O Sal desse Mar

Título original: Mih Hadha Al-Bahr

País: Palestina/França/Suíça/Espanha/Bélgica

Ano: 2008

Gênero: Ficção

Duração: 108 min

Direção: Annemarie Jacir

Elenco: Suheir Hammad, Saleh Bakri, Riyad Ideis e Shelly Goral.

Sinopse: Soraya, 28 anos, nascida e criada no Brooklyn, decide voltar a viver na Palestina, país de onde sua família foi exilada em 1948. Ao chegar em Ramallah, Soraya tenta em vão recuperar o dinheiro dos avós. Ela conhece Emad, um jovem palestino, cuja ambição é deixar para sempre aquele lugar. Cansados das restrições que ditam suas vidas, Soraya e Emad sabem que para serem livres devem fazer algo com as próprias mãos, mesmo que isso signifique violar a lei.

Crítica: tendo em vista a qualidade das imagens, a objetividade do roteiro, a eficiência da história contada, é difícil crer que se trata do primeiro longa-metragem da diretora (hoje vivendo em Amã, Jordânia; proibida de retornar à Palestina).

A trama é muito cuidadosa com o que nos apresenta – uma vida ditada por duros limites e privações constantes e diários, e nos surpreende a cada sequência, a cada fala, a cada acontecimento.

Flui com naturalidade, convence e emociona, graças à ótima performance do elenco. Difícil continuar imparcial até o final da fita. Um dos melhores da Mostra Árabe, na qual participaram 17 longas de 10 países.

Avaliação: **** 

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Reciclar

Título original: Recycle

País: Jordânia/Holanda

Ano: 2007

Gênero: Documentário

Duração: 80 min

Direção: Mahmoud al Massad

Elenco: -

Sinopse: conta a história de Abu Amar, um ex-soldado Mujahideen, tentando construir uma vida pacífica, após anos de combates na guerra soviética-afegã. O filme retrata a luta pessoal do personagem entre a fé e a difícil realidade política e social da vida no Oriente Médio. Abu Amar é pai de oito filhos e todos são obrigados a recolher e reciclar papelão nas ruas de Zarqa, na Jordânia.

Zarqa, um viveiro de islamitas políticos, é também a casa de infância do diretor e a cidade natal de Abu Musab al-Zarqawi, o falecido e famoso líder da Al-Qaeda no Iraque.

Crítica: o documentário poderia ter sido melhor se tivesse focado mais na história de Abu Amar. A mescla de entrevistas e depoimentos sobre Abu Amar e Zarqawi não foi feliz, pois não elucidou o suficiente nem de um lado, nem de outro. Os relatos são fracos e repetitivos.

O tempo no longa poderia ter sido melhor aproveitado com dados mais precisos, cenas mais reveladoras. No entando, excedeu-se e não acrescentou muito. O roteiro amador perdeu uma boa chance de fazer um grande documentário, à altura da história que tinha para apresentar.

Avaliação: ** 

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Um a Zero

Título original: Wahed Sefr

País: Egito

Ano: 2009

Gênero: Ficção

Duração: 107 min

Direção: Kamla Abu Zekri

Elenco: Zeina, Ilham Shaheen, Khaled Abol Naga e Nelly Karim.

Sinopse: é dia de final da Copa das Nações Africanas em 2008. E hoje oito personagens egípcios estarão lidando com diferentes situações, o que complicará ainda mais as suas vidas que já são complicadas. Mas a vitória do time egípcio os faz esquecer os problemas, mesmo que seja só por uma noite – a noite que o time ganhou por 1-0.

Crítica: a produção é boa, apesar do aspecto novelesco. O roteiro conduz com desenvoltura, entre as histórias de seus personagens, as críticas à sociedade hipócrita, ao falso moralismo, ao fanatismo religioso, às mazelas sociais, ao machismo imperante no país, à situação feminina humilhante, à corrupção, à desumanidade.

Os diálogos são ótimos; as atuações, bem realistas, e fazem rir e chorar.

O longa surpreendeu pela ousadia em criticar, em apontar feridas, sem meias palavras.

Avaliação: *** 

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