sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Caro Francis

Título original: Caro Francis
País: Brasil
Ano: 2009
Gênero: Documentário
Duração: 95 min
Direção: Nelson Hoineff
Elenco: depoimentos de Fernanda Montenegro, Lucas Mendes, Boris Casoy, Fausto Wolff, Ziraldo, Matinas Suzuki, Hélio Costa, ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o atual candidato a presidência da República, José Serra, entre outros profissionais da área.

Sinopse: filme sobre o polêmico crítico, escritor e jornalista Paulo Francis, que morreu de ataque cardíaco em Nova York em pleno carnaval de 1997. Pouco antes da exibição, o diretor do documentário, Nelson Hoineff, subiu ao palco com a equipe para dizer que o filme não era isento e que era claramente um filme em homenagem a um amigo.

Crítica: difícil resumir a personalidade de Paulo Francis: combativo, lúcido, irreverente, crítico, escritor angustiado, trotskista desencantado, amante do compositor clássico Wagner e das marchinas de carnaval. Foi acima de tudo, um jornalista de sucesso, com um humor mordaz e sem papas na língua, tanto que, às vezes, isso lhe causava embaraços ou problemas sérios.
Paulo Francis, à sua maneira, denunciou todos os dias a impossibilidade de existência de vida inteligente no pensamento dominante, não importa que pensamento dominasse o momento.
Ele também gostava de dizer que não era isento. Abominava a utopia jornalística da "imparcialidade" e era um homem de opiniões. Francis começou escrevendo críticas de teatro que, segundo um dos entrevistados, contestavam até a lei da gravidade. Trotskista ferrenho, mudou radicalmente da esquerda para a direita quando foi para os Estados Unidos. A transformação é comentada de forma bem humorada pelos amigos e conhecidos.
Além de diversos depoimentos, Paulo Francis também aparece na fita em imagens de arquivo de entrevistas concedidas ao Roda Viva e à TV Cultura, em reportagens, em erros de gravação e, claro, na sua participação no Manhattan Connection, que fazia com Lucas Mendes, Nelson Mota e Caio Blinder. Alguns episódios importantes são mais detalhados, como sua saída da Folha de S. Paulo, motivada pela intervenção do ombudsman do jornal, Caio Túlio Costa (chamado por Francis de "lagartixa" e por Diogo Mainardi de "mau caráter"). A coluna de Francis era geralmente escrita altas horas da madrugada e, por vezes, nem mesmo o autor tinha plena consciência do que dizia. "Um bom editor", diz Paulo Francis em uma entrevista, "guardaria meu texto em uma gaveta e me perguntaria depois se eu tinha certeza que queria publicar aquilo".
As opiniões consideradas de ultradireita lhe atribuíram o ódio mortal dos petistas, dezenas de políticos e de parte do público, mesmo sendo um dos colunistas mais lidos do país. Sua ida à Rede Globo foi aprovada com uma condição: que ele fosse ao ar apenas no final da noite, no Jornal da Globo, onde poderia provocar menos "estrago".
O maior problema foi quando, no Manhattan Connection, Francis acusou os diretores da Petrobrás de terem dinheiro sujo escondido em contas na Suíça. O diretor da Petrobrás na época processou Francis em 100 milhões de dólares e há quem diga que foi a preocupação sobre este episódio que causou a sua morte.
De qualquer modo, o documentário é um ótimo retrato de um dos jornalistas mais polêmicos e folclóricos da imprensa brasileira. Seu modo de falar arrastado e característico, suas opiniões sarcásticas e sua cultura geral, segundo um dos entrevistados e "vítima" de Francis, fazem falta hoje em dia.

Avaliação: ***

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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Sempre Ao Seu Lado

Título original: A Dog's Story
País: EUA
Ano: 2009
Gênero: Drama
Duração: 93 min
Direção: Lasse Hallström
Elenco: Richard Gere, Koji Yakusho, Joan Allen, Sarah Roemer, Jason Alexander, Cary-Hiroyuki Tagawa e Erick Avari.

