Aos Teus Olhos
País: Brasil
Ano:
2018
Gênero: Drama
Duração: 90
min
Direção: Carolina
Jabur
Elenco: Daniel
de Oliveira, Malu Galli e Marco Ricca.
Sinopse: Rubens (Daniel Oliveira) é um professor de
natação carismático e extrovertido, que dá aulas para pré-adolescentes em um
clube. Querido por todos devido ao seu jeito brincalhão e parceiro, ele se vê
em apuros quando um de seus alunos, Alex, diz à mãe que o professor lhe deu um
beijo na boca no vestiário. Alegando inocência, Rubens é acusado pelos pais da
criança e passa a ter que lidar com um verdadeiro linchamento virtual, que tem
início através de mensagens de WhatsApp e explode de vez quando chega ao
Facebook.
Crítica: o filme tem uma história interessante e
bastante atual. Por meio de uma acusação de pedofilia, a trama envolve outros
assuntos como o uso perigoso das redes sociais, a homofobia, o preconceito em
geral, a relação entre pais e filhos.
Tem um enredo bem amarrado,
com diálogos que levantam a importância de se ter certeza antes de uma
acusação, que questionam a falta de amor e de atenção dos pais com sua prole,
gerando problemas de comportamento em casa e na escola, que retratam o
preconceito sempre enraizado nas palavras e/ou nas atitudes.
Em época de redes sociais,
espalhar um boato, uma fofoca, uma difamação, uma calúnia, é tarefa fácil. Mas
consertar um erro depois disso é quase irreversível.
No filme dinamarquês “A
Caça” em que um professor de jardim de infância é acusado, sabemos, desde o início,
que ele é inocente e a criança é ouvida várias vezes, ainda que induzida a dar
respostas (devido à forma como se perguntava) que os adultos queriam ouvir.
Em “Aos Teus Olhos” o
menino de 8 anos que culpa o professor de natação por tê-lo beijado na boca é
deixado quase que de lado. Os adultos tomam à frente da situação, sedentos por
um culpado.
O professor (interpretado
por Daniel e Oliveira), adorado até então pelos alunos pelo seu jeito
extrovertido, nega. Apenas sua namorada acredita em sua inocência. Até a
professora com que trabalha há anos fica temerosa sobre qual lado defender: o
do seu profissional ou o dos pais.
Numa situação delicada como
essa, basta implantar a dúvida. É o fim para a vida e a carreira.
O alerta para esse tipo de
acusação é evidente na narrativa. A preocupação com o que se deve falar, como
olhar, como tocar, como abordar uma criança, é uma constante na vida dos
docentes. É difícil apontar o limite máximo nessa socialização.
Quanto ao debate em
questão, o filme é excelente. Peca apenas nas atuações mecânicas, e
infelizmente não naturais, de parte do elenco.
Avaliação:
***
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