sexta-feira, 11 de abril de 2008

Katyn

Título original: Katyn
País: Polônia
Ano: 2007
Gênero: Drama histórico
Duração: 118 min
Direção: Andrzej Wajda
Elenco: Artur Zmijewski, Maja Ostaszewska, Andrzej Chyra, Danuta Stenka, Jan Englert, Magdalena Cielecka, Agnieszka Glinska e Pawel Malaszynski.

Sinopse: em 1939, após a invasão da Polônia pelos nazistas, tropas russas ocupam o leste do país. Milhares de oficiais poloneses são mantidos sob custódia e enviados a campos de concentração. Entre eles está Andrzej, que se recusa a fugir com sua esposa Anna, para honrar seu compromisso com o exército. Assim como inúmeras outras mulheres, Anna aguarda ansiosamente o retorno do marido e recebe com total descrença as evidências de que ele tenha sido assassinado. Até que, em 1943, são descobertas grandes covas coletivas na floresta de Katyn.

Crítica: a Segunda Guerra Mundial é, sem dúvida alguma, o assunto mais abordado pelo cinema.
O longa foca, em particular, a devastação da Polônia à época. O país serviu de front tanto para a Alemanha quanto para União Soviética. Os poloneses ainda não apagaram da memória o genocídio sem precedentes a que foram submetidos. As cicatrizes permanecem abertas na lembrança dos sobreviventes.
Em abril de 1940, uma região de mata de Katyn (que dá nome ao filme), conhecida como Floresta da Morte, foi o local do massacre de cerca de 22 mil poloneses. A Polônia, então, dividida entre alemães e russos conforme o Pacto de Não Agressão da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), deixou de existir.
Durante muito tempo, a história teve como certo que os alemães haviam sido os culpados pelo genocídio.
A verdade veio à tona somente em 1990, quando a União Soviética caminhando para o seu fim reconheceu a ordem da chacina dada por Stalin e a ocultação do massacre.
Como forma de subjugar o país e minar a resistência, o ditador Josef Stalin ordenou a prisão da elite militar polonesa, além de professores universitários, intelectuais de destaque, médicos, jornalistas, padres, empresários e outros. Os corpos foram jogados em valas comuns.
Com uma produção apurada, a trama é reveladora, com cenas fortes e críticas mordazes. São mostrados os sofrimentos das famílias dos oficiais e de todos aqueles que se insurgiram contra a mentira. Nem a igreja foi poupada das acusações, segregada por interesses próprios. A cena do padre ajoelhado sob um cruz estirada no chão é uma das melhores.
Nesse trabalho, o diretor homenageou a sua família. Seu pai, Jakub Wadja, foi um dos oficiais mortos no massacre. A mãe Aniela, a viúva que amargou por anos a esperança de encontrar o marido vivo.
Além de um enredo valioso, a competente reconstituição de época e uma película de tom cinza contribuem para realçar a sensação de dor dos poloneses.
Curiosidade: concorreu ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2008.
Avaliação: ***

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