sexta-feira, 27 de maio de 2005

Melinda e Melinda

Título original: Melinda and Melinda
País: EUA
Ano: 2004
Gênero: Comédia
Duração: 100 min
Direção: Woody Allen
Elenco: Radha Mitchell, Will Ferrell, Chlöe Sevigny, Chiwetel Ejiofor, Larry Pine e Wallace Shaw.

Sinopse: quatro sofisticados nova-iorquinos se encontram para jantar em uma noite chuvosa. Uma história contada durante o jantar dá início a uma conversa entre Max (Larry Pine) e Sy (Wallace Shaw), dois escritores, que passam a discutir a dualidade do drama humano através das máscaras da tragédia e da comédia. Os dois escritores passam então a desenvolver duas histórias, uma cômica e outra trágica, protagonizadas por uma mulher chamada Melinda (Radha Mitchell).
Crítica: o longa-metragem conta duas histórias em paralelo, mesclando drama e comédia. Infelizmente, o humor aqui é bem contido.
Mas o filme é coeso, eficiente e inteligente. Não é a melhor obra de Woody Allen. É apenas o estilo já conhecido do diretor, com trama ambientada nos cenários chiques e românticos de Nova York, personagens pertencentes à fauna artístico-intelectual da cidade e trilha sonora pontuada por canções de jazz. A diferença é que, dessa vez, Woody conseguiu comprimir duas tramas dentro de um único filme.
Um bom elenco!
Avaliação: ***

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sexta-feira, 20 de maio de 2005

Uma Vida Nova

Título original: The Beautiful Country
País: EUA/Noruega
Ano: 2004
Gênero: Drama
Duração: 125 min
Direção: Hans Petter Moland
Elenco: Nick Nolte, Damien Nguyen, Bai Ling, Thi Hong Bui, Tim Roth, Chapman To, Temuera Morrison, Glen Bradford e Xuan Phuc Dins.

Sinopse: uma das conseqüências do envolvimento norte-americano na Guerra do Vietnã foi o nascimento de muitas crianças mestiças, frutos de relacionamentos amorosos de mulheres vietnamitas com soldados americanos. Essas mulheres sempre estiveram à margem da sociedade vietnamita, condenadas por contribuírem com os americanos, enquanto que seus filhos sofreram constantes maus-tratos, mesmo morando com os avós. Binh (Damien Nguyen) é uma dessas crianças mestiças que, aos 17 anos, viaja a Saigon para procurar sua mãe e, depois, escapa para os EUA com o meio-irmão mais novo, Tam (Dang Quoc Thinh Tran), em 1990.

Crítica: o drama é ótimo e prende a atenção do espectador, com momentos muito emocionantes.
Às vezes, o ritmo cai um pouco dando um tom mais lento à narrativa. Creio que tenha faltado uma melhor exploração dos personagens, o que daria mais profundidade ainda à história.
Mas, no geral, a obra é bem produzida, tem bastante conteúdo e conta com belos cenários, trilha sonora adequada e boas atuações.

Avaliação: ***

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terça-feira, 17 de maio de 2005

O Segredo de Vera Drake

Título original: Vera Drake
País: EUA/França/Nova Zelândia
Ano: 2004
Gênero: Drama
Duração: 125 min
Direção: Mike Leigh
Elenco: Imelda Staunton, Richard Graham, Eddie Marsan, Anna Keaveney, Alex Kelly, Daniel Mays, Philip Davis, Lesley Manville, Sally Hawkins, Simon Chandler e Jim Broadbent.

Sinopse: Vera Drake (Imelda Staunton) é uma mulher devotada a e amada por sua família. Ela utiliza seus dias cuidando de sua vizinha doente e sua mãe idosa. Porém, secretamente, ajuda mulheres que não queriam engravidar a abortarem, uma prática ilegal na Inglaterra nos anos 1950. Quando as autoridades a descobrem, sua vida e a de seus conhecidos toma novos rumos.
Crítica: um tema "tabu", censurado por muitos, enfrentados por poucos. O cineasta é corajoso o suficiente para transpor às telas o polêmico tema do aborto, e fazê-lo com excelência.
Vera ajuda mulheres a abortar, uma prática considerada crime na Inglaterra daquela época. Seus métodos, tão ilegais quanto o próprio ato de abortar, sempre deram certo. Mas é quando uma menina acaba passando mal e quase morre que as autoridades chegam ao nome de Vera Drake.
Apesar de estar cometendo um ato ilegal, Vera, completamente ingênua, não fazia idéia do risco de vida que poderia causar a uma mulher. Ela afirma que seu único intuito era ajudar as mulheres, dar a elas uma segunda chance. A comoção e a emotividade presente durante todo o longa é de responsabilidade, principalmente, da maravilhosa interpretação de Imelda Staunton, que carrega nas costas um papel difícil e bastante complexo (ela foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz, tendo ganhado o BAFTA na mesma categoria).
A narrativa é administrada com muito cuidado e eficiência, aproveitando e extraindo ao máximo as interpretações de um elenco absolutamente brilhante. Além disso, os figurinos (inspirdos nos trajes dos anos 50), os cenários realistas, dando charme e ao mesmo tempo simplicidade ao cotidiano burguês de então, a fotografia acinzentada, a maquiagem correta (mostrando as linhas de pobreza e o charme da época), tudo é resultado do trabalho de um diretor de carreira promissora e de talento inegável.
A trama é tão envolvente que nos vemos torcendo por Vera. Um filme nota 10!
Avaliação: ****

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sexta-feira, 6 de maio de 2005

A Queda: As Últimas Horas de Hitler

Título original: Der Untergang
País: Alemanha
Ano: 2004
Gênero: Drama
Duração: 156 min
Direção: Oliver Hirschbiegel
Elenco: Bruno Ganz, Alexandra Maria Lara, Ulrich Matthes, Juliane Köhler, Corinna Harfouch, Heino Ferch, Christian Berkel, Matthias Habich, Thomas Kretschmann, Michael Mendl, André Hennicke e Ulrich Noethen.

Sinopse: uma reconstituição dos últimos dias do Império Nazista. O longa se passa entre os dias 30 de abril e 08 de maio de 1945. Este período abrange o último aniversário de Hitler, seu casamento com Eva Braun, seu suicídio e o cessar fogo completo entre a Alemanha e as tropas vencedoras da União Soviética. O 3º Reich durou 12 anos (1933/45) e sucumbiu em apenas 12 dias, e são justamente esses últimos momentos que o filme retrata. Baseado nos relatos de Traudl Junge, além de livros, entre eles o de Joachim Fest, a maior autoridade mundial em nazismo.
Crítica: o que há de mais impactante no filme é sua imparcialidade e o fato de mostrar algo novo. Tendo Hitler como protagonista, revela os seus últimos momentos, mas sem defender seus ideais. Retrata o seu lado mais íntimo, como ele tratava os mais próximos, como ele falava baixo, estando longe dos discursos inflamados. A direção é, sem dúvida, competente. Fundamentado em acontecimentos reais, o filme, quase documentário, esbanja nos detalhes, no cenário e no elenco de primeira (destaque para Bruno Ganz que vive Hitler). O que mais incomoda o espectador é o carisma de Hitler sobre a população alemã na época. Trata-se do mais importante película já feita sobre a 2ª Guerra Mundial.
Curiosidade: foi o filme mais caro já realizado na Alemanha (€ 13,5 milhões), onde 4,5 milhões de pessoas o assistiram.
Avaliação: ****

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