Ginger & Rosa
País: Canadá
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 90 min
Direção: Sally Potter
Elenco: Elle
Fanning, Alice Englert, Alessandro Nivola, Christina Hendricks, Timothy Spall, Oliver Platt, Jodhi May e Annette Bening.
Sinopse: na Londres de 1962, duas
amigas inseparáveis entram conflito com as respectivas mães, enquanto sonham
com uma vida longe da rotina doméstica e, ao mesmo tempo, idolatram o pai de
uma delas, militante pacifista.
Crítica: Ginger e Rosa nasceram pouco antes da
atmosfera sombria de uma possível guerra nuclear abraçar Londres. Amigas
inseparáveis e adolescentes em 1962, ouvem pelo rádio o iminente fim da
humanidade com a Crise dos Mísseis de Cuba. Ginger preocupa-se em salvar o
mundo. Rosa deseja o amor verdadeiro e não acredita no poder individual para
transformação. Aqui, seus caminhos começam a tomar rumos e escolhas diferentes.
A incerteza sobre o futuro
que gera medo e, ao mesmo tempo, a necessidade de aproveitar inteiramente o
instante, permeia a trama que é contada, em parte, pelos poemas que Ginger (Elle
Fanning) escreve. Fanning dá vida à jovem e entusiasta Ginger (apelido para
ruiva em inglês), com uma atuação surpreendente. No início, transmite uma
alegria quase infantil, de risada frouxa. Quando começa a perceber a realidade
da vida, mostra-se frágil e tudo parece que vai desabar. Ela demonstra não somente
as dúvidas comuns na passagem da adolescência para a vida adulta, como também a
interrupção de um sonho. Suas cenas de confusão mental e choro são extremamente
convincentes. São, aliás, as cenas mais memoráveis do longa.
Alice Englert (de ‘Dezesseis
Luas’), a misteriosa Rosa, desempenha uma atuação inferior à Fanning. A
personagem acredita em Deus e vive de forma mais simples, aproveitando a
juventude; deseja encontrar o amor verdadeiro em um homem. Apesar da
interpretação mediana, não chega a comprometer o filme repleto de coadjuvantes
consistentes e engraçados, como seus tios Timothy Spall e Oliver Platt. Infelizmente,
a excelente Annette Bening faz um papel muito pequeno.
Os pais de Ginger refletem
um forte contraste: Natalie (Christina Hendricks) é uma pintora frustrada que
engravidou na adolescência do pacifista Roland (Alessandro Nivola). Enquanto
ela tenta manter um lar “normal”, mesmo à beira de um ataque de nervos, ele
preza pela liberdade do indivíduo, chegando a tal ponto de fazer a filha
chamá-lo pelo nome próprio ao invés de “pai”. A relação deles mostra o dilema
entre tentar o novo ou manter-se apegado à segurança do aparentemente correto.
Entediadas com a vida de
suas mães, logo Ginger e Rosa o tomam como exemplo. Mas a proximidade entre elas
e o pai de Ginger, idolatrado pelas duas, acaba gerando afetos e rompimentos
que trazem pesadas consequências às suas vidas.
A partir de um roteiro bem
desenvolvido, uma trilha sonora contagiante e informações passadas na medida
certa, sem causar confusão ao espectador ou expor em demasia a trama, no desfecho
ainda há espaço para imaginação.
Diante de uma ameaça
generalizada à vida, as prioridades podem mudar. Mesmo com tantos dilemas, a
saída é relativamente simples. Como a própria Ginger diz, em um dos seus
poemas, “se todos viverem plenamente, não há o que perdoar. Maior crime seria
não viver.”
Avaliação:
***
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