilidade criativa de Phillibert, que deu um toque de magia a mais na realidade, que por si só, já era magnífica.
Um dos aspectos mais cativantes da obra é que ele mostra a vida com autenticidade, com inteligência, apresentando o mundo da criança com sua espontaneidade, sua admiração perante o que aprenderam e a sua confiança desarmada nas pessoas.
Além disso, mostra as dificuldades da pré-adolescência, tudo sob a condução de um mestre que é também um hábil condutor da melhor forma de interagir com as crianças.
Um fato interessante é que as crianças absorveram com naturalidade a presença das câmeras do diretor, tanto nas cenas nas salas de aula, no ônibus, nos carros, bem como dentro de suas casas.
Georges Lopez, por sua vez, possui dotes pedagógicos excepcionais, fazendo de ‘Ser e Ter’ um filme fundamental para professores, psicólogos, orientadores e por todos aqueles que, de alguma forma, trabalham com a missão de educar e desenvolver. Espontaneidade, graça, tragédias do cotidiano, sofrimentos comuns, diversões, amor e muita confiança mútua desfilam aos olhos do espectador de uma forma mágica e lúdica.
O professor tem a noção clara de que não estará ao lado destas crianças para sempre. Por isso, procura criar e desenvolver a autonomia de cada um dos alunos, propondo-lhes trabalhos onde tinham de tomar decisões e revelar iniciativa. Estimula-os a irem ao quadro-negro para vencerem o medo de serem criticados pelos colegas. E claro, conversa com cada um, ouvindo-os com tempo e com interesse, dando-lhes os conselhos que julga apropriados.
No final o professor é entrevistado. São perguntas simplórias com respostas ainda mais simplórias, sobre a vida, a sua profissão, o ensino, pois o professor e os alunos são os atores. Não há personagens, o que há são as próprias pessoas, humanas e com todo um potencial para crescer, construir e progredir.
O final também é admirável, carregado de sentimentos expostos com extrema sensibilidade.
‘Ser e Ter’ mostra que a educação depende em alta dose também dos educadores, que vai além da tarefa de lecionar, e que a criatividade deve ser o instrumento de toda a vivência escolar.

Avaliação: ****

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