Selma – Uma Luta pela Igualdade (Selma)
País: EUA
Ano:
2014
Gênero: Drama
Duração: 127
min
Direção: Ava
DuVernay
Elenco:
David Oyelowo, Tom Wilkinson, Tim Roth, Carmen Ejogo, Common, Giovanni Ribisi,
Cuba Gooding Jr., e Oprah Winfrey.
Sinopse: cinebiografia do pastor protestante e ativista
social Martin Luther King, Jr (David Oyelowo), que acompanha as históricas marchas
realizadas por ele e manifestantes pacifistas em 1965, entre a cidade de Selma,
no interior do Alabama, até a capital do estado, Montgomery, em busca de
direitos eleitorais iguais para a comunidade afro-americana.
Crítica: “Selma” parte do acontecimento histórico para
comentar sobre os problemas estadounidenses do hoje. O que difere esta cinebiografia
das demais sobre Martin Luther King é a forma de enxergar a sua figura e influência
no povo e na história. O filme retrata, tanto de forma abrangente quanto
particular, os dilemas do negro no país, as intrigas políticas e seus efeitos
na sociedade. À época, o presidente é Lyndon Johnson, propenso a ceder ao
pedido de Luther King de direito ao voto para os negros, mas indeciso por medo
de perder apoio político em meio a uma população racista em sua grande maioria.
No cenário de fundo, surgem
o descontentamento com os gastos dos Estados Unidos com guerras em terras
estrangeiras enquanto há americanos necessitados de ajuda no próprio solo
nativo.
As manifestações públicas,
sejam de ataque ou defesa dos direitos dos negros, pontuam os debates do campo
político – e isolar King como principal orador da causa é uma ótima opção que o
roteiro faz para mantê-lo como voz absoluta. David Oyelowo, que vive o importante
líder do movimento dos direitos civis dos negros, está sublime no papel. A segurança
ao falar nos discursos, o uso das palavras certas e a presença como homem
influente são perfeitamente convincentes.
Malcolm X, porta-voz da
filosofia Black Power, e o Partido dos Panteras Negras, também movimentos influentes
naquele período em prol dos direitos dos negros, ainda que através de outros meios,
são bem pontuados para dar embasamento à história.
As passeatas pacíficas sempre
rebatidas pela violência policial chocam e provocam reações e ganham adeptos
que se mostram contrários às injustiças. Telefones grampeados pelo FBI tentavam
desmantelar qualquer sinal ou iniciativa de protesto, sendo forte aí a presença
de John Edgar Hoover, chefe da agência federal de investigação.
Desde que havia sido agraciado
com o Prêmio Nobel da Paz em 1964, Luther King podia votar, mas o que ele
queria era estender esse direito a todos os seus companheiros também.
É uma luta difícil, pessoas
pagam com a vida até que, enfim, o direito ao voto é concedido (em 1965), até
que negros possam representar o povo no Congresso Nacional Americano.
Sem dúvida, o longa emociona
e comove. Não é todo dia que temos um líder de massas como Luther King, sábio,
sereno e defensor da não violência, sendo que seu povo era exatamente sempre tratado
de forma violenta e preconceituosa. Ele soube conduzir massas em momentos de
calamidade e impulsionar a mudança.
Uma vitória lenta, pedra
sobre pedra, como diz um de seus seguidores, quando juntos foram presos em uma
cela por, simplesmente, tentarem protestar.
As três marchas de Selma a
Montgomery (85 km) de 1965 são retratadas no filme, sendo a primeira conhecida
como “Domingo Sangrento” (“Bloody Sunday”, em inglês), onde a violência das
tropas militares do Alabama é brutal e divulgada por toda a mídia.
Avaliação:
****
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