segunda-feira, 29 de abril de 2013

Qual é o Nome do Bebê? (Le Prénom)


País: França/Bélgica
Ano: 2012
Gênero: Comédia
Duração: 107 min
Direção: Alexandre de la Patellière e Mathieu Delaporte
Elenco: Patrick Bruel, Valérie Benguigui, Charles Berling, Guillaume de Tonquedec e Judith El Zein, Françoise Fabian, Juliette Levant, Alexis Leprise e Yaniss Lespert.

Sinopse: Vincent (Patrick Bruel) é um quarentão às vésperas de ser pai pela primeira vez. Durante um jantar na casa de sua irmã e seu cunhado, Elisabeth (Valérie Benguigui) e Pierre (Charles Berling), ele encontra Claude (Guillaume de Tonquedec), um amigo de infância. Enquanto espera por Anna (Judith El Zein), sua jovem esposa que está sempre atrasada, os outros naturalmente fazem perguntas sobre sua futura paternidade. Mas, quando Vincent é questionado se já escolheu o nome do bebê, sua resposta mergulha num caos familiar.

Crítica: pode-se dizer, de antemão, que é uma comédia na medida certa e que vale o ingresso.
Todo rodado em Paris e de baixo orçamento, o início já é animador. Um entregador de pizza, antes de chegar ao seu destino, percorre a cidade e por onde passa a narração traz citações de acontecimentos e de personalidades históricas que ali viveram.
Dali, passamos para o apartamento de Vincent e Elisabeth (ambos professores) e a diversão tem início com bizarros e hilários diálogos. A representação é genuína e a direção segura. A resposta está na reação do público que se diverte com as situações, e são várias.
Para isso, é claro, a sintonia entre os atores é total.  Na trama, conhecemos Vincent um homem simpático que está prestes a se tornar pai. Ele e sua mulher Anna são convidados para jantar na casa de sua irmã Elisabeth e de Pierre, seu cunhado. Vincent chega ao apartamento antes de sua mulher Anna que está sempre atrasada e encontra Claude, um velho amigo de infância. Uma confusão começa por conta de uma ‘enxurrada’ de perguntas, piadas de mau gosto e opiniões fortes sobre sua futura paternidade, transformando um simples jantar em um verdadeiro caos, com discussões exaltadas que trarão à tona muitas verdades entre os casais e amigos. Entre uma revelação e outra, a maior fica para o final do filme.
A trilha sonora ajuda a compor o clima de surpresa que é instaurado. Preste muita atenção às conversas que levantam questões realmente intrigantes. Nos créditos finais, um álbum de família é mostrado contendo muitas fotos do elenco “ainda crianças” na vida real.

Avaliação: ***

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Olhe para os Dois Lados (Look Both Ways)


País: Austrália
Ano: 2005
Gênero: Drama
Duração: 100 min
Direção: Sarah Watt
Elenco: William McInnes, Justine Clarke, Anthony Hayes e Daniela Farinacci.

Sinopse: a artista plástica Meryl (Justine Clark) está voltando do funeral de seu pai e a morte é o único assunto que lhe vem à mente. O fotógrafo Nick (William McInnes) está abalado pela recém-recebida notícia que tem pouco tempo de vida. Ambos são testemunhas de um atropelamento de trem. Começa assim um relacionamento dessas pessoas até então desconhecidas, pautado pelo tempo curto que a vida nos dá e como fazer para aproveitá-lo melhor.

Crítica: ‘morte’ é um tema do qual ninguém quer falar ou, quando abordado, é sempre mórbido. Mas a diretora Sarah Watt mostra que é possível, com leveza, sensibilidade e muita criatividade, retratar o assunto com humor.
Os protagonistas Meryl e Nick sempre pensam no pior e os recursos usados para levar isso ao espectador são ótimos e engraçados. Dos dois, apenas Nick está doente. Ele demora a contar isso para Meryl, apesar de já estarem tendo um relacionamento.
Um acidente na ferrovia acontece e todos os personagens começam a se conectar a este acontecimento, cada uma à sua maneira. Questionamentos vêm à tona: tantos acidentes seriam realmente acidentais ou suicídios?
A direção é primorosa do início ao final, contando com uma atuação segura e convincente dos atores.
Quando termina, o público fica com uma sensação de querer ver mais e de com uma certeza: a vida é uma só; por isso mesmo, deve ser vivida o mais intensamente possível.

Curiosidade: Sarah Watt recebeu o prêmio do Australian Film Institute, de Melhor Direção por ‘Olhe para os Dois Lados’.
Sarah fez outro filme em 2009: ‘Meu Ano sem Sexo’, que tem uma temática semelhante – como a doença afeta as pessoas e seus relacionamentos. A diretora faleceu em 2011, diagnosticada com câncer de mama e de osso. 

Avaliação: ****

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Duas Mãos (Two Hands)


País: Austrália
Ano: 1999
Gênero: Ação
Duração: 103 min
Direção: Gregor Jordan
Elenco: Heath Ledger, Bryan Brown e David Field.

Sinopse: Jimmy (Heath Ledger) é um jovem de 19 anos que aceita a oferta de um mafioso (Bryan Brown) para fazer um trabalho aparentemente fácil. Entretanto, tudo sai errado quando o destino coloca dois garotos de rua no caminho de Jimmy, em um filme cheio de surpresas, ação e humor negro.  

Crítica: este foi o terceiro filme do ator Heath Ledger que, depois, ganharia fama internacional. Sua performance já é notável numa trama repleta de humor negro, e na medida certa, sem exageros.
A ação é contínua e muitas situações surpreendem, além de cenas bastante engraçadas, como uma que se passa no assalto a um banco. Nesse momento, não há ninguém na plateia que não caia na gargalhada.
E, no desfecho, um romance. Mas quem não gosta de um final feliz?

Avaliação: ***

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Direto da Lua (The Dish)


País: Austrália
Ano: 2000
Gênero: Comédia
Duração: 101 min
Direção: Rob Sitch
Elenco: Sam Neill, Billy Mitchell, Roz Hammond e Patrick Warburton.

