sexta-feira, 7 de maio de 2004

Anti-Herói Americano

Título original: American Splendor
País: EUA
Ano: 2003
Gênero: Comédia, drama
Duração: 102 min
Direção: Shari Springer Berman e Robert Pulcini
Elenco: Paul Giamatti, Harvey Pekar, Hope Davis, Madylin Sweeten, Chris Ambrose, Joey Krajcar, Josh Hutcherson e Cameron Carter.

Sinopse: o balconista de hospital Harvey Pekar (Paul Giamatti) deixa cair no chão alguns arquivos de óbito e encontra a ficha de um homem que trabalhou a vida inteira como balconista em Cleveland – um emprego burocrático, exatamente como o dele. Esse episódio, combinado com o fato de ter visto o seu amigo Robert Crumb (James Urbaniak) se tornar uma pequena celebridade em São Francisco como cartunista, o inspiram a criar a sua própria revista em quadrinhos, chamada American Splendor. A revista, publicada em 1976 com grande sucesso, retratava com realismo o cotidiano do próprio Harvey, um amante compulsivo de jazz e livros.
Crítica: o longa, baseado nos livros de quadrinhos autobiográficos do mais famoso arquivista de Cleveland, Harvey Pekar, consegue tanto captar os ritmos e a beleza do cotidiano que a maioria das pessoas vive sem mesmo se dar conta do que faz como retratar o seu ambiente, dominado pelo pessimismo que corrói a alma.
Pautando-se pelo lema de Pekar segundo o qual "a vida comum é uma coisa complexa", os dois documentaristas, em seu primeiro longa, encontram drama, humor, amor, esquisitices, turbilhões psicológicos, problemas comuns, traumas reais e triunfo artístico.
Os admiradores de Harvey Pekar são poucos, mas depois desta obra sobre o quadrinista e sua série impressionante de livros, eles certamente irão aumentar.
O filme traz imagens do Harvey Pekar real, que faz a narração em voz rouca, e as mistura com o Harvey Pekar fictício, sua mulher e sua filha adotiva, representados respectivamente por Paul Giamatti, Hope Davis e Madylin Sweeten.
Também há imagens de arquivo das participações de Harvey no programa de ‘TV Late Night With David Letterman’ e uma versão de Anti-Herói Americano para o palco.
Deslocando-se a todo momento entre o visual neo-realista de American Splendor e os segmentos mais artificiais, quase documentais, os cineastas recriam em tom de brincadeira o ponto de vista dos quadrinhos sobre a trajetória de Harvey e o bairro operário onde vive.
Baseado na ideia de que a vida se observa melhor nos detalhes, a trama analisa de perto coisas pequenas que revelam mentalidades e atitudes inteiras.
O pessimismo de Harvey e suas obsessões e frustrações, que o deixam doente e o ajudaram a quase perder a voz, acabam por enriquecer sua arte narrativa.
Se eu contar mais, estrago a surpresa do filme que é extraordinariamente revelador, criativo e atraente.
Avaliação: ****

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