sábado, 29 de março de 2008

A Culpa é do Fidel

Título original: La Faute à Fidel
País: Argentina/Itália
Ano: 2007
Gênero: Drama
Duração: 96 min
Direção: Julie Gavras
Elenco: Julie Depardieu, Stefano Accorsi, Benjamin Feuillet, Martine Chevallier e Olivier Perrier.

Sinopse: Anna é uma menina parisiense, de nove anos, em 1971. Filha de pais que vieram de famílias burguesas, capitalistas, e se sensibilizam pela causa dos perseguidos políticos pela ditadura franquista na Espanha, Anna não entende a virada. Para piorar a confusão, eles também se engajam em favor da tentativa de revolução comunista no Chile, de Salvador Allende, a exemplo do que já havia acontecido em Cuba. O drama vivido por Anna é o de uma menina que sai de uma casa grande e confortável para habitar um apartamento muito menor, com área reservada para as reuniões dos " barbudos vermelhos". O choque entre capitalismo e comunismo acaba se refletindo nas relações familiares, em que Anna, apesar de ter nascido e viver em uma já revolucionada e evoluída França, tem que se habituar às práticas dos pais. Anna vai aprendendo o que é solidariedade, amizade, tolerância, aceitação, dentro do mundo do comunismo.
Crítica: os pais se desdobram para mostrar a sua filha Anna a importância do momento histórico, ao mesmo tempo em que tentam se convencer de estarem no caminho certo. O tempo todo a pequena desafia as convicções dos militantes e, com a convivência, amplia sua visão de mundo. O filme, bem-humorado e com tiradas inteligentes e engraçadas, faz um bom retrato da complexidade das mudanças. Mas o grande feito diretora é retratar uma trajetória pessoal emocionante sem jamais ser piegas. A prova disso é a cena final, brilhante. Embora dura e aborrecida, a "infância comunista" tem o grande mérito de infundir em algumas de suas "vítimas" um senso de contestação para lá de bem-vindo.
Curiosidade: baseado na obra de Domitilla Calamai (Tutta colpa di Fidel).
Avaliação: ***

Read more...

sexta-feira, 21 de março de 2008

No Vale das Sombras

Título original: In the Valley of Elah
País: EUA
Ano: 2007
Gênero: Drama
Duração: 114 min
Direção: Paul Haggis
Elenco: Tommy Lee Jones, Charlize Theron, Jason Patric, Susan Sarandon, James Franco, Frances Fisher e Jonathan Tucker.

Sinopse: ao voltar para casa depois de servir na Guerra do Iraque, o jovem Mike (Jonathan Tucker) desaparece e é considerado foragido do exército. Seu pai, o ex-militar Hank Deerfield (Tommy Lee Jones), recebe o telefonema com as notícias perturbadoras e parte em busca do filho, deixando sua mulher Joan (Susan Sarandon) em tensa expectativa. Emily Sanders (Charlize Theron), uma investigadora de polícia da jurisdição em que Mike foi visto pela última vez, ajuda-o na busca, inicialmente relutante. Conforme as provas começam a surgir, o que era um caso de desaparecimento configura-se como suspeita de assassinato. Emily e Hank têm então de enfrentar o alto escalão militar para manter a investigação em processo. Mas quando a verdade sobre o serviço de Mike no Iraque finalmente é descoberta, Hank é forçado a reavaliar suas crenças para desvendar o mistério por
trás do sumiço do filho.
Crítica
: aproveitando-se de um intenso drama familiar, o filme faz uma uma crítica categórica ao governo americano pelo envio de tropas ao Iraque e aos consequentes efeitos traumáticos e psicológicos nos soldados e pessoas próximas.
Hank Deerfield é um ex-sargente do exército americano, que tenta descobrir as causas da morte de seu filho, Mike, logo após ele retornar do Iraque. Ao lado da detetive Emily Sanders, ele busca as causas do estranho homicídio até desvendar o verdadeiro motivo do crime.
O roteiro, inspirado em um artigo publicado numa revista americana, é cuidadoso e bem desenvolvido. O elenco é excelente. Pelo personagem de Hank é feito um estudo minuncioso dos ideais de um homem e do modo como eles podem ser abalados pela nua e crua realidade ao seu redor. A maneira como percebe que nem mesmo seu filho Mike, educado rigorosamente por ele, estava totalmente "limpo", é um dos pontos profundos da trama.
A postura do diretor no filme é clara, e é reforçada com a imagem final.
Assista. É um grande filme, como thriller policial e como panfleto político.
Avaliação: ****

