Tesnota
País: Rússia
Ano: 2018
Gênero: Drama
Duração: 120
min
Direção: Kantemir
Balagov
Elenco: Darya Zhovner, Olga Dragunova, Artem Tsypin,
Nazir Zhukov e Veniamin Kats.
Sinopse: 1998, Nalchik, norte do Cáucaso, na Rússia.
Ilana (Darya Zhovner) tem 24 anos e trabalha na garagem de seu pai para ajudá-lo. Uma noite,
sua família e amigos se reúnem para comemorar o noivado de seu irmão mais novo,
David. Mais tarde naquela noite, o jovem casal é sequestrado e um pedido de
resgate entregue. Nesta pequena e fechada comunidade judaica, envolver a
polícia está fora de questão. Como a família conseguirá o dinheiro para salvar
David? Ilana e seus pais, cada um à sua maneira, irão o mais longe possível
para conseguir, independente dos riscos.
Crítica: a trama se passa em 1998,
numa pequenina cidade da região do Cáucaso, tendo como foco as rixas religiosas
e étnicas.
A jovem Ila (Darya
Zhovner), de família judia, é mecânica e tenta viver sua vida fora dos padrões
impostos pelos familiares, sobretudo pela mãe superprotetora.
Ela namora um rapaz que não
é judeu, veste-se com roupas que em nada lembram meninas judias, fala o que
pensa e não se importa com religião.
Após um jantar em que seu
irmão David (Veniamin Kats) anuncia o noivado, a trama mostra a que veio. Ele e
a noiva são sequestrados por um grupo de russos que parece fazer isso
rotineiramente, e o pedido de resgate é muito alto.
A comunidade não coopera
como se espera, mesmo com a intervenção do rabino. Pelo contrário, umas viram
as costas e outras até tentam se aproveitar da situação, como por exemplo, um
vizinho que quer comprar a oficina da família por um valor muito menor do que
vale e outro, que promete “ajudar” dando dinheiro à família, se Ila casar-se
com o filho dele.
Ila rebela-se, tenta lutar
pelo que quer. E, para isso, teria que viver só e romper os laços familiares e
tudo o mais.
A escolha é difícil.
Paralelamente ao dilema de Ila, a trama (bem desenvolvida) mostra as diferenças
sociais numa Rússia marcada por preconceitos, tabus, falsos valores,
hipocrisia, por uma política ditatorial em que minorias são perseguidas.
É um roteiro que vai além
da trama em si. Faz-nos pensar em que como a vida pode ser dura, difícil e, por
vezes, distante do que sonhamos para nós.
Além do conteúdo, o outro
grande destaque do longa-metragem é a atriz Darya Zhovner (que vive Ila),
surpreendentemente, em seu primeiro papel. Uma atuação natural que chama a
atenção.
Avaliação: ***
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