Sinopse: baseado em fatos reais, o filme conta a história dos homens responsáveis pelas imagens da nave norte-americana Apollo 11 e sua viagem à Lua. Não fosse um pequeno grupo de cientistas australianos trabalhando com a NASA, os primeiros passos do homem na Lua não seriam vistos, pois só eles tinham o satélite capaz de fazer a transmissão. Quando a NASA envia o seu melhor homem para supervisionar as operações, ele descobre uma pequena cidade de excêntricos australianos e uma sarcástica equipe de cientistas, com uma maneira muito particular de fazer as coisas.

Crítica: é interessante por contar algo que poucos de nós sabemos: que os primeiros minutos das imagens do homem na lua, em 20 de julho de 1969, foram transmitidas somente por uma equipe australiana, em Camberra.
Mas o filme, apesar de ser baseado em fatos verídicos, não empolga muito. Estende-se demais com pouco conteúdo e insere histórias paralelas e personagens coadjuvantes que não acrescentam quase nada à história.
A trama conta os 4 dias de preparo (passando por algumas dificuldades técnicas) dos cientistas para retratar as imagens ao vivo para o mundo todo.

Avaliação: **

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O Almanaque (EL Almanaque)


País: Uruguai
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 73 min
Direção: José Pedro Charlo
Elenco: -

Sinopse: em setembro de 1972, o jovem estudante Jorge Tiscornia torna-se mais um dos milhares de presos políticos do presídio ironicamente chamado Libertad, perto de Montevidéu. Pelos próximos 12 anos, ele viverá ali, numa cela de 2 m x 3,50 m, na qual os detentos passam 23 horas diárias, severamente vigiados. Apesar do risco, ele consegue manter um registro secreto destes 4.646 dias.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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Margaret Mee e a Flor da Lua


País: Brasil
Ano: 2012
Gênero: Documentário
Duração: 78 min
Direção: Malu De Martinho
Elenco: -

Sinopse: documentário sobre a vida e obra da pioneira e visionária ilustradora botânica Margaret Mee, uma das mais importantes artistas do século 20 e defensora incansável da necessidade de preservação da flora brasileira. Por meio do relato de sua vida, seu amor pela natureza e sua militância ecológica, Margaret alertou para a necessidade de preservação do meio ambiente.

Crítica: o documentário conta a história de Margaret Mee e suas impressões, que revelaram a beleza da flora amazônica. Com certeza, uma visionária ilustradora botânica que, com sua arte, alertou para a necessidade de preservação do meio ambiente e da flora brasileira.
O registro mais impressionante feito pela inglesa foi a 'flor da lua', que abre e fecha durante uma noite do ano; a flor nasce e morre. As filmagens aconteceram no período do ano em que acontece o fenômeno, ou seja, junho. Os produtores conseguiram registrar exatamente o que a Margaret ilustrou. Tudo estava do jeito que ela retratou.
Poético, o filme retrata a diversidade da flora que compõe a floresta amazônica. A principal mensagem do filme é justamente a importância de preservar e cuidar de tudo isso, é conscientizar. Às vezes, é preciso vir alguém de fora para nos abrir os olhos.
A inglesa morou a maior parte da vida no Brasil, em Manaus e no Rio de Janeiro. No Amazonas, conseguiu ilustrar uma variedade de flores da região amazônica. Quando morreu, suas cinzas foram jogadas na floresta, próximo à casa em que morou na capital amazonense.

Avaliação: ***

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Um Bom Partido (Playing for Keeps)


País: EUA
Ano: 2012
Gênero: Comédia
Duração: 105 min
Direção: Gabriele Muccino
Elenco: Gerard Butler, Jessica Biel, Noah Lomax, Uma Thurman e Catherine Zeta-Jones.

Sinopse: para se aproximar do filho, George (Gerard Butler) ex-jogador de futebol passa a treinar a equipe juvenil na qual ele joga. O problema é não conseguir se manter afastado das mães dos colegas de seu filho, que vivem dando em cima dele.

Crítica: apesar de ter sido classificado como uma comédia romântica, é mais do que isso. A trama gira em torno de George, um ex-jogador de futebol escocês que, após ter se aposentado e perdido todo seu dinheiro, decide morar nos EUA para reconquistar o amor da ex-esposa, Stacie (Jessica Biel), e do pequeno Lewis (Noah Lomax). O antigo craque consegue uma vaga como técnico do esporte na escola de seu filho enquanto tenta, também, virar comentarista esportivo na televisão. Enfim, um filme familiar e sensível, com direito a todos os clichês do gênero.
Gerard Butler consegue sair de seu estereótipo de machão de longas de ação para encarnar este homem que agora precisa consertar o passado. No roteiro original, seu personagem jogava beisebol. Porém, mudaram para um esporte mais popular e que parece ser o campo de Butler. Ele demonstra mesmo ser um ótimo jogador e realiza bons truques com a bola.
Bonitão, simples, sem neuroses e ainda leva jeito com crianças, George é um sedutor e as mães e mulheres carentes (Uma Thurman e Catherine Zeta-Jones) não resistirão. O que move a história de verdade são os dramas mais íntimos do personagem principal e suas sucessivas tentativas de retomar a relação com o filho e com Stacie, que ainda o ama. A condução do roteiro e da direção neste aspecto é feita de forma lenta e gradual, deixando perceptível o que vai acontecer até o final – previsivelmente, é claro, mas não de forma negativa.
Sendo assim, com tantas comédias românticas e dramas sem profundidade nos cinemas, este trabalho ainda consegue se sobressair por ter um elenco talentoso, um roteiro razoável e uma direção segura.

Avaliação: ***

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Homem de Ferro 3 (Iron Man 3)


País: EUA/China
Ano: 2013
Gênero: Ação
Duração: 130 min
Direção: Shane Black
Elenco:  Robert Downey Jr., Gwyneth Paltrow e Guy Pearce.

Sinopse: arrasado e amedrontado, Tony Stark inicia um projeto de redenção e vingança contra o diabólico terrorista Mandarim.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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Gallipoli


País: Austrália
Ano: 1981
Gênero: Drama
Duração: 112 min
Direção: Peter Weir
Elenco: Mark Lee, Mel Gibson, Bill Kerr e Harold Hopkins.

