sexta-feira, 24 de agosto de 2007

O Ódio

Título original: La Haine
País: França
Ano: 1995
Gênero: Drama
Duração: 97 min
Direção: Mathieu Kassovitz
Elenco: Vincent Cassel, Hubert Koundé e Said Taghmaoui.

Sinopse: um dia na vida de três jovens que moram no mesmo conjunto habitacional miserável em Paris. Eles pertencem a etnias diferentes, mas são muito amigos: Vinz (Vincent Cassel) é judeu, Hubert (Hubert Koundé) é negro e Said (Said Taghmaoui), descendente de árabe. Suas vidas são rodeadas de violência, drogas e intolerância. Eles acabam de passar uma noite terrível. Os jovens da vizinhança tiveram um confronto violento com a polícia, e um amigo do trio está hospitalizado, entre a vida e a morte, por causa de excessos numa sessão de torturas cometida pelos policiais. Enfurecidos, os três rapazes vagam pela vizinhança, sem nada para fazer e sem destino, cometendo pequenos delitos, invadindo festas burguesas ou encontrando amigos ao acaso. Um deles tem um revólver carregado. Eles pensam em matar um policial, caso o amigo hospitalizado morra.
Crítica: feito em preto e branco, a trama mostra os conflitos étnicos franceses, a realidade degradada da periferia, a vida sem perspectiva dos jovens ou o forte desejo de sair daquele mundo podre e violento. Os personagens estão sempre a ponto de explodir, a vida é uma arma engatilhada que pode disparar a qualquer momento, temos que tentar sobreviver enquanto podemos, mesmo que na seja por muito tempo.
Agressivo, rústico e estiloso, tenta compor um retrato profundo e o mais abrangente possível da juventude dos subúrbios de Paris. É um filme universal porque tematiza com excelência o cotidiano da juventude contemporânea de baixa renda – uma multidão de jovens cheios de agressividade reprimida, sem qualquer perspectiva de futuro. E é local porque mostra, com muita propriedade, o confuso quadro étnico e racial que permeia todas as capitais européias, invariavelmente habitadas por descendentes de povos colonizados pelas grandes potências. Um cenário propício para o crescimento surdo de diversos preconceitos, todos prestes a explodir.
O diretor utiliza técnicas do cinema verité (câmera na mão, imagens em preto-e-branco), mas acrescenta às cenas montagem veloz, truques visuais com câmera dividida e efeitos sonoros que aumentam a sensação geral de nervosismo.
Não é uma obra perfeita, porém tem um roteiro firme, surpresas arrojadas no decorrer da trama e atuações brilhantes e despojadas de um elenco pouco conhecido. Sem dúvida, um filme de grande relevância cultural, gênero bem extinto no cinema atual. Não perca!
Avaliação: ****

0 comentários:

Bilheterias Brasil - TOP 10

Seguidores

  © Blogger templates Newspaper III by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP