quarta-feira, 3 de outubro de 2012

A Vida de Outra Mulher (La Vie d'une Autre)


País: França
Ano: 2012
Gênero: Comédia
Duração: 97 min
Direção: Sylvie Testud
Elenco: Juliette Binoche, Mathieu Kassovitz, Aure Atika, Danièle Lebrun, Vernon Dobtcheff, Yvi Dachary-Le Béon, François Berléand, Marie-Christine Adam, Nicolas Carpentier e Albert Spiner.

Sinopse: a história de Marie Speranski (Juliette Binoche), uma mulher de 40 anos que acorda pensando ter 25. Esqueceu-se de 15 anos de sua vida e ainda vive uma história de amor que já terminou. Agora, ela tem uma segunda chance de reconquistar o amor de sua vida.

Crítica: nesse primeiro filme da cineasta, a trama faz uma viagem no tempo com sua personagem principal, Marie Speranski (Juliette Binoche), jovem de 26 anos que, depois de uma noite de amor, salta no tempo e acorda aos 41.
Ela agora é casada, rica (mora em uma mansão com vista privilegiada para a Torre Eiffel) e tem um lindo filho. Muitas coisas ocorreram nesses 15 anos e Marie não se lembra de absolutamente nada. Mais: sua vida está longe de ser o que projetava quando jovem. Marie tenta, então, descobrir como funciona a rotina de sua vida agora. 
Algumas situações são pontuadas pelo humor, mas sem dúvida o maior propósito do filme é propor uma reflexão sobre como conduzimos nossas vidas por caminhos indesejados sem termos noção disso. A Marie de 41 anos é uma mulher poderosa, temida, que dá pouca atenção ao filho e marido e que passou os últimos anos dedicada à carreira de executiva. Não à toa está prestes a se separar de seu grande amor. Durante o filme vemos Marie tentando recuperar o amor do marido e descobrir que atitudes tiraram sua vida do rumo que imaginava aos 26.
No entanto, o propósito dessa reflexão não é alcançado. O roteiro mal estruturado perde-se um pouco, nem mesmo a talentosa Binoche consegue manter um equilíbrio a fim de conduzir a plateia. Algumas cenas são infantis e desnecessárias, parecem perdidas. Outro talento prejudicado é o do ator Mathieu Kassovitz que não ganha espaço para desenvolver seu espaço e mostrar toda a sua dor e amargura pela perda de Marie nesses 15 anos. Falta um objetivo na condução da trama e um elo entre os acontecimentos retratados.
Talvez se a diretora tivesse optado por um caminho dúbio entre realidade e ficção, onde nós nos questionássemos se aquele lapso de memória era mesmo real ou uma espécie de pausa para reflexão sobre ‘o que eu vivi até agora’ ou ‘como eu vivi’, ou ‘onde foram parar meus sonhos’ ou ‘ainda tenho tempo para mudar’, a trama poderia ser tornar mais interessante. Deixando o humor de lado (que talvez não coubesse aqui) por uma maior dramaticidade e tratando o tema com mais realismo e, até, uma certa crueza, a plateia poderia ter sido atingida pela finalidade real do longa: os caminhos que tomamos sem perceber, nossas ações e as consequências ao longo do tempo.
Não é um filme ruim, apenas conduzido de maneira um pouco incerta. O final, ao menos belo e comovente, compensa.

Avaliação: ***

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