segunda-feira, 26 de maio de 2003

Chicago

Título original: Chicago
País: EUA
Ano: 2002
Gênero: Musical
Duração: 113 min
Direção: Rob Marshall
Elenco: Renée Zellweger, Catherine Zeta-Jones, Richard Gere, Queen Latifah, John C. Reilly, Christine Baranski, Mya, Taye Diggs, Lucy Liu e Colm Feore.

Sinopse: Velma Kelly (Catherine Zeta-Jones) é uma famosa dançarina que é também a principal atração da boate onde trabalha. Após matar seu marido, Velma entra em uma seleta lista de assassinas de Chicago, a qual é controlada por Billy Flynn (Richard Gere), um advogado que busca sempre se aproveitar ao máximo da situação. Ao contrário do se esperava, o assassinato faz com que a fama de Velma cresça ainda mais, tornando-a uma verdadeira celebridade do showbizz. Enquanto isso a aspirante a cantora Roxie Hart (Renée Zellweger) sonha com um mundo de glamour e fama, até que mata seu namorado após uma briga. Billy fica sabendo do crime e decide adiar ao máximo o julgamento de Velma, de forma a poder explorar os dois assassinatos ao máximo nos jornais. Assim como ocorreu com Velma, Roxie também se torna uma estrela por causa de seu crime cometido, iniciando uma disputa entre as duas pelo posto de maior celebridade do meio artístico.
Crítica: energia, beleza e música de boa qualidade não faltam ao musical do diretor estreante. Quase todos os números são excepcionais. Da parte musical até a parte artística, proporciona vislumbre e divertimento aos mais exigentes. A escolha dos números, das melodias, das letras e do elenco foi adequadíssima. O filme também serve como uma homenagem explícita a alguns clássicos do gênero.
Destacam-se o show inicial, que é todo de Catherine Zeta-Jones, apresentando letra e ritmo incrivelmente bons; um com a dupla Zeta-Jones e Renée Zellweger, de coreografia e cenário; e um show com o personagem de Richard Gere manipulando a personagem de Zellweger em seu colo como uma marionete.
Deixando agora a parte dos musicais um pouco de lado, pode-se dizer que, em termos de história, Chicago é um filme apenas regular. O foco principal da história é a personagem de Roxie, presa por ter matado o amante. Na prisão, convive com seu maior ídolo, a arrogante Velma (Zeta-Jones, que também é acusada de homicídio), mas logo vê o verdadeiro temperamento dela e as duas tornam-se adversárias. Enquanto isso, o advogado Billy – o mais famoso de Chicago, que nunca perdeu um caso – é contratado para livrar Roxie do enforcamento. Billy possui métodos que exploram a imagem de suas clientes ao máximo, fazendo delas pop-stars diante do público, que logo esquece que estão vendo uma assassina. Roxie também almeja o estrelato, e usa o gancho dos métodos de Billy para se promover a uma cantora e dançarina de sucesso, tal como Velma.
A história é suficiente para possibilitar aos roteiristas a criação dos grandes números musicais presentes, porém se a analisarmos independentemente desses números, concluímos que a estrutura é frágil e sem nenhuma profundidade. Mesmo assim, a história de Chicago é competente o suficiente para fazer com que fiquemos interessados durante os show musicais.
Quanto às interpretações, Chicago está muito bem. Praticamente todo o elenco principal, com exceção de Richard Gere, recebeu indicações ao Oscar.
Para os amantes do gênero, o filme é contagiante.
Curiosidade: agraciado com 6 Oscars em 2003, entre eles o de Melhor Filme e Melhor Atriz Coadjuvante (Catherine Zeta-Jones).
Avaliação: ***

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quarta-feira, 21 de maio de 2003

Frida

Título original: Frida
País: EUA
Ano: 2002
Gênero: Drama
Duração: 123 min
Direção: Julie Taymor
Elenco: Salma Hayek, Geoffrey Rush, Alfred Molina, Antonio Banderas, Ashley Judd, Jorge Valdés, Valeria Golino, Mía Maestro, Margarita Sanz, Roger Rees, Patricia Reyes Spíndola, Saffron Burrows e Edward Norton.

