Uma História de Amor e Fúria
País: Brasil
Ano:
2013
Gênero:
Animação
Duração:
75 min
Direção:
Luiz Bolognesi
Elenco:
Selton Mello, Camila Pitanga e Rodrigo Santoro.
Sinopse: herói imortal participa de eventos históricos
do Brasil enquanto busca a mulher de sua vida.
Crítica: o roteirista Luiz Bolognesi, dos premiados
Bicho de Sete Cabeças e Chega de Saudade, concretizou uma de suas ambições:
fazer uma animação para o público adulto que contivesse a essência dos
quadrinhos em seu traço e tratasse da História do Brasil em seu enredo. Da
concepção até a conclusão foram 10 anos e ao custo de R$ 4,5 milhões.
Em tempos de predomínio dos
recursos digitais nas animações, o trabalho chama a atenção por ter sido
realizado com técnicas clássicas – os personagens foram desenhados e animados
com lápis sobre papel. Os computadores só entraram na composição dos cenários e
na sequência final do filme. Outro aspecto interessante da produção foi o fato
de os desenhistas trabalharem em cima das interpretações previamente gravadas
dos atores. Normalmente, estes colocam suas vozes em cima da animação já
pronta.
A trama acompanha as
aventuras de um guerreiro Tupinambá (Selton Mello). Na época da chegada dos
portugueses ao Brasil, ele é escolhido para combater Anhangá, força
representante de todo o mal e agraciado com a imortalidade. Apaixonado por
Janaína (Camila Pitanga), seu amor atravessa os séculos e sobrevive às diversas
reencarnações da jovem. O guerreiro assume a forma de um pássaro quando morre e
retorna à forma humana sempre que reencontra sua amada, seja na pele de um
negro durante o período da escravidão ou como um jovem militante na resistência
contra o regime militar.
Voltado para o público
adulto, o enredo da produção tem tom sério e trata de temas como guerras,
injustiças e sexualidade numa comunicação direta. De estética atraente e
uniforme, o longa conta com uma trilha sonora muito bem apropriada à trama. A
edição de som também é elogiável, fazendo uma perfeita ambientação sonora de
florestas, áreas rurais e metrópoles – algo essencial para que o espectador
sinta-se dentro de cada universo.
Como aspecto negativo,
apenas o ritmo acelerado. Talvez pela necessidade de não se estender demais, acaba
pecando pela falta de aprofundamento em determinados pontos. Essa falha se
torna ainda mais evidente pelo fato do filme ser desenvolvido de forma
episódica. Ao final, tem-se a impressão de que apenas a parte final, ambientada
num Rio de Janeiro futurista, parece ter sido desenvolvida a contento.
Mas o empenho e
investimento nítido de um trabalho diferenciado e de acabamento refinado valem
o ingresso. Recomendo!
Avaliação:
***
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