quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

O Escândalo (Bombshell)


País: EUA
Ano: 2019
Gênero: Drama
Duração: 105 min
Direção: Jay Roach
Elenco: Charlize Theron, Nicole Kidman, Margot Robbie e John Lithgow.

Sinopse: Um gigante do telejornalismo e antigo CEO da Fox News, Roger Ailes (John Lithgow) tem seu poder questionado e sua carreira derrubada quando um grupo de mulheres o acusam de assédio sexual no ambiente de trabalho.

Crítica: Para que um filme seja atraente ao público, não basta ter conteúdo e a história pronta (no caso de biografias e de fatos reais), é preciso excelentes atuações, mas, sobretudo, uma direção certeira. Ela é responsável por conduzir tudo em harmonia.
No longa “O Escândalo”, a narração em off apresentando as protagonistas da trama não foi um recurso agradável. O texto é enfadonho, arrastado, desinteressante, o que é uma pena haja vista a importância do tema: as denúncias de assédio sexual a partir de 2016 contra Harvey Weinstein (vivido por John Lithgow). O resultado é didático e raso, deixando de se aprofundar onde deveria.
As atuações são boas, mas a sucessão de clichês e o distanciamento temporal (já distante da ocorrência do fato) não colaboraram para transpor para a tela uma história que tem potencial.
O filme tenta trazer à tona o conflito de forças que fez com que fosse tão difícil oficializar a denúncia contra o então magnata da Fox News, Roger Ailes (John Lithgow).
Nos poucos momentos em que a trama ensaia questionar ou aprofundar Megyn Kelly (Charlize Theron, segura e um dos poucos pontos de luz do filme) ou Gretchen Carlson (Nicole Kidman, protocolar, ainda que bem caracterizada), faz pouco mais do que inserir uma ou duas linhas de diálogo expositivas sobre o quanto elas, tão fiéis ao discurso conservador do canal, cresceram na Fox ao longo dos anos apesar de toda a estrutura empresarial sexista que elas jamais contestaram.
Ao invés disso, o roteiro faz é reduzir a figura complexa de Megyn Kelly inicialmente ao posto de injustiçada e, posteriormente, ao de heroína salvadora das mulheres oprimidas.
Outra falha está na tentativa de contar uma história na qual não se aprofunda nem contempla de forma válida.  À época surgia a figura de Donald Trump (totalmente desacreditada) para a presidência dos Estados Unidos, com uma denúncia num momento crucial, levando em consideração a influência das fake news neste processo. Mas o diretor apenas dá uma pincelada na história, sem entrar na questão de verdade.
A mensagem final deveria ter sido a relevância da denúncia, a revolta contra a injustiça em torno de reconhecimento dos erros dos “assediadores”, que recebem como pena somente o afastamento do trabalho e o pagamento irrisório às vítimas, e a luta feminista pelo direito de ser respeitada como um ser humano e não um objeto sexual.

Avaliação: **

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