Read more...

quarta-feira, 19 de março de 2008

Eu Não Estou Lá

Título original: I’m Not There
País: EUA
Ano: 2007
Gênero: Drama
Duração: 135 min
Direção: Todd Haynes
Elenco: Bruce Greenwood, Richard Gere, Julianne Moore, Christian Bale, Heath Ledger, Cate Blanchett, Michelle Williams, David Cross, Ben Whishaw e Benz Antoine.

Sinopse: o filme tem seis atores interpretando Dylan – que aprovou o roteiro. Cate Blanchett, Richard Gere ('Dança Comigo?'), Christian Bale ('Batman Begins'), Ben Wishaw ('Stoned – A História Secreta dos Rolling Stones') e Heath Ledger.

Curiosidade: penúltimo trabalho do ator Heath Ledger antes de falecer.

Crítica: a cinebiogria retrata a vida tão multifacetada do ícone da música pop. De autoditada (aos 10 anos Bob Dylan já compunha e tocava violão e piano por conta própria); passando por sua fase de cantor folk de sucesso (cujas canções foram classificadas como hinos de protesto contra um sistema de acumulação e desrespeito à humanidade); em seu estrelato como rockstar, em turnês de centenas de shows, chegando até sua conversão religiosa.
A produção do filme é muito competente. Buscou-se a verdade nas letras das músicas e nas entrevistas concedidas pelo astro.
Para cada uma das fases, sempre permeadas por incertezas, transformações e dúvidas, Bob Dylan possuía uma postura e um rosto. E o diretor usou, para cada uma delas, um ator. Todos os atores estão bem. Os pôsteres e fotos de Christian Bale imitando os primeiros discos e fotos públicas de Dylan garantem nota 10 à produção. A recomposição de diversos figurinos e situações registradas na história do músico também é incrível. Mas o melhor de todos os Dylans é a atriz Cate Blanchet. Ela interpreta o músico em sua fase rock, em sua conturbada turnê inglesa e no acidente de moto que o fez dar um tempo da estrada. É ela também quem encarna a guerra de nervos entre ele e um apresentador da BBC de Londres. Ela é a porta-voz dessa inquietação interna do músico, que em algum momento pergunta ao entrevistador “e é você quem deve me dizer o que devo sentir?”, quando o então astro foi questionado sobre uma possível falta de coerência entre as letras politizadas de seus sucessos folk e sua chegada ao estrelato pop com letras que versavam sobre amor, dor e bebedeiras, temas esses considerados irrelevantes.
É dela também uma das primeiras cenas, a que vemos Dylan no caixão, teoricamente sendo dado como morto, talvez numa alusão a seus diversos sumiços ou recolhimentos, nos quais ele voltava a ser qualquer-um, usando sempre um novo nome.
E, em meio a isso tudo, mostra também a vida cotidiana do senhor Robert Allen Zimmerman (nessa fase, sendo interpretado por Heath Ledger), seu casamento mais longo (com Sara Lownes, interpretada por Charlotte Gainsbourg), seus problemas pessoais e participações em programas de TV e encontros com famosos. Ainda temos Richard Gere, num momento Dylan-homem-comum, defendendo a cidade onde vive de um extermínio brusco, em troca da construção de uma estrada de quatro pistas. E Christian Bale interpretando o Dylan-convertido, depois de tantas discussões com ele mesmo.
Todas essas passagens misturam-se na tela, sem preocupações com o que veio no final ou no começo, marcando o tempo no filme com as mudanças do próprio personagem e sua música.
Em estilo meio documentário, meio poético, meio underground, a vida dele é contada sem linearidade.
Uma obra acima da média que agradará, sobretudo, aos fãs do rockstar.

