Rainha de Copas (Dronningen)
País: Dinamarca/Suécia
Ano: 2019
Gênero: Drama
Duração: 128
min
Direção: May
el-Toukhy
Elenco: Trine
Dyrholm, Gustav Lindh, Magnus Krepper e Frederikke Dahl Hansen.
Sinopse: Anne (Trine Dyrholm) é uma advogada do direito
das crianças e dos adolescentes. Acostumada com lidar com jovens complicados,
ela não tem muitas dificuldades para estreitar laços com seu enteado Gustav (Gustav
Lindh), filho do primeiro casamento de seu marido Peter (Magnus Krepper) que
acaba de se mudar para sua casa. No entanto, a relação que deveria ser paternal
se torna uma relação romântica, envolvendo Anna em uma situação complexa,
arriscando a estabilidade tanto de sua vida pessoal quanto profissional.
Crítica: ambientada na Dinamarca, a trama retrata nne
(Trine Dyrholm), uma advogada bem-sucedida empenhada em defender menores de
idade vítimas de abuso e violência doméstica. Aparentemente tendo uma vida
invejável, a jurista divide seu tempo entre o trabalho no escritório em que é
sócia e a criação de suas filhas gêmeas fruto de seu atual casamento com o
médico workaholic Peter (Magnus Krepper).
Sua vida vira de cabeça
para baixo e toda a normalidade é abalada quando o filho rebelde de seu marido,
Gustav (Gustav Lindh), é enviado pela mãe para morar com eles após ser expulso
de um colégio interno na Suécia. Sentindo-se atraída pelo rapaz, Anne vai aos
poucos ganhando sua confiança do rapaz até seduzi-lo.
Tudo isso acontece num
ritmo perfeito. Acompanhamos esse desejo aumentando, o acontecimento em si, a
continuidade dos encontros e o perigo de serem descobertos.
Anne está decidida a viver
o seu desejo, a satisfazer o seu ego.
O interessante é que
assistimos sem julgar. Na verdade, acabamos torcendo para que o marido de Anne
não tome conhecimento da traição, nos comportamos como cúmplices. Talvez nos
identifiquemos com o fato de que nem tudo é preto no branco. E que não,
necessariamente, a traição signifique o fim do amor entre um casal. Os desejos
estão à flor da pele. O casamento, por vezes, segue uma rotina que acaba por
deixar o prazer de lado, sendo substituído pelo excesso de trabalho que pode
acontecer até sem que o casal perceba.
Mas o interessante é que a história
não é previsível. Há uma virada na trama que exige muito dos atores (em
atuações impressionantes).
O sucesso da obra se deve
ao elenco competente, a uma direção segura, à escolha de mostrar como os
humanos são vulneráveis a todo tipo de ações reprováveis.
Um filme emocionalmente
devastador, impactante e ousado.
Avaliação: ****
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