A Família Excêntrica de Antônia
Título original: Antonia
País: Holanda/Bélgica/Inglaterra
Ano: 1995
Gênero: Drama
Duração: 102 min
Direção: Marleen Gorris
Elenco: Willeke van Ammelrooy, Els Dottermans, Dora van der Groen, Veerle van Overloop, Esther Vriesendorp, Carolien Spoor, Thyrza Ravesteijn, Mil Seghers, Jan Decleir, Elsie de Brauw, Reinout Bussemaker, Marina de Graaf, Jan Steen, Catherine ten Bruggencate e Paul Kooij.
Sinopse: conta a história de uma encantadora geração de mulheres. Comandada por Antonia, a saga familiar atravessa três gerações, falando de força, de beleza e de escolhas que desafiam o tempo. Nesse universo conhecemos curiosos personagens, como o filósofo pessimista, a netinha superdotada, a filha lésbica, a avó louca, o padre herege, a amiga que adora procriar, a vizinha que sofre abusos sexuais e os muitos amigos que são acolhidos por sua generosidade.
Crítica: o filme se passa durante quase quarenta anos após a segunda guerra mundial, em uma pequena vila européia, e conta a história da matriarca Antonia que, depois de voltar à vila onde nasceu, estabelece uma comunidade com sua filha.
Dosando momentos de alegrias, tristezas, tragédias e superação de modo eficiente e integrado, o enredo se desenvolve em torno da relação das duas com os moradores da vila. Assumem a fazenda da família e alojam um homem simples da aldeia e uma jovem com problemas psicológicos que foi estuprada pelo irmão, além de manter amizade com Kromme Vinger, um filósofo estudioso de Schopenhauer e Nietzsche.
A trama do filme, bastante peculiar, poderia se passar em qualquer lugar. Sua mensagem é universal e foca a diversidade humana, sem julgar.
Retrata primordialmente mulheres que, em princípio, não precisam de homens. Ou deles necessitam apenas para a procriação, embora a própria Antonia acabe por sucumbir, não na forma tradicional, aos apelos afetivos de um pretendente. A preferência sexual das personagens é exposta com alguma concisão num único trecho do filme, numa seqüência-resumo não apelativa e plasticamente bem feita.
O filme valoriza a vida em comunidade mais que a familiar. Politemático, passa por discussões sobre a vida e a morte, filosofia, matemática, religião, especialmente através de um excêntrico habitante do lugar que se dedica a estudar Schopenhauer e Nietzsche.
Aliás, os personagens, em sua maioria, seriam excluídos sociais em qualquer lugar do planeta: um casal de retardados mentais (ela fora estuprada pelo próprio irmão), uma mulher solitária que uiva para a lua cheia e seu vizinho do andar inferior que camufla sentimentos de amor por ela, outra cujo maior prazer é procriar e que, surpreendentemente, morre no parto... Mas ali, naquele lugar, conseguem viver em relativa harmonia.
Uma crônica com tendência surrealista, às vezes divertida, às vezes trágica, quase sempre paradoxal, de retalhos de vidas que se encontram, confraternizam e se chocam no resumo do mundo que é o vilarejo rural onde moram e necessariamente se cruzam.
O resultado é surpreendente. Não perca!
Curiosidade: vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, em 1996.
Avaliação: ****
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País: Holanda/Bélgica/Inglaterra
Ano: 1995
Gênero: Drama
Duração: 102 min
Direção: Marleen Gorris
Elenco: Willeke van Ammelrooy, Els Dottermans, Dora van der Groen, Veerle van Overloop, Esther Vriesendorp, Carolien Spoor, Thyrza Ravesteijn, Mil Seghers, Jan Decleir, Elsie de Brauw, Reinout Bussemaker, Marina de Graaf, Jan Steen, Catherine ten Bruggencate e Paul Kooij.
Sinopse: conta a história de uma encantadora geração de mulheres. Comandada por Antonia, a saga familiar atravessa três gerações, falando de força, de beleza e de escolhas que desafiam o tempo. Nesse universo conhecemos curiosos personagens, como o filósofo pessimista, a netinha superdotada, a filha lésbica, a avó louca, o padre herege, a amiga que adora procriar, a vizinha que sofre abusos sexuais e os muitos amigos que são acolhidos por sua generosidade.
Crítica: o filme se passa durante quase quarenta anos após a segunda guerra mundial, em uma pequena vila européia, e conta a história da matriarca Antonia que, depois de voltar à vila onde nasceu, estabelece uma comunidade com sua filha.
Dosando momentos de alegrias, tristezas, tragédias e superação de modo eficiente e integrado, o enredo se desenvolve em torno da relação das duas com os moradores da vila. Assumem a fazenda da família e alojam um homem simples da aldeia e uma jovem com problemas psicológicos que foi estuprada pelo irmão, além de manter amizade com Kromme Vinger, um filósofo estudioso de Schopenhauer e Nietzsche.
A trama do filme, bastante peculiar, poderia se passar em qualquer lugar. Sua mensagem é universal e foca a diversidade humana, sem julgar.
Retrata primordialmente mulheres que, em princípio, não precisam de homens. Ou deles necessitam apenas para a procriação, embora a própria Antonia acabe por sucumbir, não na forma tradicional, aos apelos afetivos de um pretendente. A preferência sexual das personagens é exposta com alguma concisão num único trecho do filme, numa seqüência-resumo não apelativa e plasticamente bem feita.
O filme valoriza a vida em comunidade mais que a familiar. Politemático, passa por discussões sobre a vida e a morte, filosofia, matemática, religião, especialmente através de um excêntrico habitante do lugar que se dedica a estudar Schopenhauer e Nietzsche.
Aliás, os personagens, em sua maioria, seriam excluídos sociais em qualquer lugar do planeta: um casal de retardados mentais (ela fora estuprada pelo próprio irmão), uma mulher solitária que uiva para a lua cheia e seu vizinho do andar inferior que camufla sentimentos de amor por ela, outra cujo maior prazer é procriar e que, surpreendentemente, morre no parto... Mas ali, naquele lugar, conseguem viver em relativa harmonia.
Uma crônica com tendência surrealista, às vezes divertida, às vezes trágica, quase sempre paradoxal, de retalhos de vidas que se encontram, confraternizam e se chocam no resumo do mundo que é o vilarejo rural onde moram e necessariamente se cruzam.
O resultado é surpreendente. Não perca!
Curiosidade: vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, em 1996.
Avaliação: ****