Sinopse: Archy Hamilton (Mark Lee) é uma das maiores promessas das pistas de corrida da Austrália. Durante uma competição ele faz amizade com Frank Dunne (Mel Gibson). Unidos pelo idealismo, os dois se alistam no exército, em 1915, sem ter a mínima noção do horror que enfrentariam na luta contra os turcos, na trágica e lendária batalha de Gallipoli, durante a Primeira Guerra Mundial.

Crítica: a história se passa na Austrália ocidental, no ano de 1915, na 1ª Guerra Mundial, e é um dos raros filmes que representam essa guerra.
A intenção geral da obra não é expressar a própria guerra em si, mas retratar a origem dos fatos e o lado pessoal e humano dos dois personagens centrais: Archy Hamilgon (muito bem interpretado por Mark Lee) e Frank Dunne (Mel Gibson, ainda bastante jovem).
Archy Hamilton é treinado pelo seu tio Jack (Bill Kerr), e sonha ser um corredor. Sonha mais pelo tio do que por si. Logo ali começam as primeiras e principais abordagens do longa: bravura, persistência, limite e principalmente patriotismo, tudo isso em meio a uma série de consequências que movem a maior aspiração humana: o sonho.
Porém, a oportunidade de defender a pátria como aliada à Inglaterra contra os alemães e turcos foi mais forte. Archy terá a companhia de um amigo que conheceu durante uma competição de corrida, Frank Dunne (Mel Gibson), e juntos rumam ao recrutamento de jovens combatentes, enfrentando o sol e o deserto. Eles não desejam morrer, nem matar, apenas representar a força de seu país, e partem sem noção do horror que viverão. A trama é um pouco melodramática, mas foi a forma encontrada pelo diretor de passar ao espectador como a guerra é estúpida e destrói o que há de melhor: a vida.
Basicamente, o filme conta os acontecimentos e as abordagens dos dois personagens no pré-guerra. A história envolvendo a batalha da cidade de Gallipoli, na Turquia, certamente poderia ter sido apresentada de forma mais convincente e realista, contudo não era essa a intenção do diretor.
A mensagem, sim, é importante e é transmitida com sucesso.
Avaliação: ***

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Ginger & Rosa


País: Canadá
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 90 min
Direção: Sally Potter
ElencoElle Fanning, Alice Englert, Alessandro Nivola, Christina Hendricks, Timothy Spall, Oliver Platt, Jodhi May e Annette Bening.

Sinopse: na Londres de 1962, duas amigas inseparáveis entram conflito com as respectivas mães, enquanto sonham com uma vida longe da rotina doméstica e, ao mesmo tempo, idolatram o pai de uma delas, militante pacifista.

Crítica: Ginger e Rosa nasceram pouco antes da atmosfera sombria de uma possível guerra nuclear abraçar Londres. Amigas inseparáveis e adolescentes em 1962, ouvem pelo rádio o iminente fim da humanidade com a Crise dos Mísseis de Cuba. Ginger preocupa-se em salvar o mundo. Rosa deseja o amor verdadeiro e não acredita no poder individual para transformação. Aqui, seus caminhos começam a tomar rumos e escolhas diferentes.
A incerteza sobre o futuro que gera medo e, ao mesmo tempo, a necessidade de aproveitar inteiramente o instante, permeia a trama que é contada, em parte, pelos poemas que Ginger (Elle Fanning) escreve. Fanning dá vida à jovem e entusiasta Ginger (apelido para ruiva em inglês), com uma atuação surpreendente. No início, transmite uma alegria quase infantil, de risada frouxa. Quando começa a perceber a realidade da vida, mostra-se frágil e tudo parece que vai desabar. Ela demonstra não somente as dúvidas comuns na passagem da adolescência para a vida adulta, como também a interrupção de um sonho. Suas cenas de confusão mental e choro são extremamente convincentes. São, aliás, as cenas mais memoráveis do longa.
Alice Englert (de ‘Dezesseis Luas’), a misteriosa Rosa, desempenha uma atuação inferior à Fanning. A personagem acredita em Deus e vive de forma mais simples, aproveitando a juventude; deseja encontrar o amor verdadeiro em um homem. Apesar da interpretação mediana, não chega a comprometer o filme repleto de coadjuvantes consistentes e engraçados, como seus tios Timothy Spall e Oliver Platt. Infelizmente, a excelente Annette Bening faz um papel muito pequeno.
Os pais de Ginger refletem um forte contraste: Natalie (Christina Hendricks) é uma pintora frustrada que engravidou na adolescência do pacifista Roland (Alessandro Nivola). Enquanto ela tenta manter um lar “normal”, mesmo à beira de um ataque de nervos, ele preza pela liberdade do indivíduo, chegando a tal ponto de fazer a filha chamá-lo pelo nome próprio ao invés de “pai”. A relação deles mostra o dilema entre tentar o novo ou manter-se apegado à segurança do aparentemente correto.
Entediadas com a vida de suas mães, logo Ginger e Rosa o tomam como exemplo. Mas a proximidade entre elas e o pai de Ginger, idolatrado pelas duas, acaba gerando afetos e rompimentos que trazem pesadas consequências às suas vidas.
A partir de um roteiro bem desenvolvido, uma trilha sonora contagiante e informações passadas na medida certa, sem causar confusão ao espectador ou expor em demasia a trama, no desfecho ainda há espaço para imaginação.
Diante de uma ameaça generalizada à vida, as prioridades podem mudar. Mesmo com tantos dilemas, a saída é relativamente simples. Como a própria Ginger diz, em um dos seus poemas, “se todos viverem plenamente, não há o que perdoar. Maior crime seria não viver.”

Avaliação: ***

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Uma Garrafa no Mar de Gaza (Une Bouteille à la Mer)


País: França
Ano: 2011
Gênero: Drama
Duração: 99 min
Direção: Thierry Binisti
Elenco: Agathe Bonitzer, Mahmud Shalaby, Hiam Abbass, Riff Cohen, Abraham Belaga, Jean-Philippe Écoffey, Smadi Wolfman, Salim Dau, Loai Nofi, François Loriquet, Abdallah El Akal e Max Oleartchik.

Sinopse: Tal (Agathe Bonitzer) é uma jovem francesa de 17 anos que mora em Jerusalém com sua família. Após a explosão de um camicase num café do seu bairro, ela escreve uma carta a um palestino imaginário, onde exprime suas interrogações e sua recusa em admitir que só o ódio possa reinar entre os dois povos. Ela coloca a carta numa garrafa e entrega a seu irmão para que jogue no mar, perto de Gaza, onde ele faz seu serviço militar. Algumas semanas depois, Tal recebe uma resposta de um misterioso “Gazaman” (Mahmud Shalaby).

Crítica: o romance entre etnias diferentes é narrado, em grande parte, por cartas via email entre Tal e Naim (o ‘Gazaman’). Ainda jovens e inocentes, tentam entender o conflito entre os dois lados (árabes e israelenses), as diferenças de opinião – ainda difíceis de não serem generalizadas e os problemas de comunicação. Enquanto isso, mais mortes ocorrem em retaliações, atentados, ofensivas aéreas e terrestres.
O filme tenta mostrar essa realidade, absolutamente ‘normal’ nos jovens que ali vivem. A insegurança está no ar. Mesmo que não seja com tanta profundidade, a direção expõe as mazelas a que estão sujeitos e que têm que enfrentar. As críticas ao sistema são feitas por meio das atitudes e palavras de seus personagens.
O espectador torce por essa aproximação entre os jovens e percebe como seria tudo diferente se houvesse mais diálogo, mas na vida real tudo é bem mais complicado.
Apesar dos amigos e familiares, Naim consegue ver um pouco além e buscar uma saída para a vida sem rumo que leva.
Vale a pena conferir.

Avaliação: ***

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Dois Dias em Nova York (2 Days in New York)


País: França/Alemanha/Bélgica
Ano: 2012
Gênero: Comédia
Duração: 96 min
Direção: Julie Delpy
Elenco: Chris Rock, Julie Delpy, Albert Delpy, Alexia Landeau e Alexandre Nahon.

Sinopse: a rotina de um casal é abalada com a chegada dos parentes da esposa.

Crítica: a diretora e atriz francesa Julie Delpy (Antes do Amanhecer) tinha um bom tema nas mãos, mas não soube executá-lo de forma interessante. Para o público, o filme parece não ter rumo e está longe de ser uma comédia sobre choque de costumes, como definido por sua idealizadora.
O filme é um derivado de '2 Dias em Paris', que a atriz dirigiu em 2007. Marion (Delpy) agora mora em Nova York, é mãe e trocou Jack (Adam Goldberg) pelo radialista Mingus (Chris Rock, estranhamente contido aqui). A vida da família vira do avesso com a visita do excêntrico pai de Marion (Albert, pai de Delpy na vida real), de sua atirada irmã Rose (Alexia Landeau) e de seu namorado maconheiro Manu (Alexandre Nahon).
Não se preocupe se não viu o primeiro filme, bem mais atraente do que este por sinal. A proposta aqui é acompanharmos a supostamente divertida situação de tensão estabelecida assim que os familiares franceses de Marion pousam em solo americano e são detidos na alfândega pelo contrabando de algo anormal. E seguem tentativas frustradas de se extrair humor desta e outras situações. Tudo pouco ou nada engraçado.
Paralelamente, Marion se prepara para uma mostra de suas fotos em que o ponto alto será o leilão conceitual de sua alma. O estresse com a família deixa a artista atordoada, o que a faz tomar atitudes idiotas e contar mentiras. A situação tira seu marido do sério e este chora suas mágoas para um display de Barack Obama que tem no escritório. Difícil dizer o que é menos risível nisso tudo. 
Enfim, um filme carregado de artificialismo e fruto de situações improváveis, piadas insossas e personagens caricatos não poderia convencer o espectador. 
Avaliação: *

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segunda-feira, 22 de abril de 2013

Dinheiro à Toa: Dentro da Reserva Federal (Money For Nothing: Inside the Federal Reserve)

País: EUA

Ano: 2012
Gênero: Documentário
Duração: 107 min
Direção: Jim Bruce
Elenco: -

Sinopse: administradores, economistas, historiadores e investidores debruçam-se sobre o papel que o Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, desempenhou no desencadeamento da crise global de 2008 – e analisam as possibilidades de que o desastre possa repetir-se em futuro próximo.

Crítica: o melhor documentário que já assisti sobre economia, abordando a crise americana.
Bastante didático e elucidativo, inicia mostrando uma crise nos bancos em 1907, passando por outras, como a famosa Depressão de 1929, até chegar às origens da crise que culminou no caos do setor imobiliário (a ‘bolha imobiliária’) em 2007/2008 e abalou (e continua abalando) outras economias pelo mundo. Analisa-se o papel do FED e de seus respectivos presidentes e a influência ‘pesada’ do governo americano em suas decisões.
Muitos recursos, como gráficos, tabelas, animação, imagens de filmes antigos, fotos, imagens de arquivo, foram utilizados para ilustrar a narrativa e acompanhar os depoimentos de vários economistas que tentam explicar o porquê do problema. E isso tudo de uma forma coloquial para que qualquer espectador possa entender.
Claro, que para quem não é da área, o ritmo torna-se um pouco cansativo, mas é uma aula espetacular de história e de economia. Além disso, traz um alerta: qualquer nação pode falir, se o crescimento não for saudável, o que inclui desemprego, inflação, juros altos, gastar mais do que se produz, empréstimos, inadimplência, hipotecas, falências de empresa, etc.
Recomendo!

Avaliação: ****

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Nosso Nixon

País: EUA

Ano: 2013
Gênero: Documentário
Duração: 85 min
Direção: Penny Lane
Elenco: -

Sinopse: a presidência de Richard Nixon é revisitada a partir do inédito material filmado por três dos seus assessores. Apreendidos pelo FBI, depois arquivados e esquecidos por quase 40 anos, estes filmes caseiros mostram fatos históricos e de sua intimidade, num testemunho de uma era triunfalista sem consciência da catástrofe iminente. Filme de encerramento do New Directors/New Films, Nova York, 2013.

Crítica: o filme faz jus à mostra da qual participa: ‘Tudo é Verdade’. Arquivos e gravações mantidas em sigilo por 40 anos mostram fatos da intimidade de Nixon (com sua esposa, no casamento da sua filha, na eleição e reeleição) e como seus três principais auxiliares foram presos devido ao envolvimento no escândalo Watergate.
Para quem gosta de documentário, é uma boa dica.

