Meu Querido Filho (Weldi)
País: Tunísia/Bélgica/França
Ano: 2018
Gênero: Drama
Duração: 104
min
Direção: Mohamed
Ben Attia
Elenco: Mohamed Dhrif, Mouna Mejri, Zakaria Ben Ayyed
e Imen Cherif.
Sinopse: Riadh (Mohamed Dhrif) está perto de se
aposentar do trabalho como operador de empilhadeira no porto de Túnis. A vida
que ele compartilha com a mulher, Nazli (Mouna Mejri), gira em torno do único
filho do casal, Sami, que está se preparando para os exames do ensino médio. As
repetidas crises de enxaqueca do rapaz causam muita preocupação aos seus pais.
Mas quando finalmente Sami parece estar melhorando, ele, de repente,
desaparece.
Crítica: o diretor nos apresenta um drama familiar: Nazli
(Mouna Mejri) trabalhando em casa e dando algumas aulas numa cidade vizinha e Riadh
(Mohamed Dhrif, em interpretação excepcional) concluindo o processo de
aposentadoria, e a vida dos dois girando em torno do filho Sami (Zakaria Ben
Ayyed), que irá prestar o vestibular e, provavelmente, sairá de casa para
cursar a faculdade.
A pressão dos pais o sufoca
pelo excesso de atenção, preocupação e expectativas. Os diálogos são breves. O
silêncio predomina na relação entre pais e filho. Sami tem enxaquecas
frequentes, é levado ao médico e ao psicólogo, mas nada de grave é apontado.
De repente, Sami desaparece
e seus pais ficam desesperados. Eles não têm ideia do que se passava pela
cabeça do filho. Riadh procura os amigos do filho, vai à polícia e decide,
então, ir atrás do filho que deixou apenas um bilhete dizendo que teria partido
para a Síria. É quando entendem que Sami irá se juntar a uma facção islâmica.
Riadh não consegue
acreditar e sai em busca do filho. Viaja para Carquemis, chamada atualmente de
Jerablus, que se situa na fronteira entre a Turquia e Síria. Encontra seu
filho, mas não o convence a voltar para casa.
O que vimos na sequência do
filme são as consequências cruéis da escolha do filho: dor da família, não
aceitação dos fatos, inconformismo. Algum alívio vem, posteriormente, com um
vídeo em que Sami mostra sua esposa islâmica e seu filho. No entanto, logo
depois o pior ocorre e não tem mais volta.
A vida dos pais continua, contudo,
completamente, transformada.
Não há justificativa, nem
explicações. Um dos senhores que hospeda Riadh em Jerablus (enquanto procura
Sami) comenta que seus quatro filhos estão pelo mundo, que ele está só e que os
jovens de hoje só pensam em ser importantes, em fazer algo que “acreditam” que
irá mudar o mundo. Os laços familiares e os valores de uma vida em comum se
perderam para sempre.
Avaliação: ***
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