quarta-feira, 29 de março de 1995

Lendas da Paixão

Título original: Legends of the Fall
País: EUA
Ano: 1994
Gênero: Drama
Duração: 125 min
Direção: Edward Zwick
Elenco: Brad Pitt, Anthony Hopkins, Henry Thomas, Aidan Quinn, Julia Ormond, Karina Lombard, Christina Pickles, Paul Desmond, Tantoo Cardinal, Robert Wisden, John Novak, Kenneth WelshBill Dow e Sam Sarkar.

Sinopse: três irmãos, três destinos. Alfred (Aidan Quinn) é o reservado, o caçula Samuel (Henry Thomas) é o protegido, e o do meio, Tristan (Brad Pitt), aprendeu com os índios a ter um espírito aventureiro. Ao trazer de volta para o rancho do pai (Anthony Hopkins) uma bela jovem (Julia Ormond), Samuel inicia um conflito de paixões que pode terminar em tragédia para sua família.
Crítica: o longa conta a vida da família Ludlow, onde o patriarca da família (interpretado por Anthony Hopkins) é um ex-militar que se vê diante da árdua tarefa de educar três jovens filhos. Sua esposa detesta o ambiente rural ao qual era submetida pelo marido e parte para a cidade. O velho homem cuida dos filhos com a ajuda de um índio perdido e com o passar dos anos consegue transformar todos em homens. O mais velho (Aiddan Quinn, talentoso ator) é cheio de ambições políticas, enquanto o mais jovem (Henry Thomas) é formando em medicina e namora uma bela moça que conhecera na universidade (interpretada por uma também talentosa Julia Ormond). Mas quando ele leva a namorada para passar um fim de semana na fazenda, uma súbita paixão nasce entre ela e Tristan, o irmão do meio (um Brad Pitt pouco convincente). A partir de então, reviravoltas acontecem, os anos passam, e a família vai aprendendo a lidar com as ironias e surpresas do destino.
Fora as falhas da atuação de Brad Pitt, o ótimo roteiro e a direção sensível resultaram em um belo filme. A personagem de Ormond (noiva de Henry) expõe com maestria as escolhas que uma moça da época tinha, o nível de pressão e cobrança que se exercia na vida das mulheres – à procura de uma paixão, mas sobretudo de segurança social.
Os personagens são fortes, adaptados com brilhantismo da história homônima do escritor americano, Jim Harrison. Vale ressaltar, ainda, o trabalho magnífico de fotografia e a trilha sonora.
Avaliação: ****

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segunda-feira, 27 de março de 1995

Um Sonho de Liberdade

Título original: The Shawshank Redemption
País: EUA
Ano: 1994
Gênero: Drama
Duração: 142 min
Direção: Frank Darabont
Elenco: Tim Robbins, Morgan Freeman, Bob Gunton, William Sadler, Clancy Brown, Gil Bellows, Mark Rolston, James Whitmore, Larry Brandenburg, Neil Giuntoli, Brian Libby e Jeffrey DeMunn.

Sinopse: Andy Dufresne tem sua vida mudada quando acaba na prisão por ter assassinado sua esposa. Detalhe: ele é inocente. Na prisão ele acaba virando amigo de Red, e deve utilizar sua habilidade nos negócios para sobreviver em um ambiente hostil e suportar as injustiças.
Um alto executivo (Tim Robbins) é acusado de ter assassinado a esposa infiel e o amante. Condenado à prisão perpétua, é mandado a Shawsshank, uma das mais duras penitenciárias dos Estados Unidos. Lá ele conhece a dor e o sofrimento e sua única salvação da loucura e do desespero é a amizade com o veterano Red (Morgan Freeman). A amizade dos dois cresce e os ajuda a suportar a cruel realidade do dia-a-dia. Mesmo com um diretor corrupto e um chefe sanguinário, eles ainda sonham, pois há algo neles que ninguém pode tirar: a esperança e um inabalável sonho de liberdade.
Crítica: o melhor é o roteiro, muito bem elaborado, enfatizando em vários momentos a dura realidade de quem está atrás das grades e como esta pessoa consegue conviver sabendo que não tem chances de sair de lá algum dia. Também não deixa de apresentar todas as situações que podem acontecer em uma prisão, desde uma pequena briga ou discussão até a corrupção existente entre os funcionários e administradores.
Outro mérito da história é mostrar dois mundos diferentes: uma prisão como a apresentada no filme pode tornar-se um mundo totalmente à parte do nosso mundo, e os valores lá dentro podem ser totalmente diferentes dos nossos valores, como cidadãos livres.
Quanto aos personagens, seus diálogos são complexos e intensos, passando de forma realista o drama sofrido pelos presidiários. Andy demonstra em suas falas que, por mais difícil que possa ser sua vida, ele continua acreditando que exista uma luz no fim do túnel. Já Red assume mais o papel do homem que está ali para consolar e mostrar como as coisas são. Ele é mais realista e conformado com o seu destino, mas no fim acaba se iludindo com Andy e tem a esperança de que também pode fugir dali.
A trama é tão envolvente que vemo-nos torcendo pelos dois. Uma obra valorosa que consegue dosar a violência, o humor e a esperança de maneira agradável. Avaliação: ****

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