Chicuarotes
País: México
Ano: 2019
Gênero: Drama
Duração: 95
min
Direção: Gael
Garcia Bernal
Elenco: Benny
Emmanuel, Gabriel Carbajal e Daniel Giménez Cacho.
Sinopse: Cagalera (Benny Emmanuel) e Moloteco (Gabriel
Carbajal) são dois amigos adolescentes que vivem na Cidade do México.
Insatisfeitos com sua difícil situação financeira, eles decidem tomar medidas
drásticas e acabam se envolvendo com o mundo do crime.
Crítica: “Se não por bem, que seja por mal”. Tal
afirmação define bem a cena inicial de Chicuarotes. Cagalera (Benny Emmanuel) e
El Moloteco (Gabriel Carbajal), se vestem de palhaço e se apresentam dentro de
um ônibus na esperança de arrecadar o suficiente para ter independência
financeira. Frustrados com a recusa dos passageiros em colaborar com dinheiro,
eles anunciam que não têm outra escolha a não ser roubá-los. "Tentamos ser
legais, mas vocês não quiseram", diz um deles, enquanto saca o revólver.
El Moloteco questiona a
ação depois citando um conhecido que acabou atrás das grades.
Cagalera, descrente do
mundo que vive e da família em que nasceu (com um pai bêbado e abusivo) e sem
qualquer perspectiva (ele mal sabe ler e/ou escrever), só pensa em ir embora
daquele lugar (San Gregorio Atlapulco, periferia sudeste da Cidade do México)
com sua namoradinha e começar uma vida nova. Tão ingênuo que não percebe que
tudo não passa de uma grande ilusão.
Tem a ideia mirabolante de
sequestrar o filho do açougueiro – justiceiro local e que, ao mesmo tempo,
prega que os jovens fiquem longe das armas.
O filme retrata bem um
mundo de valores contraditórios, de chefões armados, de gente de poder que
explora os desafortunados – uma realidade dura e crua.
Aos poucos, já não sabemos
quem ou como julgar. Nossos paradigmas são abalados diante de uma vida bem
distinta do que seria considerada normal.
O núcleo familiar de
Cagalera é bem retratado e a cena final envolvendo o pai é excelente. Já sobre
a de El Moloteco não é dada nenhuma informação. Esta e outras lacunas de
personagens pouco aproveitados dão a impressão de falta de profundidade, mas
nada que interfira na mensagem geral: a de impotência diante de um tempo e
espaço que parecem não favorecer quem nasce pobre. Impossível não refletir
sobre até quando aguentaríamos se tivéssemos a vida de Cagalera e de El
Moloteco e se não cometeríamos os mesmos erros.
Avaliação: ***
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