quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Luz Silenciosa

Título original: Stellet Licht
País: Alemanha/Holanda
Ano: 2007
Gênero: Drama
Duração: 127 min
Direção: Carlos Reygadas
Elenco: Elizabeth Ferr, Jacobo Klassen, Maria Pankratz, Miriam Toews, Cornelio Wall e Peter Wall.

Sinopse: conta a história de um menonita chamado Johan, que é casado e vive ao norte do México. Os menonitas defendem o pacifismo radical e rejeitam o progresso, mas a comunidade de Johan é mais moderada. Eles usam carros e os benefícios da medicina moderna, mas ainda se recusam a utilizar comunicações com o exterior, como telefone ou internet. Neste ambiente Johan se apaixona por outra mulher, contrariando as leis de sua religião.

Crítica: o café da manhã de uma família de feições européias que fala um dialeto entre o alemão e o holandês. É assim que começa o filme.
O silêncio é constante na trama. Deduzimos que são religiosos, pela longa prece em silêncio antes da refeição, e que o pai da família sofre. Sofre sozinho, na ausência dos muitos filhos, mas com a solidariedade de sua esposa.
Em seguida, descobrimos a razão de sua dor: ele está apaixonado por outra mulher. Pela forma isolada em que vive, princípios, religião e pelo apego à família não entende o que se passa. Ele até ouve os conselhos do pai, bastante rígido. Não há nenhum escândalo aí. Desde o início o o homem contou à esposa sobre a amante, e ele tenta equacionar o triângulo com racionalidade.
Por fim, ele não larga a esposa e os filhos, contudo um repentino acontecimento o deixará transtornado.
Outra surpresa é onde se passa a trama, no Norte do México, e não em um país nórdico, como era de se imaginar pela língua falada.
No fundo há uma religiosidade, que está passando por uma provação, e esse é o grande tema do filme. A história não é de separação, e sim de conformação.
O problema da película está na exploração muito lenta dessa vida familiar. O espectador precisa ser mais paciente para vê-la.
Avaliação: **

Read more...

sábado, 18 de outubro de 2008

Na Mira do Chefe

Título original: In Bruges
País: Inglaterra/Bélgica
Ano: 2008
Gênero: Ação, comédia
Duração: 107 min
Direção: Martin McDonagh
Elenco: Ralph Fiennes, Colin Farrell, Brendan Gleeson, Elizabeth Berrington, Rudy Blomme, Olivier Bonjour, Mark Donovan, Ann Elsley, Jean-Marc Favorin, Eric Godon, Zeljko Ivanek, Sachi Kimura, Anna Madeley, Louis Nummy e Clémence Poésy.

Sinopse: selecionado para o Sundance Film Festival e exibido na abertura oficial do evento, essa comédia de ação mostra dois assassinos de aluguel na cidade de Bruges, na Bélgica. Depois de mais um trabalho complicado, eles passam a discordar sobre a natureza do ofício que realizam, decidem relaxar e começam a se acostumar aos hábitos locais.

Crítica: um dos melhores filmes do gênero a que já assisti. Roteiro inteligente, interpretações excelentes. Ralph Fiennes está irreconhecível e Colin Farrell e Brendan Gleeson, em seus melhores papéis.
Um humor sarcástico e ácido, diálogos inteligentes e, ainda, um visual incrível da cidade de Bruges.
É bom do início ao fim. Ao término da fita, fica uma sensação de “quero mais”.

Avaliação: ****

Read more...

sábado, 4 de outubro de 2008

Linha de Passe

Título original: Linha de Passe
País: Brasil
Ano: 2008
Gênero: Drama
Duração: min
Direção: Walter Salles e Daniela Thomas
Elenco: Sandra Corveloni, João Baldasserini, Vinícius de Oliveira, José Geraldo Rodrigues e Kaique Jesus Santos.

Sinopse: mostra a história de quatro irmãos da Cidade Líder, periferia de São Paulo que, com a ausência do pai, precisam lutar por seus sonhos. Um deles, Dario (Vinícius de Oliveira), vê em seu talento como jogador de futebol a esperança de uma vida melhor. O título é uma alusão ao futebol, que está no centro das atenções. Dario aspira carreira como jogador e são todos torcedores fanáticos do Sport Club Corinthians Paulista.
Crítica: a trama comove e, ainda, nos leva a torcer desesperadamente por um final feliz para os complexos indivíduos aos quais nos apresenta já no início da fita, em momentos do cotidiano.
Dênis (Baldasserini) é um motoboy que mantém uma relação distante com o filho que teve com a namorada; Dinho (Rodrigues) se esforça para abandonar o passado de garoto-problema ao abraçar a religião; Dario (Oliveira) tenta emplacar uma carreira como jogador de futebol; e Reginaldo (Santos) passa os dias andando de ônibus em busca do pai motorista. Levando existências humildes, os quatro irmãos moram com a mãe, a empregada doméstica Cleuza (Corveloni), que, grávida do quinto filho (mais um que não contará com o pai), luta para manter a família unida.
A pequena ficção é inserida num contexto quase documental, utilizando-se de figurantes não profissionais que emprestam seus rostos marcantes e expressivos a seqüências como a que traz dezenas de aspirantes a jogador apresentando seus comoventes sonhos de grandeza diante de uma minúscula janelinha, enquanto um funcionário sem rosto anota seus nomes e posições no campo.
Da mesma maneira, o elenco principal do longa é composto por atores desconhecidos do grande público, o que imediatamente confere maior autenticidade aos personagens, que surgem na tela sem a bagagem das performances anteriores – e é mais do que apropriado que, servindo como centro emocional da narrativa, a atriz Sandra Corveloni tenha surpreendido ao sair premiada de Cannes em função de sua entrega total ao papel que representou. Mulher humilde e direta em seus medos e paixões, Cleuza é uma mãe carinhosa e preocupada que não hesita em fumar e beber durante a gravidez (o que, longe de ser um paradoxo, é apenas um atestado da ignorância conseqüente de uma vida sem recursos). Capaz de administrar uma surra com as mesmas boas intenções com que expressa seu apoio aos filhos, Cleuza é uma mulher comum e simples e isso a transforma numa figura profundamente cinematográfica.
Enquanto isso, os quatro jovens atores que completam aquela conturbada família se destacam por suas abordagens diferenciadas, mas igualmente apropriadas a cada um dos personagens.
A câmera é mantida sempre próxima de seus atores, capturando as menores mudanças em suas expressões e salientando, no processo, o tom intimista que nos torna ainda mais ligados aos personagens. Além disso, a fotografia triste e urbana estabelece, ao lado da trilha melancólica, um clima sufocante que só é aliviado nos instantes determinantes em que pequenas vitórias são conquistadas.
Elogios também merecem ser dados à sutileza de detalhes com que o universo daquelas pessoas é mostrado ao público – desde a jaqueta jeans puída que Cleuza veste na festa do filho até o tênis cuja sola precisa ser amarrada com o cadarço para não se soltar durante um jogo.
Linha de Passe surpreende pelos quadros de cenas que remetem à dura realidade, nunca deixando de transparecer uma forte mensagem que envolve e emociona.
Curiosidade: Sandra Carveloni venceu a Melhor Interpretação Feminina no Festival de Cannes, em 2008.
Avaliação: ***

