segunda-feira, 29 de abril de 2013

Ginger & Rosa


País: Canadá
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 90 min
Direção: Sally Potter
ElencoElle Fanning, Alice Englert, Alessandro Nivola, Christina Hendricks, Timothy Spall, Oliver Platt, Jodhi May e Annette Bening.

Sinopse: na Londres de 1962, duas amigas inseparáveis entram conflito com as respectivas mães, enquanto sonham com uma vida longe da rotina doméstica e, ao mesmo tempo, idolatram o pai de uma delas, militante pacifista.

Crítica: Ginger e Rosa nasceram pouco antes da atmosfera sombria de uma possível guerra nuclear abraçar Londres. Amigas inseparáveis e adolescentes em 1962, ouvem pelo rádio o iminente fim da humanidade com a Crise dos Mísseis de Cuba. Ginger preocupa-se em salvar o mundo. Rosa deseja o amor verdadeiro e não acredita no poder individual para transformação. Aqui, seus caminhos começam a tomar rumos e escolhas diferentes.
A incerteza sobre o futuro que gera medo e, ao mesmo tempo, a necessidade de aproveitar inteiramente o instante, permeia a trama que é contada, em parte, pelos poemas que Ginger (Elle Fanning) escreve. Fanning dá vida à jovem e entusiasta Ginger (apelido para ruiva em inglês), com uma atuação surpreendente. No início, transmite uma alegria quase infantil, de risada frouxa. Quando começa a perceber a realidade da vida, mostra-se frágil e tudo parece que vai desabar. Ela demonstra não somente as dúvidas comuns na passagem da adolescência para a vida adulta, como também a interrupção de um sonho. Suas cenas de confusão mental e choro são extremamente convincentes. São, aliás, as cenas mais memoráveis do longa.
Alice Englert (de ‘Dezesseis Luas’), a misteriosa Rosa, desempenha uma atuação inferior à Fanning. A personagem acredita em Deus e vive de forma mais simples, aproveitando a juventude; deseja encontrar o amor verdadeiro em um homem. Apesar da interpretação mediana, não chega a comprometer o filme repleto de coadjuvantes consistentes e engraçados, como seus tios Timothy Spall e Oliver Platt. Infelizmente, a excelente Annette Bening faz um papel muito pequeno.
Os pais de Ginger refletem um forte contraste: Natalie (Christina Hendricks) é uma pintora frustrada que engravidou na adolescência do pacifista Roland (Alessandro Nivola). Enquanto ela tenta manter um lar “normal”, mesmo à beira de um ataque de nervos, ele preza pela liberdade do indivíduo, chegando a tal ponto de fazer a filha chamá-lo pelo nome próprio ao invés de “pai”. A relação deles mostra o dilema entre tentar o novo ou manter-se apegado à segurança do aparentemente correto.
Entediadas com a vida de suas mães, logo Ginger e Rosa o tomam como exemplo. Mas a proximidade entre elas e o pai de Ginger, idolatrado pelas duas, acaba gerando afetos e rompimentos que trazem pesadas consequências às suas vidas.
A partir de um roteiro bem desenvolvido, uma trilha sonora contagiante e informações passadas na medida certa, sem causar confusão ao espectador ou expor em demasia a trama, no desfecho ainda há espaço para imaginação.
Diante de uma ameaça generalizada à vida, as prioridades podem mudar. Mesmo com tantos dilemas, a saída é relativamente simples. Como a própria Ginger diz, em um dos seus poemas, “se todos viverem plenamente, não há o que perdoar. Maior crime seria não viver.”

Avaliação: ***

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