sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Pássaros de Verão (Pájaros de Verano)



País: Colômbia/Dinamarca/México/França
Ano: 2018
Gênero: Drama
Duração: 125 min
Direção: Ciro Guerra e Cristina Gallego
Elenco: José Acosta, Natalia Reyes, Carmiña Martínez e Jhon Narváez.

Sinopse: na década de 1970, na Colômbia, uma família de nativos de Wayuu se encontra no coração da florescente venda de maconha para a juventude americana. Quando a honra da família tenta resistir à ganância humana, a guerra de clãs se torna inevitável e põe em perigo suas vidas ancestrais, cultura e tradições.

Crítica: quando se fala em cartéis de drogas na Colômbia, o que vem à mente é Pablo Escobar e o cartel de Cali, mas poucos conhecem a origem do narcotráfico naquele país. Tudo teve início na década de 70 com algumas famílias indígenas que passam a produzir e exportar grandes quantidades de maconha para os EUA. Situadas em locais inóspitos do país, essas famílias criaram verdadeiros impérios criminosos, que entraram em guerras sangrentas entre si pelo poder.
O filme, baseado em fatos reais, começa com um ritual típico de iniciação ao mundo adulto da tribo da qual faz parte Zaida (Natalia Reyes). Ela está pronta para casar e se mostrará para àqueles dispostos a pagar o dote a sua família, comandada com mãos de ferro pela sua mãe Úrsula (Carmina Martinez). O maior interessado é Rapayet (José Acosta) que promete juntar a quantidade de bois, cabras e colares para ser aceito como marido de Zaida. O problema para o rapaz é que ele é apenas um simples comerciante, que não tem todo o dinheiro necessário para o dote. Por isso, quando seu amigo Moisés (Jhon Narváez) consegue firmar um acordo com alguns gringos (dinamarqueses) para venda de maconha, Rapayet vê oportunidade de conseguir o dinheiro.
Evidentemente, o negócio se mostra mais lucrativo que o esperado e os dois amigos se tornam homens ricos. Servindo como intermediadores entre os compradores americanos e o fazendeiro que produz a maconha, eles logo começam a enfrentar algo que vem junto com o dinheiro: a ganância. Os atritos começam porque Moisés não faz parte da tribo, é um forasteiro vindo da cidade e que não respeita as tradições e os costumes do local. Moisés, com sua predileção por festas e roupas extravagantes e por não hesitar em exterminar quem entra em seu caminho, parece o típico traficante de Escobar.
São as ações de traficantes como Moisés que entram em conflito com as tradições dos líderes tribais que servem como estopim para a guerra, trazendo à tona discussões sociológicas e políticas ligadas a um povo que sobrevivia por meio da união de seus membros e que agora é totalmente separado e massacrado pelo poder do dinheiro. A corrupção de famílias inteiras é feita através de mansões, carros e aviões. Rapayet agora é o líder que passa por cima dos anciões e que viola túmulos sagrados para guardar armas e dinheiro. Os ritos ficaram no passado e o que importa sãos os dividendos, nem que cabeças tenham que rolar no processo.
Valores vão se embora. Em vez de paz, guerra. Em vez de união, guerra. Tudo se perde.
A história é contada em cinco partes – da vida simples à descoberta do dinheiro fácil. Mas não é uma trama que empolga. Por vezes, repetitiva nas ações dos personagens e amadora nas atuações de parte do elenco.

Avaliação: **

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