Deixe a Luz Acesa (Keep the Lights On)
País: EUA
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 101 min
Direção: Ira Sachs
Elenco: Thure Lindhardt, Zachary
Booth, Julianne Nicholson, Paprika Steen, Souleymane Sy Savane, Marilyn
Neimark, Sebastian La Cause, Sarah Hess, Roberta Kirshbaum, Jamie Petrone e Stella Schnabel.
Sinopse: na Nova York de 1997, o
documentarista Erik conhece o advogado Paul. O que a princípio poderia ser
apenas um encontro sexual se transforma em algo muito mais sério, um
relacionamento de 10 anos. Paul não assume publicamente que é gay, preocupado
com a carreira, já Erik é intenso e destemido. A relação amorosa deles dois vai
se tornando instável à medida que eles têm que lidar com seus vícios e
compulsões e confrontar seus próprios limites. Enfim, a
trajetória emocional e sexual percorrida por dois homens que vivem experiências
de amor, dependência e amizade.
Crítica: é louvável que existam mais filmes sobre
relações homoafetivas, tema tão raro nos cinemas. Na maioria dos casos, as
histórias de amor gay tornam-se um produto de nicho, destinado aos cinemas de
arte das grandes cidades, não sendo levado ao público amplo. A simples
existência de ‘Deixe a Luz Acesa’ pode ser interpretada como um mérito. Por
outro lado, fica a impressão de que a temática mereceria uma abordagem mais
complexa do que a mostrada aqui.
Nas primeiras imagens,
surgem desenhos de nus masculinos. A temática homossexual é a principal
chamariz. De maneira resumida, pode-se dizer que esta é uma conturbada história
de amor entre Erik (Thure Lindhardt) e Paul (Zachary Booth), que se separam e
se encontram várias vezes ao longo de dez anos.
Uma questão pode suscitar
certos problemas éticos no que diz respeito aos clichês da representação de
gays. Os dois homens encontram-se para uma noite casual, eles são vistos várias
vezes multiplicando os parceiros – a maioria deles superficiais. Eles se envolvem
com drogas, e quando ligam para o médico, é para saber o resultado do exame de
HIV. Essas coisas acontecem, porém o problema surge quando isso é mostrado de
forma exagerada, criando a impressão de generalização, como se toda relação
homossexual girasse em torno de drogas e promiscuidade.
Eles quase nunca são vistos
trabalhando, ou emitindo pensamentos sobre outras pessoas, a sociedade, a
religião, sobre o que quer que seja. Algumas cenas em casa são bem naturais,
mas faltou explorar mais os diálogos, a relação com os amigos, o cotidiano no
trabalho para que a trama ficasse mais real. Paul, por exemplo, tem uma
ex-namorada, ele não se assume publicamente e isso poderia ter sido mais
trabalhado na história.
As presenças femininas são
superficiais: as duas mulheres em cena são a irmã do protagonista (Paprika
Steen) e sua melhor amiga (Julianne Nicholson). Nenhuma delas tem uma
personalidade marcante, são apenas ferramentas acessórias do roteiro. Na tela,
mostra-se a passagem do tempo, contada praticamente a cada dois anos.
O grande destaque do filme
é mesmo Thure Lindhardt, o ator dinamarquês que vive Erik com perfeição. Apesar
das falhas, é uma bela história de amor e despertará a curiosidade dos
espectadores devido ao tema.
Avaliação:
***
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