quarta-feira, 19 de março de 2008

Eu Não Estou Lá

Título original: I’m Not There
País: EUA
Ano: 2007
Gênero: Drama
Duração: 135 min
Direção: Todd Haynes
Elenco: Bruce Greenwood, Richard Gere, Julianne Moore, Christian Bale, Heath Ledger, Cate Blanchett, Michelle Williams, David Cross, Ben Whishaw e Benz Antoine.

Sinopse: o filme tem seis atores interpretando Dylan – que aprovou o roteiro. Cate Blanchett, Richard Gere ('Dança Comigo?'), Christian Bale ('Batman Begins'), Ben Wishaw ('Stoned – A História Secreta dos Rolling Stones') e Heath Ledger.

Curiosidade: penúltimo trabalho do ator Heath Ledger antes de falecer.

Crítica: a cinebiogria retrata a vida tão multifacetada do ícone da música pop. De autoditada (aos 10 anos Bob Dylan já compunha e tocava violão e piano por conta própria); passando por sua fase de cantor folk de sucesso (cujas canções foram classificadas como hinos de protesto contra um sistema de acumulação e desrespeito à humanidade); em seu estrelato como rockstar, em turnês de centenas de shows, chegando até sua conversão religiosa.
A produção do filme é muito competente. Buscou-se a verdade nas letras das músicas e nas entrevistas concedidas pelo astro.
Para cada uma das fases, sempre permeadas por incertezas, transformações e dúvidas, Bob Dylan possuía uma postura e um rosto. E o diretor usou, para cada uma delas, um ator. Todos os atores estão bem. Os pôsteres e fotos de Christian Bale imitando os primeiros discos e fotos públicas de Dylan garantem nota 10 à produção. A recomposição de diversos figurinos e situações registradas na história do músico também é incrível. Mas o melhor de todos os Dylans é a atriz Cate Blanchet. Ela interpreta o músico em sua fase rock, em sua conturbada turnê inglesa e no acidente de moto que o fez dar um tempo da estrada. É ela também quem encarna a guerra de nervos entre ele e um apresentador da BBC de Londres. Ela é a porta-voz dessa inquietação interna do músico, que em algum momento pergunta ao entrevistador “e é você quem deve me dizer o que devo sentir?”, quando o então astro foi questionado sobre uma possível falta de coerência entre as letras politizadas de seus sucessos folk e sua chegada ao estrelato pop com letras que versavam sobre amor, dor e bebedeiras, temas esses considerados irrelevantes.
É dela também uma das primeiras cenas, a que vemos Dylan no caixão, teoricamente sendo dado como morto, talvez numa alusão a seus diversos sumiços ou recolhimentos, nos quais ele voltava a ser qualquer-um, usando sempre um novo nome.
E, em meio a isso tudo, mostra também a vida cotidiana do senhor Robert Allen Zimmerman (nessa fase, sendo interpretado por Heath Ledger), seu casamento mais longo (com Sara Lownes, interpretada por Charlotte Gainsbourg), seus problemas pessoais e participações em programas de TV e encontros com famosos. Ainda temos Richard Gere, num momento Dylan-homem-comum, defendendo a cidade onde vive de um extermínio brusco, em troca da construção de uma estrada de quatro pistas. E Christian Bale interpretando o Dylan-convertido, depois de tantas discussões com ele mesmo.
Todas essas passagens misturam-se na tela, sem preocupações com o que veio no final ou no começo, marcando o tempo no filme com as mudanças do próprio personagem e sua música.
Em estilo meio documentário, meio poético, meio underground, a vida dele é contada sem linearidade.
Uma obra acima da média que agradará, sobretudo, aos fãs do rockstar.

Avaliação: ***

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