quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Nico, 1988


País: Itália
Ano: 2017
Gênero: Biografia
Duração: 94 min
Direção: Susanna Nicchiarelli
Elenco: Tryne Dirholm, John Gordon Sinclair, Anamaria Marinca e Sandor Funtek.

Sinopse: biografia que retrata os dois últimos anos de vida da cantora e compositora alemã Nico, considerada uma das musas de Andy Warhol e que cantou com o grupo The Velvet Underground. Ao lado de seu filho Ari, passou um bom tempo de seus momentos finais tentando provar a paternidade de Alain Delon, que negava.

Crítica: a frase “Já estive no topo e já estive por baixo. Ambos são vazios” retrata bem como a emblemática Christa Päffgen encarava o sucesso.
Modelo, atriz e cantora, tendo iniciado na banda Velvet Undergrounds e, depois, seguindo a carreira solo.
A transição de modelo à cantora transformou também seu visual, e radicalmente. A outrora modelo - loira platinada, luminosa e sensual, deu lugar à uma Nico gótica, junkie. Ela escureceu os cabelos e passou a vestir quase exclusivamente roupas e botas pesadas, pretas. A maquiagem também negra lhe conferia uma imagem dark; alguns amigos definiram essa metamorfose como uma espécie de punição por ser tão bonita, como se a beleza fosse um obstáculo no objetivo de ser levada à sério como compositora e poeta, e que então, por isso, ela deveria parecer feia.
O filme retrata os dois últimos anos de Nico (como era chamada) em turnês que começaram em Manchester (Inglaterra) e foram até o leste europeu.
Suas músicas eram bem peculiares, de som pesado e mórbido. As letras eram fortes e diziam muito sobre o seu estado de espírito, suas dores, suas lembranças do pós-guerra. Quando a Alemanha perdeu, ela era criança. Sua melhor música é: My Heart is Empty (Meu coração está vazio).
Christa colecionava sons. Sempre andava com um gravador a tiracolo tentando extrair do ambiente sons que gostasse ou que lhe parecessem familiares.
Talentosa, mas também instável, explosiva e totalmente alcoólatra e viciada em heroína. Suas pernas eram manchadas de tantas picadas. Só cantava depois de se drogar, o que era um problema nas turnês.
A interpretação da atriz Tryne Dirholm é convincente, revelando uma mulher que havia sofrido e também feito pessoas sofrerem. Tinha consciência de ter abandonado o filho Christian (a quem Nico chamava de “Ari”), de 4 anos, por “estar louca demais” à época. O longa também mostra a tentativa de aproximação entre os dois. Ari, problemático igualmente, já havia tentado o suicídio. Ele nasceu em 1962, e seria filho do ator francês Alain Delon, embora ele jamais tenha reconhecido a paternidade. Foi criado em grande parte pelos pais de Delon.
A proeza da diretora é conseguir envolver todo tipo de espectador, o que já conhece Nico e o que nunca tinha ouvido falar dela.
O início da obra é muito sutil e sábio. Vale a pena conferir.

Avaliação: ***

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