Avaliação: ***

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Os Guardiões (The Gatekeepers)


País: Israel/França/Alemanha/Bélgica
Ano: 2012
Gênero: Documentário
Duração: 95 min
Direção: Dror Moreh
Elenco: -

Sinopse: seis ex-dirigentes da Shin Bet, agência de Inteligência e contraterrorismo de Israel, saem do anonimato, discutindo abertamente sua atuação clandestina envolvendo tortura, execuções e bombardeios. Estes homens, na meia-idade, acrescentam surpreendentes reflexões em torno da segurança e da paz com os palestinos. Finalista do Oscar 2013 (categoria documentário).

Crítica: questionador e, por isso mesmo, polêmico, é um filme para ser visto por todos. Apesar de tratar da questão árabe-israelense, sua mensagem é válida para qualquer povo em conflito.
Do começo ao fim, questões éticas são levantadas nas entrevistas feitas pelo documentarista aos ‘guardiões (The Gatekeepers)’, seis homens que lideraram o Shin Bet (central de inteligência israelense), ou Serviço de Segurança Interna, desde o começo do Estado de Israel até o presente. Até então, a identidade deles era mantida em segredo.
Primorosamente estruturado, o longa flui naturalmente entre os depoimentos e as cenas mostradas (seja por fotos, imagens de arquivo ou recursos gráficos).
É duro e complexo ao buscar as causas da violência que hoje existe na região. De quem é a culpa? A violência das retaliações tem trazido algum progresso para o problema desde a Guerra dos Seis Dias (em 1967), desde o início dos assentamentos, desde a ocorrência das intifadas? Há ética quando se trata de terrorismo? E, afinal, quem são os terroristas?
Não há resposta pronta, nem solução, mas todos os homens encarregados de manter Israel seguro por muitas décadas concordam com o fato de que a ocupação da Cisjordânia e da Faixa de Gaza precisa terminar.
Nas declarações, surgem até reclamações desses judeus contra o governo de Israel e surpresas como um atentado, impedido por eles, que seria feito por judeus radicais a árabes. 
A criação do estado palestino será a solução? E quando isso irá ocorrer? Quantos ainda terão que morrer até que os governos tenham boa vontade ‘de verdade’ para dar fim a essa guerra? Não sabemos quem tem razão, mas sabe-se que a paz precisa vir urgentemente.
E quem teria dado um primeiro passo rumo à paz, Yitzhak Rabin (quinto primeiro-ministro de Israel, no cargo entre 1974 e 1977, tendo regressado ao cargo em 1992, exercendo funções até 1995), foi assassinado. Rabin desempenhou um importante papel no Acordo de Paz de Oslo, que criou uma Autoridade Nacional Palestiniana com algumas funções de controle sobre a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. Ele foi assassinado pelo direitista radical israelense Yigal Amir, que se opunha à assinatura de Rabin no acordo.

Curiosidade: finalista ao Oscar de Melhor Documentário em 2013.

Avaliação: ****

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domingo, 21 de abril de 2013

Meu Pé de Laranja Lima


País: Brasil
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 99 min
Direção: Marcos Bernstein
Elenco: João Guilherme Ávila, Caco Ciocler, José de Abreu, Eduardo Dascar e Fernanda Vianna.

Sinopse: Zezé (João Guilherme Ávila/ Caco Ciocler), uma criança criativa e arteira, refugia-se da incompreensão e da falta de afeto em seu mundo imaginário. Mas sua vida muda ao conhecer um adulto (José de Abreu) que o entende e tenta participar desse seu universo especial. Zezé é o quarto de cinco irmãos, de uma família pobre que mora no interior. Sua mãe (Fernanda Vianna) trabalha para o sustento de todos, já que seu pai (Eduardo Dascar) está desempregado.

Crítica: o best-seller de José Mauro de Vasconcelos, inspirado na infância do autor em Minas Gerais, ganha nova versão cinematográfica, dirigida por Marcos Bernstein (de ‘O Outro Lado da Rua’).
Originalmente escrita há 45 anos, a saga do menino Zezé (João Guilherme Ávila) continua cativante e encantadora. Zezé é um menino levado e bastante criativo que se refugia da incompreensão e falta de afeto em seu mundo imaginário. Ele é o quarto de cinco irmãos de uma família pobre do interior mineiro. Apanha do pai e da irmã mais velha. A mãe trabalha o dia todo fora e está doente. Só a irmã mais nova é que o consola depois das surras.
A história cria identificação rápida com o espectador, seja ela de que idade for, por fazer uma grande homenagem à liberdade oriunda do pensamento. Quando se refugia em seu mundo de fantasias, onde momentos corriqueiros do dia-a-dia ganham tons quase épicos, o menino escapa da realidade dura que vive e adentra o imaginativo mundo infantil. Em nós, adultos, a sensação de nostalgia é inevitável.
Não só conversando com o pé de laranja lima João Guilherme se sai bem. Ele tem o olhar triste do Zezé retratado no livro e esbanja desenvoltura na tela. Carismático, tem uma interpretação natural na maioria das cenas e sem os artificialismos e exageros comuns em crianças atuando.
Apesar da temática infantil, as gradações da história passam por contextos adultos, tratando de temas como a violência doméstica, desemprego, alcoolismo e, sobretudo, falta de perspectiva. O grande achado, no entanto, é mesmo o menino João Guilherme.
Seu mundo melhora um pouco quando consegue um contato com Portuga (José de Abreu) que vive sozinho e mora numa grande casa mais afastada da cidade.
‘Meu Pé de Laranja Lima’ tem muitos momentos interessantes, principalmente quando retrata seu protagonista dando asas à imaginação, quando Zezé brinca com seu irmão caçula de forma que as crianças não brincam mais hoje em dia, nas cenas sensíveis entre Portuga e Zezé.
Peca por exagerar no melodrama, mas é um bom filme por retratar com criatividade e simplicidade um clássico da literatura brasileira.

Avaliação: ***

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Atrás da Porta (The Door)


País: Alemanha/Hungria
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 97 min
Direção: István Szabó
Elenco: Helen Mirren, Martina Gedeck e Karoly Eperjes.

Sinopse: jovem escritora, que luta pelo sucesso, contrata mulher idosa como empregada. Mas logo um drama na vida da patroa faz com que a serviçal revele seu passado traumático.

