Foi Apenas um Sonho
País: EUA/Reino Unido
Ano: 2008
Gênero: Drama
Duração: 119 min
Direção: Sam Mendes
Elenco: Kate Winslet, Leonardo DiCaprio, Kathy Bates, Michael Shannon, Zoe Kazan, Dylan Baker e David Harbour.
Sinopse: Frank (Leonardo DiCaprio) e April (Kate Winslet) sempre se consideraram especiais, diferentes, prontos e dispostos a levar uma vida baseada em altos ideais. Assim, quando se mudam para o novo lar na Revolutionary Road, eles orgulhosamente declaram sua independência da inércia do subúrbio que os envolve e prometem jamais ficarem presos aos limites sociais de sua época. Mas mesmo com todo o seu charme, beleza e irreverência, o casal se vê tornar exatamente o que não esperava: um bom homem preso num trabalho de rotina e uma insatisfeita dona de casa sedenta por realização e paixão – uma família americana com sonhos perdidos, como outra qualquer.
Crítica: o olhar do diretor é voltado para o cotidiano de um casal comum, que enxerga além das aparências, vendo as mazelas humanas interiores.
A trama é baseada no romance de Richard Yates (Revolutionary road, mesmo título original do longa), e é um tratado profundo sobre as progressivas desconexões que vão minando um casamento, mas que pode ser estendido para outras relações amorosas.
No caso do casal protagonista, em sua necessidade de avanço, eles sentem que o mundo tem muito mais a oferecer, e essa disparidade se refleta num afastamento cada vez maior entre eles. De almas gêmeas, tornam-se frios, estranhos e distantes.
Passada nos glamourosos anos 50, Leonardo DiCaprio e Kate Winslet (em performances perfeitas) não encontram a completude naquilo que fazem, e na maneira como o fazem. Enquanto ela deseja se tornar uma atriz de renome, ele odeia ferozmente o emprego burocrático no qual trabalha e do qual depende para viver. Empenham-se para sair da mesmice. Mas a rotina, por si só, já é uma espécie de catalisadora de suas discórdias. Ela surge como uma entidade implacável, que cobra um alto preço.
É um filme bem impactante. Acompanhamos o descontentamento crescente de ambos e o silêncio cada vez maior entre eles.
A direção é certeira, desenterrando as emoções mais contidas de um ser humano, camufladas pela força dos convencionalismos.
Avaliação: ****