quinta-feira, 25 de julho de 2019

O Bar da Luva Dourada (Der Goldene Handschuh)


País: Alemanha
Ano: 2018
Gênero: Drama
Duração: 110 min
Direção: Fatih Akin
Elenco: Jonas Dassler, Margarete Tiesel e Hark Bohm.

Sinopse: na década de 70, os habitantes da cidade de Hamburgo sofrem quando os jornais começam a noticiar o desaparecimento sucessivo de vários cidadãos seguindo um padrão específico. Começa, então, uma das mais complexas investigações de assassinatos em série que o local já havia presenciado até o momento.

Crítica: o serial killer em Hamburgo nos anos 1970 teve sua história contada em livro, e agora, em filme.
O diretor Fatih Akin já tem notoriedade em seus longas e, de forma bastante ousada, traz para o público um trabalho completamente diferente dos anteriores.
Ele conta, de forma crua e realista, a história de Fritz Honka (Jonas Dassler). O bar, no título do filme, era constantemente frequentado por Honka e era lá que ele conseguia suas vitimas.
Na primeira cena, já chocante, ele tenta colocar um corpo de uma mulher gorda dentro de um saco e sai descendo com ela escada abaixo. A cena causa agonia e só conseguimos ver o rosto do assassino alguns minutos depois. É um bom início. A atuação do ator Jonas Dassler é simplesmente excepcional, ainda mais considerando-se a transformação pela qual passou; está irreconhecível.
O local era um antro de bêbados, vagabundos e prostitutas. Prostitutas essas que, atraídas pela bebida e dinheiro, acompanhavam o assassino até seu apartamento, onde eram mortas, tinham seus corpos esquartejados e depois guardados em um buraco feito na parede do local. O passado de Honka não é abordado (o único parente que ele tem e que aparece na trama é seu irmão) e ele está longe de ser charmoso e ter habilidades intelectuais e físicas. Ele é corcunda, manca, vive sujo, seus cabelos são extremamente oleosos, é estrábico em um dos olhos e tem dentes podres.
Ele é apenas um bêbado que, por ser extremamente feio, não consegue se relacionar ou mesmo fazer sexo.
De fato, o filme incomoda, mas não tem uma violência tão explícita como a que o marketing promete. O diretor, sabiamente, tira proveito da performance do ator para mostrar o que basta para entendermos a brutalidade.
Honka sabe que nunca terá uma vida normal. Ele até tenta em um certo momento: para de beber e arranja um emprego. Lá ele encanta-se por uma moça que é casada. Assim que ele bebe, toda a bestialidade surge novamente.
No decorrer da trama, é normal sentir nojo e repulsa, afinal todo o ambiente corrobora para isso. O apartamento de Honka é imundo, assim como o bar que ele frequenta. A cena do vômito quando ele abre o compartimento onde estão as partes dos corpos que esquarteja é tão real que imaginamos o cheiro terrível do local.
Ao final do longa, são mostradas as imagens reais do assassino.
Uma direção sublime. Horror e suspense legítimos.

Avaliação: ****

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