Crítica: um adjetivo que define esse filme é ‘estranho’. O início e o meio carregam a ideia de que algo surpreendente, cheio de mistério, virá, o que não acontece. Isso é frustrante para quem está assistindo. Se ao menos o final compensasse, mas não.
A narrativa é lenta, com diálogos pobres e interpretações prejudicadas, talvez, por terem tido suas vozes dubladas para o inglês na edição final, pelo menos na versão brasileira. E as imagens que contam o passado de Emerenc (Helen Mirren) parecem falsas, superficiais, como se não fossem reais e, por consequência, não trazem o drama necessário para compor e explicar a personalidade dura e fechada de Emerenc. Até mesmo a talentosa Helen Mirren parece não se encaixar no papel. Sua representação – pode-se dizer – é caricata.
A parceria com o diretor húngaro foi mais notável no trabalho anterior, ‘Alfred Nobbs’ (2011).

Avaliação: **

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Hoje


País: Brasil
Ano: 2011
Gênero: Drama
Duração: 87 min
Direção: Tata Amaral
Elenco: Denise Fraga, César Troncoso e João Baldasserini.

Sinopse: ex-militante política recebe indenização do governo, em decorrência do desaparecimento do marido durante a ditadura militar. Com o dinheiro, compra um apartamento próprio, mas vive cercada pelas antigas lembranças. 

Crítica: com um título simples e uma história de uma pessoa também simples o longa expões muitas verdades sobre duas vidas em especial, a da protagonista e a do seu ex-companheiro.
"Hoje" começa como um dia qualquer na vida de Vera, mulher madura e comum. De excepcional, esse dia só tem a mudança para um apartamento antigo, amplo, que a protagonista adquiriu na região central de São Paulo.
Enquanto ela orienta os homens que carregam a mudança, pequenos fragmentos são introduzidos, alterando a expectativa da personagem e a nossa. Um olhar de desejo de um dos carregadores, uma torneira vazando, a abordagem inoportuna de uma vizinha, síndica do prédio, a chegada de alguém que ela não via há anos.
Todos são interferências que extraem Vera, provisoriamente, de dentro de sua realização e satisfação por ir morar, pela primeira vez, em um apartamento próprio seu. São recursos bem utilizados pela diretora, inserindo o espectador no espaço da intimidade: um apartamento, porém ainda não habitado.
De repente, ela vê, através do espelho, Luiz, antigo companheiro dos tempos de guerrilha contra a ditadura.  Ao reaparecer, ele traz consigo o passado, na forma de vivências afetivas e de experiências políticas.
A partir daí, os diálogos trazem à tona mágoas, saudades, lembranças, desejos e verdades que machucam. Tudo isso muito bem encenado por Denise Fraga, segura no papel de Vera. Já o uruguaio César Troncoso (Luiz) não convence muito, apesar de se esforçar.
O ritmo é lento. Tudo se passa dentro de um apartamento, mas Denise consegue com sua atuação levar as situações ao clímax necessário.
Por ser todo o filme quase que uma conversa entre duas pessoas e dentro de um apartamento, a trama fica um tanto lenta, mas é necessário tendo em vista o conteúdo em si e a forma como essa história é contada. Verdade e ficção se confundem revelando também o conflito pessoal de Vera: suas angústias, culpas, remorsos, medos, arrependimentos, porém, esperanças também de enfim seguir adiante.
Mas seu objetivo é louvável: não apenas expor o período da ditadura militar (isso é um segundo plano), e sim as mudanças que esse fato acarretou na vida das pessoas e como é possível esquecer e enterrar tal passado – esse, ao menos, é o caminho escolhido por Vera, depois de longos anos de espera.

Avaliação: ***

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Um Porto Seguro (Safe Haven)


País: EUA
Ano: 2013
Gênero: Drama
Duração: 115 min
Elenco: Julianne Hough, Josh Duhamel e Cobie Smulders.
Direção: Lasse Hallström

Sinopse: após se mudar para pequena cidade, mulher se envolve com gentil viúvo, mas um segredo de seu passado a impede de ser plenamente feliz.

Crítica: o romancista Nicholas Sparks é um exitoso fabricante de sucessos literários, muitos deles adaptados para o cinema com relativo sucesso. E, aqui, mais um obra que vai para a tela de cinema. Seus romances são açucarados e melosos, suas histórias iguais e previsíveis e seus personagens entram e saem de situações das formas mais fáceis e ridículas possíveis.
A heroína romântica de Um Porto Seguro é Katie (Julianne Hough), que conhecemos em fuga da polícia depois de um acontecimento misterioso que envolve um esfaqueamento – o que de fato ocorreu só vamos saber mais tarde. Ela pega um ônibus de Boston para Atlanta, mas fica pelo meio do caminho depois de fazer uma parada na pequena cidade de Southport, na Carolina do Norte. Decide ficar ali simplesmente porque achou o lugar bonitinho. Como recorrentemente ocorre nos universos utópicos criados por Sparks, arruma logo um emprego, uma casa e, claro, um pretendente bonitão.
Ele é Alex (Josh Duhamel), jovem viúvo, pai de dois filhos e proprietário de um comércio na cidade. Com medo que os acontecimentos do passado venham à tona, Katie “faz um doce”, mas, claro, sucumbe aos encantos do galã cheio de boas intenções. E dá-lhe cenas idílicas de passeios de canoa pelas plácidas águas de um lago, idas à praia em família, aquele momento batido de tensão sexual quando alguém tropeça e aproxima o rosto do outro, etc. Enquanto isso, o detetive (David Lyons) procura obsessivamente por pistas que, inevitavelmente, vão levá-lo a Katie.
Quando já estamos no limite do tédio, o esperado clímax vem e Alex descobre o passado misterioso de sua paixão. Rolam uns momentos artificiais de tensão, uma criança em perigo, o herói tentando salvar sua amada, essa coisas.
Até aqui temos somente um filminho bobo e inofensivo. Mas, então, somos surpreendidos com mais uma reviravolta, algo que nos desperta da letargia por antevermos o ridículo que se aproxima. E, de fato, nossas piores expectativas são correspondidas. Vem o riso, o constrangimento, aquele sentimento de ter perdido alguns minutos de sua vida por nada.