Avaliação: ***

Read more...

terça-feira, 18 de março de 2008

A Bússola de Ouro

Título original: The Golden Compass
País: EUA/Reino Unido
Ano: 2007
Gênero: Aventura
Duração: 113 min
Direção: Chris Weitz
Elenco: Nicole Kidman, Daniel Craig, Dakota Blue Richards, Eva Green, Adam Godley, Ian McShane, Clare Higgins, Bill Hurst e Ben Walker.

Sinopse: Lyra Belaqua (Dakota Blue Richards) vive uma vida normal no Oxford Jordan College. Mas, quando seu amigo Roger (Ben Walker) desaparece misteriosamente, ela começa a enfrentar manifestações sobrenaturais e descobre um universo paralelo, habitado por bruxas e criaturas incríveis. Primeira parte da trilogia Fronteiras do Universo, do autor Philip Pullman.
Crítica: uma produção grandiosa, a versão para o cinema de "A Bússola de Ouro" só seria mesmo possível no atual estágio dos efeitos digitais. O que mais impressiona é a mistura quase imperceptível entre o material filmado e o criado por computador. Este último inclui os "dimons" de todos os personagens principais, que estão em cena praticamente em tempo integral, e imensos ursos polares guerreiros, protagonistas da fantástica batalha final.
A adaptação da obra tem uma narrativa bem resolvida (apesar de algumas partes não bem explicadas), uma estética encantadora e uma história envolvente, desprovida, justamente, do peso da mensagem religiosa marcante no livro.
Por ser um filme de fantasia, tem maior apelo junto às crianças.
Curiosidade: ganhou o Oscar de Melhores Efeitos Visuais (2008).
Avaliação: ***

Read more...

domingo, 2 de março de 2008

Persépolis

Título original: Persepolis
País: França/EUA
Ano: 2007
Gênero: Animação
Duração: 95 min
Direção: Vincent Paronnaud e Marjane Satrapi
Elenco: -

Sinopse: Marjane é uma jovem iraniana de oito anos, que sonha em ser uma profetisa do futuro, para assim salvar o mundo. Querida pelos pais cultos e modernos e adorada pela avó, ela acompanha avidamente os acontecimentos que conduzem à queda do xá e de seu regime brutal. A entrada da nova República Islâmica inaugura a era dos "Guardiões da Revolução", que controlam como as pessoas devem agir e se vestir. Marjane, que agora deve usar véu, deseja se transformar numa revolucionária. Mas, para tentar protegê-la, seus pais a enviam para a Áustria.
Crítica: Persépolis é protagonista de uma história forte de guerras internas e externas. Além da história de seu país, é a biografia da diretora e, também, de muitas crianças e jovens que viveram nos anos 80 e 90, buscando sua liberdade cultural.
O roteiro, a parte técnica e a arte da animação são impressionantes. E o texto intenso e profundo só acrescenta mais ainda.
Abordam-se tradições, costumes, educação, família, idealismos, choques culturais, crescimento pessoal, autoritarismo, repressão, política, religião, amores, ilusões e desilusões, heroísmo, revolução, raízes, lealdade. É comovente ver a relação amorosa entre Marji e seus pais e avó. Eles a orientam para uma vida justa consigo mesma e com os demais, apesar da guerra e da repressão em que vive o seu país.
Falando em guerra, o filme inevitavelmente trata também da guerra entre o Irã e o Iraque, que durou oito anos e marcou definitivamente a história iraniana.
Não é exatamente uma animação para crianças. Poético, ousado e criativo, emociona, faz rir e chorar. Excelente!
Avaliação: ****

Read more...

Bilheterias Brasil - TOP 10

Seguidores

  © Blogger templates Newspaper III by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP