Você Nunca Esteve Realmente Aqui (You Were Never Really Here)
País: Reino
Unido/França/EUA
Ano: 2018
Gênero: Drama
Duração: 89
min
Direção: Lynne
Ramsay
Elenco: Joaquin
Phoenix, Judith Roberts, Ekaterina Samsonov, John Doman, Alex Manette e
Alessandro Nivola.
Sinopse: Joe (Joaquin Phoenix), um veterano de guerra
traumatizado, ganha a vida resgatando jovens desaparecidas. Quando um trabalho
fica fora de controle, os pesadelos de Joe o alcançam, enquanto uma conspiração
é descoberta, levando a uma viagem que pode ser para a sua morte ou para o seu
despertar.
Crítica: a diretora escocesa Lynne Ramsay tem no currículo
bons filmes – Precisamos Falar sobre Kevin, Morvern Callar e O Lixo e o Sonho –
e, agora, Você Nuca Esteve Realmente Aqui, que já levou dois prêmios na última
edição (71ª) do Festival de Cannes: Melhor Ator para Joaquin Phoenix e Melhor
Roteiro.
O filme é marcante, tem uma
história violenta, um protagonista perturbado, um conteúdo forte, mas que se mantém
sempre na linha do equilíbrio, sem apelar para o grotesco, sem cair no trivial
ou no previsível. O jogo de câmeras, o enquadramento de cenas vistas pelo
reflexo dos espelhos ou por câmeras nos ambientes, a excelente trilha sonora, a
fotografia que carrega nos tons escuros e esverdeados, criam uma atmosfera
sombria e estilosamente perfeita.
O hábil roteiro foge do
lugar comum e nos apresenta o personagem Joe, incrivelmente interpretado por Joaquin
Phoenix (que, em nenhum momento é caricato), um suspense elegante que não apela
nem nas situações mais chocantes, e um diálogo com um humor negro, que abusa
das expressões e dos trejeitos.
Joaquin Phoenix está seguro
em seu papel de homem pouco sociável, misterioso, matador de aluguel
(priorizando os que abusam de menores e, por essa razão, um vingador e um “fazedor”
de justiça para muitos), dócil com a mãe idosa em casa e extremamente violento
quando está trabalhando. De um momento para outro, Joe parte da inércia para a
ação e são as melhores cenas.
Visivelmente perturbado por
traumas do passado (sutilmente mostrados na tela com flashbacks de lembranças,
sem saturar e, também, na medida certa), que talvez sejam a maior razão de ele
ter se tornado o homem que é. Ele e sua mãe compartilham um sofrimento e um
passado comuns que nunca são abordados por nenhum dos dois.
A trama dá uma guinada
quando Joe é contratado por um senador norte-americano para salvar a filha dele
que teria sido levada para um esconderijo.
A partir daí o suspense
cresce. Sempre surpreende e aumenta as expectativas do público.
Joe foi feito para Joaquin
Phoenix que brilha no longa-metragem, do início ao fim. Mesmo numa trama sem
esperança, ele nos cativa.
Avaliação: ****
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