Sinopse: o filme retrata a vida da pintora mexicana Frida Kahlo, desde a sua adolescência até a morte. Frida (Salma Hayek) foi um dos principais nomes da história artística do México. Conceituada e aclamada como pintora, ele teve também um casamento aberto com Diego Rivera (Alfred Molina), seu companheiro também nas artes, e ainda um controverso caso com o político Leon Trostky (Geoffrey Rush) e com algumas mulheres.
Crítica: com roteiro baseado no livro de Hayden Herrera, o filme é extraordinário. Relata a vida e a trajetória artística de Frida, que além dos sérios problemas de saúde, teve que enfrentar a infidelidade do seu marido, o muralista Diego Rivera. Mas nada impediu o surgimento e o reconhecimento do seu talento. No filme, são exibidas várias de suas obras – fortes, marcantes e belas. Salma Hayek encarna com maestria seu personagem, uma mulher que pensava e agia à frente do seu tempo. Um filme imperdível!
Curiosidade: em 2003, venceu nas categorias do Oscar de Melhor Maquiagem e Melhor Trilha Sonora. Salma Hayek foi indicada na categoria de Melhor Atriz.
Avaliação: ****

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sábado, 17 de maio de 2003

O Pianista

Título original: Le Pianiste
País: França
Ano: 2002
Gênero: Drama
Duração: 148 min
Direção: Roman Polanski
Elenco: Adrien Brody, Emilia Fox, Michal Zebrowski e Ed Stoppard.

Sinopse: o pianista polonês Wladyslaw Szpilman (Adrien Brody) interpretava peças clássicas em uma rádio de Varsóvia quando as primeiras bombas caíram sobre a cidade, em 1939. Com a invasão alemã e o início da 2ª Guerra Mundial, começaram também restrições aos judeus poloneses pelos nazistas. Inspirado nas memórias do pianista, o filme mostra o surgimento do Gueto de Varsóvia, quando os alemães construíram muros para encerrar os judeus em algumas áreas, e acompanha a perseguição que levou à captura e envio da família de Szpilman para os campos de concentração. Wladyslaw é o único que consegue fugir e é obrigado a se refugiar em prédios abandonados espalhados pela cidade, até que o pesadelo da guerra acabe.
Crítica: trata-se do drama vivido pelos judeus desde o início da sua perseguição até ao fim da guerra. Mostra a humilhação e o desespero dessas pessoas num momento doloroso da história.
Quando a Segunda Guerra Mundial eclodiu em 1º/09/1939, Varsóvia foi um dos primeiros alvos nazistas. Após a ocupação, os alemães utilizaram as Famosas SS e a Gestapo para lançar uma política brutal contra a população judia, submetendo-a a tratamentos degradantes, confiscando seus bens e construindo muros para encarcerar os judeus em algumas áreas, surgindo, então, o Gueto de Varsóvia.
Sem entrar nos campos de concentração, este filme baseado no livro de memórias de Wladyslaw Szpilman, focaliza os horrores da perseguição judaica. Wladyslaw Szpilman é um polonês cuja carreira de pianista está em plena ascensão e vê a sua vida mudar-se quando ser judeu vira sinônimo de ser nada. O pianista tenta continuar o seu dia-a-dia, mas a situação agrava-se quando a pressão sobre os judeus aumenta, através de decisões macabras que os obriga a distinguirem-se dos outros cidadãos através da discriminativa faixa com a estrela de David. Eles veem seus salários reduzidos, produtos alimentícios sendo racionados e são obrigados a ficar confinados no Gueto de Varsóvia. Vivem uma insuportável pressão física e psicológica.
A história tem uma reviravolta e Szpilman é separado de sua família, mas livra-se de seguir com os demais judeus para os campos de concentração, sem saber o que os espera. Ele pensa em uma oportunidade mais tarde reencontrar todos. Porém, o seu destino é imprevisível. Contando apenas com a presença de outros homens, passam a recolher armas secretamente para uma futura revolta.
Szpilman consegue o apoio de um casal não-judeu amigo, para refugiar-se na Varsóvia não-judia. Contudo, a partir dai a sua jornada é cada vez mais norteada pelo medo. Descoberto duas vezes, Szpilman encontrou-se em determinado momento sozinho, numa Varsóvia totalmente destruída pela guerra, sem qualquer rastro humano que não o seu e o de soldados que farejam inimigos moribundos.
Daí até ao final nos é transmitida uma lição de força de vontade de viver, quando tudo em volta é destruição e morte. Presença marcante em todas as cenas do longa, o ator Adrien Brody interpreta de forma notável a saga verídica do pianista judeu Wladyslaw Szpilman, um sobreviente do holocausto. Um filme enternecedor!!!
Curiosidade: em 2003, vencedor de 3 Oscars: Melhor Diretor, Melhor Ator (Adrien Brodyy) e Melhor Roteiro Adaptado. Também vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes.
Avaliação: *****

