Título original: Unforgiven
País: EUA
Ano: 1992
Gênero: Faroeste
Duração: 135 min
Direção: Susanne Bier
Elenco: Clint Eastwood, Gene Hackman, Morgan Freeman, Richard Harris, Jaimz Woolvett, Saul Rubinek, Frances Fisher, Anna Levine e Rob Campbell.
Sinopse: no Velho Oeste, a história de um ex-criminoso que volta à ativa para sustentar a família. A violência de Bill Munny (Clint Eastwood) é lendária, mesmo tendo abandonado o crime há um bom tempo. Seu retorno provoca o orgulho de um xerife corrupto e obriga Munny a dar novos rumos a seus planos. Os conflitos morais que se seguem dão uma visão nua e crua do Velho Oeste.
Crítica: em 1992, Clint Eastwood lançou sua homenagem ao gênero que o consagrou. O longa-metragem veio num momento em que os fãs do faroeste já andavam impacientes, além de marcar o retorno triunfal de Clint. O filme foi dedicado a Sergio Leone, seu grande mentor, que o iniciou na carreira de ator.
“Os Imperdoáveis” é um faroeste eficiente, que foge dos clichês e, ainda, atualiza o gênero com um roteiro esperto, mas sem abrir mão do clássico western.
Clint, nesse trabalho, critica o mito do herói hollywoodiano desde o início. Não há personagens fúteis, com seus afazeres banais e suas vidinhas mais ou menos. Aqui, o diretor traça um perfil sujo, violento e cruel, mas acima de tudo realista, mostrando o que todo mundo sabe que existiu, porém que a grande indústria televisiva norte-americana insiste em transformar em lenda. Algo tipicamente hollywoodiano, já que os americanos precisam de um herói.
O filme conta uma história simples, com objetivo centrado e roteiro inteligente. Quando o filme começa, Will Munny (Eastwood) já é um ex-pistoleiro. Viúvo (mas com grande respeito por sua finada esposa), vivendo uma vida pacata cuidando dos seus filhos, Munny não tem mais motivos para sorrir. Até que o jovem Scholfield Kid (Jaimz Woolvett) aparece no rancho propondo o seguinte: matar dois vaqueiros que retalharam o rosto de uma prostituta. Como recompensa eles ganhariam a bolada de 1000 dólares. Para tanto, Munny chama seu parceiro Ned (Morgan Freeman). Os três partem em busca dos detratores, mas antes precisam enfrentar a violência do xerife Bill (Gene Hackman).
O texto retrata os personagens como eles são: não-cultos, todavia com "leis" próprias que são seguidas à risca. O dinamismo e o realismo nas interpretações são a peça-chave da história. Aliado à ótima direção, o elenco ganha destaque. O próprio Clint, por exemplo, tem um dos seus melhores desempenhos como ator, captando exatamente a essência do personagem. Morgan Freeman está tão bem que em diversos momentos "pedimos" sua presença em cena. Gene Hackman repete a boa performance do seu filme anterior, O Julgamento Final, como o xerife mal-encarado, enquanto o Richard "Dumbledore" Harris esbanja seu talento.
A fotografia cria uma atmosfera perfeita para as cenas dramáticas, passando a idéia de que somos nós que estamos na mira da espingarda. O filme despertou um gênero fundamental para o cinema que há tempos estava adormecido. Uma bela homenagem aos seus mestres!
Curiosidade: indicado a nove Oscars, em 1993, tendo ganho os de Melhor Filme, Direção, Ator Coadjuvante (Gene Hackman) e Edição.
Avaliação: ****
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