A Vida de Outra Mulher (La Vie d'une Autre)
País: França
Ano: 2012
Gênero: Comédia
Duração: 97 min
Direção: Sylvie Testud
Elenco: Juliette Binoche, Mathieu
Kassovitz, Aure Atika, Danièle Lebrun, Vernon Dobtcheff, Yvi Dachary-Le Béon,
François Berléand, Marie-Christine Adam, Nicolas Carpentier e Albert Spiner.
Sinopse: a história de Marie Speranski
(Juliette Binoche), uma mulher de 40 anos que acorda pensando ter 25. Esqueceu-se
de 15 anos de sua vida e ainda vive uma história de amor que já terminou.
Agora, ela tem uma segunda chance de reconquistar o amor de sua vida.
Crítica: nesse primeiro filme da cineasta,
a trama faz uma viagem no tempo com sua personagem principal, Marie Speranski
(Juliette Binoche), jovem de 26 anos que, depois de uma noite de amor, salta no
tempo e acorda aos 41.
Ela agora é casada, rica (mora em uma mansão com vista
privilegiada para a Torre Eiffel) e tem um lindo filho. Muitas coisas ocorreram
nesses 15 anos e Marie não se lembra de absolutamente nada. Mais: sua vida está
longe de ser o que projetava quando jovem. Marie tenta, então, descobrir como
funciona a rotina de sua vida agora.
Algumas situações são pontuadas pelo humor, mas sem dúvida
o maior propósito do filme é propor uma reflexão sobre como conduzimos nossas
vidas por caminhos indesejados sem termos noção disso. A Marie de 41 anos é uma
mulher poderosa, temida, que dá pouca atenção ao filho e marido e que passou os
últimos anos dedicada à carreira de executiva. Não à toa está prestes a se
separar de seu grande amor. Durante o filme vemos Marie tentando recuperar o
amor do marido e descobrir que atitudes tiraram sua vida do rumo que imaginava
aos 26.
No entanto, o propósito dessa reflexão não é alcançado.
O roteiro mal estruturado perde-se um pouco, nem mesmo a talentosa Binoche
consegue manter um equilíbrio a fim de conduzir a plateia. Algumas cenas são infantis
e desnecessárias, parecem perdidas. Outro talento prejudicado é o do ator
Mathieu Kassovitz que não ganha espaço para desenvolver seu espaço e mostrar
toda a sua dor e amargura pela perda de Marie nesses 15 anos. Falta um objetivo
na condução da trama e um elo entre os acontecimentos retratados.
Talvez se a diretora tivesse optado por um caminho dúbio
entre realidade e ficção, onde nós nos questionássemos se aquele lapso de memória
era mesmo real ou uma espécie de pausa para reflexão sobre ‘o que eu vivi até
agora’ ou ‘como eu vivi’, ou ‘onde foram parar meus sonhos’ ou ‘ainda tenho
tempo para mudar’, a trama poderia ser tornar mais interessante. Deixando o
humor de lado (que talvez não coubesse aqui) por uma maior dramaticidade e tratando
o tema com mais realismo e, até, uma certa crueza, a plateia poderia ter sido
atingida pela finalidade real do longa: os caminhos que tomamos sem perceber,
nossas ações e as consequências ao longo do tempo.
Não é um filme ruim, apenas conduzido de maneira um
pouco incerta. O final, ao menos belo e comovente, compensa.
Avaliação: ***
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