domingo, 7 de abril de 2013

Fora do Figurino – As Medidas do Jeitinho Brasileiro


País: Brasil
Ano: 2012
Gênero: Documentário
Duração: 90 min
Direção: Paulo Pélico
Elenco: -

Sinopse: mostra a ausência de um levantamento antropométrico capaz de apontar as medidas brasileiras médias, ao contrário de países desenvolvidos.

Crítica: pouca gente sabe, mas a habitual dificuldade que temos em escolher roupas que se adaptem a nosso corpo acorre porque o Brasil nunca fez um censo antropométrico de sua população. Sem ele, a indústria nacional de confecção trabalha há décadas com padrões estrangeiros diversos. São centenas deles, o que faz os tamanhos variarem de fabricante para fabricante. Por exemplo, o G de uma marca é o M de outra, e assim por diante.
O censo antropométrico é um estudo para levantar o perfil anatômico de um povo, incluindo particularidades de cada região. Essas informações são utilíssimas para nortear não só o setor de vestuário, mas também o de calçados, mobília, veículos e construção civil. ‘Fora do Figurino’ revela a primeira tentativa de realizar o censo no país, no início dos anos 2000, iniciativa frustrada por desentendimentos entre profissionais do setor. Hoje o projeto encontra-se engavetado num gabinete ministerial em Brasília sem verba para seguir adiante.
A falta de um estudo do perfil físico do brasileiro não atenta somente contra a elegância e conforto da população, mas pesa também no bolso. Em média, 20 cm de tecido são desperdiçados a cada calça fabricada no país. Essa “sobra” vai para o lixo depois que costureiras fazem os acertos para que a peça assente no comprador. O preço desse desperdício, claro, é o cliente que paga.
O longa vai além. Aponta problemas em outras áreas, como a fabricação de equipamentos de proteção para trabalhadores da construção civil e preservativos sexuais. Depoimentos de operários e travestis demonstram o descontentamento com a inadequação corriqueira a esses produtos.
No entanto, ‘Fora do Figurino’ se favorece apenas da curiosidade em torno do assunto. Econômico ao extremo em recursos narrativos, intercala, quase que ininterruptamente, uma sucessão de depoimentos do início ao fim, não criando um sentido de narrativa e parecendo mais um trabalho institucional. São entrevistados anônimos e artistas que contam suas desventuras na hora de se vestir. Entre os famosos, depoimentos de Beatriz Segall, Regina Duarte, Margareth Menezes, Adriane Galisteu e Odilon Wagner. Há, ainda, a participação de políticos e profissionais do setor de moda e vestuário.
Tal falha comprova que não basta ter um bom tema para um documentário, é preciso também saber conduzi-lo de forma a instigar interesse no espectador. Da forma como é apresentado, tem-se a impressão de que os seus 70 minutos são ainda mais longos.

Avaliação: **

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