Exuberante Deserto
Título original: Adama Meshuga'at
País: Israel/Alemanha/Japão
Ano: 2006
Gênero: Drama
Duração: 90 min
Direção: Dror Shaul
Elenco: Tomer Steinhof, Ronit Yudkevitz, Shai Avivi, Pini Tavger e Henri Garcin.
Sinopse: Dvir (Tomer Steinhof) está prestes a completar 13 anos, o ano de seu Bar Mitzvah. Seu pai morreu há poucos anos e o menino mora num kibutz com o irmão e sua mãe Miri (Ronit Yudkevitz), mulher frágil e mentalmente instável, a quem se dedica, durante o limitado tempo que pode passar com ela.
Crítica: a história se passa em um kibutz no sul de Israel. Os kibutzim são o sionismo posto em prática: pequenas comunidades judaicas assentadas em território israelense nos anos 20, nas terras isoladas onde prosperou uma forma de socialismo autossustentado. Firmar-se comunalmente num ambiente muitas vezes desértico exigia disciplina e abnegação dos habitantes que tomavam suas decisões em conjunto. O modelo sobreviveu até os anos 80 e foi visto durante muitos anos como padrão ideal de sobrevivência.
A princípio apático, é narrado com objetividade, poesia e belas imagens. Apresenta-se o cotidiano do lugar, costumes e política interna, para então surgir o protagonista que é quem narra a história sob o seu ponto de vista.
Dvir (Tomer Steinhof em ótima atuação) vive com Miri (Ronit Yudkevitz), sua jovem mãe, perturbada emocionalmente e, portanto, diferente de outros habitantes do Kibutz. A relação entre filho mãe e filho e suas contradições e influências sofridas pelo meio são o terreno do filme “Exuberante Deserto”.
Sem pai, Dvir se sente carente e sua singela luta pela mãe pontua os momentos mais tocantes do filme. Seja quando forja cartas para alegrar a mãe, ou quando atende resignado ao seu pedido final.
Solitário e esperançoso, o jovem judeu aceita seu rito de passagem. Não foge dele – como aconselha seu irmão – e nem de rebela. Luta até o fim, mesmo que utopicamente.
O longa-metragem não é arrebatador, mas merece atenção pela simplicidade e sensibilidade, apenas expondo os anseios, dúvidas e angústias do ser humano, sem julgá-lo.
Destaque para a abordagem sobre a dificuldade em aceitar-se o diferente e sobre as mazelas que indivíduos ditos “fora do padrão” enfrentam para sobreviver num meio social onde suas singularidades devem ser sufocadas.
Avaliação: ***
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