quinta-feira, 28 de junho de 2018

Armas na Mesa (Miss Sloane)


País: EUA
Ano: 2016
Gênero: Drama
Duração: 133 min
Direção: John Madden
Elenco: Jessica Chastain, Mark Strong, Sam Waterston, Gugu Mbatha-Raw, Alison Pill, John Lithgow, Jake Lacy e Michael Stuhlbarg.

Sinopse: Elizabeth Sloane (Jessica Chastain) é uma das lobistas mais poderosas dos Estados Unidos, conhecida por usar uma série de estratégias ilegais para atingir os seus objetivos. Um dia, é abordada para apoiar a bancada mais poderosa do congresso americano: os senadores pró-armas. Contrária à ideia, ela pede demissão e passa a trabalhar para o lado oposto, na intenção de conseguir leis mais rígidas para o porte de armas. Sloane começa a sofrer uma série de ameças pessoais e profissionais, e começa a questionar os seus limites dentro desta profissão.

Crítica: o filme tem como foco retratar a política norte-americana, destacando escândalos de corrupção, conflitos de interesses e outros crimes.
A protagonista da trama é Sloane (Jessica Chastain), uma mulher fria, obcecada por vencer, ambiciosa, sem família e amigos ou qualquer tipo de relacionamento. Vive para o trabalho e adora desafios. Nesse contexto, ela larga o emprego que tem como “lobista” e vai trabalhar com o opositor, numa posição exatamente contrária ao projeto para o qual seria inicialmente contratada: angariar votos femininos para a liberação do uso/compra de armas. Assunto este bastante polêmico nos Estados Unidos.
Ela usa todo a sua expertise, sua influência e determinação para obter exatamente o contrário: o apoio político e o voto da maioria dos senadores para irem contra o armamento descontrolado.
Para conseguir o que quer, ela não poupa nada nem ninguém. Tal posicionamento nos leva a reflexões: Devemos torcer pela lobista que usa meios questionáveis para atingir fins nobres? É perdoável adotar técnicas corruptas para um objetivo pacifista como o maior controle de armas? O que é moral e o que é amoral?
O retrato pessimista adquire um significado particular na era Donald Trump. Funciona como uma afirmação da descrença na política, quando as abstenções ao voto atingem índices recordes e as populações votam cada vez mais em figuras que se vendem como “apolíticas” ou “diferentes dos políticos” – ainda que não o sejam.
Apesar do conteúdo promissor, as atuações são fracas e o texto, por diversas vezes, forçado, como se quisesse dar à narrativa um tom mais intelectual, o que é totalmente desnecessário. O efeito, aliás, é o inverso: o expectador não se “apega” à história.  

Avaliação: **

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