sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

A Era da Inocência

Título original: L'Âge des Ténè
País: Canadá
Ano: 2007
Gênero: Comédia, drama, fantasia
Duração: 104 min
Direção: Denys Arcand
Elenco: Marc Labrèche, Diane Kruger, Sylvie Léonard, Caroline Néron, Rufus Wainwright, Macha Grenon, Emma de Caunes, Didier Lucien, Rosalie Julien, Jean-René Ouellet, André Robitaille, Hugo Giroux, Christian Bégin, Thierry Ardisson, Laurent Baffie e Bernard Pivot.

Sinopse: o filme funciona como a terceira parte de uma trilogia formada por O Declínio do Império Americano e As Invasões Bárbaras. Mostra o que acontece, na época atual, depois que o Império (EUA) desabou e vieram as invasões bárbaras (os imigrantes): a idade das trevas teria uma epidemia global que deixava inúmeras vítimas (como a peste negra na Era Medieval) e as guerras santas. Para o diretor, já começaram quando os EUA invadiram o Iraque.

Crítica: a trama gira em torno do apagado funcionário público do Departamento de Direitos Civis, Jean-Marc Leblanc (vivido por Marc Labrèche), que enfrenta, diariamente, uma rotina que está esgotando toda a sua energia.
Em casa, sua vida familiar é nula. Ele quase não fala com a mulher Sylvie (Sylvie Léonard), uma agressiva e bem-sucedida corretora de imóveis. Suas duas filhas adolescentes preferem o som de seus Ipods a qualquer conversa com o pai.
No trabalho, Jean-Marc frustra-se por sua impossibilidade de solucionar os inúmeros problemas de uma verdadeira multidão, que procura a repartição todos os dias.
Enfim, o diretor usa esse contexto para ironizar as instituições públicas canadenses, retratando-as como imensas estruturas inoperantes. Como fizera em 'As Invasões Bárbaras', ele novamente faz um retrato negativo dos hospitais, desta vez usando como pretexto a doença da mãe de seu protagonista.
No auge da insatisfação existencial, Jean-Marc escapa mentalmente para fantasias mirabolantes com uma top model (Diane Kruger, de Tróia). Ele se imagina transformado num homem másculo, poderoso, que protagoniza as mais incríveis aventuras. Essas são as partes mais hilárias do longa.
Num dia em que arrisca uma aventura na vida real, Jean-Marc envolve-se com uma bela mulher, Béatrice (Macha Grenon). Logo descobre que ela faz parte de um grupo de pessoas que se fantasiam de personagens históricos (no caso dela, da rainha Beatriz de Savóia) e encenam torneios idênticos aos medievais, com cavalos e tudo.
Além das instituições governamentais, a mídia também é criticada. Impossível pensar que foi por acaso que criou a personagem de Karine, jornalista ninfomaníaca e corrupta interpretada com malícia por Emma de Caunes.
Uma curiosidade para os espectadores de língua portuguesa será ver, numa brevíssima cena, um exemplar do Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa, nas mãos do protagonista. Segundo o diretor, a história literária adequa-se ao clima de sonho que caracteriza o protagonista.
Um filme inteligente que mescla humor e fantasia para mostrar as contradições da modernidade.
Muito bom!!!

Avaliação: ***

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