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sábado, 10 de maio de 2003

Albergue Espanhol

Título original: L’auberge espagnole
País: Espanha/França
Ano: 2002
Gênero: Comédia, romance
Duração: 124 min
Direção: Cédric Klapisch
Elenco: Romain Duris, Judith Godrèche, Audrey Tautou, Cécile De France, Kelly Reilly, Cristina Brondo e Federico D'Anna.

Sinopse: Xavier (Romain Duris) tem 25 anos e está terminando o curso de Economia. Um amigo de seu pai lhe oferece um emprego no Ministério da Fazenda, mas para assumir o posto o rapaz precisa saber a língua espanhola. Ele decide acabar seus estudos em Barcelona, para aprender a língua. Para isso vai ter que deixar Martine (Audrey Tatou), sua namorada há quatro anos. Ao chegar em Barcelona Xavier procura um apartamento no centro da cidade e acha um em que deve morar com sete estudantes, todos estrangeiros. Com eles Xavier vai descobrir a autonomia e a sexualidade e iniciar a vida adulta.

Crítica: uma experiência sem amarras que abre novas perspectivas e proporciona vivências inesquecíveis. É o que acompanhamos neste filme, que retrata a convivência de Xavier, em Barcelona, com sete estudantes estrangeiros.
Um dos grandes méritos do filme é a sua simplicidade, o seu não-panfletarismo político. Finlândia, Itália, Espanha, Alemanha, Inglaterra e França convivem com razoável e aceitável nível de paz. Com algumas pequenas batalhas, é verdade, mas nada que não permita que todos se unam quando alguma ameaça maior surge no horizonte.
‘Albergue Espanhol’ foge da emoção simplória e do lugar comum até na hora de mostrar a bela Barcelona: a câmera opta por ângulos mais reais e menos turísticos, dando à capital catalã um novo tratamento cinematográfico. Mais "feio", talvez, porém seguramente bem mais humano.
Um filme leve, divertido e que faz você pensar em fazer o mesmo, ao sair da sala de cinema: morar fora, aprender uma nova língua. Por quê não?

Avaliação: ****

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sábado, 3 de maio de 2003

Tiros em Columbine

Título original: Bowling for Columbine
País: EUA
Ano: 2002
Gênero: Documentário
Duração: 120 min
Direção: Michael Moore
Elenco: Michael Moore, Denise Ames, Charlton Heston, Marilyn Manson, Matt Stone, Barry Galsser e John Nichols.

Sinopse: documentário que investiga a fascinação dos americanos pelas armas de fogo. Michael Moore, diretor e narrador do filme, questiona a origem dessa cultura bélica e busca respostas visitando pequenas cidades dos Estados Unidos, onde a maior parte dos moradores guarda uma arma em casa. Entre essas cidades está Littleton, no Colorado, onde fica o colégio Columbine. Lá os adolescentes Dylan Klebold e Eric Harris pegaram as armas dos pais e mataram 14 estudantes e um professor no refeitório. Michael Moore também faz uma visita ao ator Charlton Heston, presidente da Associação Americana do Rifle.
Crítica: provocador, bem produzido e argumentado, o documentário prende a atenção do espectador do início ao fim. Dentre os inúmeros tópicos abordados, merecem destaque: os massacres com armas de fogo realizados por jovens nos Estados Unidos em diversas universidades e instituições de ensino; e a facilidade com que as pessoas compram armas e como a sociedade norte-americana integra-as em seu dia-a-dia. Além disso, o onze de Setembro e a participação da mídia na construção de uma sociedade violenta entram na dura crítica. Recursos, como animações e imagens são utilizadas para satirizar as situações expostas. Todos os presidentes dos Estados Unidos são criticados no documentário, que lembra ainda como a maior nação do mundo ajudou o Iraque e o Afeganistão, enviando armas. Não faltam constestações. Para ser ver, rever e não esquecer.
Avaliação: *****

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