Fátima
País: França
Ano:
2016
Gênero: Drama
Duração: 79
min
Direção: Philippe
Faucon
Elenco: Soria
Zeroual, Zita Hanrot e Kenza Noah Aïche.
Sinopse: Fatima cria sozinha as duas filhas: Souad, de
15 anos, adolescente rebelde; e Nesrine, de 18 anos, começando os estudos de
medicina. Ela não fala bem francês, o que frustra sua comunicação com as
filhas, mas ainda assim ambas são a razão para que ela siga em frente. Um dia,
em seu emprego como empregada doméstica, ela cai de uma escada. Convalescendo,
escreve em árabe tudo o que nunca conseguiu dizer às filhas em francês.
Crítica: um filme simples, mas impactante, que retrata
bem a difícil adaptação dos imigrantes num país estrangeiro (no caso, a
França).
O roteiro conta de maneira
criativa os sentimentos de mãe e a visão do futuro das filhas (por meio de
cartas) e é aqui que está o maior mérito da trama, que engloba questões como
machismo, preconceito, educação, religião, com uma abrangência que vai além do
problema da imigração.
Fatima (Soria Zeroual) é
argelina, divorciada, e mora na França para proporcionar melhores condições de
vida às filhas adolescentes. É uma heroína – acorda cedo para o emprego, faz
bicos como faxineira, cuida da casa – tudo para ajudar suas meninas, Nesrine
(Zita Hanrot) e Souad (Kenza Noah Aïche), com os estudos.
Ao contário dela, que tem
dificuldades para falar o francês, o que a impede de defender seus direitos
como poderia (já que não pode se expressar corretamente), as filhas dominam o
idioma.
Fatima e as filhas Nesrine e
Souad são igualmente importantes para a história. Ao contrapor duas gerações, a
narrativa consegue refletir sobre as dificuldades de integração e sobre a
sensação de não pertencimento dos cidadãos de ascendência estrangeira. As cenas
entre a mãe e as filhas são excelentes, pela variedade de línguas – a matriarca
fala em árabe, as filhas respondem em francês – e pelo debate questionador
acerca do papel das mulheres nas sociedades árabes e cristãs. Tudo ganha ainda
mais força e veracidade com os diálogos e as atuações convincentes.
Avaliação: ***
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