domingo, 19 de agosto de 2018

Tesnota



País: Rússia
Ano: 2018
Gênero: Drama
Duração: 120 min
Direção: Kantemir Balagov
Elenco: Darya Zhovner, Olga Dragunova, Artem Tsypin, Nazir Zhukov e Veniamin Kats.

Sinopse: 1998, Nalchik, norte do Cáucaso, na Rússia. Ilana (Darya Zhovner) tem 24 anos e trabalha na garagem de seu pai para ajudá-lo. Uma noite, sua família e amigos se reúnem para comemorar o noivado de seu irmão mais novo, David. Mais tarde naquela noite, o jovem casal é sequestrado e um pedido de resgate entregue. Nesta pequena e fechada comunidade judaica, envolver a polícia está fora de questão. Como a família conseguirá o dinheiro para salvar David? Ilana e seus pais, cada um à sua maneira, irão o mais longe possível para conseguir, independente dos riscos.

Críticaa trama se passa em 1998, numa pequenina cidade da região do Cáucaso, tendo como foco as rixas religiosas e étnicas.

A jovem Ila (Darya Zhovner), de família judia, é mecânica e tenta viver sua vida fora dos padrões impostos pelos familiares, sobretudo pela mãe superprotetora.
Ela namora um rapaz que não é judeu, veste-se com roupas que em nada lembram meninas judias, fala o que pensa e não se importa com religião.
Após um jantar em que seu irmão David (Veniamin Kats) anuncia o noivado, a trama mostra a que veio. Ele e a noiva são sequestrados por um grupo de russos que parece fazer isso rotineiramente, e o pedido de resgate é muito alto.   
A comunidade não coopera como se espera, mesmo com a intervenção do rabino. Pelo contrário, umas viram as costas e outras até tentam se aproveitar da situação, como por exemplo, um vizinho que quer comprar a oficina da família por um valor muito menor do que vale e outro, que promete “ajudar” dando dinheiro à família, se Ila casar-se com o filho dele.
Ila rebela-se, tenta lutar pelo que quer. E, para isso, teria que viver só e romper os laços familiares e tudo o mais.
A escolha é difícil. Paralelamente ao dilema de Ila, a trama (bem desenvolvida) mostra as diferenças sociais numa Rússia marcada por preconceitos, tabus, falsos valores, hipocrisia, por uma política ditatorial em que minorias são perseguidas.
É um roteiro que vai além da trama em si. Faz-nos pensar em que como a vida pode ser dura, difícil e, por vezes, distante do que sonhamos para nós.
Além do conteúdo, o outro grande destaque do longa-metragem é a atriz Darya Zhovner (que vive Ila), surpreendentemente, em seu primeiro papel. Uma atuação natural que chama a atenção.

Avaliação: ***

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