La Llorona
País: Guatemala/França
Ano: 2019
Gênero: Drama
Duração: 93
min
Direção: Jayro
Bustamante
Elenco: María
Mercedes Coroy, Sabrina de La Hoz e Julio Diaz.
Sinopse: Alma (María Mercedes Coroy) e seus filhos são
assassinados no conflito armado da Guatemala. Trinta anos depois, é instaurado
um processo criminal contra Enrique (Julio Diaz), um general aposentado que
supervisionou o genocídio. Mas ele é absolvido através de um julgamento e o
espírito de La Llorona é desencadeado para vagar pelo mundo como uma alma
perdida entre os vivos. À noite, Enrique começa a ouvi-la lamentar. Sua esposa
e filha acreditam que ele está tendo crises de demência relacionada ao
Alzheimer. Mal poderiam suspeitar que sua nova governanta, Alma, está lá para
cumprir a vingança que o julgamento não foi capaz de fazer.
Crítica: “La Llorona" aborda a reparação histórica após
o genocídio indígena na Guatemala, retomando a lenda urbana da mulher (no caso,
Alma) cujos filhos foram afogados, conectando a premissa com o passado
militarista do país. No caso, a vítima se transforma numa mulher indígena que
busca justiça após o assassinato dos filhos pela ditadura local, infiltrando-se
no casarão do general que ordenou os ataques.
Mas não é um filme típico
de suspense/terror. É muito mais contemplativo e o diretor abusa da estética
dos cenários e das imagens fortes.
Seu foco no embate político
cerca a impunidade dos criminosos.
Ao colocar a câmera dentro
da casa do general de extrema-direita, para quem os índios representam
aproveitadores que merecem ser dizimados, cria-se uma sensação de claustrofobia
dentro do local luxuoso, como se os protagonistas estivessem, ao menos
simbolicamente, presos e impossibilitados de levarem uma vida pacífica enquanto
não se confrontarem ao crime que cometeram ou com os quais são condescendentes.
Apesar do eventual
arrependimento dos genocidas, o roteiro posiciona-se ao lado de Alma e dos
manifestantes protestando dia e noite em frente à mansão.
A narrativa fragmentada e
bastante descritiva enfraquece um pouco o impacto do filme, mas não diminui sua
importância como denúncia.
Avaliação: ***
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