domingo, 7 de abril de 2013

Uma História de Amor e Fúria


País: Brasil
Ano: 2013
Gênero: Animação
Duração: 75 min
Direção: Luiz Bolognesi
Elenco: Selton Mello, Camila Pitanga e Rodrigo Santoro.

Sinopse: herói imortal participa de eventos históricos do Brasil enquanto busca a mulher de sua vida.

Crítica: o roteirista Luiz Bolognesi, dos premiados Bicho de Sete Cabeças e Chega de Saudade, concretizou uma de suas ambições: fazer uma animação para o público adulto que contivesse a essência dos quadrinhos em seu traço e tratasse da História do Brasil em seu enredo. Da concepção até a conclusão foram 10 anos e ao custo de R$ 4,5 milhões.
Em tempos de predomínio dos recursos digitais nas animações, o trabalho chama a atenção por ter sido realizado com técnicas clássicas – os personagens foram desenhados e animados com lápis sobre papel. Os computadores só entraram na composição dos cenários e na sequência final do filme. Outro aspecto interessante da produção foi o fato de os desenhistas trabalharem em cima das interpretações previamente gravadas dos atores. Normalmente, estes colocam suas vozes em cima da animação já pronta.
A trama acompanha as aventuras de um guerreiro Tupinambá (Selton Mello). Na época da chegada dos portugueses ao Brasil, ele é escolhido para combater Anhangá, força representante de todo o mal e agraciado com a imortalidade. Apaixonado por Janaína (Camila Pitanga), seu amor atravessa os séculos e sobrevive às diversas reencarnações da jovem. O guerreiro assume a forma de um pássaro quando morre e retorna à forma humana sempre que reencontra sua amada, seja na pele de um negro durante o período da escravidão ou como um jovem militante na resistência contra o regime militar.
Voltado para o público adulto, o enredo da produção tem tom sério e trata de temas como guerras, injustiças e sexualidade numa comunicação direta. De estética atraente e uniforme, o longa conta com uma trilha sonora muito bem apropriada à trama. A edição de som também é elogiável, fazendo uma perfeita ambientação sonora de florestas, áreas rurais e metrópoles – algo essencial para que o espectador sinta-se dentro de cada universo.
Como aspecto negativo, apenas o ritmo acelerado. Talvez pela necessidade de não se estender demais, acaba pecando pela falta de aprofundamento em determinados pontos. Essa falha se torna ainda mais evidente pelo fato do filme ser desenvolvido de forma episódica. Ao final, tem-se a impressão de que apenas a parte final, ambientada num Rio de Janeiro futurista, parece ter sido desenvolvida a contento.
Mas o empenho e investimento nítido de um trabalho diferenciado e de acabamento refinado valem o ingresso. Recomendo!

Avaliação: ***

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