Sinopse: quando Hachiko, um filhote de cachorro da raça akita, é encontrado perdido em uma estação de trem por Parker (Richard Gere), ambos se identificam rapidamente. O filhote acaba conquistando todos na casa de Parker, mas é com ele que acaba criando um profundo laço de lealdade.
Crítica: não é necessário muito para se ter um bom filme. Um exemplo é o filme “Sempre ao Seu Lado”, com personagens do cotidiano em situações comuns, mas com uma essência especial que encanta e emociona. Simples e sentimental, na medida certa.
O longa é um remake de uma produção japonesa de 1987, intitulada “Hachiko Monogatari”, e que foi baseada em uma história real, ocorrida no Japão da década de 1920. Já esta versão se passa nos Estados unidos durante os anos 1990. Certo dia, em uma estação de trem, uma gaiolinha que continha um filhote da raça de cães japonesa akita acaba caindo e libertando o seu habitante, que é encontrado pelo professor de música Parker (Richard Gere). Gere se sai muito bem, utilizando seu carisma natural e charme do clássico “bom-moço”.
Conforme o tempo vai passando e Hachi vai crescendo, ele passa a acompanhar Parker, por vontade própria, rumo à estação de trem, voltando para casa após a partida do seu companheiro e estando na porta da estação novamente quando o trem deste retorna.
Em sua primeira metade, é mostrada a interação entre Hachi e Parker, jamais apelando para o humor barato ou situações mais extravagantes, sempre mantendo tudo bem simples e corriqueiro, justamente para atrair o espectador. Já o foco da segunda parte da produção passa a ser na emoção, com Hachi roubando a cena de seus companheiros de tela humanos. Aliás, se não fosse a habilidade dos cães (filhote e adulto) que vivem o protagonista canino do filme, este não seria tão bem sucedido.
No entanto, um trágico incidente mudará o rumo da existência de Hachi, retratando o valor da amizade e da verdadeira fidelidade.
Em meio a tantos filmes com efeitos especiais, histórias de outros seres e planetas, vale a pena assistir a um filme extremamente humano, que dá uma lição sobre amizade.
Curiosidade: o filme é uma adaptação de um famoso conto japonês sobre um cão da raça Akita, chamado Hachiko. Este conto tornou-se símbolo da fidelidade para o povo japonês.
Avaliação: ***

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Guerra ao Terror

Título original: The Hurt Locker
País: EUA
Ano: 2008
Gênero: Guerra, ação
Duração: 130 min
Direção: Kathryn Bigelow
Elenco: Jeremy Renner, Anthony Mackie, Brian Geraghty, Guy Pearce, Ralph Fiennes, David Morse e Evangeline Lilly.

Sinopse: para um grupo de soldados americanos, alguns dias os separam do retorno para casa. Um período relativamente curto, se não fosse por tantas ocorrências que transformassem esse fim de jornada em um verdadeiro inferno. As forças armadas precisam de especialistas não só nos campos de combate mas também no dia-a-dia, na proteção do grupo contra insurgentes que promovem atentados, matando milhares de cidadãos. O longa mostra a dura realidade destes soldados e, ao contrário do que todos eles pensam, a luta jamais terminará.
Crítica: de forma bem objetiva, o filme retrata o assustador clima de pressão emocional e psicológica no qual soldados vivem em uma guerra e isso é passado-nos, duramente, a cada nova missão. Não há como prever o que vai acontecer, é um jogo perigoso onde o risco é necessário e dele não há como escapar. O enredo é bom, mas a força maior e impactante fica por conta da atuação do trio de protagonistas. Com a câmera trêmula, o longa reflete como a situação, norteada pela violência e pela tensão, pode ser pertubadora. As cenas são impactantes e, assim, permanecem até o final. Guerra ao Terror mostra a ação perversa da guerra sobre quem a vive e destrói, de uma vez por todas, qualquer esperança de que um dia a paz possa reinar.
Curiosidade: ganhou seis estatuetas do Oscar 2010: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro Original, Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som e Melhor Edição.
Avaliação: ***

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