Read more...

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Poucas Cinzas - Salvador Dalí

Título original: Little Ashes
País: Reino Unido/Espanha
Ano: 2008
Gênero: Drama
Duração: 112 min
Direção: Paul Morrison
Elenco: Robert Pattinson, Javier Beltrán, Marina Gatell e Matthew McNulty.

Sinopse: em 1922, Madri se vê em plena revolução cultural por conta das mudanças de valores provocadas pelo jazz, as ideias de Freud e a avant-garde. Nesse mesmo ano, aos 18 anos, Salvador Dalí (Robert Pattinson) entra para a faculdade determinado em se tornar um grande artista. Sua incomum mistura de timidez e exibicionismo faz com que a elite social da universidade volte suas atenções ao jovem estudante, como Federico Lorca (Javier Beltran) e Luis Buñuel (Matthew McNulty). O filme acompanha a relação travada entre esses tão importantes artistas contemporâneos.

Crítica: o filme sobre Salvador Dalí deixa a desejar. Robert Pattinson até esforça-se para encarnar o personagem protagonista, mas não convence. Aliás, quem se destaca na trama e até rouba a cena é Javier Beltrán, que interpreta Federico García Lorca.
Resultado: o filme fica dividido entre os dois personagens e acaba não fazendo um bom trabalho: nem a biografia de um nem de outro. Essa divisão quebra o ritmo da história que perde tempo com cenas bobas, sem profundidade.
Apesar de ser uma biografia, o diretor não soube aproveitar o material que tinha e insistiu na exploração das relações homossexuais de Salvador Dalí, como se isso fosse relevante para seu trabalho. Relevante é a importância, a influência e o impacto de sua obra para os artistas da época. Sua sexualidade é um detalhe.
Uma direção fraca e um roteiro impreciso. Uma lástima!

Avaliação: **

Read more...

Se Nada Mais Der Certo

Título original: Se Nada Mais Der Certo
País: Brasil
Ano: 2008
Gênero: Drama
Duração: 120 min
Direção: José Eduardo Belmonte
Elenco: Cauã Reymond, João Miguel, Caroline Abras, Luiza Mariane, Milhem Cortaz, Eucir de Souza, Murilo Grossi, Leandra Leal, Adriana Lodi, Luisa Micheletti, Tainá Müller, Justine Otondo, Roberta Rodrigues e Mariah Teixeira.

Sinopse: Leo (Cauã Reymond) é um jornalista endividado, que faz alguns trabalhos esporádicos, pelos quais não recebe pagamento. Falta-lhe dinheiro para tudo: aluguel, para a esposa anoréxica e viciada, o filho dela, o salário da empregada. Para tentar sanar suas dívidas, ele acaba se envolvendo em golpes armados por Marcin (Caroline Abras), um ser andrógeno.

Crítica: Leo (Cauã Reymond) é um jornalista que sobrevive em São Paulo sem ter muito sucesso. A profissão é difícil, sabemos, e a cidade grande é capaz de devorar quem não está apto a viver nela. Em sua casa, vivem a empregada (que evidentemente não recebe salários há meses, mas continua lá para ter onde dormir), uma jovem que sofre de bulimia (Luiza Mariane) e seu filho pequeno – cuja relação com o protagonista não fica muito bem definida. O envolvimento com Marcin (Caroline Abras) leva Leo a participar de golpes e negócios ilícitos a fim de melhorar suas condições de vida, que nunca dão certo, afinal.
Apesar de apresentar personagens em situações complicadas e pesadas, e uma atmosfera violenta, o longa traz leveza ao tratar das relações afetivas.
As imagens, por hora, são bastante focadas e próximas nos personagens, e em outras ocasiões, desfocadas. Mas, no geral, é a câmera é íntima dos atores e passa isso para quem assiste à obra.
A crônica de pessoas perdidas na cidade de São Paulo, bem dirigida, é densa, profunda, intensa e possui belas atuações.

Curiosidade: Melhor Filme, Melhor Roteiro e Melhor Atriz (Caroline Abras) no Festival do Rio 2008.

Avaliação: ***

Read more...

Bilheterias Brasil - TOP 10

Seguidores

  © Blogger templates Newspaper III by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP