sexta-feira, 26 de maio de 2000

Vivendo no Limite

Título original: Bringing out the Dead
País: EUA
Ano: 1999
Gênero: Drama
Duração: 120 min
Direção: Martin Scorcese
Elenco: Nicolas Cage, Patricia Arquette, John Goodman, Ving Rhames, Tom Sizemore, Marc Anthony e Cliff Curtis.

Sinopse: na Nova York dos anos 90, Frank Pierce (Nicolas Cage) é um paramédico, parte de uma equipe que percorre um bairro barra-pesada da cidade todas as noites em uma ambulância, socorrendo pessoas à beira da morte. O filme acompanha dois dias e duas noites na vida de Frank: a rotina pesada, cheia de violência e insanidade, o tormento das vidas que não consegue salvar, as pessoas que conhece nas ocorrências, e seus companheiros – um que o aconselha a não pensar nas mortes e violências que presenciam, outro que aproveita as situações para pregar suas crenças religiosas, e um terceiro que parece ser totalmente insensível. Vivendo em meio a tudo isso, Frank parece estar no limite do que pode suportar, à beira de um colapso emocional.

Crítica: filme menos popular de Scorcese. Uma viagem alucinante pela vida e mente perturbada do personagem, interpretado muito bem pelo Nicolas Cage, repleto de culpa por uma morte do passado. Aliás, é a atuação dele a maior sustentação da trama.
As alucinações do protagonista (atormentado pela loucura da sua profissão, pela rotina estressante e por visões de pacientes que passaram por suas mãos) são representadas por interessantes imagens. As cenas frenéticas (mostrando as ruas sujas e violentas de Nova York) aliadas à trilha sonora empolgam bastante. Mas o roteiro, repleto de metáforas e mensagens, talvez não agrade a todos.
Eu gostei. É um bom filme.

Avaliação: ***

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sábado, 13 de maio de 2000

As Pontes de Madison

Título original: Bridges of Madison County
País: EUA
Ano: 1995
Gênero: Drama
Duração: 135 min
Direção: Clint Eastwood
Elenco: Clint Eastwood, Meryl Streep, Annie Corley, Victor Slezak, Jim Haynie, Sarah Kathryn Schmitt, Christopher Kroon, Phyllis Lyons, Debra Monk, Richard Lage, Michelle Benes, Alison Wiegert, Brandon Bobst, Pearl Faessler, R.E. 'Stick' Faessler.

Sinopse: após a morte de Francesca Johnson (Meryl Streep), uma proprietária rural do interior do Iowa, seus filhos descobrem, através de cartas que a mãe deixou, o forte envolvimento que ela teve com um fotógrafo (Clint Eastwood) da National Geographic, quando a família se ausentou de casa por quatro dias. Estas revelações fazem os filhos questionarem seus próprios casamentos.
Crítica: é uma obra que mescla um belo romance e um drama bem estruturado, mesmo tendo inserido alguns diálogos desnecessários, que a própria cena daria conta de explicar. O roteiro dá grande ênfase em um segundo núcleo que é centrado nos filhos de Francesca, já adultos, que retornam à casa da mãe para resolverem assuntos relativos ao falecimento da mesma. O filme se inicia, termina e é pontuado por constantes intervenções deste núcleo que, infelizmente, são interpretações que nada acrescentam à trama. O mérito da história é de Meryl Streep que encarna Francesca com profundidade e de Clint Eastwood. O casal gera imensa empatia logo em sua primeira cena juntos, e fazem com que seja impossível a depreciação das atitudes dos mesmos, graças em grande parte, volto a repetir, ao trabalho extraordinário dos protagonistas. A trama é impactante, pura e genuína. Prepare-se para chorar, pois o filme comove por demais. Melhor, ainda, se assistir a dois.
Avaliação: ***

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segunda-feira, 8 de maio de 2000

O Talentoso Ripley

Título original: The Talented Mr. Ripley
País: EUA
Ano: 1999
Gênero: Suspense
Duração: 135 min
Direção: Anthony Minguella
Elenco: Matt Damon, Jude Law, Gwyneth Paltrow, Philip Seymour Hoffman, Jack Davenport, Cate Blanchett e James Rebhorn.

Sinopse: Tom Ripley (Matt Damon) possui um dom incomum: é capaz de imitar, com perfeição, a asssinatura, a voz, o modo de se mexer, tudo numa pessoa. Graças a um casaco emprestado, conhece o empresário Herbert Greenleaf (James Redhorn), que lhe oferece mil dólares para ir à Europa trazer de volta seu filho, Dickie (Jude Law). Ripley aceita a oferta e termina por desfrutar da boa vida e da amizade de Dickie e de sua namorada Marge (Gwyneth Paltrow), tornando-se hóspede de ambos. Entretanto, desconfianças pairam sob o passado de Ripley, criando situações contrárias aos seus interesses, o que o leva a matar Dickie e assumir sua identidade.
Crítica: a quase total ausência de carisma do ator Matt Damon faz com que ele se encaixe bem no papel de um camaleão humano, que assume identidades e finge ser o que não é.
De todas as adaptações já feitas em cinema da complexa figura de Ripley, personagem amoral e assassino, essa é a mais sincera em relação a sua ambigüidade sexual. Mostra-se a paixão de Freddie Miles (o excelente Philip Seymour Hoffman) por Ripley, e este tem um contato platônico com o playboy Dickie Greenleaf (Jude Law). O comportamento sexual de Ripley é apenas um dos muitos elementos que fazem dele um dos grandes tipos da ficção moderna.
E neste filme ambientado em 1959, com belas locações em Veneza, Roma, Nápoles, Palermo e Nova York, Ripley é pivô de uma busca pela elegância narrativa. Sem meios-tons ou meio-termos, a história é contada de forma nítida e com grande intensidade.
Há uma clara preocupação com a nobreza tanto da fonte literária quanto do cenário focado, o dos bem-nascidos. Vimos a coadjuvante, Cate Blanchett, contracenando com Jude Law, às vezes tocando um saxofone, ou Damon, no piano.
Ao clima de entretenimneto, com intriga e sensualidade, soma-se a trilha sonora, embalada por jazz e música clássica.
Curiosidade: baseado em um romance policial, de 1956, de grande densidade psicológica, escrito pela autora Patricia Highsmith.
Avaliação: ***

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