domingo, 20 de janeiro de 2019

A Nossa Espera (Nos Batailles)


País: França/Bélgica
Ano: 2018
Gênero: Drama
Duração: 98 min
Direção: Guillaume Senez
Elenco: Romain Duris, Laure Calamy, Laetitia Dosch, Basile Grunberger e Lena Girard Voss.

Sinopse: Olivier (Romain Duris) é o politizado funcionário de uma fábrica, onde volta e meia bate de frente com seus superiores para defender os colegas de trabalho. Um dia, ele é surpreendido com o súbito desaparecimento de sua esposa, Laura (Lucie Debay). Sem saber o que aconteceu nem para onde ela foi, Olivier precisa conciliar o trabalho com a criação de seus dois filhos, Elliot (Basile Grunberger) e Rose (Lena Girard Voss).

Crítica: Romain Duris é um dos atores franceses mais competentes de sua geração. Em “A Nossa Espera” ele é um trabalhador, envolvido demais com o sindicato em defesa dos direitos de seus colegas, casado e pai de dois filhos.
O árduo trabalho requer muito tempo e ele vê pouco sua família. Olivier (Romains Duris) não percebe que sua mulher está fragilizada. Tudo mudo repentinamente em sua vida quando ela desaparece. Ele precisa lidar com tarefas e obrigações, antes totalmente feitas por sua esposa. E percebe o quanto é difícil conciliar o emprego e os afazeres domésticos.
Os filhos perguntam pela mãe, Laura. A mãe de Olivier cobra dele alguma responsabilidade e a irmã (que ficará uns dias para ajudar) acredita que ele tenha alguma culpa no sumiço da esposa, defendendo que ela poderia estar abalada e sobrecarregada. Um acidente doméstico (com um dos filhos) é uma das pistas de que isso seja verdade.
O roteiro é eficiente ao questionar as famílias tradicionais e os reais papeis dos pais com relação à sua prole e ao abordar a ausência de diálogo entre os casais.
Paralelo  a tudo isso, o longa-metragem é feliz ao criticar abertamente as condições de trabalho nas fábricas, os salários, as horas extras, a dispensa de profissionais antigos devido à idade, a não renovação do contrato de mulheres que engravidam.
Tudo é colocado naturalmente nas situações do dia a dia de gente comum, gente que sobrevive, que paga contas, que tem dificuldades para levantar-se de uma crise financeira e/ou emocional.
Um cinema bem peculiar da França. Atuações exemplares, críticas contundentes a forma como vivemos e aceitamos as condições que nos são impostas e, acima de tudo, um filme humano.

Avaliação: ***

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