segunda-feira, 22 de abril de 2013

Os Guardiões (The Gatekeepers)


País: Israel/França/Alemanha/Bélgica
Ano: 2012
Gênero: Documentário
Duração: 95 min
Direção: Dror Moreh
Elenco: -

Sinopse: seis ex-dirigentes da Shin Bet, agência de Inteligência e contraterrorismo de Israel, saem do anonimato, discutindo abertamente sua atuação clandestina envolvendo tortura, execuções e bombardeios. Estes homens, na meia-idade, acrescentam surpreendentes reflexões em torno da segurança e da paz com os palestinos. Finalista do Oscar 2013 (categoria documentário).

Crítica: questionador e, por isso mesmo, polêmico, é um filme para ser visto por todos. Apesar de tratar da questão árabe-israelense, sua mensagem é válida para qualquer povo em conflito.
Do começo ao fim, questões éticas são levantadas nas entrevistas feitas pelo documentarista aos ‘guardiões (The Gatekeepers)’, seis homens que lideraram o Shin Bet (central de inteligência israelense), ou Serviço de Segurança Interna, desde o começo do Estado de Israel até o presente. Até então, a identidade deles era mantida em segredo.
Primorosamente estruturado, o longa flui naturalmente entre os depoimentos e as cenas mostradas (seja por fotos, imagens de arquivo ou recursos gráficos).
É duro e complexo ao buscar as causas da violência que hoje existe na região. De quem é a culpa? A violência das retaliações tem trazido algum progresso para o problema desde a Guerra dos Seis Dias (em 1967), desde o início dos assentamentos, desde a ocorrência das intifadas? Há ética quando se trata de terrorismo? E, afinal, quem são os terroristas?
Não há resposta pronta, nem solução, mas todos os homens encarregados de manter Israel seguro por muitas décadas concordam com o fato de que a ocupação da Cisjordânia e da Faixa de Gaza precisa terminar.
Nas declarações, surgem até reclamações desses judeus contra o governo de Israel e surpresas como um atentado, impedido por eles, que seria feito por judeus radicais a árabes. 
A criação do estado palestino será a solução? E quando isso irá ocorrer? Quantos ainda terão que morrer até que os governos tenham boa vontade ‘de verdade’ para dar fim a essa guerra? Não sabemos quem tem razão, mas sabe-se que a paz precisa vir urgentemente.
E quem teria dado um primeiro passo rumo à paz, Yitzhak Rabin (quinto primeiro-ministro de Israel, no cargo entre 1974 e 1977, tendo regressado ao cargo em 1992, exercendo funções até 1995), foi assassinado. Rabin desempenhou um importante papel no Acordo de Paz de Oslo, que criou uma Autoridade Nacional Palestiniana com algumas funções de controle sobre a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. Ele foi assassinado pelo direitista radical israelense Yigal Amir, que se opunha à assinatura de Rabin no acordo.

Curiosidade: finalista ao Oscar de Melhor Documentário em 2013.

Avaliação: ****

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