Avaliação: *

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O Carteiro


País: Brasil
Ano: 2011
Gênero: Drama
Duração: 103 min
Direção: Reginaldo Faria
Elenco: Carlos André Faria, Ana Carolina Machado, Marcelo Faria e Felipe de Paula.

Sinopse: carteiro que tem como hábito violar a correspondência que entrega cai, um dia, na própria armadilha. Apaixona-se por mulher e passa a controlar as cartas dela para o namorado, interferindo diretamente na relação.

Crítica: se tivesse se resumido a ter a ideia original do longa e depois a deixado nas mãos de um roteirista profissional, o resultado de O Carteiro, sem dúvida, seria outro.
A produção é tecnicamente impecável, mas frágil em algo básico à proposta de um filme: contar bem uma boa história. O longa tem ótima fotografia soberba, direção de arte caprichada, som de ótima qualidade, excelente trilha, mas é deficiente quanto ao roteiro que peca por excessos, situações mal resolvidas, personagens pouco intensos, falas soltas. Por fim, o resultado é novelesco.
A intenção era resgatar o estado de pureza e ingenuidade romântica das comédias italianas. Na trama, Victor (Candé Faria) é um jovem carteiro fascinado por poesia e Machado de Assis que tem o hábito violar a correspondência dos moradores do lugarejo.
Ele conhece todas as paixões e intrigas da comunidade com a cumplicidade do companheiro de trabalho, Jonas (Felipe de Paula). Os dois se divertem interferindo nas mensagens, tanto para confundir como para dar uma mãozinha aos corações apaixonados.
Apesar da boa premissa, tudo é perdido em meio a uma trama frágil e sem convicção. Falta conexão com o espectador e emoção que realmente fizesse o público torcer pelos protagonistas.

Avaliação: **

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O Acordo (Snitch)


País: EUA/Emirados Árabes
Ano: 2013
Gênero: Ação
Duração: 112 min
Direção: Ric Roman Waugh
Elenco: Dwayne Johnson, Jon Bernthal e Susan Sarandon.

Sinopse: rapaz é sentenciado a 10 anos de cadeia por envolvimento com drogas. Para reduzir a sentença do garoto, o pai concorda em atuar infiltrado em perigoso cartel de drogas.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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Super Nada


País: Brasil
Ano: 2011
Gênero: Comédia
Duração: 94 min
Direção: Rubens Rewald
Elenco: Marat Descartes, Clarissa Kiste e Jair Rodrigues.

Sinopse: Guto (Marat Descartes) é um artista de rua que luta para se estabelecer como ator e ter reconhecido seu talento. Após inúmeros testes, ele finalmente é escalado para um programa semanal de Zeca (Jair Rodrigues), comediante de TV e ídolo de Guto, apesar de estar com a carreira em decadência. Será que finalmente a sorte de Guto mudará?

Crítica: nem sempre um tema com um leque de argumentos e possibilidades a serem explorados flui. É o caso de ‘Super Nada’. Depois de apenas 94 minutos, quase nada se pode aproveitar do filme que se arrasta. Chato e insosso, as cenas são repetitivas –
algumas até constrangedoras – e as atuações fracas dos 3 personagens principais, longes de qualquer convencimento.
O cantor Jair Rodrigues foi muito elogiado no papel do humorista Zeca, cujo programa fictício dá nome ao filme. Mas há uma certa inibição por parte dele no início e, depois, mesmo que ele fique mais à vontade, não entra completamente no personagem. Seus trejeitos, tão conhecidos, podem ser percebidos pelo espectador.
Enfim, o roteiro peca pela falta de ousadia e o resultado é um longa completamente cansativo, que fracassa na tentativa de retratar a vida de um artista em São Paulo.

Avaliação: *

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A Morte do Demônio (Evil Dead)


País: EUA
Ano: 2013
Gênero: Terror
Duração: 91 min
Direção: Fede Alvarez
Elenco: Jane Levy, Shiloh Fernandez e Lou Taylor Pucci.

Sinopse: viciada em drogas é levada por amigos a uma afastada cabana para um processo de desintoxicação, mas lá ocorrem estranhos fenômenos que tomam conta do corpo da garota. O diretor Alvarez  esquece o humor do original e despeja quantidades generosas de sangue, numa refilmagem digna da atenção de fãs e iniciantes.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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Reality – A Grande Ilusão (Reality)


País: Itália/França
Ano: 2012
Gênero: Comédia Dramática
Duração: 116 min
Direção: Matteo Garrone
Elenco: Aniello Arena, Loredana Simioli, Nando Paone, Nello Iorio, Nunzia Schiano, Rosaria D'Urso, Giuseppina Cervizzi, Claudia Gerini, Raffaele Ferrante, Paola Minaccioni, Ciro Petrone, Salvatore Misticone, Martina Graziuso, Alessandra Scognamillo, Angelica Borghese, Carlo Del Sorbo e Arturo Gambardella.

Sinopse: Luciano (Aniello Arena) é um peixeiro italiano que complementa sua modesta renda, junto de sua esposa, aplicando pequenos golpes. Com o sonho de enriquecer, ele cria uma fixação em participar da versão italiana do reality show Big Brother.
Crítica: após realizar ‘Gomorra’, em 2008, e conquistar fama mundial, o cineasta italiano precisava convencer o público e a crítica de que o seu talento não foi obra do acaso.
‘Reality’ é uma obra madura, com forte crítica social e ótimo desfecho. Uma grande fábula moderna sem final feliz. A mensagem do filme é simples e direta: seja bem-vindo à realidade, nua e crua, da classe trabalhadora que precisa de sonhos para superar as dificuldades do dia a dia.
Logo de início uma festa de casamento reforça o clima de fábula: carruagens, vestimentas e trilha sonora típica levam a acreditar que o longa seguirá este caminho. Mas na sequência, logo somos apresentados à dura realidade do protagonista: um napolitano que vive burlando a lei para conseguir uma vida digna.
O diretor faz uso da famosa frase de Andy Warhol: “um dia, todos terão direito a 15 minutos de fama na vida”, para satirizar os reality shows que tomam conta da televisão mundial. Na história, o peixeiro Luciano faz um teste, a pedido da filha, para o Grande Fratello, versão italiana do Big Brother.
Após ser aprovado na primeira fase de seleção e receber elogios do produtor, o homem entra em profunda paranóia, que é apoiada por alguns familiares, ao achar que já está garantido dentro da casa e que membros do programa estão supervisionando todos os seus passos.
A crítica à sociedade de consumo é feita com grande cuidado. O relacionamento entre o espectador dos reality shows e os astros relâmpagos vem à tona com clareza. Afinal de tanto assistir algo, qualquer pessoa pode sentir-se parte daquilo e transcender os limites da imaginação, criando perigosas ilusões sobre a sua realidade.
Garrone criou um verdadeiro palco para seu o protagonista. Sua peixaria e sua vila foram desenhadas pensando em um grande teatro, onde os atores ficam acima do público. O elenco foi muito bem selecionado e consegue dar uma boa dose de realidade, sempre ela, aos caricatos personagens.
É verdade que o filme perde o fôlego em sua segunda metade e escorrega em algumas cenas repetitivas. Porém a crítica social idealizada pelo diretor já está formada e consegue atingir o seu público-alvo.

