Nico, 1988
País: Itália
Ano: 2017
Gênero: Biografia
Duração: 94
min
Direção: Susanna
Nicchiarelli
Elenco: Tryne
Dirholm, John Gordon Sinclair, Anamaria Marinca e Sandor Funtek.
Sinopse: biografia que retrata os dois últimos anos de
vida da cantora e compositora alemã Nico, considerada uma das musas de Andy
Warhol e que cantou com o grupo The Velvet Underground. Ao lado de seu filho
Ari, passou um bom tempo de seus momentos finais tentando provar a paternidade
de Alain Delon, que negava.
Crítica: a frase “Já estive no topo e já estive por
baixo. Ambos são vazios” retrata bem como a emblemática Christa Päffgen
encarava o sucesso.
Modelo, atriz e cantora,
tendo iniciado na banda Velvet Undergrounds e, depois, seguindo a carreira
solo.
A transição de modelo à
cantora transformou também seu visual, e radicalmente. A outrora modelo - loira
platinada, luminosa e sensual, deu lugar à uma Nico gótica, junkie. Ela
escureceu os cabelos e passou a vestir quase exclusivamente roupas e botas
pesadas, pretas. A maquiagem também negra lhe conferia uma imagem dark; alguns
amigos definiram essa metamorfose como uma espécie de punição por ser tão
bonita, como se a beleza fosse um obstáculo no objetivo de ser levada à sério
como compositora e poeta, e que então, por isso, ela deveria parecer feia.
O filme retrata os dois
últimos anos de Nico (como era chamada) em turnês que começaram em Manchester (Inglaterra)
e foram até o leste europeu.
Suas músicas eram bem
peculiares, de som pesado e mórbido. As letras eram fortes e diziam muito sobre
o seu estado de espírito, suas dores, suas lembranças do pós-guerra. Quando a
Alemanha perdeu, ela era criança. Sua melhor música é: My Heart is Empty (Meu
coração está vazio).
Christa colecionava sons.
Sempre andava com um gravador a tiracolo tentando extrair do ambiente sons que
gostasse ou que lhe parecessem familiares.
Talentosa, mas também
instável, explosiva e totalmente alcoólatra e viciada em heroína. Suas pernas
eram manchadas de tantas picadas. Só cantava depois de se drogar, o que era um
problema nas turnês.
A interpretação da atriz Tryne
Dirholm é convincente, revelando uma mulher que havia sofrido e também feito
pessoas sofrerem. Tinha consciência de ter abandonado o filho Christian (a quem
Nico chamava de “Ari”), de 4 anos, por “estar louca demais” à época. O longa
também mostra a tentativa de aproximação entre os dois. Ari, problemático
igualmente, já havia tentado o suicídio. Ele nasceu em 1962, e seria filho do
ator francês Alain Delon, embora ele jamais tenha reconhecido a paternidade. Foi
criado em grande parte pelos pais de Delon.
A proeza da diretora é
conseguir envolver todo tipo de espectador, o que já conhece Nico e o que nunca
tinha ouvido falar dela.
O início da obra é muito
sutil e sábio. Vale a pena conferir.
Avaliação: ***
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