quinta-feira, 25 de julho de 2019

Cézanne e Eu (Cezanne et Moi)


País: França
Ano: 2019
Gênero: Biografia
Duração: 114 min
Direção: Danièle Thompson
Elenco: Guillaume Canet, Guillaume Gallienne e Alice Pol.

Sinopse: a história de amizade e rivalidade entre o pintor Paul Cézanne (Guillaume Gallienne) e o escritor Émile Zola (Guillaume Canet). Paul é rico. Emile é pobre. Mas dessa união irá surgir uma amizade que resiste ao tempo e às diferenças sociais. Os amigos, que se conheceram no colégio Saint Joseph, aprenderam desde crianças a compartilharem tudo um com o outro. Mas, na busca por realizar seus sonhos, os dois vão aprender a enfrentar os desafios da vida e, principalmente, sobre o valor da verdadeira amizade.

Crítica: a intensa amizade do pintor Paul Cézanne (Guillaume Gallienne) com o escritor Émile Zola (Guillaume Canet) ao longo das décadas, do momento em que se conheceram num internato até suas mortes no início do século 20, é o foco da trama.
Apesar das diferenças, eles permanecem unidos a maior parte da vida. De um lado, Cézanne: idealista na maneira de pensar a arte, constantemente frustrado com sua pintura e explosivo a ponto de assustar o mais leal dos amigos. Filho de banqueiro, ele se dá ao luxo de ser um romântico e desprezar os julgamentos da burguesia. Do outro, Zola: gentil e humilde, criado com dificuldades financeiras e em busca de aprovação da elite francesa. Sofre com a falta de aceitação, mas ao mesmo tempo sente culpa ao ter um trabalho reconhecido. Zola defende a classe artística e pensa nas conquistas coletivas, enquanto Cézanne é egoísta e não se importa com nada além do próprio trabalho.
Frases de efeito, como "eu não consigo lembrar por que amei tanto você", e "Nos conhecemos bem demais para nos separarmos”, definem bem essa conturbada amizade, mas ganham pouca convicção na narrativa.
Como todos sabem, conflitos são normais e, às vezes, fica difícil entender tanta devoção ou complacência de Zola com Cézanne apesar do temperamento difícil e ataques de explosão do pintor, beirando ao desagradável.
A amizade é abalada quando Zola casa-se com uma ex-namorada de Cézanne. Quando os dois se reencontram, por exemplo, após 2 anos, teria sido um bom momento para extrair mais emoção. No entanto, o clima é morno.
Uma contextualização sobre as tensões entre os artistas revolucionários e a burguesia conservadora ajudariam a justificar algumas das ações dos personagens, principalmente de Cézanne, um homem que oscilava entre as duas classes e tinha dificuldades em encontrar o seu lugar no mundo.
Uma verdade é indubitável: Zola acreditava veemente no talento artístico e autêntico de Cézanne.

Avaliação: ***

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