sábado, 10 de janeiro de 2009

Exuberante Deserto

Título original: Adama Meshuga'at

País: Israel/Alemanha/Japão

Ano: 2006

Gênero: Drama

Duração: 90 min

Direção: Dror Shaul

Elenco: Tomer Steinhof, Ronit Yudkevitz, Shai Avivi, Pini Tavger e Henri Garcin.

 

Sinopse: Dvir (Tomer Steinhof) está prestes a completar 13 anos, o ano de seu Bar Mitzvah. Seu pai morreu há poucos anos e o menino mora num kibutz com o irmão e sua mãe Miri (Ronit Yudkevitz), mulher frágil e mentalmente instável, a quem se dedica, durante o limitado tempo que pode passar com ela.


Crítica
: a história se passa em um kibutz no sul de Israel. Os kibutzim são o sionismo posto em prática: pequenas comunidades judaicas assentadas em território israelense nos anos 20, nas terras isoladas onde prosperou uma forma de socialismo autossustentado. Firmar-se comunalmente num ambiente muitas vezes desértico exigia disciplina e abnegação dos habitantes que tomavam suas decisões em conjunto. O modelo sobreviveu até os anos 80 e foi visto durante muitos anos como padrão ideal de sobrevivência.

A princípio apático, é narrado com objetividade, poesia e belas imagens. Apresenta-se o cotidiano do lugar, costumes e política interna, para então surgir o protagonista que é quem narra a história sob o seu ponto de vista.

Dvir (Tomer Steinhof em ótima atuação) vive com Miri (Ronit Yudkevitz), sua jovem mãe, perturbada emocionalmente e, portanto, diferente de outros habitantes do Kibutz. A relação entre filho mãe e filho e suas contradições e influências sofridas pelo meio são o terreno do filme “Exuberante Deserto”.

Sem pai, Dvir se sente carente e sua singela luta pela mãe pontua os momentos mais tocantes do filme. Seja quando forja cartas para alegrar a mãe, ou quando atende resignado ao seu pedido final.

Solitário e esperançoso, o jovem judeu aceita seu rito de passagem. Não foge dele – como aconselha seu irmão – e nem de rebela. Luta até o fim, mesmo que utopicamente.

O longa-metragem não é arrebatador, mas merece atenção pela simplicidade e sensibilidade, apenas expondo os anseios, dúvidas e angústias do ser humano, sem julgá-lo.

Destaque para a abordagem sobre a dificuldade em aceitar-se o diferente e sobre as mazelas que indivíduos ditos “fora do padrão” enfrentam para sobreviver num meio social onde suas singularidades devem ser sufocadas.


Avaliação
: ***

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sábado, 6 de dezembro de 2008

Queime Depois de Ler

Título original: Burn After Reading
País: EUA
Ano: 2008
Gênero: Comédia, policial
Duração: 96 min
Direção: Ethan Coen e Joel Coen
Elenco: Tilda Swinton, John Malkovich, Brad Pitt, George Clooney, Richard Jenkins e Frances McDormand.

Sinopse: ao ser demitido por alcoolismo, o veterano da CIA Osborne Cox decide escrever um livro revelando segredos do governo. Ao saber disso, sua mulher Katie rouba os arquivos para usar contra ele no processo de divórcio. Acidentalmente, o material cai nas mãos de dois funcionários de uma academia nos subúrbios de Washington, Linda e Chad. Visando arranjar dinheiro para pagar as cirurgias plásticas que Linda sonha em fazer, eles chantageiam Cox. Para resolver o caso, é contratado o agente Harry Pfarrer, que coincidentemente é amante de Katie e mantém uma relação virtual com Linda.
Crítica: comédia ácida e com cenas violentas, o longa discorre sobre a ambição e a moralidade fajuta que percorre a sociedade americana e ridiculariza estereótipos do cinema comercial, como a importância da beleza estética dos atores. Os personagens vão se ligando uns aos outros das maneiras mais tortuosas, através da vida dupla que todos eles são obrigados a sustentar. O único que permanece sempre fiel a sua própria personalidade é o espontâneo Chad (Brad Pitt), cuja melhor cena é também aquela que guarda a virada da história. O longa está longe de ser o melhor trabalho dos irmãos Cohen. Brad Pitt poderia ter exagerado menos; seu papel ficou muito caricato. Quem espera rir muito, pode se decepcionar.
Avaliação: ***

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terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Um Segredo em Família

Título original: Un Secret
País: França/Alemanha
Ano: 2007
Gênero: Drama
Duração: 105 min
Direção: Claude Miller
Elenco: Cécile De France, Patrick Bruel, Ludivine Sagnier, Julie Depardieu, Mathieu Amalric, Ludivine Sagnier e Nathalie Boutefeu.

Sinopse: pouco após a Segunda Guerra Mundial, François Grimbert (Valentin Vigout/ Mathieu Amalric), um menino de sete anos, vive no seio de uma família judia na França. Sob a aparente convivência tranquila, reina o não-dito, e o garoto solitário inventa para si um irmão e imagina o passado dos seus pais. No seu aniversário de 15 anos, François descobre um terrível segredo: seus pais eram cunhados. Os dois tentaram ignorar a paixão proibida, mas, com as reviravoltas da história e a deportação dos judeus, tiveram de confrontar seus sentimentos.

Crítica: o roteiro é baseado em fatos reais relatados por Phillipe Grimbert em seu livro autobiográfico ‘Un Secret’. A ação se inicia dez anos após o final da Segunda Guerra, em 1955. É com o mundo já em paz, que acompanhamos a história de François, garoto de sete anos que leva uma vida comum com seus pais Maxime (Patrick Bruel) e Tania (Cécile de France). Tímido e franzino, o menino não se identifica com o mundo atlético de seus pais, apaixonados por esportes e atividades físicas. Como uma fuga, acaba criando para si um irmão mais velho imaginário, forte e capaz de tudo. Já na adolescência, porém, François (juntamente do público) vai perceber que existem muitos, fortes, profundos e tristes motivos que o fazem se sentir um verdadeiro peixe fora d’água dentro da própria família. Motivos que remontam a uma época anterior à guerra, antes do mundo conhecer os horrores do nazismo.
Famílias inteiras separadas pela perseguição aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial já foram assunto de inúmeros filmes. Contudo, o diretor Claude Miller dá novo ímpeto ao velho tema, imprimindo sensibilidade e emoção a um roteiro que não se prende à ordem cronológica dos fatos. São belas imagens e tocantes interpretações que se unem a uma história de vida que, por mais dolorosa que seja, propõe o perdão. Ou, na melhor das hipóteses, o não julgamento.
Seria desleal contar toda a trama, mas pode-se dizer que a película discute questões de honra, orgulho e auto-estima quando a situação – como aquela que fez muitos judeus fugirem das cidades e se esconderem no campo – diz que o mais racional é suprimir sua identidade diante do inimigo.

Avaliação: ***

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