Curiosidade: em 2012, vencedor do Grande Prêmio do Júri e indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes.

Avaliação: ***

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Nosso Nixon


País: EUA
Ano: 2013
Gênero: Documentário
Duração: 85 min
Direção: Penny Lane
Elenco: -

Sinopse: a presidência de Richard Nixon é revisitada a partir do inédito material filmado por três dos seus assessores. Apreendidos pelo FBI, depois arquivados e esquecidos por quase 40 anos, estes filmes caseiros mostram fatos históricos e de sua intimidade, num testemunho de uma era triunfalista sem consciência da catástrofe iminente. Filme de encerramento do New Directors/New Films, Nova York, 2013.

Crítica: o filme faz jus à mostra da qual participa: ‘Tudo é Verdade’. Arquivos e gravações mantidas em sigilo por 40 anos mostram fatos da intimidade de Nixon (com sua esposa, no casamento da sua filha, na eleição e reeleição) e como seus três principais auxiliares foram presos devido ao envolvimento no escândalo Watergate.
Para quem gosta de documentário, é uma boa dica.

Avaliação: ***

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Feliz Natal


País: Brasil
Ano: 2008
Gênero: Drama
Duração: 100 min
Direção: Selton Mello
Elenco: Leonardo Medeiros, Darlene Glória, Paulo Guarnieri, Graziela Moretto, Lúcio Mauro, Fabricio Reis, Thelmo Fernandes, Cláudio Mendes e Daniel Torres.

Sinopse: Caio (Leonardo Medeiros), um homem que trabalha em um ferro-velho, tenta entender a própria existência e esquecer os fantasmas do passado. Perto do natal e das festas de final de ano, ele tenta uma reaproximação com a família disfuncional. A mãe é bêbada e viciada em psicotrópicos; o pai, separado da esposa, não o aceita; o irmão vive um casamento em crise; a cunhada está perdida entre as frustrações de um casamento naufragado; os sobrinhos pequenos crescem rapidamente e cercados por esses dramas de adultos. Na história ainda estão dois amigos do protagonista, ambos abandonados no tempo e cujas vidas se resumem em noitadas repletas de excessos.

Crítica: “Feliz Natal” é um filme de climas, tensões, repleto de dramas familiares, relacionamentos confusos, sentimentos guardados, mentiras, mal-entendidos. Nessa mescla de emoções, o longa fica um pouco pesado demais e até chato.
Se há um drama, ele precisa ser bem contado e seus personagens bem trabalhados, a fim de cativar o espectador. E isso não acontece nesse longa, dirigido e editado por Selton Mello.
Pretensioso demais, o diretor (em seu primeiro trabalho) usa técnicas que permeiam o surreal, a ilusão. A fotografia granulada em ambientes escuros quer dar a impressão de tristeza, de amargura, de remorso, de decepção, sobretudo de Caio que carrega um peso nas costas. O problema é que tudo isso é demais numa história que não flui. As atuações são razoáveis e os diálogos um pouco superficiais.
De qualquer forma, vale a pena conferir Selton Mello em seu primeiro trabalho, que foi o início de outros futuros.

Avaliação: **

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segunda-feira, 15 de abril de 2013

A Caça (Jagten)


País: Dinamarca
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 115 min
Direção: Thomas Vinterberg
Elenco: Mads Mikkelsen, Thomas Bo Larsen e Annika Wedderkopp.

Sinopse: Lucas (Mads Mikkelsen), um professor de educação infantil divorciado e solitário, que se vê envolto injustamente em denúncia de pedofilia com uma aluna.

Crítica: o assunto abordado no filme é polêmico e, geralmente, causa revolta e paranoia em toda uma sociedade: pedofilia.
Lucas é um professor dedicado a todos os seus alunos. Uma garota, em especial, Klara (Annika Wedderkopp) é bastante sensível e tem problemas em casa com os pais que brigam com frequência e parecem dar pouca atenção a ela. Klara, então, apega-se a Lucas que é o melhor amigo do pai dela. No caminho para a escola, ele passa na casa dela e a acompanha a pé até a escola.
Num determinado dia, Klara, com sua imaginação fértil, Klara confunde seus sentimentos e inventa uma mentira que irá destruir a vida de Lucas pouco a pouco. Mesmo que ela desminta depois, o mal já está feito.
Lucas perde o emprego; a ex-esposa corta o contato, justamente quando o filho iria morar com ele; sua nova namorada põe em dúvida sua inocência; e a confusão está criada. Todos se afastam. Vale destacar que a trama se passa numa cidade do interior, onde tudo ganha uma dimensão maior.
Mesmo com toda a pressão, Lucas escolhe ali continuar até o julgamento. A injustiça é algo que dói e essa é a mensagem que o diretor quer passar. No mundo louco que vivemos, sabemos ouvir os outros, distinguir a verdade da mentira, comprovar antes de julgar? Um erro pode ser tão desastroso a ponto de não deixar esperança para o que vem depois.
É preciso estar alerta aos sinais no comportamento das crianças, ao que elas ouvem, ao que ela assistem, com quem andam. Para isso, educar e amar são fundamentais num lar.
A tensão no filme cresce em ritmo angustiante. As atuações são muito naturais e criam uma realidade difícil de aceitar. Excelente!

Avaliação: ****

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